Abril – mês internacional da Arquitetura Paisagista

Central Park, Nova Iorque

Uma simbiose onde são combinadas em harmonia ciências naturais, sociais e artísticas, são diversos os ramos que definem esta complexa e completa área que é a Arquitetura Paisagista. Muito sustentada na componente vegetal, este é o principal traço que a distingue da Arquitetura que conhecemos. Não é possível falar nesta área sem saltar rapidamente à memória 3 grandes nomes: Frederick Law Olmsted (criador do Central Park, em Nova Iorque), Gonçalo Ribeiro Telles (pai da Arquitetura Paisagista em Portugal) e Francisco Caldeira Cabral (considerado o pai do ensino da Aquitetura Paisagista).

Segundo Caldeira Cabral, esta é uma ‘arte de ordenar o espaço exterior em relação ao homem‘ – os arquitetos paisagistas desenvolvem capacidades para planear e projetar paisagens ecológica, social e economicamente sustentáveis, com vista à promoção da qualidade de vida das comunidades humanas, da qualidade do meio ambiente e da biodiversidade. [Read more…]

Um Jardim Japonês

Momiji at the Seattle Japanese Garden.

A dor vestiu-se de mulher

adão cruz

A dor vestiu-se de mulher.
A dor vestiu-se de mulher de terra e flores e voou para lá das nuvens onde mora o vento.
A vida é um lugar muito longe lá para as bandas do sonho nas margens do silêncio na arte do encontro – desencontro na alegria de ser triste.

Nesta Galiza de poetas e água e céu e solidão onde um mar de rias baixas desagua dentro de nós pinta Jordi um rosto de mulher a ocre terra-siena e carmim.
…Que os cabelos e os jardins querem-se soltos e naturais como as aves e as manhãs.

Um homem nu toca Mussorgsky ao vivo como se Jordi pintasse Quadros de Uma Exposição.
Bem perto daqui há muito foi sonhada Nostalgia mas ninguém viu a luz vermelha fendendo as águas verdes e a dor já se vestia de terra e flores e a dor já fugia para lá dos montes onde moram mulheres de vento.

Na Gulbenkian – exposição

Começo por anunciar que o autor da natureza- morta acima é um dos Aventadores de seu nome Nuno Castelo-Branco que, além de nos brindar com belos textos e ensaios de história soberbos,  nos surpreende agora com esta obra magnifica.

Mas vamos à exposição na Fundação Gulbenkian :

1 – O encanto das coisas pintadas – o conceito da natureza – morta enquanto cópia de objectos inanimados.

2 – Momentos preciosos – natureza- morta com uma colecção de objectos preciosos, incluindo pintura dentro da pintura.

3 – Um festim para o olhar – a pintura de grandes dimensões, apelo sensual ao paladar

4 – Doçarias – perpétuas lembranças de prazeres desfrutados e da promessa de outros ainda por experimentar.

5 – Jogos de Luz – as naturezas-mortas que exploram o efeito da luz na superfície de diferentes materiais.

6 – Natureza e Artifício -as pinturas conhecidas como trompe l’oeil representam a capacidade do artista em convencer o observador de que a ficção pintada é real.

7 – Tributos Florais – as pinturas de flores dos mais prestigiados especialistas holandeses, Italianos e Espanhóis do sec. XVll revelam uma grande variedade de tratamento do tema.

8 – Animais de Imolação – os animais mortos são um tema específico da natureza-morta, encarada no passado como a representação de coisas sem vida ou inanimadas. Os chamados troféus de caça.

9 – Questões de vida e de Morte – a capacidade de revelar mensagens morais profundas é particularmente evidente nas imagens de “vanitas” – termo derivado da citação Bíblica “Vaidade das vaidades, tudo é Vaidade! ”

10 – Revivalismo e Ruptura – sec. XVlll, as obras que correspondem aos desafios tradicionais de imitação da natureza, com grande fidelidade ao objecto pintado.

Mas o melhor mesmo é ir aquele paraíso e verem pelos vossos próprios olhos, almoçar levezinho, passear nos jardins, ler e apanhar sol…

As adolescentes da Guerra Junqueiro

A Av. Guerra Junqueiro estende-se (pouco) entre a Alameda D. Afonso Henriques e a Praça de Londres. Na Alameda, temos o Instituto Superior Técnico de um lado e do outro o Monumental Fontanário, que eu já tive o prazer de admirar por dentro, ver as enormes máquinas que sugam a água e a deitam de grande altura. No meio, um tapete verde de relva, onde miúdos e graúdos se divertem, famosa pela manifestação que nos idos de 70 travou a unicidade e destemperos revolucionários…

Depois é subir encostados à direita, onde podemos encontrar todas ou quase todas as marcas de roupa e perfumaria, com uns bancos à mistura. Belos prédios ( 6 assoalhadas que eu já lá andei a sonhar com um) sombreados por frondosas árvores e com garagem privativa no que começaram por ser quintais.

Já a chegar à Praça lá está a Mexicana e a sua famosa esplanada onde gerações de estudantes iniciaram amores e desamores, vitrine natural de gente bonita, onde se passam belas tardes no paleio ou a ler o jornal, mas lá dentro é que está o trabalho do Arqto Jorge Ribeiro Ferreira Chaves, com o seu passarinhário(?) com clarabóia de luz natural e envidraçado para se verem os pobres enclausurados. Mas o máximo, mesmo, está na parede o Painel Cerâmico ” Sol Mexicano” de Querumbim Lapa de Almeida ( por acaso tenho muitas dúvidas, sempre pensei ser do Abel Manta ou do Keil do Amaral) que tem sido defendido com unhas e dentes dos ataques ferozes de quem quer fazer da Mexicana mais um banco ou outra coisa qualquer, desventrando, claro está, o belo painel cerâmico…

Do outro lado temos a bela Igreja que podem apreciar na imagem, da autoria do arqtº António Lino, com a particularidade de ter três naves cercando o altar pela frente e pelos lados. Moderna, esbelta e bonita, cercada por jardins e belas estátuas e dominada pelo Ministério da Segurança Social, com os seus 32 andares (durante muito tempo o mais alto de Lisboa).

O cinema Londres, só com duas salas, onde se vê cinema sem coca-cola e sem barulho de maxilares alarves, com um raro toque de telemóvel a trazer-nos à realidade, volta as costas a um “fast-food” que tresanda…

As adolescentes é que, entretanto, já passaram, como todas em qualquer avenida em qualquer parte do mundo!

Mas dão um belo título!

Teixeira dos Santos e a pá do Orçamento


No Sábado à tarde, nos jardins da Fundação de Serralves, o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, fez-se fotografar em frente à grande pá que domina a entrada dos jardins. Gracejando, disse que era para tapar o buraco do Orçamento. A nossa repórter Carla Romualdo estava lá e conta tudo aqui.
Pois bem, ontem estive eu no mesmo sítio, mas não me fiz fotografar junto da pá, porque é uma coisa um bocado parva de se fazer. Entretanto, enquanto tirava a fotografia que ilustra este «post», ouvi um brilhante comentário de um cidadão anónimo: «Está castiça, a pá do trolha».
Só fiquei com uma dúvida: Aquilo é uma obra de arte?

Em revista

Diz o Público que o líder parlamentar social-democrata, Aguiar Branco, rejeita a possibilidade de mais um “orçamento limiano”.
Acho muito bem: o que as contas do Estado menos precisam é de matéria gorda. Nem um orçamento de tempos de vacas magras bate certo com queijo flamengo.
Já a TVI24/IOL destaca que as ambulâncias do INEM estão a servir de taxi gratuito para os utentes.
É o que dá não haver investimento sério e eficiente na rede de transportes públicos, a par da subida do crude que tem aumentado o preço da bandeirada.
Ainda a TVI24/IOL, refere que uma lésbica se manifestou durante a apresentação de um livro contra o casamento homossexual.
Parece-me que há pessoal que ainda não se apercebeu bem das potencialidades que o casamento homossexual terá em sede de manifestações lésbicas: a partir de agora muita gente não terá de andar a ver cenas lésbicas às escondidas na net, poderá usufruir duma vistas dessas sentado num qualquer banco de jardim e ao vivo.