Eu bem desconfiava…

…para não dizer que tinha quase a certeza. Esta é uma das razões pelas quais sou céptico em relação à regionalização em Portugal.

Comments


  1. há vários argumentos válidos a favor ou contra a regionalização mas não me parece que estes números sugiram o cepticismo que referiu.

    “Autarquias concentram quase 90% da corrupção em Portugal”
    Compara com o quê este número?
    vamos supor que consideramos todos os agentes que são englobados nas autarquias (suponho que pelo menos executivo mais assembleias e eventualmente mais directores de serviço) e somamos todos os agentes do estado central (deputados mais ministros) qual será o peso das autarquias aqui? >90%, <90%? só sabendo este número é que consigo perceber se realmente o valor da corrupção é desproporcional em relação ao agente envolvido.

    e se em vez do número de intervenientes compararmos antes o número de transacções financeiras em que estes órgãos estão envolvidos… mais uma vez é uma relação proporcional ou não?
    e se em vez do número de transacções compararmos antes o valor dessas transacções? o que prejudica mais o país?

    ou então vamos supor que olhamos para o valor que diz que só 4,4% dos casos corresponde às freguesias… lá cai outra vez por terra a ideia de que aproximar os órgãos de decisão das pessoas sugere aumentos de corrupção.

    repito o que disse inicialmente… há vários argumentos válidos a favor ou contra a regionalização mas não me parece que estes números sugiram o cepticismo que referiu.

  2. Luis Moreira says:

    Nas autarquias é muito fácil controlar a corrupção, todos sabem como se faz. levantam-se obstáculos para se venderem facilidades e a maioria passa por interesses muito bem definidos, com são os terrenos urbanizáveis e a actividade privada de quem decide dentro das cãmaras. Responsabilize-se quem assina os projectos.

  3. Pedro says:

    Caro Vítor: concordo consigo quando questiona a relação entre o nº de agentes das autarquias e o nºde agentes “centrais” digamos assim, é óbvio que os autárquicos são em maior nº.
    Mas a minha questão não é essa. A regionalização não deve ser vista, penso eu, como uma coisa boa ou má em si, sem termos em consideração aquilo de que falamos. Para exemplificar: se alguém me perguntar se sou a favor da regionalização na Suiça (o sistema de Cantões pode ser comparado a uma regionalização bastante profunda) a minha resposta é imediatamente sim. A mesma pergunta em relação ao Afeganistão leva-me à resposta contrária. Penso que a maior ou menor possibilidade de corrupção num país tem a ver com a forma como a Coisa Pública é entendida e respeitada. Em relação a Portugal sou céptico.

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