Bom autarca / Mau cidadão

Para se ser o primeiro é preciso não se ser o segundo? Esta questão colocou-se já várias vezes no nosso panorama político. E a verdade é que as pessoas votam no bom autarca ou no bom político e esquecem a pessoa.

Se virmos bem, esta decisão ou esta hierarquia de valores é normal, ou pelo menos usual numa sociedade de interesses e não de valores. É normal para uma sociedade que vive para o curto prazo e não para o médio e longo prazo. É a mesma sociedade que gasta os recursos naturais como se não houvesse futuro, como se as gerações que ai vêm nada tenham a ver connosco.

É tambem assim que chegamos ao descalabro financeiro e económico que vivemos, onde não interessam valores, nem regras, mas antes o lucro fácil, e a ilusão que a falta dos valores éticos não se pagam, e caros, mais tarde ou mais cedo.

Pode-se ser bom autarca não se sendo bom cidadão ? Assim, olhando para Izaltino, parece que sim, todos lhe gabam a obra.O que ninguem consegue saber é que obra teria Izaltino se fosse bom cidadão e não andasse a contas com a Justiça.

O que perde Izaltino por estar fragilizado, perante os grandes interesses que gravitam à volta da Câmara de Oeiras? Ou melhor. O que perde Oeiras ?

Não me parece que os eleitores ponderem estas questões. Se o poder isola quem o detem, o poder fragilizado é muito perigoso, manda quem não tem mandato popular.

É a verdadeira negação da Democracia!

Comments

  1. É um bom ponto de vista, Luís. No entanto, é preciso reconhecer que Isaltino voltou a vencer de forma tranquila. É a máxima do ‘rouba mas faz’ a impor-se com naturalidade. É bom para a democracia? Não, não é. Os eleitores de Oeiras quiseram um condenado na liderança? Quiseram. Isso abona muito ou pouco acerca da qualidade do pensamento dos oeirenses? Cada um que faça o juízo de valor que quiser.

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