Gaffes

Sei que estou atrasado nestas conclusões. Tenho muito a acontecer de novo na minha vida e tem sido deveras refrescante estar fora do incessante vórtice mediático que nos consome tempo, ânimo e profundidade. Além disso, com aterradoras transformações tão relevantes ao nível planetário, a política da tuga tornou-se há muito um fait-divers tragicómico, um entretenimento leve e descompressor, que só nos resta escarnecer de acordo com a sua irrelevância.

Em todo o caso, acerca das gaffes da semana:

  • Nuno Melo e o Atlético Norte – Quando ouvi falar deste inusitado momento, assumi que se tivesse tratado de um corriqueiro e perdoável desvio de língua; ainda há uns tempos me referi aos talheres como “garfa e faco”, acontece a todos. Vendo o vídeo, fica evidente que ele não sabia bem o nome do tratado, consultou a cábula, não achou, sabia que era algo como “atlante” ou “atlético” e atirou em desespero.
    Esta carraça, resquício do político do século passado, é uma caricatura dele próprio. Felizmente, a nossa defesa não nos compete a nós, pelo que não é preciso mais do que isto para exercer o cargo em que ele se viu sem saber ler nem escrever (pelo menos, sobre a área que “tutela”). De recordar, por exemplo, que antes do Sr. Cravinho tivemos um ministro Azeredo que, confrontado com o desaparecimento de material de guerra, engajou em especulação metafísica sobre o que realmente significa “existir” ou “desaparecer”; e admitiu que nada daquilo o surpreendeu porque “vê filmes policiais”. Nuno Melo segue assim uma longa tradição de ministros da Defesa com habilidade para o tipo de humor que não se via desde a morte de Camacho Costa.
  • As quinas do Bugalho – Estou-me cagando quantas quinas tem a bandeira e estou-me cagando se o Bugalho sabe quantas quinas tem a bandeira. Se ele tivesse subido ao púlpito e declarado “A bandeira portuguesa tem sete quinas, quinze castelos e um ovo estrelado, e a União Europeia é um antro oligarca de fascistas encapuzados”, eu aplaudia de pé e içava a bandeira com as quinas que ele quisesse.
    No entanto, sem surpresa, elogiou a Ursa pela sua gestão da…crise covid. É mais um elemento da longa lista de subalternos que, revestido do virtuoso manto do federalismo, baixa as calças ao longo pénis da ditadura europeia.
    Dá vontade de o considerar um eunuco invertebrado, cuspidor de vacuidades, boosterizado e açaimado, recitador de cartilhas, reles cão de fila da aristocracia. Não o farei; espero que volte rapidamente ao cargo de comentador televisivo para que eu – por não ver senão desporto da televisão – não tenha de voltar sequer a pensar nele.

Montenegro escolheu a degradante

Longa vida ao PAN

PAN

Fotografia: Lusa@Sapo24

É oficial: o PAN elegeu Francisco Guerreiro, o primeiro eurodeputado português a sentar-se no grupo europeu dos Verdes. Um sinal claro de que as mudanças na política não se resumem à ascensão da decrepita extrema-direita, que em Portugal foi eleitoralmente reduzida à sua insignificância, mas também a novas sensibilidades e formas de abordar e fazer política. Longa vida ao PAN!

Jovens políticos

Com velhas formas de fazer política, o PS fede

O impensável aconteceu: André Ventura lidera coligação de direita com partidos de esquerda

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Segundo o Expresso, André Ventura lidera uma coligação às eleições europeias entre o partido que criou – na esperança de se transformar no líder da alt-right portuguesa, se é que isso existe – o PPM e o PPV/CDC, que, tanto quanto pude apurar, é uma página extremamente divertida que partilha pensamentos profundos como:

Estou aqui a pensar no Maduro, na Catarina, no Jerónimo, no Costa & C.a. (são todos farinha do mesmo saco).

ou

Saiba porque os mulçumanos vão dominar o mundo. Preparem-se! A mordamia ocidental acabará em breve. A não ser por intervenção divina.

sendo que este último é da autoria do Padre Augusto Bezerra, que, ao que tudo indica, também se dedica ao humor. [Read more…]

Aquela notícia bombástica e inesperada que marcou o congresso do CDS

Nuno Melo é o candidato às Europeias. Seo Dr. Jovem Conservador de Direita descobre, está o caldo entornado.

Um Marinho incomoda muito mais

Isto da análise política feita por militantes partidários, tem coisas engraçadas.
Muito se fala em cidadania, da participação de cidadãos na política livres de militâncias e coisa e tal.
Mas, do rescaldo das eleições europeias, conclui-se com facilidade: se um cidadão incomoda muita gente, um Marinho incomoda muito mais…

Os abutres e o cheiro a merda

Abutre

À medida que o regresso ao pote público se vai afigurando como uma realidade no horizonte dos pseudo-socialistas do PS, a tendência para o reaparecimento de velhos abutres torna-se uma constante. Há três dias atrás apareceu por ai Jorge Coelho, antigo homem forte da construtora preferida dos socialistas da direita nacional, a bater continência ao líder. Se os portugueses continuarem na senda do masoquismo e do abstencionismo irresponsável e António José Seguro chegar ao governo em 2015, algo que só não será verdade caso alguma manobra interna o substituía por António Costa, Antonio Mota tem motivos para esfregar as mãos. Nem que tenha que contratar outro (ex) ministro socialista.

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O outro candidato da direita portuguesa

Seguro e Assis

Francisco Assis, o homem que catapultou o Renault Clio para o estrelato da showbiz político nacional, aproveitou a Quadra Pascal para nos relembrar, uma vez mais, que o PS de socialista só tem o nome e alguma propaganda, já muito gasta e cada vez menos convincente. Em declarações à Radio Renascença, e imbuído do espirito católico, apostólico e romano que por ali se respira, reforçado pela data simbólica e pelo seu nome abençoado, Assis pregou ao seu eleitorado natural, situado no centro mas inclinado para a direita do espectro, para o informar que está alinhado com Durão Barroso na luta pela ascensão do bloco central.

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