Um último cigarro – dedicado ao amigo Adão Cruz

Amigo Adão, eu li os seus textos de hoje (este e depois este) e assenti em silêncio a tudo o que li. Eu sei que reduzi o risco de contrair múltiplas e terríveis doenças. Admito que recuperei o meu paladar e a capacidade de subir sem parar os intermináveis lances de escadas da minha casa e que até, provavelmente, o meu hálito melhorou, embora não me sinta avalizada para afirmá-lo. Eu sei que foi uma decisão adulta, sensata, ecológica, e que pode ter prolongado o meu tempo de vida. Mas eu trocaria todos esses benefícios por só mais um cigarro fumado sem o remorso da fraqueza de vontade nem a angústia da recaída.  Um só cigarro, sem réplica, e eu não me importava de voltar a arfar a meio das escadas.

Eu reconheço que fumava de mais: nos dias bons um maço completo, nos maus perdia a conta aos cigarros que fumava. E só deixei por completo o tabaco porque estava grávida. Se estivesse em causa apenas a minha saúde teria continuado a fumar sem hesitações. Não há racionalidade no vicio, já sabemos, a compulsão exige ser comprazida. Mas eu justificava-me alegando que o tabaco, com todos os seus malefícios, não induz estados alterados de consciência, não turva tanto assim o discernimento. Não provoca alucinações, não nos leva a fazer figuras tristes, desde que não se considere triste ser a única pessoa a sair da camioneta na paragem de descanso a meio de uma viagem Lisboa-Porto, às três da manhã, com 1 ou 2 graus lá fora, e um vento de cortar (daí que há quem diga que os fumadores morrem mais cedo não devido ao tabaco mas às condições a que são expostos, sempre a apanhar correntes de ar). Enfim, que há dependências mais nocivas, quero dizer. E a companhia digna e silenciosa de um cigarro fumado ao cair da noite, quando se pondera uma decisão difícil ou se lambe a ferida de um desengano? E o fumo conspiratório de uma reunião de amigos, quando o brilho das imagens que se lançam é proporcional à espessura da nuvem que nos vai cobrindo? E o alívio, ainda que momentâneo, do cigarro da espera, aquele que vem aplacar a ansiedade dos grandes momentos, aquele que parece aquietar os batimentos cardíacos, por muito traiçoeiro que isso seja, eu sei, amigo Adão, na verdade faz o contrário? Tudo isto se perde. E parece certo que as vantagens do abandono do tabaco não se vêem de imediato, não.  Vão chegando pouco a pouco, como que para testar a resolução do ex-fumador. Tudo isso acabou para mim. Não me permito sequer colocar a hipótese de voltar a fumar. Mas, juro-lhe, amigo Adão, se fosse apenas um, sem hipótese de recair na armadilha da dependência…

O NOVO NOBEL

A PAZ DE OBAMA
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Com alguma surpresa para o mundo, Barack Obama recebeu o Nobel da Paz.
Demasiadamente cedo, direi.
O Presidente americano ainda não teve tempo de provar o que realmente é a esse nível.
Certo, certo, é que há interesses, muito mais do que habitualmente, para que fosse Obama a ganhá-lo. Por certo o interesse em que a esperança do mundo, tenha razão ao acreditar em dias melhores.
Por muito que se tenha esforçado, muitos outros o fizeram também, por certo com ainda mais empenhamento, se bem que com menores resultados. Também nenhum dos outros foi alguma vez o Presidente do Mundo. Também ninguém, nenhum outro, conseguiu reunir tanta esperança pelo mundo inteiro.
Barack só tem ainda oito meses de mandato. Mal se tornou Presidente, teve de ser imediatamente proposto para Nobel da Paz, já que as nomeações acabaram quinze dias após o início da Presidência. Tudo muito à pressa, tudo muito em cima do joelho. Tudo recheado de muitos interesses. Mas creio que, desta vez, interesses positivos.
Será este um Nobel feito de esperança? Um Nobel para o homem mas também para todos os homens, por esse mundo fora que acreditaram e acreditam que uma nova era começou?
Deus permita que assim seja, e que essa esperança dê os frutos desejados.

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JM
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O NOBEL OBAMA

Barack Obama, prémio Nobel da paz!!!
Muito mais importante do que saber se é ou não merecido, é o facto de obrigar Barack Obama a merecê-lo de hoje em diante. Ao contrário do que disse Luís Amado, chamando-lhe presente com alguma dose de veneno (porquê veneno?), eu diria um presente com muito açúcar. Um prémio que revela da parte do júri, penso eu, um golpe de estratégia e uma admiração, não tão sentida como a que espera vir a ter ao vinculá-lo a tão grande e nobre compromisso. Na realidade, perante tal desafio, Obama não pode vacilar, e o seu rumo terá de ser a antítese do que foi até hoje a política americana, sob pena de pôr tudo a perder. Uma honra é certo, mas pesada como chumbo, numa América genuína e geneticamente belicista.

Gatos dão de caras com fedorento!

Marinho Pinto esteve à altura do que pensamos dele, sem papas na língua, distribuiu mimos por tudo o que é Justiça em Portugal e terminou em grande estilo. Fujam !

Fujam dos Juízes que não têm competência para o serem, dos magistrados políticos e sindicalistas, dos processos que não andam nem coxeiam, morrem nas gavetas.

Diz-se jornalista e advogado que sempre quiz ser, não olha a nomes nem a lugares, todos são iguais perante a Lei.

Não receia o Ricardo fedorento porque se trata de um profissional que não humilha os seus convidados, ao contrário da Manuela MG que acusa sem provas.

Tem outra paixão que é ser professor e  conseguiu acabar o programa sem gritar, o que é, convenhamos, uma vitória  e peras!

Últimas sondagens (Distrito do Porto)

Na sede do distrito, tudo parece decidido a favor de Rui Rio. Resta saber se consegue ou não a maioria absoluta.
De resto, em toda a Área Metropolitana do Porto as dúvidas são muito pequenas: Guilherme Pinto vence em Matosinhos contra Narciso, Luís Filipe Menezes ganha à vontade em Gaia, Valentim Loureiro deve renovar a maioria absoluta em Gondomar e o PSD deve praticamente desaparecer, Fernando Melo ganha em Valongo (aposto em Maria José para o segundo lugar) e Bragança Fernandes na Maia. Mário Almeida ganha em Vila do Conde e Macedo Vieira na Póvoa. No interior do distrito, não deve haver qualquer mudança de Presidente. Resta saber qual será o resultado de Avelino Ferreira Torres no Marco de Canaveses, mas não será suficiente, decerto, para retirar Manuel Moreira do lugar.

amanhã: os restantes distritos portugueses.

Serviço Público – Sondagens na RTP 1

Vejam o poste do Ricardo Santos Pinto para poderem avaliar o notório serviço público que a RTP1 nos está a prestar, como habitualmente, de grande rigor e transparência.

Segundo este canal independente, conhecido pela sua postura (de galinha) de grande independência face ao poder político da ocasião, o candidato antónio Costa tem uma vantagem de doze pontos em relação ao seu adversário Santana Lopes.

Por ser verdade e me ter sido incumbido, aqui deixo a reposição da verdade!

Última sondagem: Empate entre Costa e Santana

Ao que parece, António Costa e Santana Lopes estão praticamente empatados na corrida à Câmara de Lisboa. A vantagem de Costa é pequena e, com a margem de erro das sondagens, essa diferença fica anulada.
Em 2001, nesta mesma altura João Soares ainda estava à frente, mas depois de vários tiros no pé, acabou por perder, acelerando o pântano do PS e de Guterres. A ver vamos o que acontece no Domingo, sendo que, para mim, seria bem divertida uma vitória de Santana contra o verdadeiro «saco de gatos» que é a lista de António Costa.

Che Guevara morreu há 42 anos: Hasta siempre, comandante!


Aprendimos a quererte
Desde la histórica altura
Donde el sol de tu bravura
Le puso un cerco a la muerte.

Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.
Tu mano gloriosa y fuerte
Sobre la historia dispara
Cuando todo santa clara
Se despierta para verte.

Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

Vienes quemando la brisa
Con soles de primavera
Para plantar la bandera
Con la luz de tu sonrisa.

Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

Tu amor revolucionario
Te conduce a nueva empresa
Donde esperan la firmeza
De tu brazo libertario.

Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

Seguiremos adelante
Como junto a ti seguimos
Y con Fidel te decimos:
Hasta siempre comandante.

Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

A palhaçada em três actos

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Cenário: Ruas de Lisboa, numa campanha eleitoral autárquica. A acção decorre em redor de uma candidatura.

Personagens: Santana Lopes, Carmona Rodrigues

1º Acto: Santana Lopes recebe telefonema e afasta-se dos jornalistas. Depois da conversa, vem dizer que Carmona Rodrigues não pode aparecer na acção de campanha da manhã mas que lhe deu apoio.

2º Acto: Carmona Rodrigues informa que não, que não deu apoio à candidatura de Santana Lopes.

3º Acto: Carmona Rodrigues aparece na acção de campanha da tarde, abraça Santana e diz que lhe dá o apoio pessoal.

Os dois personagens colocam uma peruca, um nariz vermelho redondo e descem a rua, abraçados. A encenação encerra com uma frase a surgir num cartaz: Assim vai a política em Portugal.

Cartazes para as Autárquicas (Vila do Conde)

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Pedro Brás Marques, PSD.

Marques Mendes no «Gato Fedorento»

Foi uma entrevista divertida, a de Marques Mendes ao «Gato Fedorento».
A frase que se segue diz tudo: «Às vezes é das coisas pequenas que vêm as maiores surpresas». A pergunta estava relacionada com a sua estatura, mas a forma como a frase foi dita foi muito divertida. A assistência riu muito, Ricardo Araújo Pereira riu-se, Marques Mendes também se riu, vendo aquilo que acabara de dizer. Penso que todos pensaram no mesmo, a menos que eu seja muito tarado.
De resto, o político pareceu retraído no início. Mas à medida que o tempo foi passando, ganhou desenvoltura. Tanta que, por diversas vezes, deixou Ricardo Araújo Pereira sem palavras.
A última piada de Marques Mendes deve ter sido a melhor de todas, tal foi a risota na audiência. Infelizmente, a minha filha começou a fazer barulho e eu não consegui ouvir. Teve graça certamente.

Mas quem é Carmona Rodrigues?

Santana diz que Carmona Rodrigues o apoia.
Carmona Rodrigues diz que é mentira e que não apoia nada.
Carmona Rodrigues participa na arruada de Santana Lopes.
Só falta Carmona Rodrigues na lista de António Costa (aquilo é uma salgalhada!)
Mas afinal, quem é Carmona Rodrigues?

Este gajo é burro?

Desculpando-se pelo facto de não ter ainda marcado qualquer golo ao serviço da Selecção no apuramento para o Mundial, Cristiano Ronaldo diz que nos primeiros tempos do Real Madrid também foi assim e que depois tudo mudou.
Ó Excelência, que mal lhe pergunte: há quanto tempo está no Real de Madrid? Exactamente, há um mês e pouco. E há quanto tempo começou o apuramento para o Mundial? Exactamente, há mais de um ano.
O que eu gostava mesmo de saber é que merda de comparação é esta. Daí que pergunte: Este gajo é burro? E daí que responda: Sim, é.

Esta sim, é a notícia do dia: Playboy coloca Marge Simpson na capa

É oficial: a capa da edição de Novembro da revista Playboy, nos EUA, vai ser preenchida por Marge Simpson. Sim, a personagem da série animada “The Simpsons”. Nua.

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O popular site TMZ anunciou que a mãe de Bart, Lisa e Maggie Simpson aparecerá na capa sentada numa cadeira, com as orelhas do coelho da Playboy (ai esta ela, na imagem). O site E! Online destaca que no interior da publicação será possível ver a mulher de Homer em três páginas. Não são conhecidos os valores pagos à senhora amarela. Talvez seja possível conferir o efeito que tiveram os três filhos no corpo de Marge.

É certo que Marge não reune a sensualidade de uma Jessica Rabbit, mas…

O especial desta edição de Novembro é apresentado sob o título “The Simpsons celebrate their 20th Anniversary” (Os Simpsons celebram o seu 20º aniversário).

BENEFÍCIOS DECORRENTES DA CESSAÇÃO TABÁGICA

BENEFÍCIOS DECORRENTES DA CESSÇÃO TABÁGICA:

(Para Além do grande benefício da prevenção das doenças muito graves e incapacitantes descritas no post anterior, há benefícios que, ainda que menos importantes, não são de desprezar).

– O cabelo e a roupa deixam de cheirar mal.

– O hálito melhora.

– Os dentes deixam de ser amarelos.

– A pele fica melhor, com menos borbulhas.

– O olfacto e o paladar melhoram.

– Os dedos e unhas perdem o amarelecido.

– Há aumento da tolerância ao exercício, ficando com mais capacidade para o desporto, em qualquer idade.

– Poupa-se muito dinheiro:

            – Se deixar de fumar 20 cigarros por dia, ao fim de uma semana tem dinheiro para 3 ou 4 bilhetes de cinema.

– Ao fim de 1 ano pode comprar.

            – 2 cigarros por dia, uma aparelhagem de música.

            – 5 cigarros por dia, uma máquina fotográfica ou uma bicicleta.

            – 10 cigarros por dia, um leitor DVD.

            – 15 cigarros por dia, uma câmara de vídeo.

            – 20 cigarros por dia, um computador ou uma vespa.

– Além disso

            – A família vai-se sentir mais feliz.

            – O ambiente vai ser poupado, dado que é abatida uma

árvore por cada 300 cigarros, uma fábrica de cigarros usa cerca de 6,4 Km de papel por hora, e acumulam-se com o tabagismo toneladas de lixo.

Já?

O Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, é o laureado com o Prémio Nobel da Paz de 2009.

Quanto a mim a atribuição desta distinção é muito prematura.

Não tenho dúvidas que o Sr. Barack Obama fará tudo para que a paz seja uma realidade em todo o Mundo.

Mas não nos podemos esquecer que ele só assumiu a presidência há 9 meses.

Pergunto: Não será um pouco cedo demais?

Não contesto, no entanto, o facto do Prémio Nobel da Paz ser entregue a um presidente dos EUA. No passado outros receberam a mesma distinção. Assim aconteceu, por exemplo, com Jimmy Carter.

Vamos ver é se ele vai ser digno da distinção que vai receber.

Assim todos o esperamos…

SERMOS CIDADÃOS GOVERNADOS PELOS AUTARCAS

Lautaro (del mapudungun Lef-traru o Lev-Traru, «Traro veloz», n. Tirúa, ca. 1534 – Peteroa, 1557) fue un destacado líder militar mapuche en la Guerra de Arauco durante la primera fase de la conquista española.Levtraru o Leftrarü, hijo del lonco de la zona llamado Curiñancu (KuRü: Negro, Ñangkü: Águila, en Mapudungún) vivió una vida normal hasta que en 1546 y teniendo alrededor de 11 años de edad, fue capturado por las huestes de Pedro de Valdivia en las inmediaciones de Concepción. Tras la captura se le hizo yanacona. Permaneció como prisionero de los españoles durante seis años, en los que llegó a ser paje personal de Valdivia. Como era difícil para los españoles el pronunciar su nombre original, se le dio el nombre de Felipe Lautaro, finalmente se le llama Lautaro. Fonte: os meus livros de Historia, as minhas lembranças, as minhas pesquisas e o meu convívio.

Nos dias que correm, todo o ser humano tem uma nacionalidade (1). Ou por outras palavras, pertence a uma Nação (2), para bem ou para mal. Se digo para bem, é porque essa pessoa está protegida por um grupo de pares, como defini na nota 2. Não há apenas nações Estado, há também os grupos clânicos que se agrupam dentro de um mesmo território, como acontece com os Mapuche do Chile, os Kwakitul do Canadá, ou os Esquimós da Groenlândia e outros grupos que, sendo uma Nação própria, são governados pelos gestores do estado que os acautelam, governam ou, simplesmente, tomam as suas terras, passando o nativo desses parâmetros, praticamente a escravo dos que se apoderam dos seus territórios. O exemplo mais flagrante, é o dos Quechua, antigos súbditos dos Inca do Peru. Os Quechua, como define Ciro Alegria (3) em El mundo és ancho y ajeno (4), texto impar, que não se pode deixar de ler, uma e outra vez. Retrata de forma romanceada, a constituição de um país cheio de raças e costumes diversos que, no entanto, constituem uma nação. Constituem-na, como defini antes, por ser um conjunto de indivíduos habituados aos mesmos usos, costumes e língua.

A língua dos Quechua é quase impenetrável, nunca aprenderam castelhano, ou, se o aprenderam, aprenderam-no à sua maneira, misturando as formas de língua dos Aimara do Chile, Bolívia e Peru, às formas antigas do Castelhano colonial, especialmente pelos textos escritos em quechua e aimara, preservados desde o Século XVII, época em que governou o derradeiro Inca Garcilazo de la Vega (Cusco, Peru, 12 de Abril de 1539 – Córdoba, Espanha, 23 de Abril de 1616), escritor e historiador peruano, dito o Príncipe de los escritores del nuevo mundo (príncipe dos escritores do Novo Mundo), pertenceu à época dos cronistas pós-toledanos, durante o período colonial da História do Peru. Baptizado com o nome de Gómez Suárez de Figueroa, trocou-o anos mais tarde durante a sua estadia em Espanha, para Inca Garcilaso de la Vega.

Tido como o peruano mais insigne da colónia, soube expressar a sua exaltada nacionalidade na obra-prima: Comentários Reais dos Incas, a qual chegou a ser vetada, nos Vice-reinos do Peru e Buenos Aires, pela coroa espanhola por ser considerada judiciosa e perigosa para os seus interesses, devido ao levantamento de Tupac Amaru II (5), de 4 de Novembro de 1780.

captura

Captura de Tupac Amaru por Felipe Guamán Poma de Ayala (também Felipe Guamán Poma).

Ser nacional é uma salada de hábitos e costumes, especialmente, quando se luta pela independência que, no caso do Chile, foi liderada em 1556 pelo Toqui (6) Lautaro, que tinha aprendido com os espanhóis todos os mistérios por eles introduzidos naquele território sul-americano, nomeie-se, a título de exemplo, o do ser de quatro patas e duas pernas, metade humana, metade animal desconhecido (no Chile) nesses tempos: um cavalo. Soube usá-lo, montá-lo e sublevar centenas de Mapuche para se libertarem de 12 estrangeiros que lhes tiravam a liberdade.

Não eram nacionais, eram prisioneiros subordinados a estrangeiros que, para além de lhes tirarem as terras, os mais novos eram tornados escravos e os mais velhos levados para trabalharem nas sementeiras por saberem e dominarem as tecnologias de produtos diferentes das dos europeus.

Como Portugal fez com as antigas Colónias, actualmente países livre e independentes, com os seus grupos clânicos dentro de cada Estado: os Handa em Angola, estudados por Rosa Maria Melo comigo para a sua tese de doutoramento; os Nalu da Guiné-Bissau, sítio onde morou vários meses, quase um ano, a minha discípula, hoje doutora em etnobotânica, a Professora Universitária Amélia Maria Frazão Moreira ou os Maconde de Moçambique, estudados por Jorge Dias e, mais tarde, pelo seu discípulo José Manuel Viegas Guerreiro, os dois académicos, doutores e etnógrafos, como as senhoras anteriormente nomeadas.

Mulheres cidadãs, fortes e sem medo. Nacionais dos povos que estudaram, como Darlinda Moreira, Professora Doutora em Etnomatemática, na Guiné.

Nalu da Guiné-Bissau, em: http://www.aup.org/lista/pr8236.htm

São cidadãos? Na Grécia antiga, já havia, em Tróia, em Esparta, na Antiga Roma, bem como autarcas que governavam para a sua conveniência, sem saber muito da história dos concelhos que presidiam, a maior parte das vezes.

Ser cidadão está definido em todas as Constituições e ninguém desfaz essa noção. Ainda os povos subordinados são cidadãos da Comunidade de Camões e é responsabilidade do autarca e da autarquia, tomar conta dos nacionais que um dia conquistaram, para depois libertarem, como Salgueiro Maia fez com o movimento das forças armadas.

Diz a constituição:

Artigo 4.º – Cidadania portuguesa

São cidadãos portugueses todos aqueles que como tal sejam considerados pela lei ou por convenção internacional.

Estes, Senhores Autarcas, são os que passam a governar em grupos pequenos, como fizeram os antigos autarcas dos vários grupos clânicos que habitaram no nosso país, todos com pronúncia diferente e que procuram essa orientação de que ontem falei.

Esperamos de vós paz, igualdade e justiça, como procuraram, no seu tempo, os invadidos grupos que, hoje em dia, são cidadãos.

1) O que constitui o carácter de nacional, Independência política, Pátria, naturalidade.

2) Conjunto de indivíduos habituados aos mesmos usos, costumes e língua. Estado que se governa por leis próprias. Casta, raça, naturalidade, pátria.

3) Ciro Alegría Bazán, conhecido como Ciro Alegría, (Hacienda Quilca, Huamachuco, 4 de Noviembre de 1909 – Chaclacayo, 17 de Febrero de 1967), escritor, político y periodista peruano.

4) Obra que reflecte as bases de um Perú moderno, mestiço, rico em regiões, culturas e costumes. As suas personagens vêem-se obrigadas a abandonar a sua comunidade andina (Rumi) depois da injusta expropriação das terras preconizada por um cruel fazendeiro (Don Álvaro Amenábar), disseminando-se por todo o país na procura de trabalho. Os dois personagens centrais da história são Rosendo Maqui, que representa o indio sábio, ancião e tradicional e Benito Castro, um joven que regressa à sua Comunidade (depois da morte de Rosendo), envolvendo-se na defesa dos direitos dos nativos, nomeadamente no direito à terra.

5) Tupac Amaru I (morto em 24 de Setembro de 1572) foi o último líder indígena do povo inca da época da conquista espa
nh
ola.

Filho de Manco Inca Yupanqui (também conhecido como Manco Capac II) foi feito sacerdote e guardião do corpo de seu pai. Depois de o seu meio-irmão, o Inca Titu Cusi, morrer em 1570, Tupac Amaru assumiu o título de supa inca, na época em que o Império Inca já havia perdido a capital Cuzco e resumia-se apenas à região de Vilcabamba, dezenas de quilómetros ao norte de Cuzco.

Durante um ataque dos espanhóis a Vilcabamba, Tupac Amaru fugiu em direção à Amazônia, sendo capturado e depois assassinado pelo vice-rei espanhol.

O seu nome e sua história inspiraram o movimento revolucionário Tupamaro.

6) Toqui palavra mapudungun, língua dos Mapuche, denominados erradamente Araucanos, que significa El-rei.

Pensamentos para o próximo período de reflexão

Monarquias

Pais, filhos, primos, sobrinhos, netos, noras, genros e sogras concorrem nas listas de alguns dos candidatos com reeleição (quase) assegurada, garantindo assim a continuidade do clã familiar na gestão dos destinos de alguns municípios. Só falta serem coroados.

Carlos Barbosa de Oliveira, Delito de Opinião

E ainda aconselhou o nosso primeiro na sua qualidade de ex-alfaiate

Desde que retomou a chefia do Governo, Silvio Berlusconi fez um trabalho a todos os títulos notável em defesa dos interesses do seu povo:

  • Para começar enfrentou o poderoso lobby da justica, em que avulta a bem organizada corporação dos juizes.
  • Depois fez uma corajosa reforma da administração pública e do sistema educativo, que trouxe para as ruas cerca de um milhão de professores.
  • A seguir corrigiu alguns abusos da liberdade de imprensa, maliciosamente alimentados por um ou outro canal de televisão e alguns directores de jornais.
  • Finalmente, tem vindo a encetar um expedito programa de obras públicas, sem a habitual canga de burocracias, concursos e regulamentos que entravariam o progresso de um país assolado pela crise internacional.

Luis M. Jorge, Vida Breve

Maçãs

Os macs são como aquelas gajas demasiado boas. Um gajo fica “wow!”, mas depois não sabe onde fica o menu Iniciar.

Juvenal, o Anormal, O melhor blog do universo

E ao morrer não vai para o céu

O principal media da actualidade é este onde escrevo: a internet. A certidão de óbito da TV já estava a ser escrita, desde que se soube que já passamos (na Europa), mais tempo em frente ao ecrã do computador do que em frente ao ecrã do televisor. Agora, a secundarização da televisão já faz manchetes de jornais. Em breve, os televisores só interessarão se já forem vendidos preparados para se aceder facilmente à internet.

Ricardo Alves, Esquerda Republicana

A máquina do tempo: uma deusa em Alfama

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Diz Mário Cesariny de Vasconcelos, entrevistado por Carlos Câmara Leme para o jornal Público, em 16 de Março de 2003: «A primeira vez que vi a Natália Correia foi no São Carlos. Eu estava na galeria ela no segundo balcão. Quando? Ui! Aí pelos anos 1950. Apesar de já não ter muito afecto a senhoras, ia caindo para o lado do espectáculo de beleza que ela apresentava. Era quase extra-humana, era muito mais linda que a mais bela estátua feminina do Miguel Ângelo. Era uma coisa impressionante. Mas era também uma mulher de um desdém muito grande. Cheguei a julgá-la assexuada ou frígida mas parece que não era bem isso…». Isto, atenção, foi o Cesariny quem disse ( e quando Cesariny diz «parece que não era bem isso», está a referir-se a uma característica da Natália que o Luiz Pacheco contou á saciedade – segundo ele, a Natália, ao contrário do Mário, tinha bastante afecto a senhoras).

Agora a minha história.

Andava eu por Alfama numa véspera de Santo António. Foi, salvo erro em 1958. Estava acompanhado por gente que depois se tornou conhecida, mas dizer os nomes desses amigos famosos nada adiantaria à história. Subitamente, num daqueles pequenos largos onde afluem estreitas ruas medievais, surgiu uma deusa. Como costuma acontecer quando contactamos divindades, fiquei siderado ou como disse o Cesariny, ia caindo para o lado. Havia um coreto com músicos, um céu de bandeirinhas e flores de papel colorido, fumo de sardinhas assadas… – o Santo António , mas tudo isso se esfumou e ali estava eu feito estátua olhando a deusa que se aproximava. E vinha na minha direcção. Vi depois que não vinha sozinha, um homem trigueiro, de bigodes escuros, vestido muito formalmente, acompanhava-a. Nem o vi. Deixem-me descrevê-la: não era muito alta, de formas generosas, sem sombra de obesidade, um rosto oval onde luziam dois olhos escuros, de um brilho ironicamente inteligente. Sumptuosamente linda, se é que me entendem.

Como continuava, com o seu acompanhante a vir na direcção do nosso grupo, o meu embevecimento crescia na medida em que a distância diiminuia. Até que chegaram junto de nós. Beijou as faces dos meus três amigos e esperou que eles me apresentassem. O que fizeram enquanto eu continuava em estado cataléptico. Um deles, deu-me uma cotovelada e lá me aproximei. Estendeu-me a mão. Mirava-me com o olhar divertido de quem sabia o que me ia na mente. E depois apresentou-nos o seu acompanhante. Era o senhor embaixador da República Árabe Unida, uma federação de estados de existência efémera, constituído pelo Egipto, pela Síria e pelo Iémen. Trocámos frases de circunstância em francês, que era o inglês de há cinquenta anos. E a deusa foi-se embora levando o embaixador, dando-me à despedida um beijo na face, olhando-me sempre com o ar trocista de quem me lia os pensamentos. Foi-se, perdeu-se no meio daquela multidão de pobres mortais. Um dos amigos, grande poeta, deu-me um encontrão e disse-me a frase sacramental:
– Acorda rapaz! Olha que ela podia ser tua mãe!
Talvez pudesse, com alguma boa vontade, pois tinha mais 14 anos e uns meses do que eu. Mas não era. Tinha um nome:
Natália. Natália Correia.

Foi um rude golpe quando a vi aderir ao PPD, partido de que foi deputada. Mas nunca me desiludiu como escritora, como intelectual. À sua beleza exterior, correspondia uma grande beleza interior. Não tinha papas na língua, embora deputada de um partido conservador. Quando em 1982, na Assembleia da República, o deputado Jorge Morgado lembrou que a Igreja Católica proíbe o aborto por entender que o acto sexual tem como objectivo único a procriação, Natália, respondeu:

Já que o coito diz Morgado
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menino ou menina
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca,
sendo só pai de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou parca ração! uma vez.
E se a função faz o órgão diz o ditado
consumado essa excepção,
ficou capado o Morgado.

Nunca fui frequentador do seu «Botequim». Quis sempre preservar a imagem daquela visão que me surgiu em pleno Santo António no embandeirado largo em Alfama Como uma deusa. Embora, com a tal boa vontade, pudesse ser minha mãe. (Já repararam que esta questão não tem sentido, pois todas as mulheres podiam ser sempre nossas mães, tias, irmãs, filhas, primas… É a síndrome do incesto a atacar).
Como o texto já vai demasiado longo, deixo-vos com a voz de Natália Correia lendo o seu poema «Defesa do Poeta», num serão gravado (em 1971?) em casa de Amália Rodrigues, com a presença desta, de Vinicius de Moraes, de David Mourão-Ferreira, de José Carlos Ary dos Santos. A Defesa do Poeta:

TABAGISMO

TABACO

Podemos dizer que, “em média, os fumadores morrem 10 anos mais cedo do que os não fumadores”.

O tabagismo é responsável por:
– 87% dos casos de carcinoma do pulmão.
– 50% de doença pulmonar crónica obstrutiva.
– 21% das doenças coronárias.
– 18% das doenças cérebro-vasculares.
– 80% dos casos de carcinoma do esófago.
– 93% dos casos de carcinoma da cavidade oral.
– 82% dos casos de carcinoma da laringe.
– 50% dos casos de carcinoma da bexiga e rim.
– 14% dos casos de leucemias.

O risco de ter cancro é o dobro nos fumadores, e quatro vezes mais nos grandes fumadores.

Outras patologias relacionadas com o tabaco:
Aparelho respiratório superior:
– Faringite, laringite crónica, disfonia.
– Diminuição do olfacto, rinite, sinusite.
– Hipoacusia e vertigens.

Aparelho respiratório inferior:
– Exacerbação da asma.
– Infecções respiratórias.
– Pneumonia bacteriana.
– Pneumotórax espontâneo.

Cavidade oral:
– Alteração da pigmentação dos dentes.
– gengivite e periodontite.
– Estomatite.
– Alterações do paladar.

Outros:
– Impotência e esterilidade.
– Osteoporose.
– Infertilidade.
– Menopausa precoce.
– Envelhecimento cutâneo.

Na mulher grávida:
– Frequência de defeitos congénitos (lábio leporino, fenda palatina, sindactilia, estrabismo, Tetralogia de Fallot).
– Hemorragias.
– Abortos espontâneos.
– Gravidez ectópica.
– Hipoglicemias e anemia.
– Placenta prévia e descolamento da placenta.
– Parto prematuro.
– Complicações durante o parto.
– Recém-nascido de baixo peso.
– Morte súbita do recém-nascido.

Tabagismo passivo no lactente:
– Diminuição do desenvolvimento físico.
– Morte súbita.
– Cancros pediátricos (cerebrais e hemáticos).

Tabagismo passivo na criança:
– Aumento da incidência de doenças respiratórias agudas.
– Sintomas respiratórios crónicos.
– Perturbação do estudo da função pulmonar.
– Indução e exacerbação da asma.
– Infecções do ouvido médio.

NOTA: Estes dados são retirados de um artigo da pneumologista Cecília Pardal.
No post seguinte relatarei os benefícios que resultam da cessação tabágica.

Cartazes para as Autárquicas (Prior Velho)

PS - J.F. Prior Velho (CM Loures)
Ps, Junta de FReguesia de Prior Velho.
(enviado por Maria Monteiro)

Madeira, a luta continua

Mais um episódio da luta dos resistentes anti-fascistas no território ocupado da Madeira.

Haveria mais frases para legendar este vídeo.

Há um estilo que me abstenho, a partir de agora, de alimentar: o sacudir o pó do casaco, o não tenho nada a ver com estes tipos do PND, mas.

A esquerda na Madeira passou a vida a encostar-se à igreja. A UDP (que se recusou a ser BE durante anos), perdeu-se com quem preferiu o encosto ao PS. O PCP ainda anda no embalo de outro sacerdote.

São opções. Respeitáveis.

Mas respeito muito mais quem tem tomates para levar porrada.

A versão cristã da resistência às ditaduras nunca foi o meu género. Achar que se pode combater Alberto João Jardim como quem concorre a eleições em Lisboa não deu Daniel Oliveira, nem dá.

Por isso abstenho-me de marcar distâncias com o PND madeirense. Marco-as sim com a UDP/BE e com o PCP.

Se fosse madeirense ou me tinha exilado, ou era aqui que estava.

A levar no focinho, que é para isso que o temos, quando ainda temos cara e dignidade.

CALINADAS

CALINADAS

O Aventar é o palco da nossa escrita, o palco onde tocamos o nosso piano, como já tenho dito.

Sem qualquer tipo de presunção, eu penso que cada um de nós podia, diariamente, escrever aqui, sob esta rubrica CALINADAS, precisamente as calinadas que vai ouvindo e lendo durante o dia. Era uma forma pedagógica de todos irmos aprendendo. Evidentemente que não é necessário dizer o nome de quem as profere. A não ser que se trate de pessoa pública, importante e com responsabilidade. Neste caso é legítimo e obrigatório denunciar a pessoa. Por exemplo, dizer que foi Jorge Coelho quem disse “HÁDEM” em vez de “HÃO-DE”, que foi o ministro da Educação, de cujo nome não me lembro, que disse “INTERVIU” em vez de “INTERVEIO”, que é José Rodrigues dos Santos (famoso escritor) que diz diariamente “TEM A HAVER COM”, em vez de “TEM A VER COM”. A actual ministra da Educação, dizendo “HOUVERAM” em vez de “HOUVE” etc. O Público de hoje dizer na primeira página “QUANTO MUITO” em vez de “QUANDO MUITO”.

Por mim, sinceramente, só agradeço a quem denunciar as minhas calinadas. Calinadas e não gralhas, obviamente. Mas também não faz mal alertar para as gralhas.

Aí vão as que hoje li e ouvi:

“DETIORADO” em vez de “DETERIORADO”

“O POLÍTICO QUE EU GOSTO MAIS”, em vez de “O POLÍTICO DE QUEM EU GOSTO MAIS”

“A MÃE QUE O FILHO ERA PIANISTA”, em vez de “ A MÃE CUJO FILHO ERA PIANISTA” ou “A MÃE QUE TINHA UM FILHO PIANISTA”

“MAU-ESTAR” em vez de “MAL-ESTAR” (a gente diz bem-estar e não bom-estar)

ETC. Basta por hoje. Espero que aceitem a proposta.

Esclarecimento sobre a minha carta aberta à Ministra da Educação

Parece-me bem ser o Aventar o único blogue que não tem usado um texto escrito por mim na Página da Educação, na que colaboro há mais de 15 anos. Essa carta endereçada à Ministra da Educação, que, dia sim dia não, torna a aparecer.

Os leitores têm esquecido que o texto é uma crítica para quem trabalha em educação, como eu, e que começa: Querida Maria de Lurdes, com firmeza mas com respeito. A palavra respeito foi esquecida e os leitores apenas se lembram da palavra firmeza. Parece-me mal, especialmente porque ela fez como entendia.

Não concordo, mas era com boa intenção que mandou o que mandou. Não acredito que entenda, não é a sua área. Mas não se faz troça da árvore que não conseguiu arrebitar. Aliás, dirigir a Educação em Portugal é um grave problema: as crianças vivem como adultos e estão sempre cansadas e muitos docentes não sabem explicar.

Quem fez mal foi quem a escolheu para o cargo.

Poucos educadores conheço eu que saibam ensinar: Afonso Augusto da Costa, antes dele João de Deus, Maria Luiza Cortesão, Afonso Costa neto e Ricardo Vieira, Rómulo de Carvalho, Bento de Jesus Caraças, Nuno Crato, José Gil, Augusto França,entre outros.

Não se deve bater em árvore derrubada. Criticar no momento, é um dever, mas não ter imaginação para Reformas é um delito, uma felonia. Especialmente se a docência é a saida para muitos que, como digo em vários livros meus, ensinam a partir do texto que o estudante deve ler. A vida não são férias nem ironias. Vejam só o exemplo que vingou em plena ditadura: Veiga Simão.

Nobel da Paz para o Afeganistão

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O Nobel da Paz seria um prémio simpático se tivesse outra designação. Agora a coisa que já foi dada a criminosos de guerra como Henry Kissinger ou Menachem Begin  abusa um bocado do nome que lhe dão.

Sem dúvida que Obama, principalmente por oposição ao seu antecessor, tem pacificado parte da política do ainda dominante império norte-americano.

Mas dar o Nobel da Paz ao homem da guerra do Afeganistão é risível.

Admitamos que embalado pelo título Obama opta pelo caminho da pacificação, numa guerra perdida, e que só tem aumentado a produção mundial de heroína.

Nesse caso diria que foi bem entegue.

E já agora posso meter uma cunha pá? Telefona aos tipos das Honduras. Dá-lhes asilo em Miami, já nem peço numa penitenciária. Obrigado.

Obama é Prémio Nobel da Paz…

Alguém sabe porque?

Ministeriáveis, uma série em que se matam uns e às vezes se acerta noutros

Cultura com dono (quase) certo

Fontes do Correio Preto garantem que Clara Ferreira Alves é a próxima ministra da Cultura.
Emídio Fernando

Educação

Aponto a flecha para outro lado: Domingos Fernandes. Um homem de Boston, amigo e correligionário de Valter Lemos, que já foi secretário de estado no tempo de António Guterres. É a versão light e simpática da política de Maria de Lurdes Rodrigues. Está disposto a mudar alguma cosia para que quase tudo fique na mesma.
Ramiro Marques

(a seguir)

Odisseia – programas fascinantes

Só é pena serem muito tarde, entre a uma e as duas da manhã, ás vezes mais tarde, mas são comentários sobre ciência e história absolutamente fascinantes.

Está a decorrer uma série ” Cirurgia” com imagens e testemunhos de muita gente que estiveram envolvidas, pessoalmente, na extraordinária saga da medicina cirúrgica. Na semana passada vi a “cirurgia cardio-toráxica”, desde os primeiros passos até ao primeiro transplante de coração pelo Prof Bernard em cape Town, na África do Sul.

Os primeiros grandes avanços, com o cirurgião a ter quatro minutos para fazer a incisão no coração e, com o abaixamento da temperatura do corpo, conseguirem mais quatro minutos num total de oito. A seguir a máquina “extracorporal” que permitiu o grande salto em frente e a execução das cirurgias pesadas que se conhecem hoje. O cientista que desenvolveu a máquina de “coração/pulmão trabalhou nela dezoito anos até que colegas seus conseguissem utilizá-la na prática cirurgica.

Pelo caminho ficaram o “coração/bomba artificial” que permite que o doente aguente o tempo suficiente para aparecer um coração compatível e as tentativas com a utilização do coração de porcos. Numa das entrevistas o cirurgião que utilizou,em primeiro lugar esta técnica, comentou divertido que o porco quando chegou ao hospital, no centro de Londres, fugiu da camioneta que o transportava . Quando o povo percebeu para que servia o porco, o hospital teve que ser protegido pela polícia.

Ontem o programa focou-se na neurocirurgia, mostrando o que representavam os hospitais de doenças mentais, numa altura em que não existiam os medicamentos que hoje existem e que permitem que milhões de pessoas vivam uma vida capaz. A Lobotomia, do nosso Prof. Egas Moniz (curiosamente não foi referido no programa) a primeira técnica com intuitos curativos de doenças mentais, e que era algo de absolutamente incrivel para uma pessoas normal, a esta distãncia.

Ainda vive um homem que aos doze anos foi sujeito a uma Lobotomia e que pode ser estudado hoje, com as novas técnicas não invasivas de imagiologia. Lá estão, no Lobo Frontal, dois buracos feitos pelo cirurgião, através do lobo ocular, algo que foi mostrado e que tocava as raias do absurdo. Hoje faz-se o mapeamento do cérebro com o cirurgião a operar com o doente desperto para poder aquilatar da eficácia da operação, conversando com o doente.

Homens e mulheres de grande coragem e inteligência que aqui e ali pisaram a linha que limita a área do ético e do razoável.