PCP: Prejuizos minimizados

Nas eleições de Domingo, o Partido Comunista conseguiu minimizar os prejuizos. Resistiu bem a um fenómeno chamado Bloco de Esquerda e conseguiu mesmo eleger mais um Deputado relativamente a 2005 e conseguir mais 30 mil votos.
Não é por isso que se pode considerar uma vitória – afinal, passou para 5.ª força política e foi mesmo ultrapassado pelo CDS – mas também não é a derrota que alguns quiseram fazer crer. Dichotes do tipo «o PCP nunca perde», neste caso concreto, são música para os seus eleitores. É que o PCP, efectivamente, não perdeu.
Só mais uma nota: os melhores resultados do Partido Comunista foram obtidos nas secções de voto dos eleitores mais jovens. Não foi por acaso. O futuro sorri e tem de sorrir para um Partido que defende aquilo que o PCP defende em termos sociais.

POEMAS DO SER E NÃO SER

Não vai dar ao mar
o rio de lágrimas caladas
nascido de bocas fechadas
e olhares distantes.

Quedou-se a vida um momento
entre o suspiro e o espanto.

Para lá da muralha
feita de vidro e de tempo
grande como a amargura
o sonho ganhou figura
em forma de aparição
resplandecente
do sol da tarde
ainda ardente.

O rosto de sempre
do outro lado da estrada
frente ao rio que vai dar ao mar.
Nem a dimensão do meu grito
fez o silêncio calar.

Fugaz doçura
sorriso breve
ninguém sabe cantar
a canção que eu ouvia.

E tudo não passava de nada!

Era um violino a chorar
no rosto de sempre
do outro lado da estrada
frente ao rio que vai dar ao mar.

                   (adão cruz)

(adão cruz)

A pobreza combate-se com os jogos…

Como seria de prever, temos aí os moralistas de pacotilha a criticarem o Brazil por dar prioridade aos Jogos Olímpicos, quando têm tantos e tão grandes bairros de lata, as famosas “favelas”.

Para além de irem contra a política do nosso Primeiro Ministro, que tambem se atira aos megainvestimentos não produtivos para sair da crise, os nossos moralistas não percebem que estas obras para os jogos vão dar imenso trabalho ao pessoal das favelas. Talvez não tanto durante a construção, mas em pleno jogos.

Já viram o que vai ser de “palmanços” de carteiras ? De tráfico de droga e armas? Prostituição? cachaça ( não é água não) cerveja e caipirinhas? Tudo com produtos nacionais? Além, disso, os garimpeiros e os madeireiros vão deixar por uns tempos a Amazónia e assim se salvam uns milhões de árvores.

E quantos recordes serão batidos? E quantas novas drogas descobertas? E quantas novas técnicas de despitagem serão inventadas?

Pelo lado dos “bons” quantas empresas de segurança ? Quantos mais polícias, compra de armamento, carros blindados ? E pela saúde, quantos milhões de doses de medicamentos, quantos dias de internamento, quantas operações?

A festa é, em si mesma, um evento que concorre da maneira mais fantástica para a felicidade do povo, e não só materialmente, com trabalho e emprego, mas tambem com efeitos de desanuviamento stressante. E a seguir, quando tudo terminar ? O descanso bem merecido, e que vai desenvolver o turismo de lazer, praia, mar e sol.

Ficam as favelas, os desempregados, a falta de educação, de saúde pública ?

Pois sim ,mas o carnaval está à porta!

Os camelos de Dublin e o Tratado de Lisboa

Llamas Loose for Lisbon

A herd of llamas is loose and is being chased by Gardai on the M50. Yes, seriously, a herd of llamas. It appears that none of the Dublin Community Blog contributers have made it through the traffic to give a report from the impromptu circus but if anyone out there has some photos please post them

Personally I suspect it’s an advertising stunt by one side or other in the Lisbon campaign. After all a llama is the perfect size to hang election posters on and every other spare piece of skyline has already been filled.

in The Dublin Community Blog

NO PORTO É ASSIM!

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SONDAGEM NO PORTO
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Segundo o Expresso, são estas as intenções de voto na cidade do Porto, a pouco mais de uma semana das eleições
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Sondagem: Rui Rio prepara-se para terceiro mandato

Rui Rio, vence folgadamente.

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JM
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NO PORTO É ASSIM!

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SONDAGEM NO PORTO
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Segundo o Expresso, são estas as intenções de voto na cidade do Porto, a pouco mais de uma semana das eleições
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Sondagem: Rui Rio prepara-se para terceiro mandato

Rui Rio, vence folgadamente.

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JM
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Brasil: Peço desculpa por estragar a festa


Ainda a propósito dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016, é este Brasil que vai receber o mundo. Não haveria problemas mais importantes para resolver primeiro?

Terão falado do Independente?

Cavaco e Paulo Portas reuniram-se hoje, no âmbito da consulta do Presidente da República aos Partidos políticos. O conteúdo não terá passado das conversas de circunstância do costume nestas ocasiões, mas para Portas, foi uma conversa «bastante útil e profunda».
Será que falaram dos tempos em que um era Primeiro-Ministro e o outro director do «Independente«? Se calhar falaram e aí sim, deve ter sido rir até mais não poder. A bandeiras despregadas!

Autárquicas: Faro a ferro e fogo

Ontem, era Macário Correia, candidato da coligação «Faro está Primeiro», a denunciar estar a ser vítima de ataques pessoais, “ao ritmo de um por dia”, dando como exemplo, a vandalização de cartazes e da porta da sede da candidatura e os panfletos que estão a propalar mentiras.
Hoje, será Apolinário a responder, também na sede da sua campanha, para dizer que Macário pretende “vitimizar-se” e para o desafiar a explicar aos eleitores o que é ou não verdade nos textos dos panfletos do PS, ao mesmo tempo que acusa a “candidatura da direita”, de pretender “instalar clima de intimidação em Faro”.

Entretanto, José Vitorino vai dizendo que tem uma sondagem que lhe dá uma confortável vitória e que os outros só se preocupam em passar dele uma má imagem.

Estas eleições parecem-se, cada vez mais com um acto eleitoral da América do Sul ou da África Meridional, não parecem?

in Calçadão de Quarteira

Sondagens autárquicas

A seguir o dossier da Marktest: Sondagens Eleitorais, Autárquicas 2009. Além, claro, do Margens de Erro.

O IgNOBEL

Sempre ouvimos dizer aos nossos concidadãos e nós mesmos muitas vezes utilizamos a frase “chamar os bois pelos nomes”, que quer dizer mais ou menos “que tudo fique em pratos limpos” ,” que não hajam dúvidas “, enfim, melhorar o que deve ser melhorado a bem de todos.

Então, não é, que o IgNOBEL da Medicina Veterinária foi este ano para uma cientista de 37 anos, Catherine Douglas que “descobriu um aumento de 258 litros na produção de leite quando se chamam as vacas pelos nomes? ” Cá está, já sabíamos…

O IgNOBEL atribui os prémios menos ortodoxos da “ciência que faz rir e depois pensar” !

Um cientista de nome Miguel Apátiga levou o prémio da Quimica, porque “transformou tequilha em diamantes” o que não sei se é uma boa ideia. O vinho de Sacavém já apontava para aí…

O cientista Físico Daniel Lieberman descobriu que “os hominídeos fêmea desenvolveram mecanismos para estabilizar a coluna durante a gravidez e, assim, não caírem para a frente”.

Agora agarrem-se porque esta mostra bem como nós, Portugueses, andamos muito à frente neste campo, como aliás em quase todos. O IgNOBEL da Economia recebeu o prémio porque demonstrou ” como um banco grande se transforma num pequeno e um pequeno num grande e isso é aplicável a toda a economia”

Olha, quantos exemplos querem? BCP, BPN, BPP….

2016: e os Jogos Olímpicos vão para…

Rio de Janeiro!

Vamos ter Jogos Olímpicos em português. O Brasil bem o merece.

rio_JO

Veja a candidatura brasileira aqui. Depois do afastamento de Chicago(Obama já devia saber, porque marcou o seu regresso da Dinarmarca ainda antes de se saber o resultado final), na recta final a corrida ficou reduzida a Rio de Janeiro e Madrid. Duas edições seguidas no mesmo continente, ou a primeira vez da América do Sul?

Entre os nossos irmãos ou nuestros hermanos, preferência clara pelos primeiros. A minha, e a dos votantes.

Carlos Encarnação, um cavalheiro à moda antiga

Debate entre candidatos à Câmara Municipal de Coimbra na RTP-N. O ainda presidente Carlos Encarnação tem o seu momento Juan Carlos mas com outro nível sonoro, convenhamos.

Antes já tinha dado uma aula ao jornalista. Eis o que acontece a um Presidente quando demite o seu vice que se candidata como independente, baralhando a aritmética eleitoral. Numa qualquer Câmara perto de si.

O PARTO

O PARTO

(Mais um conto, interessante e verdadeiro, da Guiné).

 

Quando cheguei à Guiné, uma das primeiras preocupações que tive foi começar a conhecer as pessoas e os costumes. Para além de ser uma tarefa aliciante, era a melhor forma de me libertar do medo da guerra e da perspectiva pouco animadora de um regresso encaixotado.

Conhecer um povo, ainda que pequeno, originário de quarenta grupos étnicos diferentes, fragmentado e encurralado física e psicologicamente em zonas estanques, por imposição de uma violenta guerra de guerrilha, não era fácil, e a desvirtuação constituía um perigo possível. Tentei iniciar a penetração neste novo mundo através da abertura que a minha missão de médico facultava e facilitava. Com o tempo as janelas foram-se abrindo, e hoje revejo com alguma saudade o imenso painel de mil cores, esse mar de sensações e vivências que nenhuma memória pode esquecer.

As mulheres de Bigene e não só de Bigene pariam no mesmo local onde defecavam, uma pequena cerca de esteiras nas traseiras da tabanca, longe da vista das pessoas e sobretudo dos homens, como se o acto de parir fosse indigno e imprudente, obrigando ao mais submisso recato. Como se não bastasse, uns dias antes da data prevista para o parto atulhavam a vagina com bosta de vaca, a qual sofria pútridas fermentações que exalavam um cheiro nauseabundo. Os tétanos, quer da mãe quer do recém-nascido eram graves e frequentes, soube eu mais tarde.

Neste primeiro contacto fiquei boquiaberto e decidi actuar. Não seria difícil imaginar a resistência destas pessoas a qualquer tipo de reforma dos costumes, se não fosse tido em conta um facto importante. Ao contrário do que se diz e do que se pensa, os negros, sejam eles homens ou mulheres, são muito espertos, nada ficando a dever aos brancos e superando-os em muitas coisas, dentro da mesma escala de cultura. Estou disposto a comprová-lo através de exemplos sérios nascidos da minha experiência.

Só assim foi possível a rápida aceitação e compreensão dos esclarecimentos que fiz na tabanca, acerca de higiene e infecções, acerca do papel da mãe, da dignidade do parto e das vantagens de este ser efectuado na nossa enfermaria, ainda que modesta e minúscula.

Não demorou muito tempo a aparecer a primeira parturiente. Era uma linda mulher grávida de termo que não falava nada que se percebesse. Não sou capaz de precisar, nesta altura, a etnia, mas lembro-me que nem os outros negros entendiam o seu dialecto. Mas o seu sorriso, apesar das dores, era tão aberto e confiante que não precisávamos de melhor forma de comunicação e entendimento. Até os olhos do meu enfermeiro Pimentinha, electricista de profissão, brilharam de entusiasmo, entusiasmo que o levou a ler de fio a pavio a minha sebenta de obstetrícia, e a transformar-se em pouco tempo num habilidoso parteiro e carinhoso puericultor.

Nas minhas mãos um pouco trémulas eu segurava o fruto do primeiro parto que assisti na Guiné. Era um belo rapazinho, que apesar da pobreza alimentar daquela gente, nasceu bem nutrido e de uma cor rosa-marfim. Os negros nascem brancos, como se sabe. Uma deliciosa ironia anti-racista da natureza.

Embora as nossas dificuldades logísticas e económicas fossem grandes, lá consegui oferecer-lhe o alimento, sob a forma de leite condensado, único possível, indispensável aos primeiros tempos de aleitamento, pois a mãe parecia ter esgotado todas as reservas das suas entranhas ao gerá-lo de maneira tão eutrófica e perfeita.

Uma semana após o nascimento, vem ter comigo o Chefe de Posto e diz-me sorridente: “doutor, vou dar-lhe uma linda notícia, que a mim, pessoalmente, me enterneceu. A mãe daquele catraio…aquele primeiro parto que o doutor fez, lembra-se? A mãe veio registá-lo há dias, oficialmente, com o nome de “Adão Doutor”.

 

                TENHO INFORMAÇÕES DE QUE É VIVO

TENHO INFORMAÇÕES DE QUE É VIVO

Profundidades

submarino

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, adiantou hoje que a conversa com o Presidente da República foi “bastante útil e profunda”, acrescentando que ao chefe de Estado manifestou quais devem ser as prioridades do próximo Governo, nomeadamente o apoio aos desempregados e às pequenas e médias empresas.

O sublinhado é meu. Como é que se diz quando alguém diz umas palavras que não queria dizer mas diz sem querer levando os outros a pensar que está submergido numa preocupação qualquer?

Submarinem-me lá isso que agora não me lembro.

Não, não me comprometas

Não deveria este texto ser outro e dirigir-se à direcção do PS para que esta resista a todas as tentações e a todas as pressões (sabe-se lá até que ponto estas chegarão…) para que não se entenda preferencialmente, ou apenas, com o CDS e/ou com o PSD? Deixo a pergunta por duas razões: porque sei de quem tenha assinado o presente apelo única e exclusivamente para tentar evitar que o PS «se encoste» à direita e porque, pelos nomes que reconheço na lista de subscritores (e são muitos), vejo que o grosso do pelotão é de eleitores do PS. Assim sendo…

Joana Lopes

Ora aqui está porque

Não, não, não subscrevo, não assino

A máquina do tempo: ler o Porto (e ler Óscar Lopes)

O.Lopes

Há um alfarrabista no Porto, a «Modo de Ler», na Praça Guilherme Gomes Fernandes, do qual sou cliente há anos. Mandam-me os catálogos, eu escolho, telefono a fazer a encomenda, enviam-ma registada e, na volta do correio, mando-lhes o cheque. Tudo na base da confiança. Funciona impecavelmente. Há dias, ofereceram-me um livro, de conteúdo valioso e graficamente muito bonito, editado pela Cooperativa Árvore e patrocinado pelo Jornal de Notícias. É uma edição de homenagem a esse grande vulto das nossas letras que é o Professor Óscar Lopes e tem o título «Modo de Ler o Porto». Este post é uma forma de agradecer a oferta, de manifestar a minha admiração por Óscar Lopes, o qual no decurso da minha carreira tive o grato prazer de encontrar por diversas vezes, de lhe dar os meus parabéns pelo seu 92º aniversário e de lhe agradecer tudo o que tem dado à cultura portuguesa.

Em 1969, a Editorial Inova publicou um volume de «crítica e interpretação literária» escrito por Óscar Lopes, com o título «Modo de Ler». E daqui houve nome a livraria, que agora colabora numa homenagem ao Professor, oferecendo este livro a alguns dos seus clientes.

Com um excelente prefácio do Professor Luís Adriano Carlos, onde começa por dizer que «É um sopro da cidade granítica animada pelo espírito criador que Óscar Lopes regista nesta breve colecção de textos. Um modo de ler o Porto que é também um modo de reescrever o seu imaginário vivo e latejante», dizendo depois que ler estes textos «é conhecer e compreender os aspectos mais diminutos, complexos e gerais de todo esse processo histórico, coerente e contraditório, tal como a cidade e a vida.»

Já tinha lido quase todos os textos, mas foi com gosto que os voltei a ler. Direi apenas que o primeiro é uma história literária do Porto, publicada em 1969 em «Modo de Ler», seguindo-se uma análise das repercussões do movimento simbolista (ou decadentista) na cidade e que foi uma conferência realizada no Ateneu Comercial do Porto em Outubro de 1989. Segue-se um estudo do percurso literário entre «O Arco de Sant’Ana», de Almeida Garrett até «Uma Família Inglesa», de Júlio Dinis, texto que fazia parte do volume «Álbum de Família», editado em 1984 pela Caminho, e que nos fala dos diversos «modos de ler» a história das gentes do Porto, de Garrett a Júlio Dinis, passando por Arnaldo Gama e por Camilo. Acaba com – «Daqui Houve Nome Portugal», um pequeno texto crítico sobre a antologia organizada por Eugénio de Andrade em 1968.

Uma iniciativa interessantíssima, um livrinho de grande interesse cultural e que, pelo cuidado gráfico que foi posto na sua execução, os bibliófilos adorarão guardar. Obrigado «Modo de Ler». Obrigado e parabéns Professor Óscar Lopes.

Candidata… aos 97 anos

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Teresa dos Santos Lopes e Vila Franca da Beira passaram do anonimato ao estrelato em pouco tempo.

Até há pouco, muitos portugueses nunca deveriam ter ouvido falar em Vila Franca de Beira, freguesia que pertence ao concelho de Oliveira do Hospital.

De quem é a “culpa” de tudo isto?

A culpa, no bem sentido da palavra, é da D. Teresa Lopes que, aos 97 anos, é a mais “jovem” candidata numa lista da Junta de Freguesia. Neste caso concrecto, a lista do Partido Socialista à Junta de Freguesia de Vila Franca da Beira.

Força D. Teresa….

ETICA E EDUCAÇÃO – 2ªPARTE (2)

ETICA E EDUCAÇÃO – 2ª PARTE (2)

a) Educação no tratamento dos problemas éticos ligados à pobreza e à prosperidade.
Numa perspectiva omnilateral, formar e educar pressupõe que as pessoas vêm em primeiro lugar e não podem ser sacrificadas em nome de uma qualquer reestruturação produtiva. É por isso que as relações capitalistas são incapazes, pela sua natureza intrínseca, de prover o conjunto de direitos fundamentais de todos os seres humanos, a começar pelo direito à vida digna, à educação livre e aos cuidados de saúde, à habitação, ao emprego, à cultura, ao lazer e à aposentação. Não se podem criar escolas e seguir processos de formação de qualidade, dentro de um industrialismo e de um sistema social excludente, desigual e antidemocrático.
A pobreza ou o holocausto da pobreza como alguém lhe chamou, é a maior e mais cruel das violências, a mais descarnada evidência do fracasso social do capitalismo, o resultado exponencial de todas as ganâncias, o flagelo da consciência dos ricos, se não estivesse dominada pela iniquidade económica e pela insensibilidade ao sofrimento e ao drama de cada um. A pobreza é um fenómeno que não só não deve ser indiferente à educação como deve ocupar um lugar de preferência em todas as áreas educativas. Não só a pobreza do sul do planeta, do terceiro mundo, mas a pobreza dos excluídos do primeiro mundo, onde o abismo entre pobreza e riqueza é cada vez maior por força de um sistema altamente injusto, corrupto, explorador dos fracos, que não se coíbe de matar, massacrar e praticar genocídios, para aumentar os super-lucros e as mais-valias que já não sabe como utilizar, mas que entram no ciclo vicioso da especulação, da indústria militar e da guerra. Degradam-se as condições de vida porque as necessidades humanas são geridas pela política das sobras. Destrói-se a natureza pela proliferação de indústrias que nada produzem além de lixo. Envenenam-se as relações entre pessoas e países pela luta de interesses e pela invenção das guerras. Sob a mais descarada hipocrisia, nesta floresta de enganos e desvios, as grandes nações fazem da venda de armas e da morte dos filhos da humanidade o seu grande negócio. Mata-se programadamente por excesso de armas e falta de comida. Combate-se a cultura em todas as frentes. Impõe-se uma pretensa e soberana eficácia de todas as panaceias que originam fabulosos lucros, através da intoxicação televisiva. (Continua)

                            (manel cruz)

(manel cruz)

QUADRA DO DIA

Não há banco mais rentável
Nem tão boa sementeira
Do que virgens a pousar
No cimo duma azinheira.

Cartazes das Autárquicas (Amarante)


José Luís Gaspar, PSD.

OS ROMANOS POTÍFICES E AS NOSSAS OPÇÕES PESSOAIS

Falar de Pontífices Romanos, não é nem simples nem fácil. Estamos a referir a quem manda para os que têm sentimentos de fé e obedecem aos ditados denominados Bulas, emitidos pelos mais altos dignitários da uma confissão. Para o caso, que falo, estou a referir a confissão romana, denominada católica. É governada por um delegado da divindade católica cristã, e é declarado infalível em matérias de fé…e outras.
Se falo da infalibilidade dos Romanos Pontífices, conforme a interpretação da lei, que conheço como advogado, devia apenas cingir-me ao que é citado falado na parte da lei. Mas, por viver no mundo do real e não na virtualidade do Vaticano, é-me quase impossível que o Pontífice não seja, pelo menos, considerado infalível ou de expressão verdadeira se emite uma opinião política.

Os Pontífices não se calam quando se tratam de política. O melhor exemplo é Karolus Wojtila, denominado também Papa João Paulo II. Sem sombra de dúvida, declarou uma guerra aberta a antiga União Soviética, hoje Rússia, até libertar do pacto comunista ao seu país natal, Polónia, colocar a Lech Walesa, (Popowo, 29 de Setembro de 1943) é um político polaco e activista dos Direitos Humanos. Foi um dos fundadores do sindicato Solidarność (Solidariedade) e o primeiro presidente da Polónia após a derrocada do Comunismo. Foi Agraciado com o Nobel da Paz de 1983.

Não podia menos que deixar de dizer que a infalibilidade consiste em matérias de fé e outras coisas. Essas outras coisas, são as mais importantes. Que sabe um laico de matérias de fé, se está reservada para os teólogos, matéria restrita aos religiosos que professam pobreza, fé e castidade, ao que todo católico está chamado a professar antes do matrimónio. Teorema de Wojtila ao longo do seu cumprido papado e da sua permanente insistência sobre guardar a vida para dar vida. No entanto, retirara do catecismo dois pecados que matam a alma, duas ideias que transcendiam ao mundo: a masturbação e a homossexualidade.
Não é por motivos diletantes que escrevo estas linhas. Há duas razões: aproxima-se no nosso uma nova forma de organizar a família, estrutura que tenho referido em outros textos meus, pois creio que devemos respeitar as formas mutantes de família. Antes, no mundo do ocidente, era o denominado sacramento do matrimónio, desde o Concilio de Trento, entre 1545 a 1563. Até o Concílio de Trento, o matrimónio estava reservado apenas para a aristocracia, a seguir passou a para a burguesia que queria imitar a nobreza e a partir de meados do Século XIX, em plena Revolução Industrial, o matrimónio passou a ser casamento para todos, pelas vantagens que oferecia: abono de família ou dinheiro pago para ajudar na gravidez da mulher, a criação dos filhos e a sua educação, pagas ou pelo Estado ou pela Empresa em que se trabalha, como mandam os artigos do Livro IV, Direito de família, do Código Civil de Portugal, modificado em 2007, artigos 1587 a 1972, especialmente nos derradeiros artigos sobre a filiação , dedução nos impostos e outras ajudas que o casamento oferecia, conquista dos Sindicatos dentro do liberalismo introduzido em Portugal por Mouzinho da Silveira, tão bem estudado pela Senhora Professora Catedrática Emérita, Miriam Halpern Pereira
Mas não apenas.

Os Sumos Pontífices entram por todos os sítios, sejam ou não Papas Romanos. Um meu colega do Aventar andou a brincar a ser Sumo Pontífice no seu texto Freeport, Portucale, a mesma luta, que, como homem sério que é e muito estimado por mim João Cardoso que tem comentados os meus textos, diz: Dos derrotados não me apetece falar hoje, mas num cenário destes têm uma enorme curiosidade em ver como encara Miguel Vale de Almeida o sucesso da causa que abraçou. Não é por nada mas um governo social-democrata-cristão e o casamento civil para homossexuais não enlaça muito bem. Pode ser que consiga o casamento pela igreja, afinal temos o sr. Ratzinger, a passear por cá em Maio. Promete.

Palavras inteligentes. A vós todos, queremos essa liberdade de opção que os Pontífices parecem não permitir. Ou por outras palavras, permitem mas recomendam distância com o objecto dos seus amores. O que o meu amigo João Cardoso não sabe, mas eu sim pelos meus vínculos com o Vaticano, é que o Bispo Camerlengo de Wojtila, vivia com o seu companheiro durante anos e Karolus, com o seu poder, fez esse favor ao seu amigo para não se condenar. Retirou da lista dos pecados que matam a alma a relação homossexual. Como João Cardoso, também espero que os CDS-PP e outros da fé romana, deixem o armário como o Deputado Miguel Vale de Almeida fez, causa que apoio vivamente. Estou mais certo que João Cardoso que Ratzinger deve retirar o conselho de castidade, aceitar as várias formas de família que existem como no resto de Europa. O germânico-romano deve pontificar, retirando do catecismo os conselhos de castidade pelo menos.

O restante já foi feito por Bento XVI: ao colocar ao seu compatriota Karl Heirich Marx no seu lugar ao reconhecer que o único que entendia de alienação e do pecado de ser capitalista eram Marx e Jenny sua mulher, a Baronesa Johanna von Westphalen que abandonara a Corte Imperial da Prússia e redigiu o Manifesto Comunista na base das ideias de Karl Heinrich, Engels e as suas próprias. Deve aparecer em Maio e espero bem que multidões apareçam para colocar Portugal entre os países modernos da Europa, como deve ser. Como a radicalmente católica Espanha fez.

Se Ratzinger diz tudo isto, contra as ideias da Cúria do Vaticano, é evidente que não será amedrontado por um país como o nosso, que, em breve, terá a sua liberdade de amar, será transparente como a vida do amor que aquece. Não há infalibilidade pontifical para a arte de amar. Wojtila amou, casou, enviuvou e a sua tristeza levou-o ao Pontificado mais aberto que o do João XXIII e do Pio XII, que salvou imensos hebreus da fogueira, levando-os ao Vaticano, ao seu paço de verão em Castelgandolgo, mandou Bispos e Sacerdotes ocultar judeus. Se já Cavaco é acusado de manipulações, o que fará com um revolucionário Ratzinger, que devia andar com o Bloco?

Os Pontífices sabem o que fazem. Se assim não fosse, não eram pontífices! Não perdem clientela e a pouco e pouco a nossa liberdade de opção arrebita. Se assim não fosse, Marx estaria ainda na lista dos livros proibidos, o melhor incentivo para a sua leitura….Luteranos, Anglicanos, Maronitas , Ortodoxos Russos e Gregos, como também os Arménios, aceitaram as formas de matrimónio que a livre opção, ultrapassados os de debates de Hipona (Santo Agostinho é também denominado) e menos valia luterano da salvação pelas ideias de Calvino e Knox, abrem-se as formas modernas da paixão.
É sabido que não sou um homem de fé. Mas, entre os meus estudos de Direito, Ciências Sociais, Antropologia, fundador de Cristãos para o socialismo e membro do grupo de Leonardo Boff, Frei Betto e a Teologia da libertação, teologia que me tem levado a estudar profundamente o Direito Canónico, Patrística, Catequese e os textos do Marx Luterano, com um Jack Goody a morder o meu calcanhar para eu entender como decorrem as relações sociais na nossa interacção social, aprendido por ele do nosso desaparecido professor Meyer Fortes, que aprendeu de pontificado pelo nosso pai fundador, Malinowski.
As famílias mudam, facto que deve ser aceite ou uma revolução é capaz de estalar. A paixão é uma força da natureza , que nem os Pontífices conseguem parar.

Afundaram-se 34 milhões de euros!

Bem sei que a empresa que vendeu os submarinos já veio dizer que as contrapartidas já estão executadas em cerca de 63% do acordado. Quer isso dizer que os trinta e quatro milhões são o valor das contrapartidas?

O contrato da compra e venda dos submarinos desapareceu! O Louçã, que não perdoa ao Portas ter ficado à sua frente nas legislativas, já disse que o melhor é procurarem entre as milhares de páginas que o Portas levou para casa.

Dez gestores arguidos, sete alemães e três portugueses.

É preciso não esquecer que o consórcio Francês que perdeu o concurso já tinha recorrido a Tribunal, embora o Tribunal de Contas tenha aprovado o contrato.

Mas, o que eu verdadeiramente gostaria de saber, é que mais valias estes comissionistas e intermediários trouxeram ao negócio.

Alguma vez entraram num submarino?

Começa a Marcha

Começa hoje a grande aventura da Marcha Mundial pela Paz e a Não-Violência. Durante os próximos três meses, estima-se que um milhão de pessoas em todo o mundo se associe a esta marcha, juntando a sua voz a um pedido conjunto pelo fim das guerras, o desmantelamento das armas nucleares e o fim de todas as formas de violência. E para assinalar uma data tão especial, logo à tarde, o Porto vai receber um mini-marcha pela paz e a não-violência (partida às 18h00 do cruzamento das ruas de Sá da Bandeira e Fernandes Tomás). A partir das 21h00 realiza-se o debate “Da guerra justa à renúncia da guerra”, com a presença do director do Centro Cultural Islâmico do Porto, Abdul Rehman Mangá, e do teólogo cristão José Rui Teixeira. O local será a associação A Cadeira de Van Gogh (R. Morgado Mateus, 41). Em Lisboa, a festa faz-se na Livraria Ler Devagar, com a presença do dr. Fernando Nobre (AMI) e música do Quinteto Atlântico da Gulbenkian, entre outros, a partir das 21h00.

Zombies: Ele andam ai, como todos sabemos

A sempre divertida Universidade da Florida, nos EUA, incluiu normas sobre como lidar com um ataque de zombies (sim, os mortos-vivos) na sua página de Internet, ao lado das regras acerca de como reagir em caso de furacões e epidemias. Como é evidente, está tudo relacionado.

zombies

No sítio, é possível obter informações sobre como é que as autoridades da Universidade devem dar resposta a ataques de "zombies". Uma boa ideia, porque é preciso manda-los deste para o outro mundo, de vez. Há para ai uns malandros que não querem mesmo fazer a transição. Com jeito ainda exigem subsídios e outras regalias.

Um porta-voz do estabelecimento de ensino já esclareceu que o conjunto de conselhos para enfrentar os mortos-vivos foi escrito por um funcionário do Departamento de Tecnologia, que pretendeu assim "desdramatizar" os debates sobre o que fazer em caso de catástrofe. “Desdramatizar”.

Não se conhecem as fontes utilizadas pelos autores dos conselhos ou se resultou de experiência própria.

Escutar o quê?

Parece que o sr. Silva disse umas coisas, e gamaram um mail ao Público, e a segurança informática do palácio de Belém está teologicamente entregue ao divino.

Mas alguém é capaz de me explicar o que é que há para escutar  na intimidade do sr. Cavaco? Haverá segredos de estado? Planos para conquistar Madrid? O governo queria saber o que lhe ia ser vetado? Os números do euromilhões? O programa do PSD?

Tirando os números do euromilhões, desculpem lá mas qualquer vidente de terceira adivinhava o resto. Até eu.