Marcelo pondera e avalia gato

A Flor Pedroso de hoje falou bem mais, mas quem marcou o ritmo foi o professor. Excelente comunicador, não perde pitada para levar a água ao moinho. Já avançou com uma proposta para unir, mas o pessoal tem exercitos próprios, não quer ouvir falar de união, perde-se ou ganha-se. Perdem todos, claro!

 

A partir de agora, Marcelo une o que os outros desunem, é preciso ponderar quem é quem. Está aí o Orçamento na Assembleia da República, pressa para quê? Um Orçamento discutido e aprovado ou não, por quem está de saída, dá para tudo para o sucessor. Apoia ou não apoia um orçamento que não foi ele que discutiu, está muito mais à vontade para enfrentar Sócrates que vai querer acusar aquele menino que não o deixa governar.

 

Nenhuma pressa, até porque ninguém no partido está em condições de abrir as hostilidades. Rui Rio está muito bem no Porto, avança quando lhe pedirem e ele achar que é o momento, que não é agora. Passos Coelho quer, mas perdeu com Manuela e andou entretido a colocar minas e armadilhas, não pode. Marcelo sabe que Manuela abre o caminho quando for o momento próprio. Nada de pressas.

 

Afinal, ele está a ponderar e a unir o PSD, precisa do tempo certo! 

FCPorto – 2, Apoel – 1

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HULK MARCOU, ATÉ QUE ENFIM!

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O mais importante do jogo, para além da vitória do FCPorto, foi o facto de Hulk acabar por marcar (dois golos) e também o de Mariano receber cartão vermelho directo, a quinze minutos do fim do jogo.

Depois de ter começado a perder (com um auto golo de Álvaro Pereira), o FCPorto deu a volta ao resultado, empatando ainda na primeira parte, e começando a segunda com o penalti que o colocou a vencer.

Durante largos minutos, só se jogou no meio campo cipriota. Até à expulsão de Mariano, os homens de Chipre quase não tinham rematado à baliza de Helton.

Falcão, não marcou desta vez, Rodrigues fez um grande jogo e Hulk não parou. É incrível, a capacidade física deste jogador. Tem velocidade e tem técnica suficientes para vir a ser um grande jogador. Falta-lhe só saber tomar as melhores opções durante o jogo. Muitas jogadas se perderam pelas suas más opções.

O jogo acaba muito morno, com o Porto a gerir o resultado. A missão foi cumprida.

No outro resultado do grupo, o Chelsea goleou o Atlético de Madrid por quatro golos sem resposta.

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Fraude em Mesão Frio 2:

O caso de Mesão Frio, que o Aventar denunciou em primeira mão (AQUI) e que foi um dos temas da imprensa online e da televisão HOJE, demonstra o grau zero da nossa política.

 

São inúmeros os casos relatados na queixa apresentada pelo PSD local. Num deles, ao que o Aventar apurou, foram ultrapassados todos os limites: um idoso, em estado vegetativo e sem o consentimento da respectiva família, foi levado a votar pela funcionária da Santa Casa da Misericórdia de Mesão Frio, funcionária que é mulher de um dos candidatos do Partido Socialista. Por sua vez, o Provedor da Santa Casa foi candidato pelo PS.

 

Não sei o que vai decidir o Tribunal Constitucional mas gostava de saber o que pensa o Secretário-geral do Partido Socialista sobre o assunto e, já agora, a opinião dos responsáveis da Santa Casa. É para isto que o dinheiro dos nossos impostos vai, aos magotes, para a Santa Casa?

F.C. Porto – FutAventar#10

Foi sofrido. Tão sofrido. A estupidez do Mariano assim obrigou.

Mas estamos lá, a caminho dos oitavos.

A Força do Dragão!

 

 

Quadra do dia

 

Não há machados que cortem

A raiz ao pensamento

Por mais golpes que receba

A todo e qualquer momento.

 

Preciso de dois Secretários de Estado

Pode tocar o telefone e não estar preparado, fora das jotas não se consegue ninguem. O problema é que nas Jotas encontram-se jovens que sempre foram velhos, nunca trabalharam e tiram cursos ao domingo e, ainda por cima, é como meter o cavalo de Tróia no Ministério, com a estrutura toda do partido lá dentro.

 

Mas onde se encontram dois jovens capazes e que queiram ser secretários de Estado? Alguns deles não vão abandonar Londres ou Amesterdão, onde trabalham, para virem para um governo que o Primeiro Ministro quer que caia o mais depressa possível.

 

Outros estão a meio dos seus cursos das Novas Oportunidades, não vão hipotecar o seu futuro, só para dizerem ao pai que estão no governo. Os que restam têm a sua vida, não querem nada com o governo nem com a política.

 

É esta a minha agonia, o indigitado só convida se avançar a equipa toda, sem secretários de Estado nem pensar, não está para levar mais negas, já reduziu o governo o máximo possível mas se continua, só fica ele, e o Pereira, que agora tambem lhe deu querer ir para a Administração Interna, diz ele que todos os que passaram naquela pasta são todos grandes empresários, cheios de dinheiro.

 

Para as obras Públicas ninguem quer ir, já lá está um que se chama Jorge Coelho, não se pode dizer não e para dizer sim, ele não precisa de Ministro. Para a Justiça vai o Júdice que está a ponderar levar o Marinho, mas o que ele queria era a Empresa Frente Tejo, anda obcecado que este convite se trata de uma compensação. Menor!

 

Nas Finanças, nos Negócios Estrangeiros, nas Forças Armadas, e na Cultura nunca teve ninguem, não é agora que quer lá alguem. Na Saúde teve lá um e deu-se muito mal, colocou lá uma que tambem não está lá e na Segurança Social, o homem portou-se bem quando anunciou a sustentabilidade do que não é sustentável.

 

Vou para onde, ainda por cima sem secretários de Estado?

Intelectualidades (a propósito de Saramago)

BLOGGER CONVIDADO – Francisco Leite Monteiro

 

Toda a media, a pretexto desse novo livro de Saramago, tem dedicado largos espaços na divulgação da posição do escritor, das suas declarações e do seu pensar que, só por ironia, se pode classificar de ingenuidade.

Sem usar de rodeios, entenda-se, o que na realidade ele pretende, isto é, pela via da provocação, publicitar e promover a venda do livro – uma mera operação de "marketing".

E, bem vistas as coisas, nada de inédito está a acontecer. É o Saramago e a sua imaginação doentia, uma vez mais, igual a si mesmo, odiento e mefistofélico, embalado, obviamente, pela sua costumeira baixeza reles.

 

O novo Governo: Então, Ainda Demora Muito?

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O NOVO GOVERNO ESTÁ A TARDAR

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Com Portugal parado desde há uns meses, já o escrevi aqui, o novo governo tarda a chegar. Os problemas acumulam-se desde há cerca de quatro meses e as coisas começas a ficar difíceis. Sócrates, O Dialogador, estará por certo a ter algumas muitas dificuldades em arranjar ministros que se queiram queimar. Vamos já para o décimo oitavo Governo Constitucional desde desde há trinta e cinco anos, e este não terá vida fácil.

De qualquer forma ainda vamos ter de esperar mais alguns dias pela constituição do elenco governativo.

Entretanto, as eleições autárquicas ainda mexem, com vários casos provocados pelo PS e pelo PSD, com queixas, com tribunais e tudo. Vamos ver no que vai dar. Ninguém está satisfeito.

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Hoje Estamos Amarelos

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AS CORES DO NOSSO QUOTIDIANO

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.A Alta Autoridade da Protecção Civil, decidiu, está decidido.

Hoje estamos amarelos.

O alerta foi dado para o território nacional, em especial a costa. Cinco das nossas barras estarão fechadas, disse o Comando Naval, com ondas que poderão atingir os seis metros. O vento soprará entre os oitenta e os cem quilómetros por hora, e a temperatura máxima estará dentro dos valores normais para a época.

Mas, atenção, vai chover!

E choverá talvez com intensidade e até em alguns casos, forte, em especial a partir da tarde, pelo que quem não sabe, e a Alta Autoridade pensa que são muitos os que se encontram nesse caso, deverá abrigar-se da chuva, não vá molhar-se, ter cuidado com o vento, não vá apanhar uma otite, e não tentar sair ou entrar nas barras assinaladas, pois estarão fechadas.

O que seria de nós sem a Alta Autoridade da Protecção Civil.

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A gripe A, a freira, a ministra que nunca o foi, e a teoria da conspiração gripal em geral

João Vasconcelos Costa continua a oferecer-nos um inestimável serviço público no que toca à Gripe A:

 

Tenho muito que fazer e vou deixando para trás coisas até importantes, como, nesta situação de gripe, desmontar a incrível campanha de desinformação que por aí anda. Uma das peças a que se tem dado mais credibilidade é a entrevista com a freira Teresa Forcades (TF), depois da fácil denúncia de fraude de um tal "Dr" Horowitz, da óbvia paranoia da jornalista Jane Bürgermeister que invoca uma pretensa qualidade de jornalista da Nature, do caso triste de sequelas mentais de um acidente sofrido por uma "ministra da saúde" finlandesa que nunca o foi e que sabe de gripe o que lhe dizem os seus contactos extra-terrestres.

A freira é mais perigosa. Invocando um doutoramento em saúde pública, falando calmamente num cenário religioso, descrevendo casos aparentemente convincentes, elaborando um longo discurso articulado, pode parecer credível.

 

Leia o resto da desmontagem de mais uma vigarice que circula pela net, como um vírus.

Ética e Educação – 2ªParte (12)

Educação no tratamento dos problemas éticos ligados à esfera da saúde. Considerações sobre a necessidade de integração de conhecimentos ligados à saúde no âmbito da educação escolar e social

 

Muitos médicos, por incompetência, rotina, falta de senso, exigência ignorante por parte dos próprios doentes e por brutal pressão e persuasão da indústria, não passam de meros prescritores de remédios. Por outro lado transformam-se em inventores de falsas doenças e executores de controversas intervenções impostas de forma irreflectida pelos resultados dos abusivos exames subsidiários que se requisitam sem qualquer critério. Falsas doenças muitas vezes criadas pela má execução e interpretação desses exames, desnecessários e duvidosos, ou pela incapacidade de distinguir o essencial do secundário, valorizando achados que, no contexto global, não têm grande significado patológico, e menosprezando situações graves. Todos nós, médicos, agentes de saúde e doentes, de uma forma ou de outra, somos fautores e vítimas deste comportamento inglório, criadores de um desenvolvimento mal definido, mal identificado, mal planificado, mal conduzido pelo pseudo-progresso que o dinheiro e o poder impõem como dogmático.

 

Em todas as áreas a fasquia do homem pode ser muito baixa. Quem ensina e educa, seja o que for, tem de ter dentro de si o mundo, a solidária sensação da paisagem humana, o valor do Homem e da Terra. Não pode limitar os seus horizontes a pequenos mundos de frágil cosmética. Todos sabemos que há pessoas incompetentes, sem escrúpulos e sem carácter que proliferam em todas as esferas educativas. Há profissionais que não passam de aprendizes, há professores a precisarem de ser alunos, há directores do que quer que seja a ocupar lugares ditos de competência, há os pregadores de disparates que, pelo facto de terem conseguido algum aval, lograram um púlpito do cimo do qual obrigam as pessoas a ouvi-los. Por isso, não há verdadeira educação se as coisas não forem ditas, não há verdadeira educação se as denúncias não forem feitas.

 

A visão universal da finalidade do Homem aponta para o núcleo activo das interacções multifactoriais da existência, o qual exige a presença de uma sã política humana, base indispensável da Ética e da Educação no caminho do verdadeiro progresso.

 

(Fim)

 

 

Revoltante

 

Antigamente era proibido fazer publicidade de medicamentos, fosse onde fosse. Apenas as revistas médicas podiam fazê-lo. Hoje já se ouve e já se vê na TV e nos jornais. Incrível e intolerável. Não há nenhum medicamento inócuo, e isto traduz uma verdadeira irresponsabilidade de quem o faz e um total desprezo pelo ser humano.

 

Como se não bastasse, agora, sempre que me encontro a trabalhar no computador, salta de lá, em alta voz, uma música e um gajo a fazer encómios ao Centrum, que é um polivitamínico. E as vitaminas não são medicamentos inofensivos, podendo trazer complicações. Mas, para além disso, trata-se de um absurdo e de um atentado à privacidade. A partir de hoje nunca mais prescreverei tal medicamento, e farei toda a publicidade negativa que me for possível.

 

Vasco Lourenço – Maiorias e minorias: Uma lição leonina

BLOGGER CONVIDADO – VASCO LOURENÇO

 

 

Depois das eleições legislativas de 27 de Setembro passado, o país anseia que os vários partidos consigam encontrar uma solução política, que permita constituir um governo minimamente estável.

Para isso, face à inexistência de uma maioria absoluta, é indispensável que a MAIORIA e as diversas MINORIAS se entendam, no essencial. É isso que os Portugueses exigem a todos: que a Maioria saiba ouvir as minorias, aceitando parte das suas posições e que as Minorias se não convençam, porque são necessárias, que se podem transformar em maioria, determinando o essencial do resultado final.

Essa, é uma das essências da Democracia.

Na assembleia-geral do Sporting Clube de Portugal (SCP) de 13 deste mês de Outubro, assistimos ao que considero uma verdadeira e autêntica lição de democracia.

Porque participei nessa acção, porque desejo esclarecer certos pontos, que levaram alguns a “enfiar uma carapuça” que lhes não era dirigida, mas, fundamentalmente, porque há que aproveitar o sucedido para fazer pedagogia aos políticos deste nosso Portugal, recordo o que ali se passou.

Em assembleia-geral anterior, o então Conselho Directivo do SCP viu chumbada uma proposta que considerava imprescindível para a sua política. Fez “ouvidos moucos” às posições das minorias existentes, teimou em manter a sua proposta inalterada e, apesar de obter a maioria dos votos, não alcançou a maioria qualificada, que os Estatutos do clube impõem para as decisões que estavam em causa. Resultado, não conseguiu ver aprovada a sua proposta.

 

Depois das eleições legislativas de 27 de Setembro passado, o país anseia que os vários partidos consigam encontrar uma solução política, que permita constituir um governo minimamente estável.

Para isso, face à inexistência de uma maioria absoluta, é indispensável que a MAIORIA e as diversas MINORIAS se entendam, no essencial. É isso que os Portugueses exigem a todos: que a Maioria saiba ouvir as minorias, aceitando parte das suas posições e que as Minorias se não convençam, porque são necessárias, que se podem transformar em maioria, determinando o essencial do resultado final.

Essa, é uma das essências da Democracia.

Na assembleia-geral do Sporting Clube de Portugal (SCP) de 13 deste mês de Outubro, assistimos ao que considero uma verdadeira e autêntica lição de democracia.

Porque participei nessa acção, porque desejo esclarecer certos pontos, que levaram alguns a “enfiar uma carapuça” que lhes não era dirigida, mas, fundamentalmente, porque há que aproveitar o sucedido para fazer pedagogia aos políticos deste nosso Portugal, recordo o que ali se passou.

Em assembleia-geral anterior, o então Conselho Directivo do SCP viu chumbada uma proposta que considerava imprescindível para a sua política. Fez “ouvidos moucos” às posições das minorias existentes, teimou em manter a sua proposta inalterada e, apesar de obter a maioria dos votos, não alcançou a maioria qualificada, que os Estatutos do clube impõem para as decisões que estavam em causa. Resultado, não conseguiu ver aprovada a sua proposta.

 

 

 

Caim e Abel antes de Saramago: Felipe Mercato

Felipe Mercato, Caim e Abel

Felipe Mercato, Caim e Abel

A ladaínha do Orçamento

Já aí está. Vem sempre nesta altura, Outono do Orçamento Geral do Estado, como as ladaínas da minha terra voltam na Páscoa.

 

Os vencimentos de miséria não podem ser aumentados, as empresas não aguentam, são as PMEs que exportam apoiadas em baixos salários. A Função Pública nem pensar, arrastam tudo, qualquer aumento é a miséria e as falências. Todos os anos, ano após ano, sem vergonha.

 

Mas a ladaínha das remunerações milionárias tambem já anda por aí, é preciso segurar os cérebros, os tais que colocaram este país, novamente, na cauda dos países mais pobres da UE, e dos mais injustos! Que vão embora! Mas vão embora para onde? Alguem os quer?

 

A ladaínha é cantada em únissono, num país governado à vez por um partido que se diz socialista e outro que se diz social-democrata, que deveriam ser partidos com consciência social e reformista, virados para uma economia moderna assente na educação, na inovação e na investigação, mas que só fazem pontes e autoestradas. 

 

De braço dado com empresas monopolistas e/ou em cartel, este Estado que abafa o empreendorismo, que pesca à linha politica as empresas que apoia e facilita, já tem aí as "beatas" de serviço.

 

Taxar os ganhos de capital em 20%? Fogem, outra desgraça, numa prática fiscal que penaliza os pobres e a classe média, só pensar em taxar as fortunas arrepia esta gente. Fogem? Mas para onde? Para os países a sério, onde as políticas são nacionais e prosseguem a equidade fiscal?

 

As mesmas empresas que recebem ajudas milionárias do Estado, que fazem contratos de "contentores de Alcântara" por ajuste directo, por 30 anos, fogem?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Liberdade

Sei que será difícil encontrar uma área, dentro da nossa sociedade, onde as coisas funcionem como deve ser, uma área onde não haja incompetências, corrupções, fraudes, crimes, mercado de influências, arbitrariedades, obstruções, subornos, perseguições, discriminações, subserviências e conformismos. Seja na medicina e na saúde, no ensino e na administração, no obscuro mundo do dinheiro e das religiões, no seio dos governos nacionais ou estrangeiros, em tudo o que é poder, a fasquia do homem pode ser, com efeito, muito rasteira. Arrepia-me que o seja, em qualquer circunstância, nas instituições tidas como as mais nobres, dignas e honrosas.

 

O meu respeito cresce na nobreza e na verdade das atitudes mas não se esgota nos erros e nas fragilidades da natureza humana. Perde-se sim, na hipocrisia, na mentira, no obscurantismo e na cobardia de figuras políticas, intelectuais e religiosas, quando falam e se apresentam como sábios e íntegros, aos considerados bacocos deste país. Não tenho estofo para admirar homens em quem não acredito, mas tenho a humildade suficiente para não me considerar mais do que um cidadão responsável. Bacoco nunca.

 

 

Por isso me indigna o que descaradamente se passa, todos os dias, com o beneplácito público, na esfera política, social e religiosa.

Na minha maneira de ver, qualquer tentativa de esconder, camuflar ou conduzir a opinião pública à escamoteação e anulação de factos gravíssimos é ultrajante. A ofensiva contra a liberdade, contra a liberdade de expressão e independência do pensamento, é um mal imperdoável.

 

Caim e Abel antes de Saramago: Nazif Topçuoğlu

Nazif Topçuoğlu, Caim e Abel, 2003

Nazif Topçuoğlu, Caim e Abel, 2003

Se o Saramago é português, o Mário David quer ser espanhol

Mario David, Aznar

"José Saramago, há uns anos, fez a ameaça de renunciar à cidadania portuguesa. Na altura, pensei quão ignóbil era esta atitude. Hoje, peço-lhe que a concretize… E depressa! Tenho vergonha de o ter como compatriota!"

Mário David, ao fundo à esquerda, eurodeputado

Frase do Facebook, imagem da sua página do Flickr.

O que está a dar é a literatura

mesmo a juvenil. O Ionline confirma Isabel Alçada como nova Ministra da Educação, baseando-se nas movimentações em curso para a substituir como directora do Plano Nacional de Leitura, o que faz sentido.

Tendo a vantagem de ter sido professora, e de não o omitir da sua biografia como o fez Maria de Lurdes Rodrigues, o que sempre lhe dá algum conhecimento da realidade, não deixa de trazer a marca sagrada do eduquês em Portugal: o mestradozinho em Boston.

É certo que alguns superaram a formatação, mas são excepções, e duvido que Isabel Alçada fuja da regra.

 

A máquina do tempo: o Repórter X

 

 

 

Chamava-se Reinaldo Ferreira e nasceu em Lisboa em 10 de Agosto de 1897. Foi repórter, novelista, dramaturgo e até realizador de cinema. Começou a escrever nos jornais com apenas doze anos. A partir dos vinte, foi considerado o maior repórter português. Entre 1926 e 1935, ano da sua morte (em 4 de Outubro), viveu no Porto. «Entrevistou» a famosa espia Mata-Hari e o «pai» de Sherlock Holmes, Arthur Conan Doyle, sem nunca os ter contactado. Enviou para o seu jornal reportagens extremamente vivas do que estava a acontecer na Rússia, na disputa pelo poder entre Estaline e Trotsky, mas há quem diga que as escreveu sem lá ter ido. Previu como Lisboa e Porto seriam no ano 2000 – anteviu que seriam cidades fascinantes nesse ano mítico e, naquela altura, tão distante!  – uma figura fascinante, Reinaldo Ferreira – o Repórter X, como ficou conhecido. A nossa máquina do tempo vai visitá-lo.

Em  Agosto de 1914, na redacção de «A Capital», foi admitido como aprendiz um rapazinho com 17 anos. Garibaldi Falcão, um experimentado jornalista, fora encarregado de o guiar no começo da profissão, mas estava preocupado com as peças que iam chegando sobre a Grande Guerra que deflagrara havia pouco, no dia 28 de Julho. Distraidamente, vendo o jovem inactivo,  perguntou-lhe: «Ouça lá, o menino já fez fogos?» Pensando que o estavam a tomar por um pirómano, Reinaldo Ferreira respondeu indignadamente: «Não senhor!». Desfeito o equívoco, após uma gargalhada geral dos redactores, lá foi fazer a sua primeira reportagem, a cobertura de um incêndio, um fogo posto, na Rua D. Estefânia.

Como só lhe davam coisas deste tipo – incêndios, furtos, casos insignificantes… – começou ele a inventar as reportagens sensacionais. Em 1917, horrorizou os leitores com um crime na Rua Saraiva de Carvalho, que metia um cadáver, criminosos encapuçados, muitos pormenores misteriosos e macabros, bem como um tipo sinistro, apenas referenciado como «o homem dos olhos tortos» – a história começou a sair em «O Século» sob a forma de cartas assinadas por um tal Gil Góis. O caso começou a atingir tais proporções, tal impacto entre os leitores que o jornal achou melhor revelar que tudo não passava de uma ficção. Mesmo assim, a história prosseguiu e o interesse dos leitores manteve-se até ao desfecho, à semelhança do que acontecera cinquenta anos antes com o folhetim de Eça e de Ramalho – «O Mistério da Estrada de Sintra». Data deste ano de 1917 a sua, tão célebre quanto fictícia, entrevista a Mata Hari.

Depois, em Março de 1918, em «A Manhã», Reinaldo Ferreira publicou «um inquérito à mendicidade». Fez-se fotografar andrajoso e mal barbeado e toda a gente acreditou que ele tinha andado a pedir esmola, mergulhado no submundo. Enquanto lhe tiravam a fotografia, os passantes foram deixando cair moedas. Ganhou ao todo 47 centavos.

Ainda em 1918, publicou a reportagem de um assassínio de uma estrangeira numa pensão de Lisboa. O criminoso teria sido o marido. Ajudado pelo grande desenhador Stuart de Carvalhais, na pensão em causa, virou um quarto do avesso, espalhando sangue de galinha por toda a parte e fotografando depois a «cena do crime». Já falámos aqui no assassínio de Sidónio Pais quando, na estação do Rossio, tomava o comboio para uma viagem oficial ao Porto. Pois, Reinaldo Ferreira (que, segundo parece, não estava lá) fez para o »Diário de Notícias» a reportagem mais lida sobre o magnicídio – nessa reportagem, antes de expirar, o presidente-rei teria dito: «Morro bem! Salvem a Pátria!». Frase heróica que entrou em livros e em crónicas, mas que Sidónio nunca proferiu, pois caiu fulminantemente morto abatido pelos tiros do tresloucado José Júlio da Costa.

Em 1919 foi para Paris, onde trabalhou no «Le Soir», no «Matin» e dirigiu a Agência Americana, cujos serviços chefiou em Madrid, Barcelona e Bruxelas, onde vivia em 1920. Note-se que tinha apenas 23 anos. Na capital belga ficou até 1922, colaborando no jornal «Neptune». Em 1923 nasceu o Repórter X. De regresso de Paris, estava em Barcelona quando, em 13 de Setembro, Miguel Primo de Rivera, capitão-general da Catalunha  acabava de tomar o poder. Reinaldo Ferreira não resistiu à tentação de enviar para o jornal uma crónica atacando o ditador e denunciando as suas prepotências. Segundo uma das versões, por prudência, não assinou – pôs apenas «repórter» e a seguir um rabisco ilegível. O tipógrafo ao compor o texto, tomou o rabisco por um x. Repórter X. Reinaldo Ferreira logo ficou enamorado por aquele pseudónimo nascido de uma casualidade.

Explorando a popularidade que o nome rapidamente assumiu e capitalizando o seu enorme carisma, criou o «Jornal do Repórter X». Seguiram-se o «Repórter X» e o simplesmente «X». Multiplicando-se, correndo de um sítio para outro, iniciou-se em Espanha na cinematografia, realizando uma série de filmes policiais e de comédias. Acrescente-se que também escreveu para o teatro – peças que foram representadas no »Ginásio» e no «S.Luiz». Uma delas, «1808», foi interpretada pela grande Palmira Bastos.

Em 1925, trabalhando no «ABC» foi enviado à União Soviética para fazer a cobertura dos incidentes e da luta pelo poder entre Estaline e Trotsky após a morte de Lenine. Encalhando em Paris (onde teria caído nas garras da cocaína), foi mandando telegramas para a redacção dizendo que não estava a conseguir obter o visto. Mas, enquanto explorava o bas-fonds parisiense, foi mandando trabalhos – por exemplo, terá inventado uma entrevista com Conan Doyle.

Depois, esgotadas as desculpas, chegou finalmente a Moscovo. Dali começou a enviar reportagens e entrevistas – desde o porteiro do Kremlin ao embalsamador de Lenine. Há uma suposição, plausível, mas talvez infundada, segundo parece, de que Reinaldo Ferreira continuou em Paris e foi lendo as crónicas diárias de Henri Bérau, correspondente de «Le Journal» em Moscovo. Porém, há quem defenda que ele esteve, de facto, em Moscovo e que as entrevistas são genuínas. Hoje, é impossível saber a verdade. Em todo o caso e seja como for, as suas crónicas eram formidáveis.

Ainda em 1925, fez admiráveis reportagens sobre o caso da extraordinária burla cometida por Alves dos Reis, no caso do Angola e Metrópole (que merecerá aqui também um futuro texto). Em Março de 1926, deu-se o assassínio da corista Maria Alves, estrangulada num táxi e arremessada para o passeio. Escrevendo para o «ABC» e baseando-se em crime semelhantes, foi elaborando deduções que conduziram a um criminoso para o qual a polícia não apontava – Augusto Gomes, o amante da actriz. Veio a provar-se que foi ele, de facto, o autor do crime. O assassino ficou com a convicção de que Reinaldo o seguira e assistira a tudo, de tal modo a sua ficção se ajustava ao que aconteceu. O que teria sido impossível, pois as crónicas eram enviadas de Haia onde o jornalista estava à época do crime a cobrir o julgamento de Karel Marang, relacionado com o caso Alves dos Reis.

A sua imaginação era ilimitada. Às vezes abusava dela, como quando tentou convencer os leitores de que no subsolo de Lisboa existia uma outra cidade mi
st
eriosa, construída a seguir ao terramoto de 1755, onde desde então, habitando numerosa galerias, como toupeiras, as gerações se sucediam. Como peça jornalística era inverosímil, mas como novela era potencialmente brilhante. Recentemente, ao ler um romance de Douglas Preston, sobre uma comunidade de «toupeiras» habitando sob Manhattan, em galerias desactivadas do metro de Nova Iorque, lembrei-me das «reportagens» de Reinaldo Ferreira.

Reinaldo Ferreira constituiu na sua época um paradigma de repórter. Hoje, com o endeusamento do chamado jornalismo de investigação ou «investigativo», os seus métodos seriam talvez condenados. É que ele praticou um jornalismo de inspiração ou «criativo». Morreu com apenas 38 anos, devastado por uma vida intensa em que o consumo de cocaína, morfina, tabaco, álcool, tiveram amplo protagonismo. Casou duas vezes , tendo dois filhos do primeiro casamento e um do segundo. Um deles, Reinaldo Ferreira como o pai (1922-1959) foi um notável poeta. Ganhou fortunas,  morreu quase na miséria e, apesar da sua celebridade em vida, foi rapidamente esquecido. Foi o facto de um companheiro nosso no Aventar, me ter perguntado quem era o Repórter X que me levou a escrever este texto que talvez chame a atenção de alguns leitores para tão curiosa personagem.

Por iniciativa de Natália Correia, em 1974 a Arcádia publicou a sua novela «O Táxi nº.9297». Como disse Ferreira de Castro «Foi preciso que uma grande poetisa tivesse voz orientante numa casa editora, para que se ressuscitasse um grande jornalista português, decerto o mais estranho de todos…»

Um alvitre para o próximo OGE

  

 

Ainda muito a propósito do Orçamento Geral do Estado que o governo deverá apresentar ao Parlamento, sugerimos ao 1º ministro que admoeste o Palácio de Belémquanto a uma redução de gastos. De Madrid chega a notícia de João Carlos I tersolicitado a Zapatero, o não aumento em 2010, da dotação anual à Casa Real. Como se sabe, o Palácio da Zarzuela despende 8,9 milhões de Euros/ano para aquele "estadão" que se conhece. Aqui, na República da Tugalândia, os quase 17 milhões anuais são apenas suficientes para a sra. de Cavaco Silva – a fanática capadócia – dizer em entrevista que o Palácio de Belém não tem… um tostão?!

 

 

Caim e Abel antes de Saramago: Jan van Eyck

Jan van Eyckr, Caim e Abel, Retábulo de Gand

Jan van Eyck, Caim e Abel, Retábulo de Gand

PIN – projectos ameaçados

Grandes projectos com peso na criação de emprego e no investimento e mesmo na exportação, estão a patinar.

 

A Repsol, em Sines ( assinala o i) previa um investimento de 750 milhões e novas fábricas e ampliação da existente, aguarda luz verde de Espanha.

 

Artenius, em Sines, investimento de 355,3 milhões, produção para exportação e criação de 150 postos de trabalho, abana devido à delicada situação da empresa mãe, La Seda.

 

Itarion Solar, Vila do conde, junto da Quimonda, para produzir células fotovoltaicas, 74,8 milhões de euros, entrou em processo de falência.

 

Agni, em Montemor-o-Velho, investimento de 52 milhões, produção de pilhas de combustível para energia, falência da casa mãe, a Agni (Malásia).

 

Estes investimentos são de grande importância, implicam transferência de tecnologia, dirigem-se à exportação ou substituem importações. Temo que os investimentos que andam de vento em popa, não passem de campos de golfe e mais uns resorts para darem cabo do resto da encosta Vicentina e do Alqueva.

H1N1

Apanhamos a gripe A mas estamos, lentamente, a recuperar. Atchim…

 

(entretanto, alguém sabe quando estão à venda os bilhetes para o segundo concerto dos U2???)

Poemas do ser e não ser

Ela disse que vinha

no sábado às três da tarde

mas não veio

nem às três nem às cinco nem às oito.

Veio apenas a neblina densa

cobrindo a cidade e a janela

de onde se via a rua…

e ela

…se viesse.

Veio apenas a noite escura

caindo sobre a porta

por onde ela entrava…

…se viesse.

Veio apenas a solidão

e a mesa vazia

e o prato sem nada

e o copo sem vinho

e a cama fria.

 

Mesão Frio: Última Hora!

O Tribunal Constitucional aceitou a queixa do PSD de Mesão Frio que alega fraude eleitoral nas últimas eleições autárquicas, que perdeu por 7 (sete!) votos.

 

O PSD de Mesão Frio, câmara que ainda lidera, alega (entre outros factos) que o Presidente da Santa Casa da Misericórdia de Mesão Frio (candidato do PS) "levou" os velhinhos a votar e que estes votaram acompanhados – só um acompanhou 10 utentes da dita, votando por eles com a particularidade de ser funcionária da Santa Casa e esposa do 3º da lista do PS numa das freguesias.

 

Ou muito me engano ou isto ainda vai dar que falar!!!