Falsas equivalências

No seu discurso de ontem, reagindo à barbárie que os apoiantes de Bolsonaro impuseram em Brasília, Lula da Silva chamou à extrema-direita aquilo que ela é: neo-fascistas de trazer por casa. Logo se levantaram, inconformamos, os empedernidos liberais do extremo-centro, dizendo que as declarações do presidente brasileiro polarizam e acicatam a reacção.

Esta posição é, apenas, e na verdade, mais uma das infindáveis tentativas de colar a extrema-direita à esquerda, quando sabem perfeitamente que o que está em causa não é uma questão de extremos, mas sim de fascistas versus democratas. Esta estratégia de fazer equivaler a esquerda, fundamentalmente social-democrata, à extrema-direita racista, xenófoba, homofóbica e corrupta é antiga, foi recauchutada e colhe hoje os seus frutos. Mas não há equivalência possível entre quem defende os pressupostos constitucionais que regem uma democracia e aqueles que, inscientes, a querem destruir, começando por corroê-la a partir de dentro, para depois extravasarem e passarem à violência declarada contra as Instituições democráticas. Em Portugal sucede o mesmo, sobretudo depois da entrada declarada da extrema-direita na Assembleia da República: a tentativa de colar o Chega, representante dessa direita retorcida e podre de bolor, aos partidos representantes da esquerda tradicional, como o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, partidos que, quer se queira quer não, quer se goste ou não, nunca tiveram um projecto político de destruição da ordem constitucional e democrática. A estratégia, diga-se, é igual aqui, no Brasil, na Espanha, na França ou na Itália.

Ao Brasil, aos democratas brasileiros, da direita moderada à esquerda, que não se revêem em tais actos e respeitam a democracia, vai daqui toda a minha solidariedade e a vontade de que esses insurrectos fascistas sejam postos no seu devido lugar: na cadeia.

Viva o Brasil. Vivam os brasileiros.

Fotografia retirada de: Revista Veja

Importar a lição e nunca repetir

Em Portugal, a direita representada por Iniciativa Liberal, CDS-PP e Chega, torceu para que Bolsonaro vencesse. Do filho de Paulo Blanco, passando pelo Ventura original e acabando no Ventura do Chega, os reaccionários sempre desejaram que isto acontecesse.

Tanto em 2018, quando Jair Bolsonaro venceu as eleições a Fernando Haddad, como agora em 2022, alguns representantes da direita portuguesa, dos liberais aos democratas-cristãos, tinham muita dificuldade em “escolher um lado”, para não assumirem, claramente, que votariam em Bolsonaro; já a extrema-direita, representada por André Ventura, nunca escondeu: Bolsonaro ou a guerra civil.

O resultado está à vista e sabemos a intenção futura: importar este tipo de caos para Portugal. É preciso chamar os bois pelos nomes: são neo-fascistas, mais ou menos assumidos. E não passarão, se nos impusermos já.

Imagem de: Tomás Nery

Quem se presta a fazer todo o tipo de figura, acaba a fazer figura de parvo

Fotografia: EPA/JOEDSON ALVES

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhou o Presidente da República do Brasil, o proto-fascista Jair Bolsonaro, nas comemorações dos duzentos anos da independência do Brasil.

Aquilo que, para Marcelo, era apenas um acto de diplomacia (que Marcelo, e bem, diz manter “com democracias” e com “ditaduras”), para Bolsonaro foi, como era esperado, uma acção de propaganda eleitoral, num momento em que se aproximam as eleições presidenciais brasileiras e em que as sondagens apontam, cada vez mais, uma vitória de Lula da Silva, re-candidato a presidente, pelo Partido dos Trabalhadores.

Depois da figura a que se prestou, estando presente numa comemoração nacionalista de exaltação do sentimento divisionário que se sente no Brasil, numa época cada vez mais marcada pela ascensão e queda dos populistas de extrema-direita, Marcelo Rebelo de Sousa disse “não se sentir desconfortável”. Primeiro, porque, diz, não viu o que a bandeira do Brasil que lhe puseram à frente tinha inscrita no lugar da “Ordem e Progresso”. Segundo, porque, diz, o Presidente da República “desloca-se diplomaticamente e mantém relações diplomáticas com chefes de Estado de democracias e de ditaduras”. Terceiro… [Read more…]

Brasil ultrapassa 300 mil mortes

Essa semana o Brasil ultrapassou a triste marca de 300 mil mortes e com récorde de mais de 3 mil pessoas mortas em 24hs. O país segue com escassez de vacina graças ao negacionismo fundamentalista.  Sumiço de doses, integrantes do poder público furando a fila da vácina, fome e desemprego atingindo fortemente moradores de Vilas e Favelas, uso de “tratamento precoce” (cloroquina e etc) causando necessidade de transplantes, enquanto o presidente inominável tenta hipnotizar a população repetindo o mantra que a responsabilidade não é sua.

No meio disso mais uma troca ideológica no Ministério da Saúde. Um show de incompetência, amadorismo e incapacidade (mental para álguns) em lidar com a pândemia. Salve-se quem puder.

 

Bolsonaristas feministas

Brasil é cheio de sinhazinhas que usam o discurso do feminismo para manter privilégios , conforto e perpetrar o ódio. Os castigos ,dado até as crianças negras e indigenas no Brasil colonial, é um tema indigesto. As mulheres negras eram mutiladas depois de serem estupradas pelos senhores, a mando das sinhás.

Conheci várias descendentes. Evocam uma luta por conveniência. Dão escândalo e promovem grande caça-a-bruxas nas redes mas na hora H  são capazes de dar crianças a cães ou jogar no elevador.

Um dos episódios recentes foi a prisão de uma delas, defensora ferrenha do bolsonarismo e ideias de supremacia branca. Ridícula e perigosa.

Muito cuidado com elas meus queridos.

O Brasil Anti-educação

Que a educação nunca foi prioridade da direita brasileira, é sabido há décadas. Entretanto “nunca na historia deste país”, parafraseando Lula, a educação foi tão perseguida e sua destruição sistemática avançado de forma tão absurda. Nem mesmo durante a ditadura militar de 1964.

Fanaticos governistas não só querem apagar o grande teórico da educação Paulo Freire (cuja teoria se um dia tivesse sido colocadas em prática nas escolas brasileiras, jamais teriamos esse sujeito como presidente) como incentivam a violência a professores. Além disso ensaiam acabar com cursos das áreas humanas, como filosofia e sociologia e a mais nova é o anúncio do corte de 30% no orçamento de todas as universidades federais.

Para completar foi anunciado cortes tambem na rede de ensino basico. Querem fazer o povo brasileiro pensar que o problema do Brasil é a educação e seus investimentos.

Na realidade está em jogo a propria existência do ensino público gratuito e de qualidade no país.

Há décadas sistemas financeiros tentam se apossar da grande minas de ouro que é o setor para o capital. O Brasil que se desenha é um país com produção científica pífia, com poucas universidades a serviço de elites. O ex-ministro do Ministério da Educação chegou a declarar que o ensino superior não devia ser para todos.

Realmente estamos cada vez mais próximos de um futuro medieval.