Cavaco e o Tribunal Constitucional

O pedido de fiscalização que Cavaco Silva enviou ao Tribunal Constitucional

O país do tudo a mais

Era uma vez um país tão pequeno, tão pequeno, tão pequeno que até começou a parecer que as coisas deixaram de caber lá dentro. De um dia para o outro, talvez por causa da desarrumação, o país passou a ter tudo a mais. Pelo menos, foi o que os governantes do país disseram, porque os governantes são pessoas que dizem.

Passou a ser conhecido pelo país do tudo a mais. De um dia para o outro, como havia muitas coisas a mais, como, por exemplo, dívidas, impostos, miséria ou fome, também começou a haver pessoas a mais. As pessoas e as coisas a mais já não cabiam todas dentro do país. Como as pessoas tinham pernas e as coisas não, as pessoas, quando deram por ela, estavam fora do país e começaram a andar para países em que havia coisas a menos ou pessoas a menos, ou esperança a mais, que a esperança era das poucas coisas que havia a menos no país do tudo a mais.

Ao fim de algum tempo, por causa das pessoas que foram, porque estavam a mais, e por causa das que ficaram, porque tinham dificuldades a mais, as lojas começaram a ser lojas a mais. O mais curioso foi saber que no país do tudo a mais, em que passou a haver fome a mais, os governantes acabaram por dizer que havia restaurantes a mais, porque os governantes são pessoas que dizem.

Esta história era para ter uma moral, mas, no país do tudo a mais, até a moral estava a mais.

Comédia romântica

Rapaz diz que gosta de país, declara que orçamento faz mal ao país e entrega país ao orçamento. Com João Almeida no papel principal.

A vingança serve-se fria

E pronto, lá passou o orçamento para credores e outros clientes verem, com o voto daqueles poucos portugueses que nem imaginam como é a vida verdadeira dos outros portugueses todos, a quem dedicaram um caderno de encargos para o Estado que a realidade se encarregará de mostrar irrealizável. Do alto da sua altaneira retórica, investido pela missão suprema dos salvadores das pátrias falidas, o mestre-de-obras está satisfeito: mais uma vitória contra essa gente de coração maioritariamente socialista [e não disse PS], habituada a viver com o que constantemente deve, como se isso fosse muito natural, como se a boa vida fosse alguma vez para todos. Tomem e embrulhem. Já se tinham acabado os empregos, os filhinhos todos a estudar para doutores, os carrinhos novos de tantos em tantos anos e as férias nos brasis – agora acabou-se também tudo o resto. É assim, de vez em quando há um mundo que se acaba. Tomem e embrulhem este mundo novo que vos damos. E agora virem-se.

E a visão daquelas pessoas no parlamento da República (e disse República), a votar disciplinadamente contra o povo, será inesquecível para muitos. Carrascos, sim, como dizia uma senhora para a tevê, pais refundadores mauzões a sovar os filhos e a mandá-los para a morte, ou então para a pátria exógena de onde eles próprios vieram pela mão dos pais, com guia de marcha rápida, a trote da descolonização do Soares. Carrascos sim, cheios de raiva antiga no esquecimento, e ali chegados graças ao Sócrates dos computadores para todos e das escolas novas de que não precisávamos – e graças, também, aos CDSs das coligações com todos e a essa imensa maioria de abstencionistas que não querem saber da política.

E no final, Gaspar a passar a mão pelo pêlo dos dirigentes do PS: cuidado com os radicais da vossa paróquia que a gente ainda tem uns assuntos para resolver juntos. E depois o inaceitável e habitual compromisso cobarde do rapaz Seguro: isso da Constituição é com o senhor presidente.

Hoje é o dia da votação do orçamento de Estado

 

Se orçamento do Estado Português for votado hoje e a maioria ganha a sua aprovação, estamos condenados. Vamos perder subsídios, escolas, emprego, assistência à saúde, os novos profissionais vão continuar na emigração, haverá um vazio profissional de uma geração, a polícia vai perder membros, as farmácias não serão fornecidas com remédios, hospitais vão ser encerrados e mais pedras de rua serão atiradas a Assembleia da República. Tenho a impressão que será o diluvio universal.

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Debate do Orçamento de Estado 2013


É uma festa o vídeo do momento.

E se os deputados do PSD tivessem vergonha na cara?

Conforme os pontos de vista, podemos dizer que há deputados a mais ou a menos. [Read more…]

Impostos, receita e despesa 1977-2013

 

A infografia original e o respectivo texto de análise podem ser consultados aqui.

«Nem os funerais escapam»

Leio na primeira página do DN de hoje.

“Nem subsídio de morte escapa aos cortes orçamentais de Vítor Gaspar”. O subsídio por morte será cortado a metade.

Uma pessoa tem que pensar duas ou três vezes antes de morrer… vai dar muito mau jeito a quem por cá fica, que terá menos apoios (a notícia refere-se aos familiares dos funcionários públicos ou reformados da CGA).

Se já não interessava morrer, agora muito menos!!

Mas com este enorme aumento de impostos e cortes em vários subsídios, a vida está pela hora da morte.

Já estou a imaginar as cabecinhas pensadoras dos Bancos a criar um novo Plano de Poupança… o PPM.