Como tenho uma razoável alergia a lançamentos de livros no útimo sábado tomei um anti-histamínico e fui à Lousã, onde o jornalista e meu amigo Casimiro Simões lançava o seu "Com as Botas de Meu Pai", apresentado pelo prefaciador Manuel Louzã Henriques e por António Arnaut. O comprimido não fez efeito mas mesmo sem ter comido ou bebido gostei.
Tive oportunidade de fotografar um Doutor, na forma de burro carregado de livros. Não é todos os dias. Reencontrei velhos amigos comuns, entre as muitas dezenas de pessoas que não couberam no auditório da biblioteca municipal, onde o ar condicionado e a ventilação estavam municipalmente desligados. Acontece.
Já não ouvia o Manuel Louzã falar há muito tempo. António Arnaut comentou que o Louzã devia ter um programa na televisão permitindo ao país encantar-se com as suas charlas, como todos ficámos. Ninguém se riu, mas é evidente que nenhuma televisão iria dar a palavra ao grande intelectual da sua geração (a de Manuel Alegre e de outros personagens igualmente menores), primeiro porque é um serrano da Lousã e de Coimbra, depois porque ofuscaria muito boa gente, também porque de um comunista se trata, e nem ele teria pachorra para tal, acho eu.
Vim para casa com o livro, enfim, livrinho pelo tamanho, livro acutilante pelo conteúdo, e com autorização para publicar aqui uns excertos.
Vão ser aventados nos próximos dias, numa fórmula em que podem parecer realidade mas claro que de pura ficção se trata, diz o autor, não digo eu.
Bem precisa a Lousã de iniciativas que esbatam tanta ignorância e tanta boçalidade.