MAClata: a falta de vergonha de Marco António Costa

macNão é fácil encontrar palavras para descrever o que se sente em Gaia, de cada vez que Marco António deixa o cativeiro e aparece perante o país, como se fosse o mais puro dos anjos à superfície do planeta.

Vamos lá ver se conseguimos explicar, de forma breve, o cenário a sul do Douro, nomeadamente à nova (velha?) liderança laranja que, pelos vistos, à falta de melhor, vai buscar inspiração ao que de pior a política tem: Marco António Costa.

Este senhor, a quem não se conhece profissão, continua a ter um currículo onde Vila Nova de Gaia não existe. Mas, apesar da vergonha manifestada pela sua passagem por cá, sentimento generalizado a quase todos os gaienses, a verdade é que esteve cá. E as contas por pagar são disso prova.

Quando o povo os derrotou nas urnas, a bola da dívida bateu na trave dos 300 milhões. Ao nível da gestão autárquica, os últimos dois anos e meio, em Gaia, foram uma aventura, quer pelos sucessivos buracos (crateras!) encontrados, quer pela necessidade de associar rigor e criatividade, num processo destinado a personagens nada terrenas, como Lara Croft.

Mas, a realidade é o que é e ninguém fugiu às responsabilidades. O anuário dos Municípios Portugueses não podia ter sido mais claro:

Num comentário ao Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2014, divulgado esta semana, Vila Nova de Gaia surge como o município com maior diminuição do passivo (menos de 11,5% ou 23,2 milhões de euros face ao ano anterior), figurando no quarto lugar das autarquias com maior volume de investimento (cerca de 28 milhões de euros)

Ora, apesar da herança desastrosa, o caminho estava a ser feito, até aparecer mais um detalhe – uma decisão judicial que obriga a Câmara Municipal a pagar as brincadeiras do sr. mac. Uma factura de quase 10% do orçamento municipal que é absolutamente impossível de ser paga com os parcos recursos disponíveis.

Fazendo uma simples comparação, facilmente se percebe que a poupança realizada pelo PS “é comida” pela incompetência laranja, razão pela qual a Câmara Municipal se vê obrigada a recorrer a um mecanismo de saneamento financeiro.

Assim, quando se liga a televisão e se dá de caras com o personagem sr. mac, a expressão GRANDE LATA é a única que me ocorre, para além dos impropérios, normalmente vertidos no sentido da ascendência dos homens do apito.

Percebo que o sr. mac, desalojado do escritório da São Caetano, possa ser portador de algum mau humor, mas daí até se colocar em bicos de pé para questionar os desafios que António Costa se propõe levar a cabo em Bruxelas…

O PSD poderia recorrer a Dias Loureiro ou a Miguel Relvas, se calhar a Duarte Lima ou a tantos outros bons exemplos de gestão da coisa pública.

Mas, o sr. mac?

E, repare, caro leitor nas expressões escolhidas pelo sr. mac: “serão os portugueses a pagar esta brincadeira de mau gosto”, “factor de desconfiança”, “uma tentativa de negociação com base num documento que não tem credibilidade” e “o resultado que se pode esperar não é muito positivo”, “O receio de qualquer português é que estas aventuras do PS e do Governo de esquerda sejam pagas, no curto prazo.”

Nem mais, nem menos – um visionário. Peço-lhe, caro leitor, mais um esforço para me acompanhar neste exercício – use a última frase para descrever a gestão mac em Gaia ou, mais fácil ainda, troque as palavras português por gaiense, esquerda por direita na última frase e acrescente um D depois do S:

  • O receio de qualquer português gaiense é que estas aventuras do PSe do Governo de esquerda direita sejam pagas, no curto prazo.

É mesmo uma MAClata a deste senhor! Sendo que, na parte do pagar a curto prazo, não deixa de ter razão – aqui em Gaia, não tardaram a chegar as contas!

Nota: Por momentos, ainda acreditei que o PSD local, como inúmeras vezes tem sugerido o Paulo, estivesse a trilhar uma nova causa, mas diz-me com quem andas

gaiacausa

Comments

  1. Ana A. says:

    Enquanto não houver punição clara e inequívoca na nossa legislação para os “malfeitores da coisa pública”, bem podemos espernear e esbracejar! E porque será que os meandros destas malfeitorias são sempre tão “difíceis” de desatar/provar na Justiça?! Porque será

    • Maria João says:

      Porque muita da legislação elaborada, com uma (tenho para mim que propositadamente) técnica legística menos que sofrível, é encomendada por lobbies bem instalados em sectores chave aos muitos deputados que enchem o parlamento e que assim sabem bem onde estão os alçapões para os amigalhaços poderem contornar as leis de uma forma ardilosa que ao comum mortal (leia-se o homem que se levanta todos os dias para trabalhar e tentar ter uma vida normal) não se afigura nem possível nem desejável.
      Aliás, acho que os diversos corpos de investigação e de procuradores do Ministério Público devem ser dos profissionais mais frustrados neste país…

      • Ana A. says:

        Obrigada, Maria João! A minha pergunta era uma pergunta retórica!

  2. martinhopm says:

    Quantos Mac’s?! Ao nível do governo central, ao nível das autarquias, ao nível dos grandes escritórios de advogados, ao nível da grandes empresas? A prisão de Évora estaria a rebentar pelas costuras. Mas ainda não será no século actual que se vão punir criminalmente estes desmandos, a não ser que… o povo abra os olhos e faça prevalecer os seus direitos! Mas não pode ser com cravos!

  3. José Fernandes says:

    Nem merece comentários.Quando vejo este “sr”? na tv causa-me vómitos tal o estado de nervos que me provoca. Não sou filiado em nenhum partido.

Trackbacks

  1. […] de Gaia e, nunca o escondi, sempre senti algum incómodo (palavra simpática) pela presença de Marco António na terra que escolhi para educar os meus […]

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