ETICA E EDUCAÇÃO – 2ª PARTE (5)
Educação dos problemas ligados à pobreza e à prosperidade
A educação é também o regulador da prosperidade. Antigamente denominava-se a tuberculose e outras doenças como a epidemia da fome. Hoje denominam-se as doenças cardiovasculares e outras doenças degenerativas como a epidemia da fartura.
A lucidez torna-se muitas vezes um exercício de crueldade. Mas a lucidez é fundamental para se usufruir do privilégio da prosperidade. Manter a actividade intelectual, a actividade física, o descanso, a redução do stress, a moderação e a contenção alimentar são meios preventivos da doença e do envelhecimento.
Em termos de alimentação, por exemplo, o que hoje se vê sai fora de todas as normas higieno-dietéticas, mesmo em pessoas cultas. A superalimentação é uma das maiores doenças das sociedades abastadas. Ou come-se dez vezes mais do que aquilo que é preciso ou come-se da forma mais errada e desequilibrada. Vários estudos sérios têm comprovado que a má alimentação é factor fundamental na génese de inúmeras doenças, desde as doenças oncológicas às doenças degenerativas, incluindo as doenças cardiovasculares. O que se vê é um crescimento constante da obesidade nos jovens, mercê de uma proliferação imparável dessa alimentação que está a transformar os Estados Unidos num país de obesos, com todo o cortejo de nefastas consequências nomeadamente mentais.
A arteriosclerose não existe só no idoso. Ela começa na infância e talvez na vida intra-uterina. Qualquer mãe ou avó que encha permanentemente o filho ou o neto de comida e guloseimas está inexoravelmente a semear o seu sofrimento futuro. Sabemos quão difícil é lutar contra isto, por causa da fome das transnacionais da alimentação de plástico, que tudo invadem em termos reais e mediáticos. Daqui a enorme importância da reflexão, da mentalização e do combate em todos os níveis escolares e pedagógicos.
Na realidade, é tremendamente cruel que dois terços do mundo morram de fome para que um terço morra de fartura! Quantos tratados de ética e de educação serão necessários para corrigir este desastre da humanidade? (Continua)
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