Ensino privado na liderança absoluta do ranking das notas aldrabadas

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Surgiu uma interessante notícia no Público, sobre o estado da Educação em Portugal. Não, não é da autoria de Clara Viana. Deus a livre de tal heresia! Onde é que já se viu denunciar que dois terços das escolas que mais inflacionam as notas pertencem ao ensino privado, quando ensino privado representa apenas 17% do universo escolar nacional? E andamos nós a enfiar dezenas de milhões de euros nestas instituições, que lucram outros tantos milhões e ainda manipulam resultados. Não admira que te queiram fazer a folha, Tiago.

Imagem via Uma Página Numa Rede Social

Comments

  1. anónimo says:

    Houve quem lhe chamasse “ensino recorrente”.
    Ou seja, notas de admissão para cábulas que tenham pais ricos.
    Deve ser por isso que há tantos ministros a fingir que são licenciados.
    São incapazes de tirar um curso, mas o partido ajuda-os a falsificar o currículo e o diploma, e depois põem-nos a governar o país.

    Devia ficar expresso e certificado nos currículos, se os fulanos frequentaram a escola publica ou a privada.
    Falta a estatística dos deputados que frequentaram o “ensino privado/recorrente”.

  2. MJoão says:

    E depois, nas escolas públicas próximas, a pressão sobre os professores para inflacionar as notas é impossível.

  3. Nada tenho contra as escolas privadas desde que elas caminhem pelo seu próprio pé e sem as escandalosas negociatas e ajudas dos governos (PS/PSD/CDS) com fortes prejuízos para a escola pública, cujo esbulho ao Estado, ficou em águas de bacalhau, morrendo assim, mais uma vez, a culpa solteira. Tomando como termo de comparação uma escola privada do Porto bem posicionada no ranking cuja mensalidade é de apenas 500 Euros e com alimentação custa mais 120 Euros por mês. Parecendo estarmos a comparar alhos com bugalhos comparando esta com qualquer escola pública. Podem colocar-se perante este facto duas questões pertinentes. Em primeiro lugar perante este exorbitante custo quantas famílias portuguesas o poderão aguentar. Segundo qual o espanto de com estes recursos ter um corpo docente de qualidade. Estes rankings são falaciosos porque não estão a comparar escolas com as mesmas condições e recursos. Servem apenas para criar a falsa imagem de que a escola pública não serve os objectivos e é um alvo a abater.

    • Luis says:

      ” Segundo qual o espanto de com estes recursos ter um corpo docente de qualidade.”

      Não penso que seja 1 questão de “qualidade” do corpo docente.

      Caso contrário, o que dizer-se da qualidade de sucesso de tantas escolas que conseguem atingir níveis bons/satisfatórios, recebendo alunos de contextos socio-economicos muito mais desfavorecidos.
      Sem poderem ter explicações a 2, 3 ou mais disciplinas?

      Um aluno que consegue passar de 2 para 3 ou de 7/8 valores para 10/11…, tem, para mim, um valor enorme.E o corpo docente destas escolas é verdadeiramente de “qualidade”.

  4. Rui Naldinho says:

    Fui daqueles que ainda estudei no tempo da ditadura. Como a maioria das famílias católicas da classe média alta, os meus pais puseram-me a estudar num colégio privado “Os Maristas”. Só depois de ter concluído o antigo 5.Ano dos Liceus, atualmente o 9.ano de escolaridade, eu fui para a escola pública. Como estudante do ensino particular e religioso, como se chamava na altura, tanto no final do ciclo preparatório dos liceus, hoje é o 6.Ano, e também no no 9.Ano, nós éramos obrigados a fazer exames escritos nas escolas públicas, no final destes dois anos letivos. E os exames eram feitos nessas escolas públicas. Não podiam ser feitos no nosso estabelecimento de ensino privado, mesmo que supervisionado por professores do público. Os anfiteatros das escolas enchiam-se nos exames.
    Que eu saiba, Salazar era um católico devoto é uma personalidade da direita, super conservador.
    Então qual a razão de obrigar os alunos do ensino particular e religioso a fazer exames, quando os alunos do ensino público podiam ser dispensados desses exames, desde que tivessem média geral de 12 valores, com aproveitamento a Matemática e Português?
    Será porque Salazar era esquerdista e contra o ensino privado?
    Os mais velhos que me estiverem a ler, sabem que eu não estou a cometer nenhuma mentira.
    Não. Nada disso. O velho ditador só confiava na Escola Pública como elemento referencial do ensino. É certo que nessa época o ensino não estava massificado como hoje.
    Mas essa é a diferença da escola pública para a privada.
    A Escola pública integra pessoas pois faz parte da dimensão social do estado. A escola privada apura as castas. Se já és bom, poderás melhorar, quanto mais não seja com uns posinhos de prelim pim pim…
    Desde que as condições económicas o permitam, todos somos livres de escolher para os nossos filhos a escola que queremos.
    Não podemos é ter a arrogância de acharmos que o Estado deve pagar esse privilégio. E muito menos querer representar a sociedade estudantil numa minoria, como se ela fosse o espelho dessa realidade.

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