Deus não está muito bem, graças a si mesmo, Marx sobrevive com dificuldades, a Esquerda vai andando e a direita está catatónica, pelo menos em Portugal.
Catatónica, mas à espreita e nunca silenciosa, que isto aqui, felizmente, é uma democracia. Nos últimos dias, dois representantes dessa amável facção falaram sobre direitos, termo que obriga os seus utilizadores à toma de doses maciças de anti-histamínicos.
Rui Rio, candidato a líder da direita, depois de ter despovoado culturalmente o Porto, vai já prevenindo que os governos deram às pessoas direitos insustentáveis, como se os direitos fossem ofertas governamentais e não consequência da justiça e da evolução da humanidade ou como se os direitos necessários fossem dispensáveis. A desonestidade intelectual da grande maioria que vem do CDS até aos órfãos da direita do PS (que é muito grande) insiste, há anos, na ideia de que o problema de Portugal está nos gastos com o Estado Social e não nos desvios de dinheiro pertencente ao Estado Social, para salvar bancos e para pagar as dívidas públicas insustentáveis e nunca sujeitas a auditorias. Rui Rio, tal como Sócrates e Passos Coelho, é apenas um empregado bancário e presidente pouco clandestino das grandes empresas que gostam de lucros elevados alimentados por salários baixos. Para Rio, o país fica no interior das salas em que se reúnem os conselhos de administração. Lá fora, estão as pessoas, espécie cujo único direito é trabalhar por pouco dinheiro e respirar baixinho, como diria Luís Montenegro. [Read more…]
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