‘O comissário europeu Carlos Moedas afirmou hoje, em Bruxelas, que não faz qualquer sentido falar num cenário de um segundo resgate a Portugal, que “está a cumprir” todas as expetativas‘. Algo se passa, Pedro, algo se passa.
O País para trás, a dívida para a frente mas devagar!
A operação de “troca de dívida” ficou consideravelmente abaixo do valor referido pelo Ministério das Finanças. Conforme anunciado ontem na comunicação social, Maria Luís Albuquerque (MLA) e IGCP estabeleceram o objectivo de adiamento dos vencimentos de 26.935 milhões de euros, nas condições demonstradas no quadro seguinte:
O Tesouro Português conseguiu, apenas, colocar no processo de ‘troca’ 6.642 milhões de euros. Note-se que, do diferimento de prazo das dívidas de 2014, Portugal apenas obteve dos mercados a prorrogação de 2.675,5 milhões de euros para 2017, fixando-se em 4164,5 milhões a “troca” para 2018.
O governo “maravilhoso”, cheio de embustes mil!
Andei vinte e oito anos (28!), até ao 25 de Abril de 74, a ler, criticar e lutar pela calada de dias e noites – efectivamente lutei em organização clandestina partidariamente independente. Vinte e oito anos, como diz a canção do meu contemporâneo, Paulo de Carvalho, é muito tempo!
Sem intuitos de ser herói, mas impulsionado pela amarga perda de amigos na guerra (Angola e Guiné-Bissau), pela miséria do povo de que o ‘Expresso’, sob o epíteto ‘O Último Verão’, relembrou nas páginas 20 e 21 da última edição, e por outras facetas deploráveis; recordo a feroz PIDE a perseguir, prender, torturar e, se necessário, matar quem ousasse combater o salazarismo – eu e milhares de cidadãos fomos qualificados de ‘comunistas’ com ódio e o ímpeto idêntico ao utilizado pelo trabalhador rural na aplicação do ferrete no gado; jamais me filiei em qualquer partido político.
Fui, sou e serei sempre um incondicional combatente contra a desigualdade social, bem como contra a corrupção dos governantes e periféricos que circulam à sua volta e também enchem os bolsos de dinheiros abundantes, fortunas avultadas em muitos casos, extorquidos internamente ao erário público ou em negócios realizados com o estrangeiro – a compra de submarinos, de carros de combate ‘Pandur’ e de outros equipamentos, materiais e serviços, de que as sociedades de advogados do regime formam um dos grupos mais beneficiados. [Read more…]
A crise portuguesa da actualidade
O seu a seu dono: a autoria da actual crise é da direita
Bem se empenham os arautos tendenciosos, desonestos e vesgos por conveniência para engrupir a opinião pública com a desresponsabilização da direita pela crise política em que atolou o país nos últimos 15 dias.
A defesa inconsistente e estrambólica da inocência do governo de Passos e Portas, e até do presidente Cavaco, emporcalha-se por ímprobos ataques desferidos sobre quem, de área política divergente ou neutralmente, dignifica a verdade e tece legítimas críticas às ridículas peripécias da vil tríade do presidente, da maioria e do governo a que estamos submetidos.
Para reposição da verdade – e já agora para memória futura – grave-se com letras de indestrutível relevo, por ordem cronológica, quem, quando e como a crise se despoletou e desenvolveu:
A 1 de Julho de 2013
Vítor Gaspar demite-se. Insinua falta de perfil de Passos Coelho para liderar a actividade governativa, confessando responsabilidades próprias na falha dos défices de 2012 e 2013, na expansão da dívida pública, na depressão na procura interna e desvios desfavoráveis nas receitas fiscais; e, em acto de comovente penitência, Gaspar rematou: “a repetição destes desvios minou a minha credibilidade enquanto Ministro das Finanças.”
Segundo resgate – Portugal é a Grécia e a desgraça
Cavaco admite maior probabilidade de segundo resgate de Portugal. Expressou esta opinião na reunião dos economistas a decorrer em Belém, segundo a imprensa; aqui, por exemplo.
O PR atribuiu a causa do aumento da probabilidade à crise política dos últimos dias. Certamente também contribuiu. Todavia, opiniões divergentes ponderam outros factores a influenciar o agravamento das perspectivas para Portugal.
Manuela Ferreira Leite, amiga de Cavaco e adversária severa do Governo de Passos e Portas, segundo o ‘Jornal de Negócios’, declarou ontem na TVI:
Tenho receio que estejamos numa situação muito pior do que aquela que nos é dada a saber.
Interrogando, a concluir, se a saída de Vítor Gaspar e o pedido de demissão do ministro Paulo Portas estão relacionados com a hipótese de se pedir um segundo resgate financeiro.
Comentários Recentes