Era uma vez um país tão pequeno, tão pequeno, tão pequeno que até começou a parecer que as coisas deixaram de caber lá dentro. De um dia para o outro, talvez por causa da desarrumação, o país passou a ter tudo a mais. Pelo menos, foi o que os governantes do país disseram, porque os governantes são pessoas que dizem.
Passou a ser conhecido pelo país do tudo a mais. De um dia para o outro, como havia muitas coisas a mais, como, por exemplo, dívidas, impostos, miséria ou fome, também começou a haver pessoas a mais. As pessoas e as coisas a mais já não cabiam todas dentro do país. Como as pessoas tinham pernas e as coisas não, as pessoas, quando deram por ela, estavam fora do país e começaram a andar para países em que havia coisas a menos ou pessoas a menos, ou esperança a mais, que a esperança era das poucas coisas que havia a menos no país do tudo a mais.
Ao fim de algum tempo, por causa das pessoas que foram, porque estavam a mais, e por causa das que ficaram, porque tinham dificuldades a mais, as lojas começaram a ser lojas a mais. O mais curioso foi saber que no país do tudo a mais, em que passou a haver fome a mais, os governantes acabaram por dizer que havia restaurantes a mais, porque os governantes são pessoas que dizem.
Esta história era para ter uma moral, mas, no país do tudo a mais, até a moral estava a mais.
Ele há bifes a mais, funcionários públicos a mais, velhos a mais, doentes a mais, professores a mais, enfermeiros a mais, médicos a mais, pensões de reforma a mais, direitos a mais, ricos a ganharem 1000 euros a mais, centros de saúde a mais, escolas a mais, subsídios a mais, farmácias a mais, carros a mais, restaurantes a mais, …..há tudo a mais , mas o que há mais são as pessoas que estão desempregadas e velhas e os jovens, que chatos, que querem trabalho.
Caraças!
É difícil governar-se um país com pessoas a mais!
Morram, emigrem, suicidem-se, porra!
E há gatunos que vão para a política a mais
E há gatunos que nem bons advogados são a mais.
E há gatunos que também são economistas a mais.
E há gatunos que são maus empresários a mais.
(… a lista é infindável … )
E há o PR que não está a mais nem a menos porque simplesmente não existe na realidade. Só no mundo virtual online, mais conhecido pelo Faissebuk, e já estamos todos a ver a Ti Maria e o Ti Joaquim, as Bias e os Maneles, lá em Monsanto e em Odemira, a googlar e surfar na net e a ler as mensagens do dito PR:
“Bia, já prantaste o like no facebbok?”
“Estou prantando, Manel…..”
Mas há novas profissões e funções – os politólogos que falam a mais e dizem a menos mas têm empregos novos e úteis para não termos dúvidas a mais
Nem fale dos politólogos, maria celeste!
Resmas deles!
(que raio de nome este, politólogo!)
E há o Cantigas e o Duque que são 2 grandes exemplos de uma espécie de econotólogos.
E há também o Carreira, o Medina, não o Tony. Embora um e outro façam algum pessoal chorar muito, um pela desgraça do viver acima das possibilidades e o outro pela possibilidade da amante dar de frosques.
Ambos os 4 partem o coração. E são demais!