Carlos Costa, governador, apresentou o Boletim Económico da Primavera do BdP, destacando a previsão de queda de – 2,3% no PIB para este ano. O ‘Público’ adita algumas informações de pormenor, mas relevantes.
Impressiona-me observar que, várias instituições e os sábios líderes, apoiados por técnicos e estruturas de dimensão considerável, saiam a público para transmitir com estridência informação que já sabíamos – além da ‘troika’, Vítor Gaspar também já havia anunciado a previsão de quebra este ano de – 2,3% para o PIB.
A este repetir de comunicação do que outro tinha comunicado chama-se redundância. No mínimo, é censurável e controverso que, de várias fontes pagas pelos contribuintes, existam diversas entidades a realizar o mesmo trabalho. O facto é ainda mais controverso, porque os líderes comunicadores, em outras ocasiões, não se fatigam de reclamar que o grande desafio a empresários e trabalhadores portugueses se centra no aumento da produtividade.
O mau exemplo faz-me lembrar o episódio narrado por um meu professor de economia que explicava assim os limites dos objectivos de produtividade:
Um empreiteiro recebeu a adjudicação para fazer, em curto espaço de tempo, uma perfuração no solo, de 5 m2 de área; afectou ao projecto 8 operários e outras tantas picaretas, impondo-lhes um tempo limitado para a tarefa. Resultado: no zelo exigido para a tarefa, os 8 trabalhadores, de picareta em punho e incessante movimento, mataram-se uns aos outros e o buraco ficou por abrir.
Como a quebra do PIB será certamente maior do que os curtos 2,3%, recomendo ao Sr. Costa que, na próxima oportunidade, não seja redundante. Utilize os recursos para outros fins. O aviso também serve para Gaspar, caso o BdP se antecipe.
Já agora, preparem-se para rever novamente em baixa o PIB (- 2,3% é curto, porque os efeitos das desastrosas políticas são enormes). Upa! Upa!
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