E que tal um artigo sobre a máfia do BPN, professor Cavaco?

Cavaco Silva voltou a sair para o recreio, rancoroso como sempre, para bater nos meninos mais pequenos e recordar ao país a sua espectacularidade. Bateu em Costa, bateu em Rio e fez o número habitual que sempre faz quando tem oportunidade: auto-elogiou-se, com o pretenciosismo arrogante que há muito lhe conhecemos. Cavaco será sempre o maior da aldeia, pelo menos na perspectiva de Cavaco.

Pena nunca o ouvirmos sobre outros temas, mais caros a todos os portugueses. Nomeadamente sobre o saque que a sua antiga eutourage provocou com o BPN. Sobre a permuta com Fernando Fantasia na Herdade da Coelha. Sobre a compra e venda de acções da SLN. Sobre a coragem que não teve de abordar o assunto com a frontalidade que diz ter, ele que se acha o mais honesto dos homens.

Cavaco poderá ter sido um grande estadista para alguns, mas o final da sua carreira política é um completo desastre. Para a sua imagem, para o legado que afirma ter deixado e para o seu partido, que contínua refém da sua existência auto-centrada, qual Salazar deitado na cama após cair da cadeira, cuidando ainda governar o país. E a reverência da direita, para com este sombrio personagem, ilustra bem a sua incapacidade de voltar ao poder.

“Estranhíssimo”, disse Cavaco

Cavaco Silva classificou de “estranhíssima” a decisão de substituir Joana Marques Vidal. Já eu classifico de “estranhíssimo” o facto de não haver um único dos seus amigalhaços do BPN atrás das grades, apesar da épica cruzada da PGR cessante. Ele há coisas estranhíssimas, não há?

Mas, uma vez que estamos no campo do “estranhíssimo”, quem se lembra daquela vez em que o candidato Cavaco convidou uns quantos amigos da Sociedade Lusa de Negócios, dona do BPN, para a comissão de honra da sua segunda candidatura à presidência da República? Entre outros “notáveis“, estava lá Fernando Fantasia, o tal da célebre (e estranhíssima) permuta na aldeia do cavaquistão, esse grande amigo de Cavaco Silva que nos deve quase 250 milhões de euros. Por falar em dívidas, alguém me sabe dizer se Cavaco Silva já pagou o que nos deve do IMI que não pagou da sua residência na rua do BPN? É no mínimo estranhíssimo que um político tão experimentado, que ocupou os mais variados cargos, incluindo a pasta das Finanças, não conheça as suas obrigações fiscais. [Read more…]

A verdadeira falência do Estado

Dias Loureiro foi, durante anos, suspeito de ser responsável por prejuízos de milhões no banco. Reve lações de uma investigação arquivada (Sábado)  

A incapacidade de julgar e condenar a corrupção é o expoente máximo da falência de um estado. 

Daniel Sanches, o SIRESP e a SLN

É um clássico do bloco central. Um tipo está numa determinada empresa, vai parar a uma posição-chave num determinado governo, adjudica um determinado serviço à empresa onde trabalhou e regressa à mesma empresa, como se nada fosse. Mais tarde descobre-se que se pagou demais por esse serviço, que os contribuintes foram prejudicados, tresanda a promiscuidade e tráfico de influências por todo o lado, anunciam-se corajosas investigações, mas o Ministério Pública decide arquivar. E o nível de tolerância da sociedade portuguesa para com estes casos, ao contrário de outros parceiros europeus com quem tantos nos gostam de comparar quando convém, é quase absoluto. A dança de cadeiras, o centrão de “intercâmbio” de interesses e a plataforma de negócios parlamentar são implacáveis, esteja quem estiver no poder. [Read more…]

Os donos disto tudo

donos-disto-tudoMiguel Szymanski

Em 2001 Ricardo Espírito Santo Salgado queixava-se à administração do grupo editorial, onde eu trabalhava como redactor, que os meus artigos o retratavam “como se fosse um gatuno”. Deixou a ameaça de retirar a publicidade de todas as publicações do grupo. A administração optou por fechar a revista Fortunas & Negócios, que publicava os artigos, e salvar os contratos de publicidade no diário e no semanário. Em 2011 recebi uma carta manuscrita e um telefonema com ameaças veladas de Jardim Gonçalves, porque o teria retratado “como um vigarista”. Isto, para não falar em entrevistas e conversas sinistras com outros presidentes de bancos – um deles hoje CEO dum banco internacional em Londres. Ou de aldrabões da cepa BPN ou BPP. Durante um ano e meio trabalhei na CMVM, “under cover” para entender melhor o jogo, e vi como os “polícias da bolsa” se curvavam diariamente perante os banqueiros e outros grandes do jogo da bolsa de valores. Convém não esquecer que no tabuleiro internacional dos “too big to fail” os Oliveira e Costa, Jardim Gonçalves ou Espírito Santo são peões.
De vez em quando são sacrificados, sobretudo quando o país em que operam se afunda por responsabilidade directa de banqueiros demasiado gananciosos e de vistas demasiado curtas.
Entretanto a imprensa em Portugal é cada vez mais uma ficção. Os jornalistas ousam cada vez menos. E os donos disto tudo, agora concentrados em Frankfurt, cada vez menos temem e cada vez mais podem.

A aldeia BPN

Aldeia BPN

Onde a justiça fica sempre à porta.

via Os truques da imprensa portuguesa, uma página no Facebook que vale mesmo a pena visitar!

Da digressão e ‘swing’ na AR chegamos à “CES gatada”

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A ‘Comissão de Inquérito’ da AR sobre os ‘swaps’, até agora, teve efeitos nulos, i.e., exactamente iguais às múltiplas sessões realizadas no Parlamento a propósito de outras matérias. O caso BPN, que me lembre, é o mais eloquente – até Oliveira e Costa (é só um, nada de confusões!), de pulseira e o menos solto dos envolvidos, diz-se na imprensa, não é localizado na residência por portadores de mandados. Chegam a tocar cerca de duas dezenas de vezes à campainha, esta fica roufenha e do homem nem voz afogada pelo duche ecoa.

Todavia, em respeito pelo conceito do contraditório coerente, a D. Elvira da mercearia, o Snr. Martins dos jornais e o Diogo, ‘laranja’ do coração e jovem quadro de uma financeira próxima, encontram e cumprimentam diariamente Oliveira e Costa – não é cumprimento de dois em um, atenção, mas sim individual e com respeito solene.

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José Oliveira e Costa

já contactou o tribunal e deixou o seu contacto telemóvel. E declarou-se indignado com os boatos sobre o seu presumível desaparecimento.
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Setembro, fatos ortográficos e abstenções técnicas

Decifremos a grafia de Rui Oliveira e Costa: por um lado, ‘efetuados’ em vez de ‘efectuados’, ‘objetivo’ em vez de ‘objectivo’, ‘exceção’ em vez de ‘excepção’; por outro, ‘Setembro’, sem pestanejar. Enfim, há quem garanta que o Acordo Ortográfico de 1990 “já foi quase plenamente aplicado (…) sem problemas de maior”, acrescentando que “esse movimento de aplicação tem sido amplamente acompanhado pela comunicação social”.

Nota-se.

Efectivamente, depois do “fato imputável”, do “conhecimento desse fato”, da “gravidade do fato”, dos “documentos comprovativos dos fatos”, dos “outros fatos previstos na lei”, dos “pontos de contato das réguas com o tronco da árvore”, do “contato das réguas com a árvore”, da “Seção de Recursos Humanos” e da “Seção de Expediente e Arquivo”, tudo no Diário da República de sexta-feira (sim, a saga continua), só nos faltava mais esta. Sim, de facto, “sem problemas de maior”.

Em vez do êxito deste Verão, recordemos o “Walk Like an Egytian”… Perdão: Egyptian. Pois. Com pê. Ägypter? Sim, também serve.

Imaginem quem vai levar como secretário

Vítor Constâncio apontado para presidir à União Bancária

Fartos de Sujeira

Fernanda Leitão

Algumas vezes tenho ouvido e lido pessoas com responsabilidades na vida pública inquietas com o que lhes parece a aversão dos portugueses aos políticos e à política. Nem sempre o que parece é e por isso discordo dessa opinião. E explico porquê.

Os portugueses apreciam a política quanto baste e, em algumas ocasiões,têm mostrado discernimento e maturidade. Uma dessas ocasiões foi quando, nas primeiras eleições livres, rejeitaram a maioria que o PC ambicionava: perceberam que não era inteligente, nem sensato, substituir uma ditadura de 48 anos por outra ditadura que, na altura, já escravizava há dezenas de anos vários países no mundo. Na sua grande maioria, os portugueses apreciam o centro-esquerda e por isso o CDS só tem chegado ao poder como atrelado do PS ou do PSD, para fazer número e negociatas, ao passo que o PC e a extrema esquerda se mantêm numa marginalidade ruidosa mas de utilidade. Reviram-se em Francisco Sá Carneiro e os fundadores do PSD,todos eles de centro esquerda, homens que se pautaram por honestidade e mãos limpas de quem, com verdade, não se pode dizer que usaram a política para encherem os bolsos. E deram o seu apoio eleitoral ao PS sempre que este enfrentou os comunistas ou simplesmente era alternativa de poder.

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Teixeira dos Santos explica nacionalização do BPN

Uma comédia: hoje no parlamento. Começou com 20 minutos de atraso, está neste momento no ar. (Informação extensa sobre o caso BPN aqui e aqui.)

Lavagem de dinheiro: fraude de mil milhões

Fraude que beneficiava Oliveira e Costa, Duarte Lima, e outros. Tudo boa gente.

Versos anibais

Primeiro levaram o Oliveira e Costa
Mas eu não me importei,
porque não era presidente do BPN

 

Depois, apertaram com o Dias Loureiro
mas eu não me importei,
porque não era da SLN, nem tinha negócios offshore

 

Depois prenderam o Duarte Lima
mas eu não me importei,
porque nunca conheci a secretária do Tomé Feteira…
nem cometi (há o caso das acções e da Coelha… mas que diabo…) fraudes no BPN

 

Agora, estão a subir a escada…
estão a bater-me à porta…

 

E quando percebi
Já era tarde!

Da autoria do Samuel, que bem os podia cantar, embora não seja fadista.

BPN: eles são ricos, eles não vão acabar presos

Você sabia que o caso BPN está a ser julgado desde 15 de dezembro de 2010? Você ouviu no telejornal que só Oliveira e Costa, juntamente com Dias Lourreiro um dos principais responsáveis pelo estado de Portugal, arrolou cerca de 600 testemunhas? Você sabe que ainda agora o juiz do processo pediu flexibidade aos advogados e sua carregadíssima agenda ou “o julgamento só vai acabar daqui a 10 anos“?

Não sabia? estranho. Será porque nem ao PSD, de quem o BPN foi o banco de recursos financeiros ilimitados, nem ao PS que nacionalizou os prejuízos deixando fugir o dinheiro, interessa ouvir falar neste processo? Vive num país livre onde há liberdade de expressão, não vive?. Ou vive num país de merda onde a comunicação social é propriedade e obedece aos ricos que nunca vão acabar presos?

Dúvidas existenciais sobre o pântano

Neste pântano imenso que é o caso BPN só há um gajo preso? E os outros? E os contribuintes, palavra que está a substituir o termo cidadãos, têm de suportar este esterco por mais dez anos?

Porque é que o banco não foi falência? Por medo de afectar o resto da banca nacional? O BPN? Ai, ai…