A luta desigual de Capuchino e El Fandi

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AP Photo/Daniel Ochoa de Olza

À direita está Capuchino. À esquerda, “El Fandi”. Este é mais um episódio da luta entre homem e touro. Uma luta sempre desigual, em desfavor do touro, claro. Mesmo que este se apresente de forma valente na arena, o destino é sempre o mesmo: a morte. Seja na praça ou no matadouro.

Este ano Capuchino foi notícia. O touro matou, com os cornos, Daniel Jimeno Romero, uma das pessoas que decidiu colocar à prova a sua “virilidade” correndo à frente dos animais nas festas de San Firmin, em Pamplona, Espanha

Dizem-me que se não fossem as touradas, os touros já estariam extintos, porque ninguém os iria criar. E andarem à solta, nem pensar. Não sei se é ou não verdade.

Não gosto de touradas. Acho que é um espectáculo degradante. Apesar de um dos contendores ter, por norma, mais de 500 quilos, a luta não é igual. O touro já vai ferido e dopado para dentro da arena. Não há ali nada de justo. Em comparação com as lutas de gladiadores dos romanos, mesmo que não totalmente equilibradas, eram-no mais que aquilo que se passa nas praças de touros de Portugal, Espanha e outros países.

Este ano Capuchino foi notícia. O touro matou, com os cornos, Daniel Jimeno Romero, uma das pessoas que decidiu colocar à prova a sua “virilidade” correndo à frente dos animais nas festas de San Firmin, em Pamplona, Espanha.

Capuchino não gozou muito a sua triste fama. Foi morto na arena por El Fandi alguns minutos depois desta fantástica imagem ter sido tirada. Ali já não há qualquer duelo. Capuchino está derrotado e nada pode fazer para contrariar El Fandi, que parece estudar com a mão o local onde irá espetar a espada. El Fandi foi levado em ombros por ter assassinado um touro na arena. Capuchino não sei para onde foi.

Em San Firmin ficaram feridas centenas de pessoas ao longo dos dias da “festa”. Um morreu.

Dizem que é uma tradição. Consta que o canibalismo também era tradição há muitos anos atrás.

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Nota: Sim, como carne. Não, não gosto de touradas. Até poderia achar interessante se fosse justa, cada um com as suas armas. Isto é, o touro com os cornos e o toureiro com as mãos.

Comments

  1. Ricardo Santos Pinto says:

    Dizem os defensores das touradas que, sem touradas, acabavam os touros bravos. E então, qual é o problema? O touro bravo não é uma espécie, é uma raça manipulada pelo ser humano. É a mesma coisa que dizer que, se os gatos persas acabassem, essa espécie felina desaparecia. Não desaparecia, o gato persa, tal qual é hoje, não passa de mais ujma lamentável invenção (e uma vítima) do ser humano.

  2. Snail says:

    Bom, se não houvesse tourada, os touros não acabariam, tal como não acabaram os leões por não haver espectáculos de circo com gladiadores.Com este argumento, os defensores da festa brava não vão muito longe….

  3. Marco Crespo says:

    Quando dizes que a luta seria mais justa, cada um com as suas armas, cornos no toiro e mãos no homem, estás a referir-te aos forcados? Ou esses também partem em desvantagem?

  4. Partem em vantagem, claro. Os forcados enfrentam o touro depois deste ter sido sangrado antes e durante o despique com o cavaleiro. Além de estar bem cansado. E não é um forcado ou dois. São vários.

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