The Loures-Amadora connection

Há quem ainda não tenha percebido isto, em particular a direcção nacional de Rui Rio, mas Suzana Garcia corre em pista própria e o PSD não passa de mero hospedeiro temporário. Garcia é candidata à CM da Amadora, mas tem concentrado parte da sua campanha no concelho de Lisboa, investindo tempo, energia e recursos no ataque aos vários partidos políticos, ao invés de se focar na autarquia que se propõe dirigir, com a qual, de resto, não aparenta ter grande ligação. O objectivo é a notoriedade, é afirmar-se a nível nacional, com outros voos em mente, porque na Amadora, como ela e o PSD bem sabem, não tem a mínima hipótese.

Em campanha, financiada por um dos dois grandes partidos que formam o so called sistema, Suzana Garcia afirma-se anti-sistema, enquanto adjudica mais um outdoor pago com as subvenções que o sistema atribui ao PSD. Rui Rio sorri e garante que Garcia é a pessoa certa para o lugar. E ao invés de se concentrar nesse lugar, opta por fazer marcação cerrada aos diferentes partidos, com cartazes populistas e insultuosos instalados à porta das suas sedes nacionais, como se fossem eles os seus adversários na corrida à CM da Amadora. Todos vão tremer, seja a “direita fofinha” da IL, a “esquerda caviar” do BE, os “eco-fascistas-animalistas” do PAN e nem os “populistas” do Chega, seu principal adversário pós-autárquicas, escapam. A ironia.

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Suzana Garcia e o buraco sem fundo onde Rui Rio enfiou o PSD

Se dúvidas restassem sobre a enrascada em que Rui Rio enfiou o seu partido, no dia em que decidiu romper o cordão sanitário nos Açores – quando nem sequer precisava de o fazer para governar, bastando-lhe ter sido suficientemente estratégico para deixar a batata quente nas mãos de Ventura, obrigando-o a escolher entre a coligação de direita e o PS – a escolha da concelhia do PSD Amadora para o combate autárquico que se avizinha, nada mais, nada menos que Suzana Garcia, é reveladora da condição de refém de Rio e do PSD face ao storytelling da extrema-direita.

Suzana Garcia não é apenas uma comentadora histriónica que apareceu em cena como artista de variedades populistas no programa de Manuel Luís Goucha, conhecido por dar palco aos mais variados entertainers da autocracia, como o neo-nazi Mário Machado ou o próprio André Ventura. É alguém que, com uma agenda política, que agora fica evidente, aposta tudo numa retórica populista e demagoga, repleta de tiradas racistas, xenófobas e extremistas, características da narrativa de ódio, divisionismo e ressentimento que encontramos na cartilha do Chega. O próprio André Ventura aproveitou a deixa para humilhar Rui Rio, uma vez mais, na rede social Twitter:

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Uma escola sem contactos

Amadora_Contatos

O Agrupamento de Escolas Pioneiros da Aviação Portuguesa, na Amadora, não tem contactos. Tem contatos. De acordo com as últimas notícias, e segundo o chamado acordo ortográfico (AO90), consoante que se pronuncia é consoante que se escreve, para pôr a coisa em termos simples, ainda que simplistas.

Partindo do princípio de que a maioria dos portugueses pronuncia o C que antecede o T, deveríamos, então, continuar a escrever “contacto”.

Antes do AO90, já éramos um país ortograficamente desleixado e/ou inseguro? Éramos. Com o AO90, os problemas aumentaram, não só por causa do dito mas também. [Read more…]

Astérix de saias?

Tenho o Aventar em boa conta e creio que não podemos continuar a ver esta casa como a melhor da Blogosfera sem uma35pt referência ao Astérix. Apesar da enorme quantidade de historiadores que por cá habitam, Astérix não é um tema com muitas referências, mas está na hora de alterar isso.

Chegou a hora do Aventar se render aos baixinhos e aos gordos, pelas mãos do puto da Escola do Cerco. Lembro-me de subir aquelas escadas em caracol até à biblioteca. Lá conseguia encontrar umas almofadas mesmo à medida para umas horas de leitura.

Confesso que gostava especialmente dos piratas e não resistia a ir à última página ver o que acontecia ao bardo

Com a publicação de um novo álbum ficamos a saber que Astérix e Obélix viajaram até à Escócia. Ainda não tive tempo de verificar se as risquinhas tripeiras do Obélix e o vermelho do Astérix foram trocadas por umas saias, mas já me disseram que o monstro da Escócia anda por lá.

Fica a sugestão de leitura a que junto uma outra.

Vidas por um fio

(adão cruz)

Que bem estava assim de papo para o ar quando minha mãe entrou no quarto e me disse:

– Meu filho, está lá fora o Virgolino caçoilo e pede encarecidamente que vás ver o seu filho que está a morrer.

Eu havia chegado nesse momento a Vale de Cambra para um fim-de-semana, vindo do quartel militar da Amadora onde aguardava o meu embarque para a Guiné. Estava cansado porque os trezentos quilómetros da altura não eram os de hoje. [Read more…]