Este post é uma saudação elogiosa a um município cujos autarcas respondem na primeira pessoa ao que a sua função (voluntária) os obriga; E como, por exemplo, aqui em Braga ou em Tadim, até as cartas registadas com aviso de recepção ficam longos invernos sem o mínimo ui ou ai, não posso deixar de relevar a minha recente experiência democrática. A mensagem que enviei há dias reza mais ou menos assim…:
“Sr. Presidente da CM Castro Daire,
Srs. Vereadores,
Na transacta segunda-feira, tive a oportunidade de pernoitar no Hotel Montemuro, Carvalhal, onde cheguei, ido de Castro Daire, pelas 22h; Com efeito, não foi a primeira vez que ali pernoitei, sendo que conhecia já o caminho mais óbvio (?) que me levasse de Castro Daire a Carvalhal.
A este propósito, e porque o mesmo depende directamente do trabalho de V.as. Ex.cias, tenho dois reparos a fazer, para os quais peço atempadamente a vossa atenção e necessário comentário.
1) Descendo de Castro Daire em direcção à EN2, deparo-me no seu cruzamento de que as “Termas do Carvalhal” se situam a norte e não a sul; tal indicação era-me dada por uma placa (…) que me aponta na direcção do nó da A24 e acesso a VN Paiva. Ora, chegando àquela rotunda, a uns 500 metros do referido cruzamento, deparo-me apenas com uma entrada para a A24, outra para VN Paiva e uma outra localidade(…). Ou seja: desapareciam (…) indicações das “Termas de Carvalhal”.
Como eu sabia que (…) havia um outro acesso à A24 em Carvalhal, assumi que a primeira placa pretendesse que eu ali me deslocasse na tal auto-estrada 24. Ora, a ser assim, qual a direcção que eu deveria tomar? – Lamego ou Viseu?
Primeira forma: vou para Carvalhal da maneira antiga e mais saudável, atendendo a curta distância, via EN2.
Cruzado o rio, não há placa alguma. Será que as visitantes de Castro Daire viajam apenas em auto-estradas? (nota: a A24 ainda é grátis. E depois?)
2) Chegado ao hotel, reparo que o mesmo, em todo o seu perímetro, está rodeado de obras que, na manhã seguinte, confirmei serem da responsabilidade da autarquia. Iniciativa louvável: o alargamento dos passeios em cerca de 1 metro.
À revelia do que prevê a Constituição, aquele estabelecimento encontrava-se sem nenhum acesso pedonal, dado que as obras tinham danificado todo o passeio. Perante isto, ocorrem-me algumas dúvidas para as quais gostaria de obter uma resposta.
– O caderno de encargos da obra prevê ou não que deve ser mantido e sinalizado um acesso pedonal digno ao hotel?
Se sim, porque não se exige do empreiteiro o seu cumprimento?; se não, como pode a autarquia esquecer-se de assegurar, num caderno de encargos de uma obra pública, a salvaguarda dos direitos de trânsito e mobilidade dos cidadãos?
Porque não tive passeio para levar a minha bagagem, poderá esta autarquia financiar a lavagem e reparação do meu saco de material fotográfico que, infelizmente, tive que andar a arrastar por cima de areia, estacas de marcação do terreno e lixo, às escuras?
Se eu me deslocasse em cadeira de rodas – considerando que o hotel até tem rampa de acesso e elevador – como exerceria eu o direito à mobilidade?
Dei já prova do meu grande descontentamento junto da direcção do hotel. (…)
Tentarei, noutras oportunidades, não mais andar perdido no concelho de Castro Daire.
Grato pela atenção,
Dario Silva”
A resposta recebida no dia seguinte à minha comunicação:
“Sr. Eng. Ver e mandar repor, se for o caso , a situação de acesso ao Hotel. É prioritário.
Sr. Vice- Presidente ver e colocar as placas de identificação das Termas do Carvalhal no cruzamento da ponte pedrinha e na rotunda da A24 (Folgosa) bem como uma outra junto da indicação de Viseu, deve pedir autorização às EP.
Sr. Dário fico-lhe muito grato pela contribuição positiva que me deu, e peço desculpa pelo incómodo.
Os melhores cumprimentos,
O Presidente de Câmara
José Fernando Carneiro Pereira
Município de Castro Daire”
Fico reconhecido.
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