Maia – Eleições Autárquicas:

É por ISTO, assim como por ISTO e por tudo ISTO que se pode ver e ler na revista que o meu voto, amanhã, é em Bragança Fernandes. E também por ter sido um enorme prazer trabalhar com ele nestes últimos 20 meses, encerrando assim um fantástico ciclo na minha vida.

Obama

Remar contra a maré

Por acaso até gosto de remar contra a maré. Mesmo quando representa uma dose suplementar de esforço físico ou de sobrecarga psicológica.

Talvez por isso, sou dos que concordam com a atribuição do prémio Nobel a Barack Obama e numa coincidência típica de blogger até lembrei, dias antes, a atribuição do mesmo a Martin Luther King. Mesmo sendo eu um céptico em relação ao Nobel.

A candidatura e consequente eleição de Obama como Presidente dos Estados Unidos da América é, por si só, merecedora de um Nobel da Paz que deveria ter sido atribuído ao povo americano. Ora, sendo Obama o Presidente de todos os americanos, cabe-lhe a ele receber tal distinção. O povo americano soube, nessas eleições, votar pela Paz, por um Mundo melhor, pela esperança. Uma mudança impressionante em termos de paradigma político naquela que ainda é a maior potência mundial. Bastaria para Nobel da Paz.

A eleição de Barak Obama marca um corte radical com um passado recente pleno de tiques imperialista e representa, estou certo, uma alteração no futuro político do ocidente cujas consequências e repercussões só serão visíveis daqui a alguns anos. Os EUA souberam assumir o erro de anos e anos de administração Bush e souberam interpretar, como ninguém, a mudança necessária, diferente, para tempos igualmente diferentes.

A Academia Sueca percebeu que estamos perante uma das mais importantes alterações políticas desde a queda do muro de Berlim, uma revolução silenciosa iniciada nos Estados Unidos e, como uma gripe, contagiante a todo o mundo ocidental. A Academia Sueca, com esta escolha, está a premiar todo um povo por ter oferecido a um mundo de políticos cinzentos, uma luz de esperança. Sou um utópico? Tenho dias…

FUTAventar – felizmente que falhei no prognóstico

Alguma vez seria a primeira, falhei fragorosamente em tudo o que disse acerca da selecção. Felizmente!

Esta equipa, curiosamente, jogou como deveria sempre jogar. O Ronaldo entrava de ínicio, marcava ou dava a marcar um golo e a seguir saía. Os outros ao verem-no sair, arregassavam as mangas e lutavam como se fosse o último jogo. Do primeiro ao último minuto!

O Deco está sem ritmo, não joga no Chelsea e a equipa viu-se atrapalhada no meio do campo, onde o Pedro Mendes fez uma exibição notável, sempre a correr e a cortar bolas. O Simão marcou hoje duas bolas mais dificeis do que as que falhou contra a Dinamarca. Está visto que só se marcam golos com um “terrorista” a jogar dentro da área, que coloca minas e armadilhas aos defesas, chateia, vai lá sempre e quando alguem se esquece dele aí está, bola dentro da baliza. O Leadson é esse tipo de jogador. Três jogos dois golos.

O Bosingwa viu-se bem que veio de uma lesão, jogou bastante mal e o Duda fez o trabalho que se lhe exige. Fecha bem e quando ataca causa perigo. Os centrais vê-se bem que têm a escola do Dragão, são do melhor e o Meireles até cansa vê-lo a ocupar os vazios…

O Nani tem tudo para ser um jogador de primeira mas tem que deixar de acertar no guarda-redes, se não está como eu, falha nos momentos decisivos.

Plágio, um fenómeno de Outubro

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Da esquerda: edição de Outubro 2008 da revista francesa de fotografia Photo. Capa Gysele Bundchen (agence IMG), fotografada por Patrick Demarchelier. Da direita: edição de Outubro 2009 da revista portuguesa de fotografia DP – Arte Fotográfica. Capa com produção exclusiva de Bernardo Coelho (FHM, Playboy, etc…) para a Vega Studios. Modelo: Ana Lúcia.

Plágio por plágio, roubei esta coincidência ao Denúncia Coimbrã. Bem, antes de roubar telefonei, e embora não atendido deixei um sms a avisar. Deve ter sido o que fez Bernardo Coelho a Patrick Demarchelier. Esperou um ano pela resposta, e como quem cala consente, produziu. Eu é que sou um impaciente e republico já.

 

 

A pena de morte vista por pintores

A pena de morte é um tema recorrente na História da Arte ocidental. Bastará lembrar que o são todas as representações da crucificação de Cristo, não falando de milhares de versões do martírio de centenas de santos. Deixo-vos com três obras primas que nunca deveriam ter sido pintadas.

Yue Minjun, Execução

Yue Minjun, Execução

Goya, Fuzilamentos de 3 de Maio de 1808

Goya, Fuzilamentos de 3 de Maio de 1808

Manet, A execução de Maximiano

Manet, A execução de Maximiano

Dúvida um pouco amnésica

muito gostaria de saber o que teria acontecido no  Estado Novo, no PREC ou na democracia a um espanhol, francês ou o que quer que fosse que se lembrasse de vir fazer uma guerrilha  de esquerda ou de direita  para Portugal.

Questiona Helena Matos, a propósito da “indignação com a morte do Che na Bolíva” (sic)

Arajaryr Campos

O nome de Arajaryr Campos não lhe deve dizer nada. E o general Delgado nem era para guerrilhas. Isto falando de execuções sumárias, vulgo homicídios de estado, é claro. Coisas que me indignam, mas a indignação quando nasce não deve ser para todos.

Exibição pública do cadáver de Che, após a sua execução sumária

Exibição pública do cadáver de Che Guevara após o seu assassinato

Últimas sondagens (Distrito de Braga)

Na sede do distrito, Mesquita Machado parece que volta a ganhar. Há coisas que não percebo mesmo… Mas pode ser que não, a bem da higiene da política portuguesa. O PS também deve vencer em Guimarães, o segundo concelho do distrito.
Famalicão continua com Armindo Costa. Aquele que disse um dia, acerca de uma violação de uma menina por 5 colegas da escola, que não foi violação: ela é que não aguentou com eles. Barcelos também continuará nas mãos do PSD, bem como Esposende.
Em Vizela, um dos mais jovens concelhos portugueses, a luta está renhida.
Entrando no interior do distrito, a caminho da fronteira, Amares e Vila Verde ficam para o PS, Póvoa de Lanhoso e Terras de Bouro para o PSD. Na região de Basto, que entra pelo distrito de Vila Real, a Oposição PSD promete retirar o concelho da «asfixia democrática» em que se vive há 14 anos no município. Celorico, por seu lado, assiste à não-recandidatura do Presidente Fernando Pinto de Moura e, sendo assim, tudo é mais imprevisível.

DIA IBÉRICO, DIA DE REFLEXÃO


Cristóvão Colombo. Retrato póstumo feito por Ridolfo Ghirlandaio

Amanhã 11 de Outubro, é dia de eleições de Autarcas que nos governarão durante um período de tempo. Hoje, é o denominado dia da reflexão. Por ter definido Autarca, Autarquia e Concelho em Aventares anteriores, remeto os leitores para esses textos. Especialmente para o publicado ontem: Sermos cidadãos Governados pelos Autarcas.
Nada teria acontecido quanto a reflexões e eleições, se não fosse por causa do senhor navegador, denominado mais tarde Almirante Adiantado, Cristóvão Colombo, não ter essa obsessão que a terra era redonda, passível de navegar por outras rotas marítimas diferentes das sempre usadas por exploradores italianos, especialmente da República de Veneza, por lusitanos de Portugal e poucos hispânicos que tinham horror de chegar ao limite da planície do mar e cair no vazio. Ao inferno, talvez, esse modo de pensar do Século XV. Ao Inferno também, pela imensidão de mortos causados pela Rainha Isabel, A Católica, e o seu pusilânime marido, o El-rei Fernando de Aragão, essa terra em que nasceu, advogou e abandonou um dia, meu Avô Materno, Angel Redondo del Cacho. Família de Corte. Ele, republicano, não hesitou e foi-se embora até ao Novo Mundo, com a mulher (também da Corte) e as filhas, a segunda, a minha Senhora mãe. Todos muito católicos, mas nunca como Isabel I de Espanha, que levou a Cruz e a Espada ao Sul do território espanhol para se desembaraçar dos marroquinos que viviam lindamente em Sevilha e Granada. Isabel La Católica, em língua castelhana, era uma mulher de armas:

Estatua ecuestre de Isabel I de Castela em: http://es.wikipedia.org/wiki/Isabel_I_de_Castilla
Mal soube a Rainha que havia um aventureiro pobre a dizer que a terra era redonda e havia um caminho mais curto para a Índia, mandou por ele, disse-lhe: se é como dizerdes, a terra é tua e o rendimento, nosso .
La Católica mulher sempre vestida em cota de armas, deu-lhe dinheiro, Colombo comprou embarcações e saiu via Atlântico, para essa rota mais curta para as Índias e chegar a essas terras antes que os portugueses, que descobriram o sub – continente, oito anos mais tarde. Colombo, nem curto nem preguiçoso, embarcou nas suas naus ,
Saindo do porto de Palos, por Evaristo Dominguez, no município de Palos de la Frontera.
Colombo partiu, na sua primeira viagem, de Palos de la Frontera (Huelva, Espanha), em 3 de Agosto de 1492, com três pequenas embarcações: a nau Santa Maria e as caravelas Niña e Pinta. Tocou na Grã-Canária e rumou para Sudoeste; três meses depois chegou a um ilhéu das Bahamas a que deu o nome de São Salvador. Continuando a navegar custeou Cuba (segundo os próprios cubanos [11] o nome é derivado da palavra Taíno, “cubanacán”, significando “um lugar central”) e chegou ao Haiti a que deu o nome de Hispaniola. Convencido de ter chegado à Índia deixou lá uma pequena colónia e regressou à Europa. .
Foi Armado Almirante Adelantado, recebido pelos Monarcas na Catedral de Barcelona, Calle de la Tapineria, na Barcelona Antiga, em frente da qual, no nº 15, Hostal dos Médicos, a minha mulher e eu costumávamos pernoitar. Sem pompa nem circunstâncias, como as que teve Colombo. Mais três viagens e muitas naus e caravelas foram às Novas Terras.
A viagem de Colombo foi de medo. Nem se sabia por onde se andava. Após dois meses de navegação, o marinheiro Rodrigo de Triana gritou: terra, terra, e foram abordadas as do Novo Mundo. Convicto Colombo de serem as Índias, tornou e os Reis enviaram cartógrafos, um deles reparara que eram terras diferentes, navegou a costa toda, fez imensos mapas e as terras passaram a ser chamadas as terras de Américo Vespucio ou as terras de Américo. Origem do nome de Continente: América, assim baptizado em honra a Vespúcio.
Américo passou a ser Piloto-Mor. Colombo fora esquecido, e teria desaparecido da história, se o seu filho Diego de Colón, não tivesse apresentado provas das façanhas do seu pai, as quais a Rainha lembrou e tornou-os Duques de Carvajal, família extensa e rica com as aquisições da América, com descendentes vivos até ao dia de hoje.
É esta simples História que nos leva a pensar hoje como será esse dia de amanhã, tão tradicional da Europa de sempre, de tanta novidade na América, que, no Norte, são denominadas Council e na parte latina, do México até ao Chile. Municípios. História para pensar nas eleições de amanhã: serão os autarcas como nos tempos de Colombo, ávidos de poder e lucro? Ou serão representantes de uma parte da nossa Soberania?
É preciso meditar…
colombo
Ilustração do desembarque de Colombo em São Salvador nas Bahamas

1) Cristóvão Colombo (Génova [?], c. 1437/1448 — Valladolid, 20 de Maio de 1506) , navegador e explorador europeu, responsável por liderar a frota que alcançou a América em 12 de Outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicos de Espanha. Empreendeu a sua viagem através do Oceano Atlântico com o objectivo de atingir a Índia, tendo na realidade descoberto as ilhas das Caraíbas (Antilhas) e, mais tarde, a costa do Golfo do México na América Central. Fonte: Phillips, William D., and Carla Rahn Phillips. The Worlds of Christopher Columbus. Cambridge: Cambridge University Press, 199, pg. 9.
A maioria dos historiadores aceita como local de nascimento a cidade de Génova, Itália. No entanto, algumas teorias dizem que Colombo era português, outras dão- no como natural da Catalunha, da Galiza, da Córsega ou de outros vários lugares do que passou a ser, após a sua descoberta, o Velho Mundo.

2) De Las Casa, Frei Bartomé, (1474) 1991: Cristóbal Colón: Diário de a bordo, descoberto e reescrito por Frei Bartolomé de las Casas, frade Dominicano, defensor dos Nativos das Novas Terras, Anaya, Madrid, 400 páginas.
Das três naus, apenas sobreviriam duas: uma tormenta, na terceira viagem, afundou à Pinta. La Niña e la Santa Maria, flutuam hoje em dia, no Porto de Barcelona.

3) Fonte, como antes: Phillips, William D., and Carla Rahn Phillips. The Worlds of Christopher Columbus. Cambridge: Cambridge University Press, 1992, com as palavras de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Crist%C3%B3v%C3%A3o_Colombo.

4) Américo Vespúcio, em italiano Amerigo Vespucci (Florença, 9 de Março de 1454 — Sevilha, 22 de Fevereiro de 1512), foi mercador, navegador, geógrafo e cosmógrafo italiano e explorador de oceanos que viajou pelo, então, Novo Mundo, escrevendo sobre estas terras a ocidente da Europa. Como representante de armadores florentinos, o mercador e navegador Vespúcio encarregou-se em Sevilha do aprovisionamento de navios para a segunda e a terceira viagens de Cristóvão Colombo. Supõe-se que tenha participado de incursões pelo Atlântico desde 1497. Em meados de 1499 passou ao largo da costa norte da América do Sul, acima do rio Orinoco, como integrante da expedição espanhola de Alonso de Ojeda, a caminho das Índias Ocidentais. Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rico_Vesp%C3%BAcio

Dia Mundial contra a pena de morte: Joe Hill

Joe Hill canção de Phil Ochs, interpretada por Billy Bragg.

Joe_hill_cadaver

Cadáver de Joe Hill

Joel Emmanuel Hägglund, conhecido por Joe Hill e também como Joseph Hillström (1879-1915), músico e sindicalista norte-americano de origem sueca, membro da Industrial Workers of the World (IWW).

Fui um dos percursores da canção de intervenção. Executado sob uma falsa acusação de homicídio, num caso de óbvia perseguição política.

As cinzas de Joe Hill foram enviadas pelo correio para as delegações da IWW, para serem espalhadas pelo munod.

Em 1988 descobriu-se que os serviços postais americanos tinham retido pelo menos um desses envelopes, devido ao seu “potencial subversivo“.

Joan BaezI Dreamed I Saw Joe Hill Last Night, de Alfred Hayes e Earl Robinson

Sondagens Lisboa – Ficará a saber se acertar

Marktest

PS – 45%

PSD/CDS – 37.9%

CDU – 7.3%

BE – 5.4%

Católica

PS – 45%

PSD/CDS – 33%

CDU – 9%

BE -8%

Eurosondagem

PS – 41.9%

PSD/CDS – 36.9%

CDU – 8.4%

BE – 8%

Aximagem

PS -44%

PSD/CDS – 36.9%

CDU – 6.4%

BE – 6%

A maioria absoluta para o PS joga-se na atribuição do último vereador que irá para o BE ou que será o nono do PS.

PS- 8 vereadores, PSD/CDS – 7 ; CDU – 1; BE – 1.

Por isso já sabe. Ou dá um vereador ao BE ao tem maioria absoluta do PS!

Como já disse, eu não voto no PS por causa da Empresa Frente Tejo, onde o governo se prepara para fazer um assalto em forma aos terrenos da frente ribeirinha.

Se lhe der a maioria depois não se queixe se vir os contentores de Alcântara chegarem ao décimo andar…

E tu, já abandonaste um animal?


Pois é, quantos dos leitores que nos lêem já tiveram a coragem de abandonar um animal?
Pois bem, a esses, eu gostava de pedir de forma educada que se retirassem imediatamente deste blogue, visto que não é possível andarem com um dístico identificativo ao peito a dizer algo como «filho da puta».
Já saíram do blogue? Óptimo. Agora que isto está mais desinfestado, posso continuar.
Devido à desumanidade de quem se diz humano, potenciada pela crise económica dos últimos tempos (o que não é desculpa para nada), o número de animais abandonados não pára de aumentar. Enquanto isso, as Câmaras Municipais nada fazem para conter o flagelo. Enviar animais para o canil e abatê-los é fácil, mais difícil seria levar a cabo uma política de esterilização desses animais, que se multiplicam da forma que sabe. Só para terem uma ideia, um casal de gatos dá origem a 14 milhões de gatos em dez anos. Vejam lá o que se poupava com duas esterilizações.
Enquanto isso não acontece, há associações que se dedicam à esterilização dos cães e gatos, substituindo-se assim às próprias edilidades. E há algumas outras que, não tendo essa possibilidade, se dedicam a tentar arranjar famílias para os animais que fresgatam à morte e ao sofrimento. O Aventar, ao fim-de-semana, passará a estar aberto a todas essas associações. Para que todas elas possam tenham ao seu dispor tenham mais uma forma de divulgação.
Começamos hoje com a Vivanimal, de Rio Tinto, e com A Cerca, de Vila do Conde. Duas associações sem qualquer apoio, como quase todas, que, sem instalações nem dinheiro, vão fazendo o que podem com os cães e gatos que lhes aparecem.

Vivanimal (Rio Tinto)

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Xuxa, gata já esterilizada, recolhida da rua com uma ninhada de 9 bebés. Contacto: 917995038. http://www.vivanimal.com/

A Cerca
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Barbarela, cadela recohida na rua. Contacto: 960392452. http://www.a-cerca.org

Dia Mundial contra a pena de morte comemorado pela ditadura teocrática iraniana

O Irão anunciou hoje três condenações à morte de manifestantes ligados aos protestos contra as presidenciais de Junho, noticiou a agência Isna.

Dia Mundial contra a Pena de Morte: petição

Apelo da Amnistia Internacional:

penademorteA Convenção dos Direitos das Crianças das Nações Unidas proíbe a aplicação da pena de morte a menores de idade “nem a pena capital nem a prisão perpétua sem a possibilidade de libertação, podem ser impostas a pessoas que cometeram crimes antes dos 18 anos de idade” (art.37).

Apesar deste instrumento internacional ainda existem países que aplicam esta pena a jovens, impedindo desta forma, qualquer possibilidade de reabilitação de pessoas que ainda estão no início da sua vida.

Em 2007, onze jovens foram executados: oito no Irão, dois na Arábia Saudita e um no Iémen.Em 2008, no Irão, pelo menos oito jovens foram executados de acordo com a Amnistia Internacional e crê-se que pelo menos 140 permaneceram no corredor da morte, de acordo com a organização Stop Child Executions.

De acordo com o Relator Especial das Nações Unidas para a situação dos Direitos Humanos no Sudão, quatro jovens de 17 anos de idade irão ser julgados por alegada participação nos ataques de Cartum, e um jovem de 17 anos e outro de 16 anos de idade foram condenados à morte em Julho e Agosto de 2008, nesse país.

No ano em que se assinala o 20º Aniversário da Convenção dos Direitos das Crianças a Coligação Mundial contra a Pena de Morte, da qual a Amnistia Internacional faz parte, lança uma petição apelando às autoridades do Irão, Arábia Saudita, Sudão e Iémen que efectivamente respeitem e implementem os compromissos internacionais que já assumiram e ponham fim à execução de menores.

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FUTAventar – o resultado não mora ali

Logo a selecção vai iniciar, a nível mundial, mais uma originalidade. Quando o jogo começar já se sabe o resultado.

Se a Suécia , cujo jogo se inicia às 19 horas, ganhar à Dinamarca, o jogo da Luz, às 21 horas não serve para nada. Portugal estará, irremediavelmente, afastado do Mundial. Os sessenta mil espectadores vão ter a oportunidade de ver um jogo a feijões, irados com a eliminação, calcula-se o estado de espírito, os impropérios, a pantuminisse de um jogo que ninguem quer jogar.

É, que, nestas condições a Hungria tambem estará fora do Mundial, terá tanta vontade de jogar quanto eu, vamos ter palhaços não no intervalo, mas durante o tempo todo.

Talvez as “cheedleaders” salvem a noite! Ou a águia Vitória !

Clube dos Poetas Imortais: Rosalía de Castro (1837-1885)


Depois desta bela canção de Amancio Prada, musicando um poema de Rosalía de Castro, mais fácil se tornará entender duas coisas: a intensidade emocional da poesia de Rosalía e o amor dos Galegos pela sua pátria. É difícil encontrar um autor que simbolize toda uma língua e toda uma literatura. Do castelhano se diz ser «a língua de Cervantes», nós usamos com frequência a expressão «língua de Camões» para designar o português. A língua galega encontra em Rosalía a sua mais emblemática expressão, embora o país seja rico em escritores e em grandes intelectuais – referimos apenas alguns: Manuel Murguia, o marido de Rosalía (1833-1923), Manuel Curros Enríquez (1851-1908), Alfonso Castelao (1886-1950), Carvalho Calero (1910-1990), Ernesto Guerra da Cal (1911-1994), Celso Emilio Ferreiro (1912-1979), Manuel Maria (1929-2004)… De todos eles irei falando. Por hoje, peço a vossa atenção para Rosalía de Castro.

Rosalía de Castro, nasceu em 1837, nos arrabaldes de Santiago de Compostela e morreu em 1885, com 45 anos, no lugar de Padrón. As suas obras principais são «Cantares Gallegos» (1863) e «Follas Novas» (1880). É considerada a fundadora da moderna literatura galega, pois com Manuel Curros Enríquez (1881-1917), Eduardo Pondal (1835-1917) e Manuel Murguia (1833-1923), seu marido, fundou o movimento nacionalista do «Rexurdimento galego».
A emigração, durante as grandes crises sociais que afectaram o país na segunda metade do século XIX, foi a solução para os galegos fugirem da fome e da miséria. Muitos vieram para Portugal. Outros emigraram para outras regiões da Península ou para as Américas. Em «Follas Novas» Rosalía dá corpo poético a um lamento que percorria todas as terras galegas nesses anos negros:
Este vaise i aquel vaise,
i todos, todos se van;
Galicia, sin homes quedas
que te poidan traballar.
Tês, en cambio, orfos i orfas
i campos de soledad;
e nais que non teñem fillos
e fillos que non tén pais.
E tês corazós que sufren
Longas ausências mortás.
Viudas de vivos e mortos
Que ninguén consolará.
A tradução não seria necessária, mas, apesar de tudo, o José Niza fê-la e compôs a bela e impressiva música que o Adriano Correia de Oliveira cantava de forma superior. Isto, numa altura em que Portugal via também os seus homens partir, para a Guerra colonial ou, fugindo à guerra e à miséria, emigrava para países estrangeiros, a canção assumia um significado especial e muito claro. Ora escutem:

Sondagem autárquicas – Leiria

Segundo o inquérito que a IPOM realizou nos dias 29 e 30 de Setembro, 22,7% do eleitores afirmaram que votariam na actual presidente da câmara, enquanto 18,5% referiram Raul Castro como o  candidato preferido. De realçar, no entanto, que os 4,2 pontos percentuais que separam os dois candidatos são uma diferença manifestamente pequena atendendo à elevada percentagem de indecisos – 33,1% – e de inquiridos que optaram por não responder – 16,4%, o que somados representam praticamente metade (49,5%) da amostra estudada.

Ver mais no Jornal de Leiria.

ETICA E EDUCAÇÃO – 2ª PARTE (7)

ETICA E EDUCAÇÃO – 2ª PARTE (7)

 Educação no tratamento dos problemas éticos ligados à informação. Simples reflexões sobre um tema demasiado complexo

 Isto não significa que todas as pessoas que intervêm na comunicação social, desde proprietários, directores, editores, produtores, escritores, jornalistas, funcionários sejam corruptos e perversos. Há muita gente que dedica todas as suas capacidades à comunicação social de forma consciente e gostaria de fazer as coisas como deve ser, gostaria de pôr os meios de comunicação social ao serviço da dignidade humana e do bem das pessoas na comunidade, gostaria de cultivar um sentido de responsabilidade e liberdade e uma franca capacidade de diálogo.

 Há muita gente da comunicação social que tem dentro de si, bem estruturada, a ideia de que a pessoa humana e a comunidade humana são o fim e a medida do bom uso da informação. Mas fazem parte de uma poderosa e complexa máquina que criou as suas próprias estruturas, as suas políticas e os seus conteúdos, tendentes a reduzir ao mínimo a liberdade e os modelos éticos em favor dos seus próprios e exclusivos interesses. A ética na comunicação social está paralisada pelos condicionamentos subalternizantes nacionais e transnacionais e pelas características sociológicas e políticas do estado, por um lado, e por outro lado pela minoria administradora, insensível à verdade, que financia a tecnologia e detém a ditadura das decisões.

 A comunicação social deveria beneficiar a sociedade facilitando a participação informada dos cidadãos nos processos políticos, mas os políticos não têm escrúpulos e usam-na para a demagogia e para o engano. A comunicação social deveria facilitar o acesso das pessoas ao civismo, à literatura, ao teatro, à música, à arte, ao entertenimento dignificante e ao desporto saudável, ao fim e ao cabo, a tudo o que tende a projectar o homem na senda da tal dimensão universal. Mas ela gasta todo o seu tempo na mediocridade, na anulação mental e na estupidificação, cimentando cada vez mais o homem na dimensão da sua animalidade irracional. Ainda é muito cedo para avaliar os danos incomensuráveis e irreparáveis nas gerações futuras deste nivelamento acéfalo e desta fábrica do pensamento zero. (Continua)

 

                     (manel cruz)

(manel cruz)

Serpente português suave

Quando o meu filho já notava o que se passava na TV, eu tirava a côr à imagem quando aparecia o “cavaleiro malboro”, em cima de um cavalo, belo, a olhar para o horizonte numa planície verde e pujante. Queria eu, com esta rude batota, dizer ao puto que quem fuma fica amarelo, não fica bonito e a cavalo.

E, sempre o que vi nos fumadores são pessoas dependentes do tabaco, com tosse, expectoração e numa fase mais adiantada amarelos e com os dentes e os lábios escuros. Por isso, e por ter esta ideia do fumo, foi-me muito fácil deixar o tabaquinho. O puto nasceu e quando veio para casa eu nunca mais fumei dentro de casa, ía para a rua, o que nem sempre me apetecia, larguei facilmente porque tive sempre associada a ideia que fumar não tinha nada de poético nem de bonito. Era um vício, ponto!

Há gajos que fazem umas poses com o cigarro mas de poético nada têm e mesmo as longas cigarrilhas das divas nunca me encantaram. Estava nesta, assunto arrumado, nunca mais fumei um cigarro, nem nunca mais tive vontade, pese embora ter uns amigos com quem janto de vez em quando e que me atiram com toneladas de fumo para cima. Mas não serve de nada, eu não gosto do fumo!

Até hoje! A Carla, com aquela escrita cheia de imagens belas, desperta-me para a poesia do cigarro, companheiro de desdita, de momentos solitários, com o fumo a ser graduado em ténue barreira que mais aproxima que afasta em momentos de pura convivência, qual nevoeiro que nos vai deixando descobrir a beleza da montanha ao sabor do capricho que ninguem comanda…

E eu vacilo nas minhas convicções, afinal há beleza, há gente bonita à luz do luar a tomar decisões dificeis e, da mesma forma que se declaram segredos eternos a um livro, tambem há quem partilhe emoções dificeis com um cigarro.

Se não fosse não gostar mesmo a serpente hoje tinha-me apanhado no seu doce silvar…

Dia Internacional contra a Pena de Morte: os linchamentos

Bilhete Postal Ilustrado - Laura Nelson linchada a 25 de Maio de 1911 em Okemah, Oklahoma. Inscrito no negativo: "copyright-1911-g.h.farnum, okemah. okla 2898."

Bilhete Postal Ilustrado - Laura Nelson linchada a 25 de Maio de 1911 em Okemah, Oklahoma. Inscrito no negativo: "copyright-1911-g.h.farnum, okemah. okla 2898."

Além da pena de morte institucionalizada, o linchamento é uma sua variante espalhada pelo mundo, ao sabor das turbas, havendo ocorrências em Portugal ainda em anos bem próximos.

O assassínio para as massas e pelas massas, nunca esquecer que a pena de morte sempre foi um espectáculo popular, ocorre instigado pelos cães do costume, ou em situações de fúria incontrolável.

Without Sanctuary é um excelente repositório de imagens, a maior parte das quais postais ilustrados, de linchamentos ocorridos no sul dos EUA. Onde o espectáculo, embora agora mais reservado, continua.

POEMAS ESTORICÔNTICOS

O HOMEM SEM NOME

 

Quando nasceu

trazia entranhados em si dois grandes pecados

o pecado original

e o pecado de ter sido gerado em mãe solteira.

Para além disso

fora parido quase moribundo.

Imagine-se o terror de sua mãe

que já o via a arder no fogo do inferno.

O pai

mais racional

não tinha assim tão maus pressentimentos.

Para ele

Deus não seria capaz de condenar

– e logo com penas eternas –

um ser indefeso

pelo facto de a pia baptismal

distar três quilómetros

do local de nascimento.

Pegaram na mulher mais à mão

e no homem mais ao pé

embrulharam num cueiro

aquele escarro de gente

e correram a sete fôlegos em direcção à igreja.

Ambos conheciam a gravidade do pecado original.

As almas dos que morrem em pecado mortal

ou apenas de pecado original

descem ao inferno

anunciava o Concílio de Florença em 1439.

Todos sabiam

que o baptismo era a única terapêutica

que salvava e apagava o pecado original.

Se chegasse à pia com vida

não seria este pecado

marca da infâmia dos seus longínquos antepassados

que o levaria à condenação eterna.

Quanto ao outro

o pecado de amor

o pecado de sua mãe

nada constava na tradição

que o considerasse

passaporte directo para as profundas

embora fosse exactamente igual ao primeiro

mas muito mais recente.

No mínimo

em cima do outro

agravaria

certamente

a sentença divina.

Portanto

as perspectivas não eram animadoras

nesta correria para a salvação.

Nada mais dominava o pensamento

dos hipotéticos padrinhos

– assim o permitisse serem-no

efectivamente

a graça divina –

senão o terror.

Já com alguma idade

esse esperançoso par lembrava-se de ter ouvido

da boca de um padre velhinho

de quem se dizia ser pai de onze filhos

que um papa chamado Bento XIV

e outros seus sucedâneos

aprovaram o baptismo de fetos e abortos

bem como dos fetos de mulheres grávidas mortas

aos quais faziam chegar a água benta

através de um sifão especial

ou de uma cesariana.

O medo era tão grande

que chegaram a arranjar fórmulas especiais

para baptizar abortos ainda sem forma humana

ou mesmo aberrações

e monstruosidades

resultantes de distracções

ou falhas nos cálculos divinos.

Já a meio do caminho da igreja

os corações dos dois estafetas salvadores

quase pararam

ao sentirem que nada pulsava

naquele montinho de carne.

Apertaram-no contra o peito

e deram-lhe algumas palmadinhas suaves

não fossem acabar com o sopro de vida

em que ainda acreditavam.

Aquele minúsculo projecto

à falta de melhor resposta

reagiu com o intestinal ruído

que precede ou acompanha

uma pequena dejecção de ferrado

o que aliviou um tanto os padrinhos

embora soubessem

que esse facto não constituía

propriamente

uma manifestação de vida.

No último minuto

provavelmente já na fronteira do entroncamento

onde divergem os caminhos do céu e do inferno

o nascituro usou

pela primeira vez

as cordas vocais

soltando um pequeno gemido

que logo se fez choro convulso

ao sentir a água benta e fria na cabeça.

Crê-se

hoje

que não fora a água fria

mas o nome que pretenderam dar-lhe

a razão do seu choro

era como que voltar à estaca zero

uma espécie de “restitutio ad integrum”

do pecado original

tornando inútil toda aquela corrida

para a pia da salvação.

Os seus gritos devem ter ecoado

como ribombante trovão

para lá dos séculos

no ex-paraíso

– hoje deserto –

no lugar onde os pais da Humanidade condenada

não sabendo para o que servia

aquilo que tinham entre as pernas

pagaram com a perda da felicidade eterna

o terem-no descoberto.

Para que ele parasse de chorar

não tiveram outro remédio

senão esquecer o nome.

A força do sacramento venceu

o diabo recuou

enfiou o rabo entre as pernas

e assim ficou sem nome

o homem que não tem nome.

 

                        (adão cruz)

(adão cruz)

Dia Internacional contra a Pena de Morte – o mapa da vergonha

Death_Penalty_World_Map

Mapa de países com pena de morte:

* Azul: Abolida para todos os crimes :

* Verde: Legalizada para crimes cometidos apenas em circunstâncias excepcionais (p.ex., crimes cometidos em tempo de guerra) :

* Laranja: Abolida na prática mas legal :

* Vermelho: Pena de morte legalizada

CALINADAS

CALINADAS do dia

 Angela Merkel já “CONGRATULOU” Obama, em vez de “SE CONGRATULOU” por Obama…

(Não é que esteja mal, mas soava melhor “felicitou” ou “deu os parabéns”.

 “FOI UM DOS QUE FEZ PARTE” em vez de “FOI UM DOS QUE FIZERAM PARTE”.

(Não é incorrecto, segundo alguns, mas soa mal.

 UM VESTIDO “FRUTA-CORES” em vez de “FURTA-CORES”.

 “LÂMPADA FOSFORECENTE” em vez de “LÂMPADA FLUORESCENTE”

(Duas coisas distintas).

 “DUZENTAS GRAMAS” em vez de “DUZENTOS GRAMAS” (Horrível).

(um grama, masculino).

Sacanas sem lei e as palavras de Tarantino

A diferença está nos diálogos. Ponto. É nos textos, nas linhas, nas palavras que está a diferença do cinema de Quentin Tarantino. E “Sacanas sem lei” confirma isso mesmo. Sim, claro que há as imagens. Ao contrário de João César Monteiro, Tarantino sabe que o cinema vive das imagens, senão poderia ser apenas uma rádio novela.

tarantino

Esse conhecimento permite-lhe criar enfeites para os diálogos. Mesmo nas cenas de acção, Tarantino está a falar. Mesmo nas cenas de amor, é ainda Tarantino a falar. Mesmo quando há silêncios, são as palavras que lá estão. Mesmo quando utiliza, e isso ocorre inúmeras vezes, referência cinéfilas, as palavras dançam-nos nos olhos. Já viram entrevistas do homem? Pois claro, está sempre a falar, não se cala. Sim, tal como Vasco Pulido Valente escreve melhor do que fala.

“Sacanas sem lei” é um filme extraordinário porque tem diálogos extraordinários. Não é pela história, baseada num filme italiano, repleta de fantasias típicas do ex-funcionário de um vídeo clube. Não é ainda pelas imagens, embora tenham uma excelente fotografia e sejam filmadas de forma irrepreensível. O que marca são as palavras.

O primeiro capítulo do filme, com um impecável Christoph Waltz, é brilhante e define todo o filme. Como uma lição de vida, é ali que descobrimos se vamos ou não gostar do filme. O jogo de palavras e de idiomas é magnífico e é um tratado sobre como se deve construir um diálogo agressivo para cinema. Com requinte. Mais à frente, no bar francês, são os diálogos que pesam. Mesmo quando as armas se fazem ouvir, ainda estamos a escutar o texto, ainda bebemos o que disseram os protagonistas. E quando as armas se calam, é um outro diálogo que estabelece a ligação para o que há-de vir.

“Sacanas sem lei” é um grande filme, que confirma apenas a capacidade de Tarantino para escrever. Algo que já tínhamos visto em “Cães Danados” e “Pulp Fiction”.

Nobel War Prize: And the winner is… Barack Obama!


Barack Obama won the Nobel War Prize 2009 for the participation in Iraq War and Afeghanistan War. The President of United States, where the dead penalty is normal and the weapons aren’t forbidden, is a real warrior. Congratulations, Mr. President!

Dia Internacional contra a Pena de Morte – educar

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Hoje é dia de combater a pena de morte. Matéria em que Portugal foi pioneiro (o que não é alheio aos horrores das guerras que nos atravessaram os séc. XIX), mas que não está resolvida no nosso planeta. Nem é risco de que estejamos completamente livres: os populistas que pedem um referendos sobre  a pena de morte pululam por aí, os criminosos que a defendem serão poucos mas nada os impede de crescer, em particular num país com um sistema de justiça que não funciona, e é injusto.

Educar contra a pena de morte é uma obrigação de todos. Como o fazer? alguns auxílios podem ser encontrados nestas páginas da Coligação Mundial contra a pena de morte, em diversas línguas.

Temos também uma interessante página portuguesa contra  a pena de morte.

À CARLA, COMO SE FOSSE UM CIGARRO

Lá para os lados da evasão

no caminho de Santiago

em dias de vibração

uma floresta de cordas

uma floresta de sons

explode em fogo de artifício

nos dedos de Uriarte.

E as cordas que nos prendem

por mais duras que sejam

tocam sempre uma canção.

Veio das jotas!

Hoje estive numa reunião de trabalho que, bem à maneira portuguesa, demorou imenso tempo.

Falou-se de tudo, da política, das empresas, do Sporting, e de vez em quando voltavamos ao assunto. O problema é que logo que alguem conta uma história, fora da agenda, todos se vêm na obrigação de contar a sua e aquilo torna-se numa roda de vaidades.

Eu fiz, eu sou, eu vou, e é um fartote de egos à sobremesa, sobrepondo-se com a pressa de dizer primeiro, ou antecipar-se a uma história que todos conhecem e, quando alguem tem o bom senso de voltar ao assunto que ali nos trouxe, temos que começar tudo do principio.

Depois há sempre uns gajos muito cheios de trabalho que aparecem duas horas depois do combinado que em vez de irem para casa, ou irem beber um café à pastelaria da esquina e ficarem por lá, não, acham que são imprescendíveis e vá de arranjar cadeira com o ar mais sério deste mundo, enquanto os cumpridores, que estão lá a tempo e , que fazer um resumo, e tudo volta ao principio.

Ao fim de três horas, já ninguem ouve ninguem sendo preciso que alguem com alguma autoridade, faça um ponto de ordem à mesa e rabisque algo parecido com umas conclusões que depois se hão-de ver daqui a uma semana em próxima reunião.

Mas hoje estava-me reservada uma para o final da reunião que me envergonhou. Um dos presentes é um homem que é empresário em Angola e no Maputo, e para dar uma ideia do nível de pessoas que nos representam a nível de governo, contou-nos que um secretário de estado foi a Maputo entregar um prémio literário a Mia Couto e só descobriu que o escritor era um homem quando se confrontou com ele fisicamente.

Isto é verdade ou foi para me (nos ) achincalhar?