Quando é que o Ministro das Finanças se demite?

António Costa e o seu entediante Ministro das Finanças têm todo o direito de olhar para António Domingues como a última Coca-Cola do deserto.
O que não podem, por causa dessas suas convicções pessoais, é fazer leis à medida de uma pessoa em particular, abrir precedentes perigosos e tratar de maneira diferente situações que são iguais. A partir de agora, que legitimidade moral tem o sensaborão Mário Centeno para exigir a entrega de Declarações de Rendimento e Património a outros gestores públicos?
A forma como esta questão termina – os gestores da Caixa NÃO vão entregar a declaração porque não lhes apetece – é simplesmente humilhante. É que estamos a falar do Ministro das Finanças da República de Portugal, que não tem de baixar as calças a um banqueirozeco qualquer. Que ainda não se percebeu muito bem de que tem medo.

Comments

  1. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    A execução de leis “à medida” é uma característica da política pós 25 de Abril, sensível, aliás, na ligação entre os parlamentares e os escritórios de advogados, como é do domínio público. Estes “arranjinhos” não são de ontem nem anteontem e os que são ministros foram outrora quase todos parlamentares e os que hoje são parlamentares serão amanhã ministros.
    Estamos perante “arranjinhos” da oligarquia política que inventa crises e nelas vai “surfando” sempre na crista da onda …
    Portanto a diferença entre os partidos do “arco de governação” é nula. O que me espanta é que bloquistas e comunistas, embora protestem, não tomem as medidas que as suas convicções políticas a tal os obrigariam.
    Mas na política, o que eles querem é tacho e aí, são todos iguais.

  2. Vítor Cruz says:

    Tem obviamente razão Ernesto, mas….”A execução de leis “à medida” é uma característica da política pós 25 de Abril” ??? E antes do 25 de Abril como era Ernesto?? Lembra-se? Ou ainda não era vivo?

    • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

      Tinha 25 anos quando se deu o 25 de Abril. Não tenho por hábito, nem por moral, comparar regimes fascistas com regimes que, com todas as fases negras por que passam, são democráticos porque, pelo menos, posso escrever o que estou a escrever. E embora esta democracia para mim seja um regabofe, preferi-o mil vezes a um regime que vivi e em que fui preso. Portanto, caro Vítor Cruz, não recebo lições dessas.
      Num regime dito democrático, a oligarquia é a imagem de um passado que eu gostaria de ver espoliado. Ataco o presente, tento esquecer o passado, mas sobretudo, não pretendo, não quero e não permito que se comparem estes dois regimes, como o caro Vítor Cruz o faz.
      Cumprimentos.

  3. Rui Naldinho says:

    “Les uns et les autres”

    Hoje, eu estou 100% de acordo com o autor deste artigo.
    Na realidade ninguém de boa fé consegue defender a posição do Ministro das Finanças e de António Costa. É lastimável como esta gente não consegue ver mais do que meia dúzia de metros à frente do nariz, em dia soalheiro.
    Na minha modesta opinião, talvez fosse bom que o atual Primeiro Ministro se recordasse, de que foi com a ida dos ex ministros do PSD e do CDS para a EDP, e, com aquele ordenado pago ao falecido Dr. António Borges, que começou a triste sina do anterior governo. Meia dúzia de semanas depois tínhamos a manifestação da Praça do Comércio, com as centenas de milhar de pessoas na Rua.
    O desgaste começa sempre por um conjunto de sinais e atos falhados, que não têm qualquer justificação racional, demonstrando que há duas espécies de Portugueses.
    Na auguro nada de bom para a CGD. E, assim sendo, eu tenho dúvidas que este Ministro das Finanças fique com grande espaço de manobra.

  4. Estava eu tão sossegado... says:

    Na auguro nada de bom para a CGD.

    Porque não pergunta ao Durão Barroso ou à Merkel ou ainda ao patrão do Barroso.
    Esses já sabem de certeza absoluta onde vai parar a CGD.

  5. o Diabo Vidente says:

    Descansem almas penadas ,abutres e malfeitores ,vão ter de levar com o Centeno até que devolvam tudo o que gamaram .

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