Trabalho igual, salário igual?

O poste do aventador João Paulo fez-me lembrar o momento em que a frase que faz  título a este texto, apareceu na luta sindical.

 

A questão, para quem tinha que tomar decisões, passava por determinar o verdadeiro significado de "trabalho".

 

"Trabalho" é a "função ? Conjunto de actividades e processos que um determinado trabalhador tem que executar? A ser assim, este conceito vertido para as tabelas de acordos de empresas ou de actividades, queria dizer, por exemplo, que todos os 3ºs oficiais administrativos passariam a ganhar o mesmo.

 

Ou "trabalho" quer dizer " produtividade", "resultados", capacidade de produzir melhor e maior números de actos? A ser assim, é necessário que se faça uma avaliação isenta e o mais objectiva possível. Nas mesmas condições quem produz mais e melhor? E havendo quem trabalhe mais e melhor o salário deve ser igual?

 

Claro, que quem mais produz deve ganhar mais, sob pena de estarmos a beneficiar a preguiça e a incompetência. Mais, estar a igualizar pela medíocridade leva qualquer organismo para a falência , ou para o descrédito, o que quer dizer que, a prazo, fecham.

 

O "igualitarismo" é profundamente injusto e, leva as organizações para a pobreza, mesmo que alguns acreditem que pelo facto de serem pagos pelo Estado, nunca ficarão sem emprego. E porquê? Porque esquece o mérito de quem se interessa, de quem está motivado, de quem quer fazer bem. Ora, sem estas qualidades, nenhuma organização avança, nenhuma sociedade melhora , nenhum sistema sobrevive.

 

Estranhamente, os sindicalistas andam a vender esta ideia, a do "igualitarismo", a uma classe que, até pelas qualificações académicas, jamais a aceitará. Os professores toda a vida foram estudantes, foram avaliados, uns são licenciados, outros mestres, ainda outros doutorados, com médias muito diferentes entre si, desde o aluno excepcional ao aluno medíocre.

 

 

Agora são todos professores, o "doutor" não deve ganhar mais por ser doutorado, deve ganhar mais por apresentar melhores resultados, porque as suas qualificações lhe dão, em principio, meios para ser melhor. Se não for melhor, (e isso vê-se pela avaliação) não deve progredir mais rapidamente, nem ganhar mais.

 

Mas, se o licenciado, por mérito, por trabalho, por determinação, fizer melhor que o "doutorado" ou por quem tem mais anos de carreira, deve progredir mais rapidamente na carreira e ser melhor remunerado. 

 

Só pela soma dos méritos e da produtividade individual se alcançam melhores resultados globais. Chegarem todos ao topo da carreira, é uma quimera que dura, enquanto o resto da sociedade não reivindicar o mesmo. Nessa altura, verificaremos todos que não é possível!

 

Na falta de avaliação aceite por todos, aparecem formas não aceites e não democráticas de se favorecer uns quantos, como é o caso da criação dos "professores titulares", evidente discricionaridade. Mas de quem é a culpa? Não querem ser todos iguais?

 

 

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA

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NO CAFÉ FÉNIX

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No Porto, no café Fénix (ao cimo da Rua do Ferraz, junto ao IPF), inicia-se dia 24 de Outubro, um ciclo de exposições com trabalhos de um grupo heterogéneo de pessoas que partilham o gosto pela fotografia e aceitaram o convite da simpática proprietária do espaço.

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Esta primeira mostra inclui trabalhos de:

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– Armindo Moreira;

 

– Henrique Raposo;

 

– Hugo Pires;

 

– Luis Raposo;

 

– Pedro P. Augusto.

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Contamos com a presença dos amantes da fotografia, para este momento informal que se prolongará ao longo da tarde com conversas e alguns momentos fotográficos.

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Letra e espírito – Saramago e Carreira das neves

Afinal a diferença de opiniões sobre a Biblia não é mais que a discussão entre  duas formas de a  interpretar. Literal ou metaforicamente.

 

Se literal, o que Saramago faz, ele que, como bem observa António Pina, é um genial criador de metaforas, então a Bíblia não passa de um "manual de maus costumes". Se interpretada como forma  metaforica de explicação divina, então o "espírito" das "sagradas escrituras" estaria nas mãos da Igreja e só esta a saberá interpretar .

 

Saramago, reinvinda, para si e para os não crentes, o direito à heresia e à dissidência. Reinvindica o direito à não aceitação da interpretação "espiritual" e "divina" que a Igreja dá á Bíblia.

 

O Padre Carreira das Neves, apresentou como grande argumento o facto de só numa biblioteca em Jerusalém haver 300 000 livros e em Mafra, (o do Manual do Convento) mais 200 000 livros a falarem da Bíblia, o que mostra bem como se trata de textos extraordinários.Todas estas milhares de pessoas que escreveram e interpretraram os textos sagrados não podem ser todas estúpidas .

 

Reconheço que Saramago esteve melhor do que eu previa e que Carreira das Neves não deu uma para a caixa, mesmo estando do lado de Deus.

 

Enfim, ganhamos todos com esta discussão porque aprendemos todos e voltamos ao princípio. O que interessa mesmo é estarmos de bem com nós mesmos e com o próximo! ( puxa, vem na Bíblia….)

Dicionário de Parlamentares da III República (1974 – 2009). ADEGAS – AGUIAR

continuação daqui

 

 

ADEGAS, Mário Martins – Nasceu em 25 de Outubro de 1935. Economista. Exerceu funções de chefia em diversas instituições bancárias, caso do BNU e do BESCL. Integrou, como Vice-Presidente, o Conselho Nacional do Plano. Foi Deputado à Assembleia da República entre 1978 e 1985, eleito nas 3 primeiras Legislaturas pelo PSD, círculo de Aveiro. Empenhou-se então na elevação administrativa de vilas e aldeias do distrito, para além das várias intervenções que fez sobre temas económicos e sociais. Fez parte do VII Governo Constitucional, como Secretário de Estado do Tesouro.  Actualmente, é membro do Conselho Económico e Social.

 

AFONSO, Fernando José Russo Roque Correia – Nasceu em 3 de Julho de 1929 em Lisboa. Advogado. Foi técnico consultor do Ministério das Finanças e membro de diversas delegações portuguesas a organismos internacionais na década de 60. Entre 1984 e 1989, desempenhou as funções de Vice-Presidente do Conselho Superior da Ordem dos Advogados. Eleito Deputado à Assembleia da República, pelo PSD, da III à VI Legislaturas, entre 1983 e 1995. Num curto espaço de tempo, em 1987, foi Presidente do seu Grupo Parlamentar. Na VI Legislatura, foi um dos autores do Projecto de Revisão constitucional e o relator de diversas iniciativas.

 

ÁGUAS, Maria do Rosário da Silva Cardoso – Nasceu em Coimbra em 21 de Fevereiro de 1961. Licenciada em Gestão e Organização de Empresas, trabalhou em várias empresas privadas. No mandato de 1997/2001, foi eleita Vereadora da Câmara Municipal da Figueira da Foz. Eleita Deputada à Assembleia da República, pelo PSD, na IX Legislatura, suspendeu o mandato para integrar o XV Governo Constitucional, como Secretária de Estado da Habitação. No XVI Governo, foi Secretária de Estado Adjunta do Ministro da Segurança Social, da Família e da Criança e Secretária de Estado da Administração Pública. Voltou ao Parlamento na X Legislatura e, nesta que agora se inicia, foi de novo eleita. Nos últimos 4 anos, foi uma das mais dinâmicas Deputadas do Grupo Parlamentar do PSD.

 

AGUIAR, António Júlio Simões de – Foi Deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República, eleito na I Legislatura pelo PPD, círculo da Guarda – foi o primeiro Deputado do Partido por aquele Distrito. Na Assembleia Constituinte, em finais de 1975, dirigiu-se à Assembleia para questionar o rumo do PPD e da facção liderada por Mota Pinto. Quase no final da Assembleia, protagonizou uma forte polémica com Jaime Gama a propósito de um comício do PPD no Porto.

 

AGUIAR, Manuela – ver MOREIRA, Maria Manuela Aguiar Dias.

 

Escândalo: Manuel António Pina compara Deus à Ivone do «Caminho das Indias»!

 

Li e pasmei. Manuel António Pina, homem das Letras, bem considerado, compara na sua habitual crónica no JN o Deus da Bíblia à personagem Ivone do «Caminho das Indias», interpretado pela actriz Leticia Sabatella.

É um herege, Manuel António Pina. E ainda por cima, não percebe nada de Deus nem do «Caminho das Indias». Devia ter vergonha!

 

Aviso: este texto destina-se exclusivamente a mulheres

 Aqui entre raparigas, deixem-me que vos conte o que acabo de ler no diário espanhol ABC. Num artigo publicado na edição online, o jornal resume um estudo publicado no Wall Street Journal que poderá ser o elo que faltava na efectiva divisão igualitária das tarefas domésticas entre homens e mulheres.

Diz-nos o ABC que essas tarefas domésticas podem ser um poderoso afrodisíaco e que quem mais se empenha na sua realização tem mais possibilidade de vir a desfrutar de umas noites fogosas.

Para além de dar por assente que para nós é extraordinariamente estimulante ver os nossos companheiros a esfregar tachos e a passar a roupa a ferro – enganamo-los bem, hem? -, os autores do estudo mostram-se surpreendidos com o facto de os homens também se entusiasmarem perante a imagem da sua companheira ocupada a recolher meias pela casa ou a passar a esfregona no chão. E essa parece ser a grande revelação do estudo, a de que todos – homens e mulheres –  acham excitante fazer e ver fazer trabalho doméstico.

Não sei se estão de acordo comigo quando digo que isto é uma treta?  

A menos que se meta a roupa na máquina ao som do “You can leave your hat on” ou se vá intercalando a limpeza do pó com umas acrobacias no varão, não me parece muito linear a ligação entre uma coisa e outra.

Que a partilha das tarefas domésticas contribua para a harmonia conjugal, e que essa harmonia se pode traduzir, entre outras coisas, em noites românticas, parece-me evidente.

Que nós olhemos para eles de aspirador em punho, ou a esfregar a banheira, ou a secar os pratos do jantar e nos sintamos tomadas pelo fogo da paixão… pois tenho as minhas dúvidas, que querem que vos diga. Mas acho que vale bem a pena convencê-los de que assim é. Já sabemos que é sempre melhor persuadir do que forçar e que melhor forma de persuadi-los?

E logo à noite é vê-los, munidos do espanador, vestidinhos com o seu avental, ansiosos por mostrar o quanto são prendados.  E já está. Tudo em nome da igualdade entre sexos e da harmonia conjugal.

Mas atenção, isto fica só entre nós. Eles não podem saber. 

Os crimes no Colégio Militar

Jovens selvaticamente sovados por colegas muito mais velhos e graduados, a coberto de uma pretensa disciplina e tradição.

 

Os jovens ficaram com sequelas físicas para toda a vida e tiveram que ser tratados num hospital. Quanto às sequelas psicológicas são menos visiveis mas tambem estão lá para o resto da vida. A disciplina militar do colégio achou que uma pena razoável seria 5 dias de afastamento do colégio, mas os pais dos jovens agredidos é que não estão pelos ajustes e avançaram para os tribunais. O crime cometido tem uma pena que pode ir até 5 anos de cadeia.

 

Agora correm por aí umas versões que tentam deitar areia para os olhos dos observadores e mudar a opinião pública. Vem uma mãe e diz que o filho nunca foi magoado e que tira óptimas notas, que o Colégio é uma mais valia a preservar, e vai adiantando que estão ali 9 ha de terreno, no centro de Lisboa, que abriram o apetite aos especuladores imobiliários. Daí a quererem fechar o Colégio . Outros dizem que o Colégio tem cada vez menos alunos e que não se justifica aquela aparato de instalações.

 

É melhor pôr um ponto de ordem à mesa. A violência está provada e nada justifica que cobardes matulões resguardados por tradições vis e superioridade física, agridam jovens de 12 anos, a ponto de ficarem com sequelas físicas para o resto da vida.

 

Bem podem marchar com garbo e passo certo mas a lei não fica cá fora dos muros do Colégio. Quanto ao terreno vai ter o destino que a oferta e a procura determinarem, neste país onde o betão sai sempre vencedor.

 

Infelizmente!

Afinal o que se pretende?

                                  Colégio Militar: o programa do costume

 

 Há alguns meses, tive a oportunidade de dizer a um muito interessado grupo de alunos do C.M, a razão pela qual discordava do – por eles esperado – ingresso do Príncipe Real na dita instituição. A violência física e verbal, a falta de respeito por colegas que antes de tudo, são uma reserva da nação. Ficaram calados e um tanto cabisbaixos, confirmando tacitamente a provocação.

 

Apesar de todos os relatos de atrocidades que a imprensa tem feito circular, parece que nada disto surge por acaso. Quase uma década decorrida desde a inacreditável tentativa de encerramento do Colégio Militar, perpetrada pelo absurdamente patético governo de Guterres, a situação permaneceu no limbo, assim como a  desconfiança quanto às reais intenções de alguns sectores do regime. Guterres pretendeu transferir a formação dos nossos futuros oficiais, para a Academia Militar de S. Fernando, em Espanha. Todos sabemos o que isto indicia e não é certamente a habitual pecha da paranóia anti-castelhana que nos fará recuar na suposição.

 

É verdade que as práticas antigas de brutalidade e despótico exercício  da coacção moral ou física, são extemporâneas, desnecessárias e contrárias à própria ética militar. No entanto, a profusão de comentários na imprensa e o "opinionismo comentadeiro" dos mesmos de sempre, levam-nos a uma vez mais suspeitar de outras razões que pretendem prosseguir com um há muito gizado plano. Se a isto juntarmos algumas suspeitas de interesses imobiliários no espaço da Luz, o panorama torna-se conhecido. O tempo o dirá.

 

Nos 10 anos da morte de Melo Antunes

TEXTO DE VASCO LOURENÇO

 

Foi já há dez anos que o Ernesto Melo Antunes nos deixou.

 

Um grupo de amigos decidiu organizar-lhe uma homenagem, a que a Associação 25 de Abril aderiu, constituindo-se parte integrante na comissão organizadora da mesma.

 

Pretende-se evocar o seu exemplo de Liberdade e Consciência Cívica e, para isso, organizar-se-ão alguns eventos de que futuramente vos daremos informação.

 

Podemos adiantar, desde já, que a 27 e 28 de Novembro de 2009 se realizará um fórum nas instalações da Fundação Calouste Gulbenkian. Igualmente está em preparação uma biografia, da responsabilidade da historiadora Maria Inácia Rezola.

 

Foi, entretanto, produzido um programa pelo jornalista Mário Figueiredo para a RTP Memória, com uma entrevista a Joana Melo Antunes, Manuela Cruzeiro e Vasco Lourenço, que será transmitida nos próximos dias 23 e 24 de Outubro, respectivamente às 22h30 e às 08h30.

 

Sugerimos que não percam essa emissão, pois nela serão passadas duas significativas intervenções de Melo Antunes, nomeadamente a que o marcou para o resto da vida, quando em 25 de Novembro de 1975 defendeu que o PCP não podia ser excluído da construção da democracia em Portugal.

 

 

 

Comunicado da Associação ateísta Portuguesa

Aos órgãos da Comunicação Social:

 

 

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP), perante os ataques agressivos e a linguagem intimidatória usada por altos dignitrios das Igrejas, contra o escritor José Saramago e o seu novo livro «Caim» elaborou um comunicado em que apela à moderação e para o qual solicita a atenção da comunicação social e pede a sua divulgação.

 

 Antecipadamente gratos,

 

Apresentamos os nossos melhores cumprimentos.

Carlos Esperança

 

 

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP), sem se pronunciar sobre assuntos literários ou estéticos, que não são da sua competência, tendo sobre o Antigo Testamento a mesma opinião de José Saramago, vem publicamente manifestar a sua posição sobre a polémica em curso, na sequência da publicação do livro «Caim».

Não é, todavia, a identidade de pontos de vista, quanto à Bíblia, que leva esta Associação a solidarizar-se com o Nobel da Literatura. A sua opinião é para nós, que defendemos a liberdade de expressão, tão legítima como a sua contrária.

 

O que leva a AAP a solidarizar-se com Saramago é a cruzada que os meios católicos mais intolerantes já puseram em marcha. Os judeus vieram igualmente com ataques agressivos e usando uma linguagem exaltada. O presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, Abdool Vakil, já afirmou que “os livros sagrados e a religião têm de ser respeitados”, o que se afigura uma ameaça face aos frequentes exemplos mundiais de atropelos do Islão à liberdade.  

 

Numa sociedade livre e democrática é tão legítima a liberdade criativa de um grande escritor como as tolices bíblicas dos crentes. O que não é tolerável é o clima de intimidação e a linguagem agressiva que já sopra das igrejas, mesquitas e sinagogas.

A liberdade é uma bênção conquistada contra o desejo dos clérigos que sempre a combateram. É uma herança do Iluminismo que nenhum pretexto pode servir para pôr em causa.

Assim, a AAP manifesta a José Saramago a sua simpatia na luta contra o obscurantismo e aconselha os trauliteiros profissionais a ler o Antigo Testamento. Talvez passem a envergonhar-se das ideias que professam e, sobretudo, da violência com que as querem impor.

 

José Saramago é um escritor de talento reconhecido mundialmente e que, sendo ateu, frequentemente desperta críticas de figuras religiosas contra a sua prosa. A AAP compreende estas reacções e defende o direito à crítica, ao diálogo e à expressão das crenças de todos, sejam ateus ou religiosos, sejam escritores ou sacerdotes. A liberdade de expressão é fundamental para o convívio saudável das crenças e descrenças que compõem a nossa sociedade.

No entanto, a AAP lamenta as críticas dirigidas à pessoa de Saramago em vez de focarem o que ele escreveu e que, aparentemente, a maioria dos críticos nem sequer leu. Sugerem, inclusive, que Saramago mude de nacionalidade, que a «densidade de leitura» da Bíblia está fora da sua capacidade e que as suas declarações são «cretinas».

 

Estas críticas têm demonstrado que, para muitos religiosos, importa mais respeitar crenças que pessoas, justificando-se atacar quem lhes diga mal das crenças. É uma perigosa inversão de valores, pois são as pessoas que têm sentimentos, que têm direitos e que existem para os seus próprios fins. As crenças são apenas ideias abstractas que podemos aceitar ou rejeitar conforme quisermos.

 

Revelam também, estes ataques a Saramago, a incapacidade de refutar racionalmente as afirmações do escritor. Foi notória a falta de explicações por parte de quem se limitou a apontar defeitos a Saramago e a dizer que a Bíblia é muito complicada.

 

Ninguém explica por que motivo nos deve inspirar em vez de preocupar a demente decisão de Abraão, disposto a matar o seu filho em nome da religião. Ou o que o sofrimento de Jó demonstra, por uma aposta divina, além da terrível injustiça.

Por isso a AAP apela aos críticos de Saramago que se cinjam às declarações deste, que expliquem a sua posição e que participem no diálogo de uma forma racional. Que não confundam críticas a crenças com críticas a pessoas;  cada um é o que é mas todos, mesmo com alguma dificuldade, somos capazes de mudar de crenças.

 

Acima de tudo, a AAP apela para que se aproveite esta polémica para dar um bom exemplo de como debater ideias e conviver com quem pensa de forma diferente.

 

 

Associação Ateísta Portuguesa – Odivelas, 23 de Outubro de 2009

(Presidente da Direcção) TM – 917322645

 

Manifesto pelo fim da divisão na carreira II

Escrevi um dia depois das eleições legislativas que este era o momento de acabar com o Estatuto Maria de Lurdes.

 

E tal convicção resultar apenas de um facto que ainda ninguém me provou ser errado. Vejamos.

 

Os entendidos da economia e da gestão, os tais que quase levaram o planeta à falência cavalgando as ondas do capitalismo são os que dizem: "Não podem chegar todos ao topo da carreira".

Pergunta-se qual a razão que sustenta tal convicção. Respondem: dinheiro.

 

O.K.. Tudo bem. Se a argumentação se coloca aí, não há nada para dizer. Uma pessoa que suba na carreira ganha mais que uma outra que não suba. La Palice não diria melhor.

 

Permitam-me outra pergunta: mas, do ponto de vista do funcionamento da escola, o que é que isso acrescenta, em termos de qualidade?

 

Ah… pois…

 

 

Podemos ainda ver a coisa de outro modo – na tropa, o novo parque de diversões do Malhador mor do reino, há uma hierarquia porque há funções diferentes, há tarefas que não são iguais. Isto é, não fazem todos a mesma coisa.

Acredito que em boa parte das empresas privadas – não ignoro as que geridas pelos mestres da gestão vão à falência deixando empregados na miséria – também aconteça a necessidade de divergir funções, logo, funções diferentes, carreiras diferentes. Na boa.

 

Mas, no caso da docência, o que distingue a função no primeiro dia de aulas do último dia de uma carreira? Nada. A natureza funcional da tarefa é exactamente a mesma. Sem tirar, nem pôr: por isso é que temos novos e velhos, homens e mulheres, colocados "à sorte" em todas as escolas do país, porque a função profissional é reconhecida por todos. E sempre igual!

 

Diria que para função igual, carreira igual. Aqui reside a impossibilidade do tal Estatuto Maria de Lurdes.

Que, claro, nos obriga a questionar outras coisas, mas sobre essas escreverei mais tarde.

 

 

A Minha Mona Lisa

A partir de um dia que nem queria lembrar, em Junho deste ano, temos andado a trabalhar – os que têm trabalho – e a votarmos cidadãos todos: parlamento europeu, poder executivo de Portugal ou Assembleia como todos dizem, para finalizar com as mais importante de todas: as eleições sobre autarcas dos mais de 300 Concelhos de Portugal. Votamos e ganhamos todos, em todas. Não tenho ouvido ninguém reconhecer que tem perdido, ainda que tenham mudado de número de representantes aos que o povo entregou pastes da sua soberania.

Mas será que o nosso mundo está dividido entre o trabalho, as eleições as mortes e o IRS?

De certeza deve haver mais actividades e comemorações. Este ano comemoramos os 100 anos da morte do ilustre compositor, Franz Joseph Haydn, esse autor que nos encantara com a sua música clássica, ao abandonar a composição barroca pelo classicismo, junto com Wolfgang Amedeus Mozart e Ludwir van Beethoven. Uma triada de compositores que permitem descansar de tanto discurso que se ouve ou nas ruas, ou na televisão. O compositor do quarteto mais calmo do mundo: As Sete Útimas Palavras de Cristo na Cruz, de 1786, para dois violinos, uma viola, um cello e uma coro acrescentado após o ter apresentado, como solicitado, ao Arcebispo de Cádis, apenas com instrumentos. Foi um padre quem lhe acrescentara um coro. Haydn ficara tão deliciado, que o  refez, acrescentado um coro como o quinto instrumento que entra no quarteto. Temo-nos deliciado todos os dias de manhã, ao ligar o radio e ouvir essa a sua imensa música. Com tanto movimento que alegra a nossa vida.

 

E a suposta descoberta de uma pintura de Leonado da Vinci, com essa encantadora senhora que sorrí com um riso sereno e calmo, sempre a olhar para nós? Dá a impressão não apenas de calma, mas de candor, simpatia, paz, alegria, como se estiver a nos oferecer um conselho ou a espreitar para nós com doçura. Mal vemos essa cara e sorriso, ficamos namorados, como se estivermos  a ouvir a reiterada sonata I de Die Sieben Letzten Worte Unsere Erlösers Am Kreuze.de Haydn. Quem vê a minha Mona Lisa, fica prendado pela companhia, pela colaboração, até nos esquecermos das cores apagadas que datam do ano 1505. A sua figura aparece apagada pelas cores de  Outono,. mas esse fundo esverdeante faz ao nosso coração palpitar. A primeira vez que a vi no Louvre, esse óleo de 61 cm por  91.5 essa miniatura acaba por ser um gigante que nos entontece. A mulher que amamos é, de certeza, a nossa Mona Lisa. Foi a obra de Da Vinci, quando o velho Continente começava a resumir. Foi o primeiro pintor da renascença.. Renascença, ou essa alvorada no saber, na ciência, na descoberta de outra terras, da reformas da confissão romana entre outra vária no Século XVI: Luteranismo na Alemanha e países vizinhos, que abandonaram Roma para criar um sentimento de fé que eu não tenho, e tornar as crenças misteriosa, apenas para iniciados em sacramentos da ordem sacerdotal, em saberes populares, como fez Jean Calvin na União Helvética, John Knox na Católica Escócia que passara a ser presbiterial ou orientada por vizinhos  de boa reputação, ou esses da mã reputação na Inglaterra desses tempos, os Tudor. E outros. A descoberta de que o mundo era redondo e que se podia contornar pelo mar, fizeram da República de Veneza entre Marco Polo e a minha Mona Lisa, não essa nova, mas a eterna, virar ao mundo do avesso.

Lã ficou a mina Mona Lisa a nos encantar enquanto o mundo debatia se o saber era teologia o ciência. Aparece como distanciada do tempo, dos debates, dos desencontros, das reformas e, especialmente dos dissabores dos que desejam mandar e queimam em fogueiras o com o pensamento, a dedicação aos seres humanos que amamos

A minha Mona Lisa é eterna e não há descobertas para a mudar. Fico em paz…Descasemos de política e debates, com a arte de criar…e sorrir com a Minha Mona Lisa que nunca mais aparece,,

 

 

Novo Governo: A continuação das políticas

O núcleo duro diz tudo, as políticas deste governo, no essencial, vão continuar.

 

Vêm aí as obras públicas pese a dívida pública ser monstruosa. O déficite está em 6/7% do PIB, e a desorçamentação é uma vergonha, escondendo dívida e déficite nas parcerias público/privadas e nas empresas públicas (só nas empresas de transportes estarão escondidos 20% do PIB de dívida).

 

Campos e Cunha diz que não há um tostão para financiar os megaprojectos, o que não deixando de ser uma evidência, não deixa de assustar.

 

O novo ministro das Obras Públicas é um declarado adepto do investimento público, não se sabe é, se o é, nas condições actuais, mas palpita-me que se não fosse, não seria nomeado.

 

As novas caras, não têm peso político próprio nem têm experiência política relevante, pelo que tudo indica que Sócrates vai estar ainda mais presente. Um governo de rédea curta, com uma grande componente política e comunicacional, navegando à vista, com os dois olhos na opinião pública e nas sondagens.

 

Se lhe derem condições, sondagens favoráveis e um pretexto político, Sócrates  vai forçar Cavaco a marcar eleições antes do fim do mandato.

 

A vida não estará fácil para nenhum de nós, já estamos a empobrecer e vamos continuar.

As mesmas políticas vão dar o mesmo resultado!

 

 

Não me interessa o Saramago. Interessa-me o que penso.

Nota minha: Ao ler o Génesis, respeito o texto histórico, respeito o que lá está, como lenda, obviamente. Á luz da ciência considero uma anedota.

Por este, avalio todos os textos bíblicos

 

Na Bíblia Pastoral, ilustrada por Gustave Doré e com notas cuidadosamente revistas pelo biblista Frei Raimundo de Oliveira, pode ler-se na Introdução, em referência ao Pentateuco, ou seja, os cinco primeiros livros da Bíblia:

Nesses cinco livros encontramos histórias e leis que foram postas por escrito durante seis séculos, reformulando, adaptando e actualizando tradições antigas e criando novas.(…) (O sublinhado é meu).

As histórias aí contidas, na sua maioria, nasceram no meio do povo e, primeiramente, eram histórias de famílias, de clãs e de tribos que procuravam transmitir oralmente, de geração em geração, ensinamentos e factos. Mais tarde essas histórias foram reunidas, modificadas e interpretadas para que todo o povo de Israel pudesse espelhar-se nelas (…) (O sublinhado é meu).

 

Nota minha: Tal qual as histórias das nossas aldeias, que no curto intervalo de um século sofrem, quer na expressão oral quer na escrita, grandes alterações e modificações, com variações importantes de terra para terra. Imaginem durante dois ou três mil anos!.  

 

A Bíblia diz:

 

 

O homem uniu-se a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu á luz Caim. E disse: “Adquiri um homem com a ajuda de Javé”. Depois ela também deu à luz Abel, irmão de Caim. Abel tornou-se pastor de ovelhas e Caim cultivava a terra. Depois de algum tempo, Caim apresentou produtos da terra como oferta a Javé. Abel, por sua vez, apresentou os primogénitos e a gordura do seu rebanho. Javé gostou de Abel e da sua oferta, e não gostou de Caim e da oferta dele. Caim ficou então muito enfurecido e andava de cabeça baixa. E Javé disse a Caim: “porque estás enfurecido e andas de cabeça baixa? Se agisses bem, andarias com a cabeça erguida; mas, se não ages bem, o pecado está junto à porta, como fera agachada, a espreitar-te. Acaso conseguirás tu dominá-la?” Entretanto Caim disse a seu irmão Abel: “Vamos sair”. E quando estavam no campo, Caim lançou-se contra o seu irmão Abel e matou-o.

Então Javé perguntou a Caim: “Onde está o teu irmão Abel?” Caim respondeu: “Não sei. Sou, porventura, O guarda do meu irmão?” Javé disse: “Que fizeste? Ouço o sangue do teu irmão, clamando da terra por Mim. Por isso és amaldiçoado por essa terra que abriu a boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão. Ainda que cultives a terra, ela não te dará o seu produto. Andarás errante e perdido pelo mundo”. Caim disse a Javé: “A minha culpa é grave e atormenta-me. Se hoje me expulsas do solo fértil, terei de me esconder de Ti, andando errante e perdido pelo mundo; o primeiro que me encontrar matar-me-á”. Javé respondeu-lhe: “ Quem matar Caim será vingado sete vezes”. E Javé colocou um sinal em Caim, a fim de que ele não fosse morto por quem o encontrasse. Caim saiu da presença de Javé e habitou na terra de Nod, a leste do Éden.

 

Nota minha: Mais uma vez, não esqueçamos que este texto, como todos os outros, foi escrito pelos homens, modificado, interpretado e adaptado às conveniências, durante séculos.

Podem ler agora, se quiserem, o comentário do amigo Miguel Dias, na secção de comentários do post “Ainda Saramago”.

 

Transcrevo a seguir a interpretação do biblista Frei Raimundo de Oliveira sobre a história de Caim:

“ Episódio exemplar que usa a antiga rivalidade entre pastores e agricultores, para mostrar como o mal atinge e deteriora até o encontro de irmãos. O projecto de Deus é a fraternidade em que cada um é protector do seu próximo e se alegra com a presença do outro. O pecado, o egoísmo introduz a rivalidade e a competição. Em vez de acolher, o homem fere e mata o seu semelhante. O sinal de protecção divina afasta o desespero e o rumo fatal do pecado; prenuncia a graça”.

 

Nota minha: Uma interpretação diferente da do Miguel. Lá porque ele não atingiu o cerne da interpretação do Miguel, não é por esta razão que este Senhor se pode classificar de indigente mental ou intelectual. Eu posso ser, porque tenho interpretações bem mais terra-a-terra e bem mais à letra, não muito diferentes das de Saramago. Como Saramago, considero o Deus da Bíblia muito pouco recomendável, em muitas passagens, até porque ele foi lá escrito à imagem do homem e da vida do homem, tantas vezes, ela própria, muito pouco recomendável.

 

 

Esmiúçar o Aventar

O Carlos Loures ama a literatura, os livros, como a si mesmo (é Biblico e é verdade).

 

O Adão Cruz , abomina a sociedade do desperdício, da injustiça social  e acredita que há sistemas de organização política da sociedade mais capazes.

 

O Luis Moreira e outros Aventadores, não esquecem que a vida pública de Saramago não é uma lição de cidadania, e não gostam do homem, pronto!

 

A ponderação destas três verdades levam à posição individual de cada um deles quanto a Saramago.

 

O Carlos, dá prioridade ao escritor que Saramago é, o Adão, dá prioridade ao comunista que Saramago nunca escondeu ser, e eu dou prioridade ao facto de Saramago ser um homem cheio de ódios e de problemas mal resolvidos, com a sua gente e o seu país!

 

Desengane-se quem julga que algum de nós se converte, ou que tomemos esta divergência, como insanável. Nem uma coisa nem outra. Ficamos assim!

A máquina do tempo: canções de beber (de Omar Khayyam a Fernando Pessoa)

 

Vamos a uma viagem pelo território de Baco. Entre dornas e jarros de tinto, passaremos pela Pérsia dos séculos XI e XII da era cristã e viremos depois até Lisboa, em Setembro de 1935.

                        Vinho! O meu coração enfermo quer este remédio!

                        Vinho de perfume almiscarado! Vinho cor de rosas!

                        Vinho, para extinguir o incêndio da minha tristeza!

                        Vinho e o teu alaúde de cordas de seda, ó minha bem-amada!

 São versos de Omar Khayyam. Ainda hoje na poesia popular do Irão se usa uma forma arcaica de rima – os rubai e os rubayat – o rubai pode ter a rima a a a a ou a a b a ou a a b b, ou seja poemas de dois versos com dois hemistíquios, que são as metades ou partes de um verso, em particular de um alexandrino. O rubayat possui uma forma de métrica quantitativa inusual na poesia árabe, medindo-se a quarteta com a quantidade de sílabas e não com a quantidade de sílabas curtas e longas. Foi seguindo estes cânones que Omar Khayyam (1048-1132), mestre da chamada quadra persa, escreveu a sua sumptuosa poesia.

 

Omar Khayyam nasceu em Nichapur, no actual território do Irão. O seu nome completo era Gheyas ad-Din Abu ol-Fath Umar Ibrahim ol-Khayymi. O último nome significa «fabricante de tendas», que era o ofício de seu pai. Não foi a poesia que o celebrizou, mas sim a matemática, pois foi autor de um tratado sobre equações do 3º grau – as «Demonstrações de problemas de al-jahr e al-Muqabalah», – obra que integra uma classificação de equações. Para cada tipo de equação do 3º grau, Khayyam aponta uma construção geométrica de raízes. Procurando provar o 5º postulado de Euclides, reconheceu a relação entre este postulado e a soma dos ângulos do quadrilátero e, consequentemente, do triângulo.

Além de matemático e poeta, Khayyam foi astrónomo e filósofo. Ouçam só este rubai, traduzido directamente do persa para o português por Halima Naimova, investigadora luso – russa da Biblioteca Nacional:

                        É madrugada. Levanta-te, ó essência de deleite!

                        Bebe suavemente, tocando a harpa.

                        Deixa aqueles que estão adormecidos. Eles não encontrarão a verdade.

                        Deixa aqueles que foram. Eles nunca voltarão.

Foi, pois, com o rigor do matemático e com a visão ampla do astrónomo que construiu os seus rubai e rubayat. E a prodigiosa fantasia com que vestia a filosófica estrutura da sua poesia? Essa, talvez lhe fosse dada pelo vinho. Sim, pelo, vinho. Bom maometano, Khayyam gostava de beber. E não se trata de uma infracção, porque, segundo julgo saber, o profeta apenas proibiu o vinho de tâmara e foram os homens da estrutura clerical do Islão que tornaram a proibição extensiva a todas as bebidas alcoólicas. Perguntava, retoricamente, o poeta: «O que será preferível? Sentarmo-nos numa taberna e em seguida fazermos um exame de consciência, ou prosternarmo-nos numa mesquita com a alma fechada?». E disse também: «Bebe vinho! Receberás uma vida eterna. O vinho é o único elixir que te pode devolver a juventude. Divina estação das rosas – vinho e amigos sinceros! Frui este fugitivo instante que a vida é.»

Fernando Pessoa estudou a fundo a obra de Omar Khayyam. E escreveu rubai e rubayat. Foi a investigadora da Faculdade de Letras de Lisboa, Professora Maria Aliete Galhoz quem recuperou esses rubai e rubayat, quase todos inéditos 44 (entre éditos e inéditos), e os reuniu num livro (ilustrado por Eurico Gonçalves) que publicou em 1997 , «Canções de Beber na Obra de Fernando Pessoa». Ouçamos um rubai de Pessoa. Tem um verso incompleto, pois é um manuscrito datado de 12 de Setembro de 1935 e o poeta morreu em 30 de Novembro desse ano. Escolhi-o por ser belo e por, incompleto, nos lembrar a transitoriedade da vida:

            Não me digas mais nada. O resto é vida.

            Sob onde a uva está amadurecida

            moram os meus sonos, que não querem nada.

            Que é o mundo? Uma ilusão vista e sentida.

 

            Sob os ramos que falam com o vento,

            inerte, abdico do meu pensamento.

            Tenho esta hora e o ócio que está nela.

            Levem o mundo: deixem-me o momento!

 

            Se vens, esguia e bela, deitar vinho

            em meu copo vazio, eu, mesquinho

            ante o que sonho, morto te agradeço

            que não sou para mim mais que um vizinho.

 

            Quando a jarra que trazes aparece

            sobre o meu ombro e a sua curva desce

             a deitar vinho, sonho-te, e, sem ver-te,

            por teu braço teu corpo me apetece.

           

            Não digas nada que tu creias. Fala

            como a cigarra canta. Nada iguala

   

O reencontro com a história

Estou de acordo com o amigo do Pedro: " O reencontro com a história."

É verdade que são muitos os momentos, nos últimos vinte anos em que o BENFICA, parecia ir ter com a sua história. E em todos eles falhou. Eu que estive em Vigo tenho receio do que possa vir a ser este momento tão positivo.

 

Mas, a vida no futebol tem que ser vivida com total irracionalidade, sob pena de perder a piada – colocando então as coisas nesse ponto é verdadeiramente impressionante o que ontem fizemos aos ingleses.

 

Vieram a Lisboa 7 mil (isso mesmo! sete mil)  fans do "Porto" de Liverpool. Olharam para o céu de boca aberta. A vitória ali tão perto!

 

Everton em Lisboa

 

Depois foi um, outro, mais um e ainda mais… e mais…

A BBC e o site do Everton não deixam dúvidas: o Everton não se apresentou na máxima força, mas o Benfica foi claramente MUITO superior.

Ao falar do Everton, não se trata do SUPER Appoel de Chipre, mas antes de uma miserável equipa de Inglaterra.

A minha única dúvida em relação ao sucesso do BENFICA é a força do Porto. Espero por isso que dentro do campo nos seja possível mostrar que somos melhores.

Porque, fora, já sabemos que não somos!