Acordo Ortográfico: e quando um brasileiro procurar a recepção de um hotel…

 

Graças à uniformização ortográfica alegadamente proporcionada pelo chamado acordo ortográfico (AO90), será cada vez mais provável que os turistas brasileiros, ao procurarem a recepção de um hotel em Portugal, deparem com a “receção do hotel“.  Efectivamente, por obra e graça do AO90, a palavra em causa passa a ter grafias diferentes: a primeira mantém-se no Brasil, a segunda é novidade em Portugal.

Imagine-se que o turista em causa sabe que Portugal já adoptou o AO90. Imagine-se, ainda, que o mesmo turista, à semelhança de muitas pessoas, iludido por publicidade enganosa, ficou a pensar que portugueses e brasileiros utilizavam, agora, a mesma grafia para todas as palavras. O surpreendido turista poderá imaginar que o hotel ainda não adoptou a nova ortografia ou poderá chegar à conclusão de que, afinal, o chamado acordo ortográfico será, com certeza, ortográfico, mas dificilmente será um acordo.

É claro que a cereja no bolo desta confusão estará visível na chapa que a recepcionista poderá ostentar na lapela: aí poderá ler-se “Fulana. Rececionista“.

Viagens

Um blogue sobre viagens, hotéis, aviões, low-cost, descontos, escapadas, fins-de-semana, enfim: como descansar viajando em época de crise.

Que tem um sedentário como eu a ver com isso? o gozo de ver os novos voos do nosso José Freitas. Antes de embarcar faça o check-in.

Hotéis e clínicas médicas sem licença pode ser, bolas de berlim na praia é que não

bola-de-berlim_1203

 

O Diário de Notícias avisa-nos que o hotel de cinco estrelas Crowne Plaza, em Vilamoura, está a funcionar "sem alvará de utilização". É normal.

Acontece com hóteis, clínicas médicas, restaurantes e muitos outros estabelecimentos. Podem abrir sem legalização. E sem problemas.

Agora se for para vender bolas de berlim na praia, lá isso, não… Afinal somos um país europeu.

As pontes são boas pr'a todos!

Os hotéis estão cheios no Algarve, as praias da Linha e da Costa não aguentam mais ninguem, a cidade está vazia de pessoas e carros. É o que se chama o paraíso!

Crise, que crise? Aumentam os impostos, as famílias estão superendividadas, vamos todos viver pior, 40% dos portugueses vivem na dependência do estado, o desemprego está nos 10,8%, o rendimento mínimo e os subsídios são uma miséria, mas o que é certo é que os hotéis e as praias estão cheios.

Gasta-se gasolina, carro, alimentação, dormidas e há sempre uns trocos a que não se pode fugir mas a vida é para quem sabe dar a volta por cima. “Eles ” vão tratar disto, vais ver que vem massa lá de fora, achas que os camones dos alemães deixam cair isto? e então o sol e o inverno sem neve que os gajos vêm para cá apanhar? E a cerveja? E o vinho? Pá, não te apoquentes que há sempre algum…

E o pessoal que fica cá dentro, na cidade, está tambem de férias, restaurantes meio cheios, ruas desertas, passeios sem carros, esplanadas magníficas só para uns quantos felizardos, até o Museu de Arte Antiga estava só com uns camones lá de fora, deu para estar sentado a olhar para “Os painéis de S. Vicente”, há uma nova teoria sobre uns números que aparecem na bota de um dos Infantes, pode ser a data e a assinatura do pintor…

E o PIB? Que se saiba esse gajo foi para as Bermudas levar com um ciclone na tola e um dia destes aparece aí com um chapéu de abas largas à maneira. E, logo a seguir temos o campeonato do mundo, hoje já houve festa , milhares de entusiastas a despedirem-se dos jogadores ao longo do caminho de Oeiras para o aeroporto.

Já viram se o aeroporto fosse em Alcochete?

O BES a contribuir para o PIB !

O José Manuel Fernandes hoje no Público vem mostrar como se fazem negócios em Portugal, agarrando um assunto que a Associação de Turismo do Algarve já levantou a semana passada. O Ryder Cup é um campeonato internacional de Golfe várias vezes efectuado no Algarve e a que se candidatou novamente para 2018.

O que é interessante é que a Comissão Executiva escolheu a Comporta, um PIN (os tais projectos importantíssimos que servem para tirar qualquer observador isento do caminho) que no terreno não tem campo de Golfe, nem hóteis de 5 estrelas, condições obrigatórias para ter acesso ao campeonato.

Acontece que a Comporta é um megalómano projecto do grupo BES, autorizado pelo Presidente da Comissão que escolheu o local,  que tambem inventou os PINs, que foi quadro do grupo BES e que foi ministro com “corninhos”.

Pois, o ex-ministro Manuel Pinho, deixou ” as minas e armadilhas” pelo caminho, vai aguardar que passem os tais três anos de “nojo” ( palavra bem apropriada) antes de voltar ao Grupo de onde saiu e que tanto ajudou.

Tantos e tantos ex-governantes a cobrarem o que fizeram enquanto governo…

A Madeira já não é um jardim

Quem conheceu a Madeira em 1974/5 fica assombrado com o que vê agora. A ilha foi literalmente destruída com betão! Há quem chame a isto “obra feita” mas  a verdade é que “obra” seria melhorar ou fazer desaparecer as bolsas de pobreza que persistem, manter aquele paraíso de verde e cor. Uma realidade que ninguem pode negar, nesta primeira fase o nível das condições de vida melhorou muitíssimo, o turismo cresceu muito e com ele a hotelaria, construi-se um magnifico aeroporto que já não tira o sono a tripulantes e passageiros. A partir desta primeira fase o que se constrói na Madeira é para alimentar a máquina de construção civil que existe e que precisa de obras. Há sempre mais um túnel, mais uma autoestrada, mais uma ponte em construção ou em projecto, assusta perceber que há autoestradas que correm lada a lado.   [Read more…]

O Teatro Sá da Bandeira

.

O TEATRO VAI SER HOTEL?

.

.

.

O Teatro Sá da Bandeira, a sala de espectáculos mais antiga de Portugal (a inauguração remonta a 1877) está à venda há mais de cinco anos e ninguém o tem querido. O preço, dizem, tem sido impeditivo para a sua venda.

Até que agora apareceu um interessado. Não na sala de espectáculos, mas no edifício, e, ao que parece, quer transformá-lo num hotel.

O PDM do Porto, diz que defende os imóveis de interesse municipal, pelo que a transformação do teatro em hotel, estaria prejudicada por estar protegido por lei.

O Teatro, que de vez em quando ainda abre as portas ao público, terá de ser preservado enquanto tal. Não há por aí nenhum movimento de cidadãos que, a exemplo de outros casos (por exemplo o Coliseu do Porto), obrigue o Teatro Sá da Bandeira a não desaparecer?

Mas, outros assim estiveram (protegidos pela lei e esquecidos dos cidadãos do Porto), e vão a caminho de hotéis de 2 ou 3 estrelas (Cine-teatro Águia D’ouro), pelo que a protecção feita pela lei, pode vir a seu dada como nula, por superiores interesses económicos dos proprietários, e por ninguém querer fazer seja o que for pela sua reabilitação.

.