
Ilustração: Arthur Rackham, 1912 (fonte: Wikipedia)
Naquele tempo, por andarem à frente, como os bois da guia, até chamavam PAF ao fenómeno, aconteciam coisas engraçadas. Foi, por exemplo, o caso dum burro criado nas Necessidades que se estabeleceu com um negócio de raparigas da vida airada num país africano. Aconteceu o que é costume: primeiro, foi a rebaldaria e o pilim a cair na carteira; depois, foi a chatice do inquérito. No fim, o silêncio e o esquecimento. Mas parece que o burro deixou asno que lhe sucedeu, um que lhe guardou o apelido e o vezo de ver negócios em tudo sem se lembrar que quem tem telhados de vidro não deve andar à pedrada. Ou mais claramente: compreende-se que esteja muito ufano por pertencer à Loja, mas será bom não esquecer que muito boa gente não tem medo de lojas. Até se ri delas. Grande vassourada isto anda a pedir.
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