A verdade

Qualquer um de nós que mantenha respeito por si próprio manifesta uma saudável vontade e necessidade de tentar aproximar-se o mais possível da verdade, esteja ela onde estiver.

Só a verdade vos tornará livres, disse Cristo.

A mentira é a ofensa mais directa contra a verdade, diz a Igreja Católica, a despeito das fundamentais e colossais mentiras em que assenta.

É frequente ouvirmos comentários neste e noutros blogs, a dizer para deixarmos a Igreja em paz, e, se não lhe pertencemos, em nada temos que a criticar. Quem assim fala, obviamente que não reflecte, nem evidencia honestidade de pensamento.

A Igreja é um fenómeno social, um dos fenómenos sociais mais entranhados e mais influentes da nossa sociedade. Se é bom ou mau, pertence a cada de nós sabê-lo, e é obrigação de cada um sabê-lo. O que é certo é que todos nós, crentes, agnósticos, ateus, pessoas de outras religiões, temos o direito, o dever e a obrigação de nos debruçarmos, da forma como entendermos, sobre um fenómeno que nos afecta tão profundamente e que tão dramaticamente interfere nas nossas vidas.

Todas as nossas vidas, desde o nascimento, estão, com efeito, profundamente influenciadas pelo cristianismo católico. Toda a nossa história, os nossos próprios nomes, os actos sociais, as festas, os nomes das instituições de saúde e educação, e não só os nomes mas toda a cultura que nelas se difunde, a visão do mundo e da ciência, a visão política, económica e financeira, nacional e internacional, as intervenções em todos os quadrantes, nomeadamente as intervenções bélicas estão embebidos pelo que de santo ou diabólico existe na religião e na Igreja.

Tudo o que atrás referi tem como finalidade chamar a atenção de que nem tudo o que luz é ouro. Chamar a atenção para a necessidade de não nos deixarmos guiar apenas pelos costumes, pelas tradições e por tudo o que nos impingem. Chamar a atenção para a imperiosa necessidade de pensar e de ler, leituras sérias, fundadas e documentadas, que consigam pôr-nos a pensar pela nossa cabeça e não pela cabeça da igreja e dos poderes de que ela dispõe. Lembremo-nos que nada há de mais sagrado do que a nossa razão e a nossa mente. Passarmos por cima delas é o pior de todos os suicídios.

A sorte que actualmente temos de poder dispor, a nível mundial, de uma profusa literatura honesta e credível não pode ser desprezada.

“Mentiras Fundamentais da Igreja Católica”, por exemplo, de Pepe Rodriguez, é um fantástico livro, a não perder por quem sente, como disse atrás, a necessidade da verdade como metabolito essencial da sua existência.

Pepe Rodriguez é licenciado em ciências da informação, é um destacado jornalista de investigação, um especialista em seitas e religiões comparadas. O livro é de uma seriedade, honestidade e transparência que não deixam dúvidas a qualquer leitor bem intencionado. Pressente-se que o trabalho de investigação que lhe deu origem foi extremamente sério e ciclópico. Basta o astronómico número de referências bibliográficas, e o apoio e colaboração de destacadas figuras da cultura como Victoria Camps, catedrática de ética, Enrique Magdalene conhecido teólogo católico, Maria Martinez Vendrell, psicóloga e Joaquin Navarro Esteban, magistrado da Audiência Provincial de Madrid.

Mas há muitos mais livros francamente aconselháveis, repito, a quem não pode viver acomodado com a pulhice e a mentira, livros que, por certo, mudarão a mentalidade de quem os ler com vontade e intuito de procurar a verdade, dentro do respeito que cada um nutre por si mesmo.

Refiro apenas alguns do que tenho lido ultimamente:

– “Em nome de Deus” de David Yallop. (Sobre o assassinato de João Paulo I pelo Vaticano, sobre o trabalho sujo da Igreja, nomeadamente os escândalos financeiros e a cobertura na fuga secreta dos grandes criminosos nazis bem como a sua colocação em esconderijos na América Latina).
– “A Desilusão de Deus” de Richar Dawkins. (Sobre o problema Deus).
– “A Santa Aliança” de Eric Frattini. (Sobre toda a ligação criminosa do Vaticano à mafia, loja maçónica, terrorismo de extrema-direita, apoios às mais ferozes ditaduras, e sobre os inimagináveis crimes e fraudes político-economico-financeiros).
– ” A vida sexual do clero” de Pepe Rodriguez. (Mal aceite pela Igreja, como é óbvio, mas que ela não conseguiu impedir de chegar às mãos de imensos católicos. O próprio bispo Januário Torgal Ferreira considerou-o não ofensivo nem agressivo, e diz que, ao lê-lo, se tem a sensação de abrir os olhos).
– “Los Papas e el Sexo” de Eric Frattini. (sobre as “castíssimas virtudes” de tudo quanto é perversão papal, desde que o papado existe.
– “O Labirinto de Água” de Eric Frattini. (Sobre o Evangelho de Judas Escariote)
– “O Espectáculo da Vida” de Richard Dawkins. (Sobre a Evolução, o mais fantástico documento anti-criacionista que já li).
– “El Catolicismo Explicado a las Ovejas” de Juan Eslava Galán. (estou a ler neste momento).
– “Los Péssimos Exemplos de Dios” de Pepe Rodriguez. (Estou a ler neste momento).
– “Segredos do Vaticano” de John Follain. (Sobre o assassinato do coronel Alois Estermann, da Guarda Suíça, e sua esposa, a venezuelana Meza Romero, perpetrado pelo cabo Cédric Tornay, que se suicidou, e que o Vaticano abafou de forma altamente suspeita).
– “O Empório do Vaticano” de Nino Lo Bello. (Sobre tudo o que o título sugere).
– “O Holocausto do Vaticano” de Avro Manhattan. (Este livro, especialmente temido e banido pelo Vaticano é algo de tenebroso, recheado de exemplos chocantes do terrorismo contemporâneo do Vaticano, com documentos e fotos dos campos de concentração católicos na Jugoslávia e não só, de execuções de centenas de milhar de não-católicos, e de inacreditáveis atrocidades e execuções em massa, com enterramento de famílias inteiras vivas e conversões forçadas). Etc. etc.

Longe de mim a pretensão de ensinar alguma coisa a alguém, sobretudo em matéria desta ordem. Longe de mim a intenção de procurar distorcer o pensamento de quem quer que seja. Reconheço a minha ignorância em muita e muita coisa, apesar de ter uma grande avidez de conhecimento e saber. Sou suficientemente humilde para reconhecer a fragilidade humana, mas sou suficientemente racional para saber que a verdade, esteja onde estiver, não é esta que para aí impingem de forma dogmática, e que a mentira é demasiado poderosa para a tudo se sobrepor, quando por trás dela existe a indigna exploração da ignorância, escancarada “ad nauseam” em todo este triste folclore a que assistimos, e os inconfessáveis e misteriosos interesses do poder estabelecido. O Vaticano é um regime teocrático arcaico e empedernido, que visa a defesa a todo o custo da sua “religião”, a despudorada propaganda, e a extensão e expansão dos inadmissíveis e obscenos privilégios materiais e temporais de uma religião, cuja essência e verdade pouco ou nada lhe interessa.

Comments

  1. Luis Moreira says:

    O poder corrompe e o Vaticano tem muito poder!

  2. maria monteiro says:

    Luís, o poder corrompe por isso é que no Vaticano os valores cristãos morar, morar, não moram … encontram-se de passagem por quem lá vai de visita

    O ser católica nunca me irá impedir de fazer caminho com os outros, com a sua escrita… Obrigada Adão pelas referências de leitura… alguns já tenho, outros vou aproveitar a feira do livro…

  3. Alberto says:

    Não é por nada, mas eu, no lugar do Adão Cruz, mudava de nome…

  4. Frederico Mendes Paula says:

    Qualquer religião é (ou deverá ser) uma mera via para a espiritualidade individual. Todas elas são positivas se proporcionarem ao indivíduo essa espiritualidade. O problema é quando as religiões se intrometem nas questões não espirituais. É o caso da promiscuidade do islão com o poder político e judicial e do vaticano com os interesses económicos e os códigos morais.

    • Luís Moreira says:

      Pois é isso, quando “não deixam a César o que é de César…”

  5. Amadeu says:

    Que bonito será o mundo quando os homens começarem a procurar em si mesmos ou no seu semelhante o que tentam encontar nas igrejas ou na religião

  6. maria monteiro says:

    Amadeu, essa é a parte bonita da Humanidade, o sermos pessoas com as outras pessoas… afinal Jesus andou por cá feito um de nós

  7. graça dias says:

    Pensando bem, concordo com a ideia do alberto.
    Em vez de Adão Cruz – Cruz do Adão?

  8. Miguel Roxo says:

    Quanto mais me aproximo de Deus mais me afasto da Igreja …
    Alguem tem o : O Holocausto do Vaticano” de Avro Manhattan que me queira vender ?

    Abraço
    Miguel Roxo (fish156)

Trackbacks

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