Gambito de governo?

Irving Amen xadrez

O gambito é uma jogada de xadrez tipo isco no anzol: oferecemos um peão ao incauto adversário, ávido e ignorante, em poucas jogadas já lhe comemos peça bem mais suculenta, ou ganhámos uma vantagem posicional que praticamente garante a vitória.

Esta ideia de o governo se demitir perante mais um chumbo das suas malfeitorias golpistas pelo Tribunal Constitucional, apanhando o PS com as calças, ou melhor, a liderança na mão, seria um gambito de mestre.

Indefensável? no jogo come o peão quem desconhece o resto da jogada, mais que estudada e sabida. Em política, há sempre soluções, haja uma esquerda que acorde para a urgência e se saiba unir.

Mas não é provável que essa demissão suceda porque o grande derrotado das europeias foi o PSD, já nem falando do PP a caminho de partido da lambreta. Pese toda a campanha para camuflar a estrondosa derrota (numa lógica imbecil que reduz Portugal a três partidos que agora valem 60%), eles sabem que foi assim. E quanto mais tempo estiverem no pote, ainda lhe vão rapando o fundo.

Imagem: Irving Amen

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  1. […] Sobre a expectável tomada de assalto do PS por parte do autarca de Lisboa, não será preciso dizer muito mais. O João Branco já o fez por mim. Mas não deixa de ser curioso que, tal como Passos fez a Sócrates quando, depois de contribuir para a aprovação de 3 PEC’s, lhe tirou o tapete no IV, também Costa jogou o jogo do tacticismo político e esperou cuidadosamente até que a direita estivesse pelas ruas da amargura eleitoral e o PS provasse toda a sua fragilidade ao não conseguir captar o voto “útil” na alternativa socialista. Apesar de criar profundas divisões no seio do partido, de que o virar de costas de Soares a Seguro na recta final da campanha é bem ilustrativo, António Costa surge no momento mais fácil para se tornar no potencial próximo primeiro-ministro. Mas Seguro ainda não caiu e a política partidária dá muitas voltas.  E não nos podemos esquecer que Passos Coelho poderá ter uma palavra a dizer. Será gambito? […]