No coração da UE

Quem chega ao aeroporto de Bruxelas terá pela sua frente labirínticos corredores em jeito de emaranhado de escadas e passadeiras, como que funcionando de aviso àqueles que se dirigem à Comissão. São instalações funcionais, mesmo assim, e sem exuberância novo-riquista em moda nalguns jardins à beira mar plantados.

É um aeroporto localizado a pouca distância do centro da cidade, o que desde logo fez soar alarmes nesta cabecinha habituada à lusa argumentação sobre o perigo de um aeroporto com localizações destas. Serão os belgas doidos? Será possível que não lhes passe pela cabeça mudar o aeroporto para seja necessário construir pontes e linhas férreas?

É irónico mas não é no coração da UE que se fazem as grandes obras públicas quem empenham uma geração inteira. Há anos que gastamos o que não temos, sempre com a promessa que é condição necessária para sairmos do buraco e, no entanto, onde está esse progresso? Dizem que não chega por causa dos malvados dos mercados e do FMI. Esses sacanas que se coíbem de emprestar dinheiro.

Temos uma rede viária de luxo para os que aí vêm pagarem. É o progresso a 120Km/h, para mais rapidamente irmos das compras no hipermercado à bicha do centro de emprego.

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