Investigar o Chega por ódio e racismo organizado nas redes sociais

Finalmente houve coragem para abordar esta torrente de ódio que inunda quilómetros e quilómetros de páginas das redes sociais, onde se ameaça e onde se incita ao ódio e à violência contra minorias étnicas, mulheres emancipadas, jovens e homossexuais. Os meus parabéns ao consórcio de jornalistas do Público, do Expresso e da SIC Notícias.

Neste caso são sobretudo grupos privados de facebook de polícias e de militares, mas se consultarmos páginas informais criadas pelo Chega o cenário é idêntico, mas desta feita as páginas são públicas, onde os mesmos polícias e militares se exprimem da mesma forma. Isto é inconstitucional, é crime e é punível por lei. A ligação destas páginas públicas ao Chega não é escondida, quase todas são animadas por militantes do partido e por grupos organizados dentro das concelhias. Agora não há como fugir, deverá ser investigada a fundo a responsabilidade dos militantes do Chega que gerem as ditas páginas. Bastam uns cliques e confirmamos o teor da reportagem feita pelo consórcio de jornalistas, encontramos com muita facilidade paraquedistas, comandos, ex-combatentes, militares de várias patentes, seguranças privados e funcionários públicos destilando um ódio incomensurável e ameaças várias contra mulheres, negros, ciganos, violando largamente a lei. A ex-ministra Van Dunem e a ex-deputada Joacine, que acumulam ódios vários, são os principais alvos desta horda, batem-se records de indecência. A Inspeção-Geral da Administração Interna já confirmou que vai atuar em relação aos casos dos polícias, mas isto não pode ficar por aqui. O Chega tem que ser investigado e levado à pedra, com todas as consequências que daí deverão advir. Clicar aqui para reportagem da SIC Notícias.

Breves notas sobre o momento

  1. José Crespo de Carvalho é Professor Catedrático. Qual o espanto com o que disse? Quantos professores doutores com todas as letras a dizer alarvidades vocês conhecem? Eu conheci e conheço imensos. Este é mais um. Alguns deles andam pelas nossas televisões e jornais. É o estado a que isto chegou. Andam com saudade dos negreiros é o que é. Vergonha é coisa que já nem existe…
  2. “A Síria está em guerra civil há mais de 20 anos. O presidente sírio não foi eleito, sucedeu ao seu pai que governou mais de 30 anos. Bashar Al-Assad usou armas químicas contra a população síria. Al-Assad tem o apoio do Irão e da Rússia. Agora continuem a comparar a Síria à Ucrania e perguntem à Alma se vive nos escombros”, escrito por Helena Sampaio;
  3. Um Juiz decide deixar o facho Mário Machado ir combater para a Ucrânia sem ter de cumprir as apresentações quinzenais na esquadra. Vamos acreditar que o douto juiz, no seu íntimo, acredita que o melhor é enviar o gajo para a guerra e, quem sabe, levar um tiro. Sim, vamos ser crentes que foi isso. Já nem sei que diga.
  4. A estes professores doutores com todas as letras e doutos juízes juntem boa parte dos militares que dizem umas coisas nas televisões, acrescidos de boa parte da nossa classe política e já sabemos o estado a que chegaram as ditas “elites” nacionais. Há já muito tempo que nesta latrina o ar se tornou irrespirável, como cantavam os Mão Morta.

Os Generais não podem…

… estão muito ocupados a comentar nas televisões

O orçamento de 2013 para Portugal, o povo e os militares

Longe de mim alarmar as pessoas, especialmente aos meus concidadãos. Mas, mal vi esta notícia, lembrei-me do Chile. Os militares estavam descontentes com a legislatura de Allende que governava em nome do povo.

É evidente que a situação é diferente, bem sabemos, mas quando os bolsos das pessoas são tocados, acaba todo por ser um sinistro de grandes proporções. Os soldados de Portugal sempre defenderam o povo e a sua soberania, causaram o 25 de Abril de 1974 que salvou ao país da escravatura do governo da ditadura de longo curso Salazar-Caetano.

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Londres – 2012, as Olimpíadas do Medo

Porta-aviões no rio Tâmisa: parte de pacote que inclui vigilância intensa sobre cidadãos e armas sônicas para dispersar manifestações.

Aparato de segurança nunca visto controlará cidadãos durante os Jogos. Eles terão se tornado cavalo-de-tróia para medidas de controle social? [Read more…]

Cante-se o Hino!

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Como é ilustrado pela imagem, o CM anuncia que militares reservistas – ao fim e ao cabo, os  reformados ou pensionistas das Forças Armadas – vão receber subsídios de férias. O DN confirma, adiantando que o Ministério da Defesa (MD) “justifica a atribuição dos subsídios respeitantes a férias vencidas a mais de 500 militares que passaram à reserva fora da efectividade de serviço, até final de 2011”.

A justificação e a decisão do Ministério da Defesa merecem-me, à partida, as seguintes observações:

  1. Para todos os funcionários públicos, reformados da f.p., trabalhadores e pensionistas do sector privado; em suma, todos os trabalhadores civis e ainda militares e membros de órgãos de soberania remunerados pelo Estado, os Subsídios de Férias, reportados à anuidade anterior, vencem-se a 1 de Janeiro de cada ano.
  2. A justificação dada pelo MD, ao invocar tratamento de excepção, ilude, portanto, um princípio elementar e legal do tempo de vencimento do subsídio de férias, o que  agrava o caso de discriminação na aplicação do OGE de 2012 que, natural e racionalmente, os Sindicatos da Função contestam.

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Coelho, o mobilizador de manif’s

Passos Coelho e Cristas na GolegãPedro Passos Coelho – com gravata e em desrespeito pelas instruções da ministra Cristas para dispensa do acessório – esteve na Golegã na Festa Nacional do Cavalo. Ignoro, e nem me interessa, se comeu castanhas e provou jeropiga ou água-pé. Sei sim, porque assisti nas TVS, aqui e aqui, que, com a hipocrisia em que o Primeiro-Ministro é hábil, afirmou:

Em democracia, faz parte da regra que as pessoas se possam manifestar. Era o que faltava que as pessoas não pudessem demonstrar o seu descontentamento e o facto de estarem algumas até indignadas com a situação a que chegaram, é perfeitamente normal.

Porém, antes de se calar, rematou em tom de ameaça velada:

O caminho que temos de seguir é de muito trabalho e afinco. Apelo a todos que se mobilizem para defender o país e menos para paralisar o país ou tornar ainda mais difícil a nossa missão.

“Não somos como os Gregos, somos, sim, um povo de brandos costumes”, falado ou escrito, argumentam à exaustão sábios comentadores e politólogos, com lugar cativo em jornais e, sobretudo, nas televisões.

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Sem saiotes, collants ou pom-pons

Já está. Pela primeira vez desde há muito tempo, verificou-se uma inopinada mudança no Estado-Maior do exército helénico. Não se conhecem ainda os nomes dos generais saneados, ou se existe um Papadopoulos cansado de esfíngicos Rastapopoulos de outras financeiras aventuras. Uma maçada e logo agora que os sempre frenéticos gregos não podem atirar com as culpas para cima de Constantino II que aliás, bem os tem avisado.

O certo é que este render da guarda ateniense, pouco ou nada tem a ver com as conhecidas contradanças que deleitam turistas e em que uns tantos evzones surgem de saiote, collants brancos e chanatas com grandes e farfalhudos pom-pons.

Bais Lebar no Focinho, Óbiste?

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NUM TÁS CALADINHO? VAIS LEBAR NO FOCINHO
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Foi assim, oferecendo pancada, com toda esta ligeireza e a boa educação que se verifica, que um grupo de militares ou ex-militares ou qualquer coisa militar e/ou reformados falou, e ameaçou o escritor António Lobo Antunes, que por razões de segurança não apareceu onde era esperado no fim de semana. O escritor ficou com receio de levar uns sopapos de um grupo de gajos valentes que se querem juntar para irem ao focinho a um outro gajo que está sozinho e se limita a dizer o que pensa.

Tenho de começar por dizer que gosto muito de ler Lobo Antunes, a quem não tenho o prazer de conhecer.

Devo acrescentar que, a exemplo da maior parte da população masculina nascida até ao começo da segunda metade do século vinte, exceptuando claro os refractários e os desertores que na sua maioria são hoje heróis, fiz a tropa. Para além de a ter feito, pertenço ao grupo dos militares que, em serviço, tiveram acidentes e ficaram com alguma deficiência.

A notícia vem no Expresso. [Read more…]

António Barreto – entrevista ao (i) – 1

Citando :

 

Dependência " conheço pessoas com receio de falar"

 

"O que se passa com a Justiça entristece-me muito, mas tambem me irrita. A nossa Justiça está hoje refém"

 

" Há uma falta óbvia de capitalistas. As elites são fracas e têm uma noção medíocre de serviço público"

 

" Se não houvesse a Europa e ainda houvesse Forças Armadas, já teríamos tido golpes de Estado"

 

"Depende-se de muita coisa: de ter autorização, de ser aceite, da boa palavrinha do bom secretário de Estado"

 

" Os poderes só receiam uma coisa: a opinião dos homens livres"

 

" A opinião pública pode ser a grande parteira da democracia "

 

"Portugal está à beira de iniciar um percurso para a irrelevância, talvez o desaparecimento, a pobreza certamente"

 

" O Presidente da República devia enviar mensagens à Assembleia da República"

 

"A Justiça está refém de grupos profissionais e os portugueses sem esperança"

 

Este é o retrato desencantado de alguem que conhecemos como um homem de bem, um estudioso e que agora se dedica a tempo inteiro à presidência da Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde estuda Portugal e os portugueses.

 

É a isto que chegamos !

O fascismo era isto

Tenho um amigo, oficial reformado do exército, que tem passado os últimos tempos a procurar e a trazer para casa os restos mortais dos militares que morreram em África.

 

Ainda se lembra dos sítios onde estão enterrados, e aí vai ele com outros camaradas militares e cientistas e com o apoio da Liga dos Combatentes, para a Guiné, que no caso dele, é o país que conhece melhor e onde combateu.

 

Já voltaram perto de uma dezena e há uma equipa neste momento no terreno, com sepulturas identificadas. Mais de 5700 militares estão ainda sepultados em vários países da Europa e África.

 

Hoje, no Público, vem o testemunho emocionado de um filho que não conheceu  o pai por este ter morrido  em Angola. Durante uma grande parte da sua vida lutou para trazer o corpo do pai para a terra natal, o que conseguiu porque conheceu camaradas do seu pai, da mesma companhia, e que lhe deram indicações precisas do local da sepultura.

 

Tem condições monetárias para dar paz à memória do seu pai e a si mesmo, mas a maioria das famílias não têm condições para fazer o mesmo. A besta fascista que enviava os jovens de vinte anos para a guerra, roubando-os às mães, muitas vezes sem sequer lhes ter proporcionado uma vida digna, enviá-los à escola, deixava-os aprodecer quando morriam a defender uma Pátria que não os merecia.

 

O Estado fascista, não pagava a trasladação dos corpos dos jovens militares mortos. O Estado democrático, 34 anos depois, serve-se da boa vontade dos familiares e amigos para os sepultar em paz!

 

Coitado de quem é pobre!