Poucos debates espelham tão bem o país em que vivemos. Discutir se um gestor público, tal como qualquer governante, deve ou não apresentar a sua declaração de rendimentos é triste, acima de tudo, porque não deveria sequer gerar qualquer tipo de discussão. É óbvio que deve. Melhor: é obrigado a fazê-lo. Se existe uma lei que a isso mesmo obriga, qual é a dúvida? Se António Domingues e a sua equipa são tão fantasticamente espectaculares, como podem supor que estão acima da lei? Será que lhes foi prometida uma excepção à regra, que obviamente violaria a lei portuguesa, e eles, tão fabulosos, não perceberam que tal não era possível? Esperava-se mais de um indivíduo que vai auferir um salário astronómico sem mostrar serviço.
A confirmar-se a previsão do Ricardo Ferreira Pinto, estaremos perante uma grave e humilhante situação em que a lei e o governo se submetem a exigências inaceitáveis, abrindo um grave precedente que terá repercussões no futuro. Há males que devemos cortar pela raiz e este é um deles. Um governo que se diz de esquerda não pode criar leis à medida dos caprichos de um banqueiro. Tem, ao invés disso, a obrigação de impedir tratamentos de excepção. Não há meio-termo. Deixem-se de merdas e cumpram a lei.
Ontem, eles disseram que o Ricardo Ferreira Pinto era um comentador PAFioso!
Hoje, eles vão dizer que o João Mendes é do mesmo clube!
Amanhã será outro qualquer…
Queres ver que somos todos PAFiosos, num país de gente bafienta?
Na volta sou mesmo um pafioso infiltrado 🙂
Ou me engano muito, ou toda esta marosca é própria de país subdesenvolvido.