ETICA E EDUCAÇÃO – 2ª PARTE (7)

ETICA E EDUCAÇÃO – 2ª PARTE (7)

 Educação no tratamento dos problemas éticos ligados à informação. Simples reflexões sobre um tema demasiado complexo

 Isto não significa que todas as pessoas que intervêm na comunicação social, desde proprietários, directores, editores, produtores, escritores, jornalistas, funcionários sejam corruptos e perversos. Há muita gente que dedica todas as suas capacidades à comunicação social de forma consciente e gostaria de fazer as coisas como deve ser, gostaria de pôr os meios de comunicação social ao serviço da dignidade humana e do bem das pessoas na comunidade, gostaria de cultivar um sentido de responsabilidade e liberdade e uma franca capacidade de diálogo.

 Há muita gente da comunicação social que tem dentro de si, bem estruturada, a ideia de que a pessoa humana e a comunidade humana são o fim e a medida do bom uso da informação. Mas fazem parte de uma poderosa e complexa máquina que criou as suas próprias estruturas, as suas políticas e os seus conteúdos, tendentes a reduzir ao mínimo a liberdade e os modelos éticos em favor dos seus próprios e exclusivos interesses. A ética na comunicação social está paralisada pelos condicionamentos subalternizantes nacionais e transnacionais e pelas características sociológicas e políticas do estado, por um lado, e por outro lado pela minoria administradora, insensível à verdade, que financia a tecnologia e detém a ditadura das decisões.

 A comunicação social deveria beneficiar a sociedade facilitando a participação informada dos cidadãos nos processos políticos, mas os políticos não têm escrúpulos e usam-na para a demagogia e para o engano. A comunicação social deveria facilitar o acesso das pessoas ao civismo, à literatura, ao teatro, à música, à arte, ao entertenimento dignificante e ao desporto saudável, ao fim e ao cabo, a tudo o que tende a projectar o homem na senda da tal dimensão universal. Mas ela gasta todo o seu tempo na mediocridade, na anulação mental e na estupidificação, cimentando cada vez mais o homem na dimensão da sua animalidade irracional. Ainda é muito cedo para avaliar os danos incomensuráveis e irreparáveis nas gerações futuras deste nivelamento acéfalo e desta fábrica do pensamento zero. (Continua)

 

                     (manel cruz)

(manel cruz)

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