Polícia Municipal da Trofa e as multas, ou um caso de faz como digo e não como faço

PM_Trofa

A incoerência é uma coisa feia. Tal como escarrar no chão, por exemplo. Ninguém gosta de ver aquela nojice, olhamos de esguelha a reprovar em pensamento o badalhoco do fulano que o fez mas, às vezes, quase sem piscar os olhos lá o fazemos. Afinal, o raio da ‘lula’ está mesmo a incomodar e aí vai disto. Nem reparamos no indivíduo que nos olha de esguelha.

Por isso, sendo feia mas não arrogante, a incoerência acaba por ter atenuantes. Assim como um dia de festa em que nos prestamos a uns excessos. ‘É só hoje, juro’.

É feio termos um médico que nos diz que tempos de deixar de fumar, pela nossa saudinha, e minutos depois refugia-se num canto a chupar o cigarrito. É mais do que feio ter um primeiro-ministro que nos promete que os impostos não vão aumentar e depois… pumba, chumbo em cima do IVA, IRS e até da Coca-Cola, santíssimo… É muito mais do que feio ter padres que advogam a castidade e defendem a pés juntos o celibato e depois violam crianças.

Tal como o inferno está cheio de promessas, a terra está fartinha de incoerentes. Por isso, nem será de admirar a forma prazenteira e banal como um elemento da Polícia Municipal da Trofa, na noite de sexta-feira, se dedicou, no cumprimento do seu dever, a espalhar multas de estacionamento indevido. Consta que estava mortinho por se auto-contemplar.

Declaração de interesses: Não fui multado, nem sequer estava lá. E para não ser incoerente nunca estaciono em lugares onde é proibido.

Comments

  1. Luís Moreira says:

    bem visto, isto de ser coerente é tramado e não é fácil. Então ser de esquerda e transformar o país no mais injusto de todos…

  2. Isabel Moreira says:

    Eu andei nessa rua, na sexta-feira à noite, e não fui multada! Devia estar bem estacionada!! LOL

  3. Sr. Horacio says:

    Oh Sr. José Freitas!!! Auto-contemplar??? A trabalhar…isso sim, enquanto o sr. em vez de estar a tirar fotografias, se estivesse isso sim a cumprir o seu dever como cidadão português, se calhar este mesmo país, que o sr. apregoa que vai mal, estivesse noutra situação!!

  4. Caro Sr. Horacio,
    Obrigado por ter comentado. Não fui eu o autor da foto. Aliás está lá escrito: “Não fui multado, nem sequer estava lá.” Ora vá ver o final do texto, vá…
    Já agora o que quer dizer em relação a eu dever estar a “cumprir o seu dever como cidadão português”? Quem não cumpriu foi o indivíduo que estacionou o carrinho onde não devia, pá.

  5. tó tófodido says:

    Fiquei surpreendido quando o correio me toca à campainha e me entrega uma carta registada do municipio da trofa com uma multa para pagar 60€ e uma lengalenga manuscrita que eu nem consigo ler e nem sei de quê. Não fui interceptado nem sequer estacionei naquela terra, pergunto se alguém conseguir responder: já podem inventar multas sem provas e como posso contestar? abraço

  6. Jão Alves says:

    Reflexão sobre os vampiros que nos “governam e governaram” e os seus 1001 “esquemas” para sugar dinheiro aos cidadãos os quais que servem sobretudo para sustentar as mordomias da classe política em geral e outros tais como milhares de fundações e observatórios inúteis e dos 60 generais e mil agentes secretos que valorosamente defendem ou defenderam ( das 9 à 17 ) este pequeno país contra O inimigo sinistro e invisível que perigosamente nos ameaça,?

    Mas vamos à vaca fria…

    Depois da lei que atribui à direção geral de finanças a função de cobrar coercivamente as multas das portagens que são as minas de ouro de PPPs (ruinosas para o país) com bancos e outros especuladores financeiros privados, o que faz com requintes de agiotagem ao dar-se ao trabalho de por cada multa de 1.80 euros abrir um processo especifico em tribunal o que implica o pagamento de 360 euros de custas o que basicamente quer dizer que por 18 euros de multas o faltoso pagará 3600 euros de custas e por 36 euros de multas pagará 7200 de custas e assim sucessivamente e sabendo que basta uma divida de 500 euros ao estado para ficarmos sem a casa||| e dirão vocês: é muito bem feito para quem prevarica mas… imaginem só que a pilha do vosso sinalizador de via verde se acaba durante um percurso A24 entre Viseu e Chaves e como o sinalizador deixa de funcionar vocês vão passar por uma dezena de pórticos ao que cada um corresponderá uma multa e um processo em cúmulo e ao voltarem como a trampa dos sinalizadores não avisam que a pilha acabou cometem mais outra dezena de infrações !? e de nada servirá argumentarem que ficaram sem pilha pois a justiça é indiferente a tais argumentos. Imaginem quanto vos poderá custar uma “brincadeira” destas? Paranoia? talvez 🙂

    Mas mudando de assunto e continuando com o vampirismo, sabiam que para se vender um apartamento de construção posterior a 1951 em Lisboa (e noutros municípios) foi criada uma lei que obriga o cidadão a solicitar a autarquia uma “licença de utilização” que implica um pagamento de 35 euros a troco de nada mas não achando isso suficiente é também necessário pagar mais 30 euros para obter da autarquia de do instituto português do património arquitetónico uma declaração a afirmar que essas entidades abdicam do ” seu direito de preferência” sobre a a compra do apartamento em questão? direito esse que nunca exercem sendo tal apenas mais um esquema para sacar uns milhões em receitas questionáveis!!! é uma pequena quantia dirão mas a somar por milhares apartamentos … e a juntar ao IMI, taxa de esgotos mesmo para quem tem fossa e a taxa de audiovisual que até as oficinas de carpintaria tem que pagar pois está incluída nas conta da eletricidade

    E a multimilionária “frota” da BT para a caça à multa em contraste com os carros a cair de podres que a PSP e a GNR utilizam (quando eles funcionam) par fazer o patrulhamento e acorrer à ocorrências?

    E as dispendiosas e inúteis “policias municipais” que para se financiarem se dedicam quase exclusivamente a fazer operações stop para fiscalizarem a documentação dos automobilistas e os multarem na falta dos mesmos função que lhes foi atribuída por uma adenda da PGR dado que segundo a constituição portuguesa tal função é da exclusiva competência das verdadeiras forças policiais GNR E PSP?

    E por hoje fico-me por aqui pois aqui no face poucos terão paciência para ler estas lengalengas.
    Fiquem bem.

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