Ah, António!…

Anda alguma gente incomodada com o Tribunal Constitucional por causa daquela intransigência institucional de não deixar violar a Constituição. Ó meus amigos, mas isso é fácil: mudem a Constituição. Ah, pois, mas precisam de 2/3 dos votos do Parlamento, não é? Pois é, que chatice… Isto da democracia é uma porra. Razão tinha a Manuela: suspendia-se a democracia por uns meses, punha-se tudo (e, já agora, também todos) na ordem e depois, sim, voltava-se à democracia. Ou não se voltava, porque se é sem democracia que se resolve depressa os problemas, o melhor era ficar-se sempre de piquete. Ah, António…

Portugal:

paraíso para reformados… estrangeiros. E para todos os que queiram comprar os imóveis que os portugueses no Inferno entregam por estes dias aos bancos.

Setembro, fatos ortográficos e abstenções técnicas

Decifremos a grafia de Rui Oliveira e Costa: por um lado, ‘efetuados’ em vez de ‘efectuados’, ‘objetivo’ em vez de ‘objectivo’, ‘exceção’ em vez de ‘excepção’; por outro, ‘Setembro’, sem pestanejar. Enfim, há quem garanta que o Acordo Ortográfico de 1990 “já foi quase plenamente aplicado (…) sem problemas de maior”, acrescentando que “esse movimento de aplicação tem sido amplamente acompanhado pela comunicação social”.

Nota-se.

Efectivamente, depois do “fato imputável”, do “conhecimento desse fato”, da “gravidade do fato”, dos “documentos comprovativos dos fatos”, dos “outros fatos previstos na lei”, dos “pontos de contato das réguas com o tronco da árvore”, do “contato das réguas com a árvore”, da “Seção de Recursos Humanos” e da “Seção de Expediente e Arquivo”, tudo no Diário da República de sexta-feira (sim, a saga continua), só nos faltava mais esta. Sim, de facto, “sem problemas de maior”.

Em vez do êxito deste Verão, recordemos o “Walk Like an Egytian”… Perdão: Egyptian. Pois. Com pê. Ägypter? Sim, também serve.

Diz-me com quem te acovardas…

totta totó… dir-te-ei quem és. Espero que Passos não se acovarde com as pretensões pentelhistas do Santander Totta. Não se pode dar o benefício da dúvida aos Bancos. Com os Bancos, é sempre a perder, apesar do paradoxo de este Mundo não poder viver sem eles e de o seu resgate se mostrar desumano, interminável. Em geral, a Banca pré-2008 foi sacana no aliciamento do cliente e ultra-sacana no pós-2008, esmagando as suas vítimas incumpridoras até ao tutano, duas, três, quatro vezes, acima da medida justa, beneficiando ao mesmo tempo de sucessivas injecções de capital público na peida do Salgado. Nesta vida, não se pode cair uma só vez que seja nas malhas da Banca. O saque soez e a condenação económica de uma só vítima equivalem a muitas mortes muitas vezes. Pelas mãos do BES, morro mil vezes todos os meses. Ora, o Santander Totta, enchendo o peito de ar, interpõe um processo no Tribunal Administrativo de Lisboa contra o IGCP e o Ministério das Finanças à conta de supostos erros no relatório produzido pelo organismo, nomeadamente a referência a uma operação swap com a Metro do Porto que começou desde logo com um valor negativo de cerca de 100 milhões de euros, o que, de acordo com o Banco, não é verdadeiro. Seja ou não seja, relatórios podem ter erros. É humano. A informação é parca. As letras miúdas, as comissões escondidas, o articulado bizantino, blindado, blandício, os dossiês incinerados, verdade e responsabilidade sempre mortas e sempre solteiras. Quem não erra?! Agora que Bancos, quaisquer Bancos, tenham sido capazes de segregar produtos engendrados no inferno, com risco confiscatório-vexatório para os Estados, perdas colossais para os Estados, com populações comprimidas em sofrimento social e encurralamento laboral, isso não é passível de perdão nem de revisão. Quem dera pudessem os cidadãos processar o Santander Totta e quejandos por operações destas e vencer a causa. Já nem falo nos decisores políticos de topo, bem escondidos, num esforço sobre-humano de passar despercebidos. Contam que o véu do sistema os proteja e guarde. E protege. E guarda. Enquanto tu, cidadão totó-totta, quiseres.

Imagens do caos ortográfico

As consequências perniciosas do chamado acordo ortográfico (AO90) estão à vista: jornalistas transformam os habitantes do Egipto em “egícios”; num manual publicado pela Imprensa Nacional, surge a palavra, por assim dizer, “atidão”.

A relação dos portugueses com a ortografia era deficiente; com a chegada do AO90, passou a inclassificável.

Há imagens que valem mil palavrões, sobretudo para quem pensar que a correcção da escrita é um valor importante.

egícios

atidão

Imagem encontrada na página de facebook de Tradutores Contra o Acordo Ortográfico 

Professores: os do quadro, os de qzp e os outros

Os concursos de professores acabam por ser uma das marcas do fim do verão – se os santos populares nos informam da DSC01899chegada do descanso, as filas nos centros de emprego empurram as nossas memórias para o fim das férias.

E este ano foi marcado pelo alcançar de um sonho de qualquer gestor de trazer por casa, daqueles que por estes dias enchem os gabinetes dos nossos ministros: o desemprego total.

Mas, os concursos de professores trouxeram outras trapalhadas, cujas consequências estão ainda por apurar, pelo menos, no que diz respeito à vida de cada um dos envolvidos. [Read more…]