Um pai. Um avô. Um slogan nazi.

Rui Paulo Sousa, deputado do partido de extrema-direita CHEGA e também bibelô em todas as aparições do Quarto Pastorinho na têvê (ou nas deslocações do Presidente da República ao estrangeiro), decidiu adoptar, numa publicação na rede que é o pináculo da liberdade, um slogan da Alemanha nazi.

O outro diz que é pai. E é também avô. Por conseguinte, concluiu o outro, é também fascista. Depois, desdisse-se, com a ajuda e conivência do Querido Líder. É esperar a desdita sobre este slogan nazi, sabendo de antemão que o fascista, que afinal também não será fascista, se deve ter enganado na redacção daquele spot publicitário.

Slogan nazi: Uma nação. Um império. Um líder.

Mera coincidência, pois claro.

Processo de normalização do nazismo em curso

No Brasil, a ascensão de Bolsonaro, e subsequente normalização da narrativa da extrema-direita, deu palco a extremistas como o YouTuber Monark, que, por estes dias, se tem batido pela reabilitação do nazismo, como se de uma questão de liberdade de expressão se tratasse.

Em Portugal, os neo-nazis do NOS, grupo entretanto extinto, que tinha nas suas fileiras inúmeros criminosos condenados por crimes violentos, como Mário Machado, seu fundador, foram literalmente absorvidos pelo CH, ocupando hoje em cargos de direcção do partido. Não se iludam: é uma questão de tempo, até que tenhamos esta gente a romantizar Adolf Hitler.

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Fábula

De asas estendidas, a águia pairava, livre, magnífica, como que abraçando o vento. Feliz, deleitava-se na sua incomparável capacidade de desenhar linhas mágicas no ar. Ensaiando um voo picado, desceu, vertiginosamente, em direcção ao solo – era um prazer muito seu. Beleza e velocidade puras animavam o céu.

O caçador, bronco de gozo, apontou. Para ele, era só um troféu. Matar por matar. Era o seu modo de felicidade. Atingida no peito, a ave deixou escapar como que um último grito, um lamento, e caiu pesadamente no chão. Nada restava da sua magnificência, da sua graça. O caçador olhou o corpo disforme e sem vida da ave e sentiu-se mais homem, mais exclusiva e intensamente homem.

– Convidado a comentar o acontecido, o presidente Trump explicou que ambos os protagonistas destes eventos eram culpados. Pois quem mandou a águia voar, provocante, frente ao caçador, interrompendo até, com o peito, a livre trajectória da bala?

A ameaça extremista e os saudosistas do rectângulo

Austriapic

Nos dias que correm, o significado do termo “liberdade” começa a perder propriedade e passa a servir para tudo. Serve para justificar a especulação e o terrorismo financeiro, serve para legitimar a exploração e a destruição de direitos laborais, serve para subjugar Estados à ditadura dos mercados, serve para que os opositores do Estado Social justifiquem financiamentos estatais ao privado dependente e parasitário e serve também para trazer alguma extrema-direita a reboque. O Partido da Liberdade da Áustria, uma agremiação de fanáticos de extrema-direita neonazi que empunha com vigor a habitual bandeira da xenofobia, é um exemplo que incorpora muito do acima referido.

Acontece que estes fundamentalistas estiveram perto de vencer as Presidênciais austríacas do passado fim-de-semana, embalados por uma oportunista e chico-esperta instrumentalização da crise dos refugiados. Tal como alguns profetas da desgraça que por cá vão saindo do armário, também os nazis austríacos fazem uso, em permanência, da arma do medo. E isso entusiasma os seus pares europeus como Marine Le Pen ou Geert Wilders, sedentos de mais “liberdade” para discriminar, intimidar e reprimir. [Read more…]

Marcha nazi em Leipzig

900 manifestantes da extrema-direita alemã gritam Heil Hitler nas ruas. A Europa assiste e os Orbáns esfregam as mãos…

279 mil milhões de euros

É o valor do calote nazi segundo as estimativas do governo grego. Uma estimativa “estúpida” no entender da Alemanha. Quase tão estúpido como endividar um país para salvar bancos.

Descoberta na floresta argentina

último reduto nazi?

Outras opiniões de Manuela Ferreira Leite sobre a saúde dos portugueses


«É deplorável que se consinta que indivíduos que sofrem de moléstias incuráveis continuem a contaminar as pessoas sadias. Isso corresponde a um sentimento de humanidade do qual decorre o seguinte – para não fazer mal a um arruinam-se centenas.»

«Tornar impossível que indivíduos doentes procriem outros mais doentes é uma exigência que deve ser posta em prática de uma maneira metódica, pois se trata da mais humana das medidas.»

«Deve-se proceder, sem compaixões, no sentido do isolamento dos doentes incuráveis».

«Quem sabe exatamente se está doente ou não? Não se verificam inúmeros casos em que uma pessoa aparentemente curada, recai e causa desgraças horríveis, na perfeita ignorância da realidade?»

«Tudo o que se fez foi, ao mesmo tempo, insuficiente e irrisório. A corrupção do povo não foi evitada.»

«O papel do mais forte é dominar. Não se deve misturar com o mais fraco, sacrificando assim a grandeza própria.»

« Educando o indivíduo, o Estado deve ensinar que não é uma vergonha, mas uma lamentável infelicidade, ser fraco ou doente, mas é um crime e também uma vergonha.»

Estas e outras opiniões de Manuela Ferreira Leite na sua última obra

O mundo das crianças V – os problemas que as guerras europeias causam no Chile

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Puerto Varas - Colónia Alemã Sul do Chile

Parte de um capítulo do livro que escrevo para Aventar

A guerra civil espanhola foi um preambulo instigado pelo mais sanguinário ditador do mundo, o criador do genocídio para ocultar crimes de guerra, à maneira de Franco. A diferença estava em que o ditador da Espanha não queimava aos seus prisioneiros: os enterrava vivos. Genocídio e morte em vida, eram praticamente o mesmo crime. O ditador alemão, austríaco de nascimento e registo, como todo o mundo sabe, era filho de um trabalhador alfandegário. Líder político alemão nasceu a 20 de Abril de 1889, na cidade austríaca de Braunnau, filho de Alois Hitler e Klara Pölzl. . Responsável por um dos maiores genocídios da História, desencadeador da 2.ª Guerra Mundial (1939-1945) e mandante do extermínio de cerca de 6 milhões de judeus. Sem concluir os estudos de segundo grau em Linz, mudou-se para Viena (1908), onde o sonho de se tornar pintor foi truncado quando não conseguiu ingressar na Academia de Belas-Artes. Em 1913, muda-se para Munique, Alemanha, fugindo do alistamento no Exército de seu país. Com o início da 1.ª Guerra Mundial, em 1914, alista-se no Exército alemão como voluntário. Ferido em combate, recebe a condecoração da Cruz de Ferro. Em 1919, filia-se ao Partido Operário Alemão (DAP), rebaptizado em 1920 como Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) e apelidado de “nazi”. No ano seguinte, passa a chefiar o partido. Preso em 1923, após uma tentativa de golpe de Estado – o Putsch de Munique –, escreve o livro Mein Kampf , que me português significa “Minha Luta”. Suas ideias se baseiam no nacionalismo, no anticomunismo, no anti-semitismo e na crença na superioridade da raça ariana. Seu objectivo é construir um novo Estado (3º Reich) capaz de promover a autonomia económica da Alemanha, libertando-a do Tratado de Versalhes. Em 1930, torna-se cidadão alemão. Assume o poder como chanceler em 1933. Bane partidos políticos, prende opositores, reintroduz o serviço militar obrigatório e dá início à expansão militarista alemã. Ordena a invasão da Polónia em 1939, provocando a 2.ª Guerra Mundial. Manda judeus para campos de concentração e anexa vários países da Europa. Derrotado, em Abril de 1945, com as tropas soviéticas cercando Berlim, suicida-se no bunker da chancelaria [Read more…]