Está no JN de hoje, em papel, página 33. Horripilantemente mal escrito e banalóide, conforme seria de esperar.
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Está no JN de hoje, em papel, página 33. Horripilantemente mal escrito e banalóide, conforme seria de esperar.
Para que não me acusem de só ver defeitos no chamado acordo ortográfico (AO90), quero hoje manifestar o meu regozijo, como mamífero masculino, pelo facto de, com o AO90, a língua portuguesa poder contar com mais mamas, devido à criação de mais um par homográfico: tecto transforma-se em teto, passando a escrever-se da mesma maneira que uma das muitas palavras que servem para designar a glândula mamária. [Read more…]
Pela lei da vida, devias partir, eu sei. Aprisionado nessa quase inconsciência, já não sabendo se estavas do lado de cá ou de lá da ponte que liga as duas vidas, o fiozinho cada vez mais ténue, que te ligava a esta, partiu-se num estalido mínimo, imperceptível, e tu, definitivamente, já não estavas aqui. Soube-o ontem, por um amigo comum, com quem reeditei uma tradição de almoçarmos às quartas-feiras, sanadas as mais importantes sequelas dum enfarte e que te trouxe com 25 quilos a menos, mas muito mais resistência, já consegues andar sem parares de trinta em trinta metros, que bom, fiquei contente.
Então lá foste desfiando os amigos que já não se sentarão mais à mesa. Entre eles, ele!
(Estou a ficar velho, já passo de uma personagem a outra, com esta facilidade a que a idade me vai guiando cada vez mais… Ou será propositado? Às tantas, vou ter de multiplicar os que restam para ainda me parecerem muitos.)
Voltando a falar contigo, o que partiu, devo dizer-te, para despedida, que tinha uma enorme inveja de ti. Tinha eu dezassete, quase dezoito, entrei no Expresso depois do meu primeiro dia de trabalho. A pessoa que me abriu as portas do emprego tinha sido a mesma que me apresentou ao dono do restaurante económico, casa de pasto para ser mais preciso, dizendo-lhe que eu era o novo cliente ao jantar (ao almoço, tinha a cantina). [Read more…]
Ontem, pela milésima vez diante da TV para assistir a mais um debate parlamentar, percebi como somos patetas nas francas expectativas colocadas em cada megamanifestação pacífica, repleta de insultos e pedidos de demissão que não mordem, cartazes-desabafos a vermelho contra a traição dos políticos e o terror pela miséria semeada já sentida ou iminente.
Para mudar algo, prioridades, acentos, sensibilidades governativas internas e globais externas, nem que fosse o discurso seco de um Primeiro-Ministro, remetido ao seu etéreo assento de estrelas cristalino, para qualquer coisa de mais afinado com o que sofremos, teríamos de ocupar a rua dias consecutivos, pacificamente, se conseguíssemos, ou suicidar-nos em massa, ou organizar-nos meticulosamente, descobrindo uma unidade semelhante à dos dedos de uma mão. Mas percebi sobretudo como é completamente tonto quer o que um Passos Caralho desta vida tenha a dizer quanto a isso quer o que um verdadeiro paneleiro político como Sócrates disse alguma vez em circunstâncias muito semelhantes. É que nisso são iguais. Lidam connosco, apesar de nós, e tal é imperdoável. Os mundos da rua e da decisão política, sobretudo no pico desta crise cega, mostram-se irredutíveis e não deveria ser assim. Ouvir não quer dizer ceder. Sentir com empatia a dor e a impaciência das massas não leva necessariamente à kryptonite de converter em hesitante e fraca a decisão resoluta do decisor. [Read more…]
Olhem para mim a subscrever um texto do João Miranda…
Morreu um certo Didier Herman, eternizado no mundo da BD como Didier Comès. Tendo como uma das suas referências Hugo Pratt, Comès criou histórias com a densidade e a tensão de um romance. Pessoalmente, tal como acontece com Pratt, sempre preferi lê-lo no preto-e-branco que faz justiça a um certo negrume melancólico de que as suas narrativas são feitas. Silêncio é, provavelmente, o seu álbum mais conhecido.
Caro provedor,
Fui leitor e comprador do DN desde que o José Manuel Fernandes liquidou o “Público”. Até hoje. Um jornal que se permite publicar um retrato biográfico/perfil de Hugo Chávez sob o título, na versão on-line, de “Chávez: um caudillo dos tempos modernos” e, na versão impressa, de “o caudilho do pós-guerra fria que criou a nova Venezuela”, da autoria de Albano Matos, indicia uma falta de seriedade, rigor e isenção com a qual não posso, atento o estatuto editorial do jornal, conviver. Pois uma coisa é opinar acerca da figura de Hugo Chávez ou reportar o modo como alguma opinião pública e publicada o via ou vê, outra é, desrespeitando não só os valores jornalísticos acima referidos, como o povo que nele livremente votou e por isso a própria democracia, associá-lo a um ditador fascista que se perpetuou no poder pela subjugação violenta.
Sabendo que outros leitores do DN partilham esta opinião (atentos os comentários on-line recolhidos pela dita peça jornalística) e porque não deixarei de manter acesso a recortes de imprensa na área dos media, passando a ler o DN apenas por dever de ofício, gostaria de obter a sua opinião sobre o que entendo ser um atropelo deontológico significativo que põe em causa a integridade do jornal, visto que nos permite pensar que outros assuntos não serão por ele tratados com a equidistância que se exige.
Grato desde já
E com os melhores cumprimentos
João Pedro Figueiredo
Numa daquelas operações de grande aparato a que estamos habituados, nada faltou. As equipas de reportagem do sr. Balsemão lá estavam à porta da garagem do Campus da Justiça da República das Bananas, aguardando o início do raid e contabilizando viaturas, magistrados, polícias e acompanhantes que partiam para uma visita “surpresa” a algumas sedes bancárias. Com a maior desfaçatez deste mundo, a pivot da SIC Notícias foi desfiando todos os passos dados desde a partida sob os holofotes da estação televisiva, até aos quinze minutos de pausa para umas baforadas de cigarro, mesmo antes da entrada nos gabinetes a vistoriar.
Que grande surpresa deve ter sido para os aflitíssimos responsáveis pela banca!
Uma operador de telecomunicações tem uma campanha que mete alguns sites completamente a vermelho. Que coisa intragável.
Era um modesto hotel de uma cidade de província. Um desses estabelecimentos semifamiliares, em que o dono parece ter conseguido desenvolver o dom da ubiquidade, não só para controlar os empregados e guardar a sua propriedade, mas também para observar com deleite a nossa cara de susto quando nos surpreendia em cada esquina. Era um […]
Ainda vamos ver o “Ministro” Nuno Melo a propor a incorporação obrigatória dos sem abrigo nas Forças Armadas….
E muitos boys & girls sem emprego. O governo exonerou a mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
“St. Thomas’?”, perguntei aos deuses da Ortografia. “Deveria ser St. Thomas’s!”, exclamei. Felizmente, não estou sozinho — há quem se defenda, alegando que é um plural. Really? Oh dear!
“Morta por dentro, mas de pé, de pé como as árvores” e (peço desculpa pela javardicezita) “Prefiro morrer de pé do que votar no Luís André“. A primeira dá o mote. A outra… A outra… A outra (ui!), valha-nos Nossa Senhora da Agrela.
OK. Já agora, como é que ficou aquela história do “agora facto é igual a fato (de roupa)”? Alguém sabe? É para um amigo.
É o tema do II Congresso dos Jovens da Família do Coração Imaculado de Maria. Aguardo as conclusões para ficar a saber se sou homem, se sou mulher e se sou de verdade.
Às escondidas. Aguarda-se o anúncio de um feriado nacional dedicado ao terrorismo fascista.
Para ouvir com bolas de naftalina nos ouvidos.
Greve geral nas redacções – página do Sindicato dos Jornalistas.
que pode acompanhar neste link. As primeiras notas, inevitavelmente, dizem respeito ao crescimento da extrema-direita.
Mesmo que não se confirme, o facto de André Ventura apresentar o nome de Miguel Relvas como aliado diz-nos tudo sobre a farsa anti-sistema que o seu partido tenta vender.
de José Pacheco Pereira, regressemos a A São solidária e a função diacrítica de há uns tempos.
Ainda sou do tempo em que o preço do azeite subiu porque mau tempo, más colheitas, imposto é roubo e socialismo. Afinal, era só o mercado a funcionar.
Depois do debate Mariana Mortágua/André Ventura vários comentadores em várias TVs comentaram o dito, atribuindo notas. Sebastião Bugalho, depois de dizer que MM mentiu, diz que ela ganhou o debate. Desde que começou a escrever no Expresso, Sebastião Bugalho marcelizou-se.
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