Vacinas anti-COVID19: mentiras, superstições e outras loucuras no ano 421 do Antropoceno. Para quando a requisição civil ao INFARMED?

Luísa Álvares*

Mesmo para o mais míope ou egoísta, ou quem não acredita que a sobrevivência da espécie humana depende de responsabilidade recíproca, é do seu próprio interesse que a África do Sul e a Índia possam adaptar, escalar, o que já fazem via licenças para exportação: vacinas anti-COVID19 para imunizar a sua própria população[1].

Quanto mais tempo o vírus circular pelas populações, maior a probabilidade de variantes mais virulentas emergirem e/ou, um cenário ainda não descartável, a inversão do tropismo viral para grupos etários relativamente mais novos. Tal aconteceu com a gripe espanhola em 1918-19. É como diz o presidente das Nações Unidas, António Guterres: “ninguém está seguro, enquanto não estivermos todos seguros”.

Usando da curiosa formulação de questões dos exames em tecnologia farmacêutica da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL) – o que é mais verdade, o comunicado da África do Sul “no centro [das barreiras] está a utilização da propriedade intelectual (PI) e outras exclusividades para restringir as opções de produção e distribuição que iriam reduzir o preço dos medicamentos e aumentar o acesso dos doentes[2] ou a alegação das grandes farmacêuticas que o maior entrave são o aprovisionamento de matéria prima, e a capacidade de produção? [Read more…]

Informação versus Democracia

Não sou muito dado a teorias da conspiração, embora algumas façam pensar e outras sejam de uma criatividade digna de apreço.

Todavia, é interessante o facto da notícia da vacina da Pfizer, ter surgido logo após a confirmação de Biden como vencedor das eleições presidenciais dos EUA.

A tal vacina que Trump garantiu que iria surgir em breve, e que muita gente, na qual me incluo, gozou e zombou. E isso, não porque não se queria a vacina o quanto antes. Mas, pelo facto de que a palavra de Trump, por inegável mérito próprio, tinha o mesmo crédito do Pastorinho Pedro da fábula atribuída a Esopo.

É razoável pensar que se esta notícia tivesse surgido ainda durante a campanha eleitoral, Trump teria ganho uma credibilidade potenciadora de uma vitória, face à importância que teve na decisão dos eleitores, a gestão que a Casa Branca fez da pandemia.

Trump iria conseguir algo inaudito: credibilidade científica.

O mesmo Trump que zombou da ciência quanto lhe apeteceu, desde as alterações climáticas até ao uso da máscara.

Não seria de espantar, que a indústria farmacêutica tivesse decidido dar uma mãozita, ao derrube de um presidente que passou grande tempo do seu mandato num exercício de escárnio e mal-dizer, em relação à ciência e à comunidade científica. Num contínuo e execrável esforço de descredibilização, como foi seu apanágio.

[Read more…]

Indústria farmacêutica vs. Saúde Pública

A cada ano que passa, dezenas de novos medicamentos chegam ao mercado. Mas quantos apresentam uma vantagem terapêutica real relativamente aos produtos anteriores e respondem a necessidades reais? Segundo a revista Prescrire, apenas 2% dos 1345 novos medicamentos lançados no mercado nos últimos 13 anos.
Gervaise Thirion/Eurojournalist
Laboratoires_Root66-Wiki-CCBYSA30-OK
Root66/Wikimedia Commons/CC-BY-SA 3.0

Indústria framacêutica vs. Saúde Pública: conflito de interesses?”, eis o título do Relatório da Comissão de Assuntos Sociais, Saúde e Desenvolvimento sustentável, apresentado por ocasião da sessão de 2015 da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa por Liliane Maury Pasquier [membro do Partido Socialista Suiço] no passado dia 29 de Setembro em Estrasburgo. O tema, espinhoso, pelo menos a ver pelas reacções apaixonadas e frequentemente hostis que provoca, tem regularmente espaço nas parangonas e aberturas dos jornais – sob a aparência de ajustes de contas mediáticos (?).

Enquanto as polémicas se sucedem, cada vez mais vozes (médicos, farmacêuticos, doentes) se fazem ouvir para reclamar a ética e a transparência no que à saúde concerne. O Conselho da Europa cumpre o seu papel e está certo em apropriar-se do tema para promover em torno dele uma reflexão aprofundada, com vista a propor uma harmonização das práticas em toda a Europa.

Somas avultadas de fundos públicos estão em jogo e é imperativo preservar os diferentes sistemas públicos de saúde.
Mas o terreno está minado [Read more…]

Já que se discute saúde e lucro

-Prefiro uma cínica indústria que inova movida pelo lucro ao imobilismo socialista que representa a estagnação. Ou dito de outra forma, trabalhar para aquecer ou para desenvolver a sociedade, colocaria mais um cobertor na cama e desligava o despertador. Se me levanto cedo e trabalho duro não é para desenvolver a sociedade, para a qual me estou nas tintas. É para viver confortavelmente, pagar as minhas contas e adquirir o que pretendo, necessário ou supérfluo. Como posso criticar a industria farmacêutica? Isto não inviabiliza de forma alguma práticas de responsabilidade social.

A suplementação alimentar que a União Europeia e as multinacionais vos querem proibir, na prática

Ao abrigo do Tratado de Lisboa, o cidadão europeu tem uma ferramenta para obrigar a Comissão Europeia a rever uma determinada matéria, esse meio é uma petição de 1 milhão de europeus. O lobby da grande indústria farmacêutica precisa de ser parado em nome dos melhores interesses da saúde colectiva.

Veja  a “Pétition 1924/2006/CE

Assine  a petição europeia e recomende-a:

A partir de Setembro prepara-se mais uma purga no mercado europeu de suplementos alimentares, seguindo a aplicação do Codex Alimentarius na Europa.

Outras informações úteis:
Saúde em perigo (Santé en danger).

Alimentos não são medicamentos.

Chatice Tuga

Sócrates e o polvo das farmácias

Vemos constantemente mexidas na lei dos medicamentos e das comparticipações, como ainda ontem se viu na conferência de imprensa da Ministra da Educação. Como sempre, o Estado vai poupar dinheiro mas os contribuintes, muitos deles desfavorecidos, vão gastar mais.
E continua sem haver uma verdadeira política de apoio aos genéricos. E a venda por unidose continua sem avançar. E a prescrição por denominação comum internacional continua sem avançar. Tudo porque não interessa. Ou às farmácias, ou à indústria farmacêutica.
Ontem, a Ministra da Saúde esqueceu-se de dizer que a margem de lucro das farmácias voltou a ser de 20%, quando antes era de 18%. Num momento de crise, percebe-se mal por que razão há um sector que é beneficiado desta forma em relação aos outros. Subida da margem de lucro nesta altura?
Uma medida tão pronográfica que até a Ministra da Saúde teve vergonha de a anunciar. Mas não há limites para a pornografia de que José Sócrates é capaz, nem mesmo por se ter sabido entretanto que o processo Face Oculta regista as ligações perigosas entre João Cordeiro e o primeiro-ministro.

Revoltante

 

Antigamente era proibido fazer publicidade de medicamentos, fosse onde fosse. Apenas as revistas médicas podiam fazê-lo. Hoje já se ouve e já se vê na TV e nos jornais. Incrível e intolerável. Não há nenhum medicamento inócuo, e isto traduz uma verdadeira irresponsabilidade de quem o faz e um total desprezo pelo ser humano.

 

Como se não bastasse, agora, sempre que me encontro a trabalhar no computador, salta de lá, em alta voz, uma música e um gajo a fazer encómios ao Centrum, que é um polivitamínico. E as vitaminas não são medicamentos inofensivos, podendo trazer complicações. Mas, para além disso, trata-se de um absurdo e de um atentado à privacidade. A partir de hoje nunca mais prescreverei tal medicamento, e farei toda a publicidade negativa que me for possível.