O que se diz por aí

Já passou um ano desde que Barack Obama foi eleito. Há quem veja mudança, há quem veja continuidade. Parece-me que dentro dos EUA há uma mudança em curso, desde logo em sede de assistência social e médica. Quanto a políticas externas, vejo mais dinheiro para a guerra – Afeganistão e Iraque incluídos – sem resultados, uma prisão em Guantánamo que se mantém, e por aí fora. Pelo menos tiros continuam a não faltar em terras do Tio Sam. Lá nisso a tradição ainda é o que era.
Também o futuro do Haiti, que vive redobrados momentos de aflição, poderá ser uma oportunidade para ver diferenças de fundo, se as houver, da eleição de Obama.
Faria de Oliveira traçou o perfil dos interessados no BPN. Pelos traços, será mais um banco a ficar em mãos estrangeiras, depois do dinheiro público lhe ter dado um bom arranjo. Mas as melhorias ainda não vão ficar por aqui, pois ainda haverá uns ajustes para tornar o BPN mais apetecível, pois desta venda depende o reembolso da Caixa, estando para já afastado o cenário de integração do BPN.
Nas Grandes Opções do Plano, entre outras medidas, comenta-se a possibilidade dos portugueses de votar em qualquer ponto do país. Eu preferia que as opções e políticas governativas, de agora e do futuro, dessem antes de mais, vontade em ir votar.

O americano tranquilo e os novos Vietnames

FONTE
Durante a campanha eleitoral, Obama prometeu, com entusiasmo febril de candidato, que aprofundaria a guerra no Afeganistão, como uma espécie de “compensação” pela retirada do Iraque. Hoje, está atolado no Iraque e no Afeganistão. Pior: está prestes a atolar-se numa terceira guerra.
O Americano Tranquilo é o herói do romance de Graham Greene sobre a primeira guerra do Vietname, na qual os franceses foram derrotados. Era um norte-americano jovem e ingénuo, filho de um professor, que foi bem educado em Harvard, um idealista com todas as melhores intenções. Quando chega como soldado ao Vietname, queria ajudar os nativos a superar os dois principais males que via lá: o colonialismo francês e o comunismo. Sem saber coisa alguma sobre o país no qual estava, provocou um desastre. O romance termina num massacre, resultado dos esforços desorientados do “americano tranquilo”. Comprovou-se a velha máxima: “A estrada para o inferno é pavimentada de boas intenções”. [Read more…]

Assombroso discurso de um veterano da guerra do Iraque

Bem sei que hoje devíamos só falar de coisas amáveis para não deixarmos o ano com azedumes. Mas este discurso de um soldado americano, veterano da guera do Iraque é, por assim dizer, imperdível. O Adão Cruz chamou-me a atenção para ele e, depois de o ouvir, não resisti à tentação de o partilhar com quem ainda não o ouviu. Está legendado em castelhano. Vejam e ouçam este impressionante documento:

Com todo, mas mesmo todo, o meu amor, para o criminoso de guerra Barack Hussein Obama


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Os mistérios de uma loucura

Nidal Malik Hasan, 39 anos, filho de pais palestinianos emigrados nos EUA, classe média, bem integrados na sociedade norte-americana. Alistou-se cedo nas forças armadas e, ao que tudo indica, com convicção. Longe da ideia de seguir aquele rumo porque não encontrava outro. Foi o exército que lhe pagou os estudos.

 

 

 Formou-se em psiquiatria e passou a exercer essa actividade no exército, sempre em bases da Virgínia, terra natal.

Há uns meses foi transferido para o Texas, com destino à base militar de Fort Hood. Antes e depois dessa transferência a sua missão não envolvia armas. Era major e fazia parte da equipa do Centro para o Estudo do Stress Traumático. A sua tarefa era ajudar, do ponto de vista psicológico, os soldados que regressavam do Iraque e Afeganistão.

Ontem alguma coisa aconteceu. Nidal Malik Hasan puxou da arma e disparou. Matou 13 militares e feriu outros 30, até ser derrubado por quatro tiros. Não morreu.

Há quem diga que disparou indiscriminadamente, outros garantem que tinha vítimas determinadas. Não há certezas.

Há quem diga que Nidal Malik Hasan estava sob vigilância há muito tempo, desde que terá publicado comentário apontados como “estranhos” na Internet. Por exemplo, terá feito comparações entre os bombistas suicidas aos soldados americanos que se atiram sobre uma granada para proteger os companheiros de armas. Dizia ainda que os muçulmanos – ele era muçulmano – tinham o direito de lutar e que os EUA não deveriam estar no Iraque e Afeganistão.

Há quem diga que Nidal era alvo de insultos e olhares de esguelha dos colegas, por ser muçulmano.

No diz que disse, resta a realidade. Já estão a decorrer inquéritos mas não há certezas de que um dia haverá explicações sobre o que se passou na cabeça de Hasan.

Como será sempre muito difícil entender o que se passa na cabeça de alguém que se resolve estourar num mercado repleto de mulheres e crianças, como há dias aconteceu no Paquistão.