EM NOME DE DEUS

Leiam por favor EM NOME DE DEUS, de David Yallop. Obrigatório para quem não se quer deixar cegar. Este livro vendeu mais de seis milhões de exemplares. Resultado de três anos de investigação exaustiva, desmascara de forma incontestável a cadeia de corrupção e de crimes, levada a cabo pela Alta Finança, a Máfia e o Vaticano. Editado pela D. Quixote. Imperdível.

Onde estava eu no 25 de Abril

Onde estava eu no 25 de Abril?

Fisicamente estava no meu local de trabalho, no Hospital de Santo António.
Psicologicamente sentia-me num imenso parque frondoso, cheio de flores e pássaros chilreantes, respirando profundamente a liberdade e o ar fresco de uma bela manhã primaveril, com a sensação de ter saído de uma prisão perpétua.
Politicamente encontrava-me do lado de cá da barricada, isto é, do lado que havia lutado contra a cobarde ditadura fascista de Salazar.
A minha consciência política, ainda que pouco sólida e pouco profunda nos anos sessenta, foi fortalecida por uma guerra colonial fortemente esclarecedora e foi inevitavelmente acordada por uma ditadura grosseira e primária, sinistra e assassina.
A explosão do 25 de Abril apanhou-me em cheio, e fez brotar no meu coração um rio de liberdade. Fez rebentar na minha mente e na mente dos portugueses conscientes e sãos um vulcão de amor, fraternidade e solidariedade, nunca até aí vivido. Foi o mais belo fenómeno político e social de toda a minha existência. A mais fantástica lição de pedagogia humana que algum dia se pode ter vivido. O mais eficaz detergente de toda a podridão de meio século.
Se as pessoas parassem um pouco para pensar, se não tivessem os olhos embaciados e a sua cultura cheia de lodo, sabiam que o 25 de Abril não foi a causa da caricatura democrática que hoje vivemos, mas sim a sua a vítima.

Adão Cruz

     25 de Abril (adao cruz)

25 de Abril (adao cruz)

«Sigilo & Pinochet» (Miguel Vale de Almeida, 18/04/09)

Precisamos de ver isto esclarecido. E isto. Caso contrário vivemos mesmo numa palhaçada.

Poemas do lusco-fusco

Inquieta abelhinha
saltitando no jardim
que às vezes há dentro de mim.
Inquieta abelhinha
que voas dentro de mim
onde
tantas vezes
não existe qualquer jardim.

        (adao cruz)

(adao cruz)

24 de Julho, um marco decisivo nas lutas liberais

    
Em 24 de Julho de 1833, as tropas do duque da Terceira entravam em Lisboa, desferindo um golpe decisivo nas forças miguelistas. Uma prolongada guerra civil, opondo o partido liberal, de D. Pedro, ao absolutista de seu irmão D..Miguel, conflito que começara em 1829, vivia um dos últimos episódios antes de, em 26 de Maio do ano seguinte ser assinada a paz, na chamada Convenção de Évora Monte, com a capitulação dos absolutistas.

«Um Professor Doutor de Coimbra, meu deus!» (Miguel Vale de Almeida, 1/3/09)

Ontem gozou-se muito com um delegado ao congresso do PS que desenvolveu o habitual e sofisticado raciocínio sobre como os animais acasalam entre sexos diferentes, etc.; ou com outro que dedicou um poema cantado a Edite Estrela. Gente “simples” como se diz em modo paternalista. Mas o simplismo mais simples foi o de Almeida Santos. Entusiasmado com a escolha de Vital Moreira, proclamou a um jornalista, em tom grave e elogioso: “Um Professor Doutor de Coimbra, meu deus!”

Valha-nos deus, que isto nunca mais avança…

Quadra do dia

Neste país de ladrões
É tão grande a bandalheira
Que o povo só tem tomates
Se os mandar para a fogueira.

«Nesta história o que me fez impressão foi isto: um primeiro-ministro (seja ele quem for, goste ou não dele e da sua política) processar um jornalista/colunista (seja ele quem for, goste ou não dele e do conteúdo do seu texto)» (Miguel Vale de Alm

A propósito do processo de José Sócrates a João Miguel Tavares por causa da Cicciolina.

«Sub-prime Minister» (Miguel Vale de Almeida, 10/02/09)

O papel a que se presta Augusto Santos Silva é tão velho como a humanidade: o intelectual que entra no círculo máximo do poder como defensor do líder, suspendendo por uns anos o espírito crítico, sabendo perfeitamente que o que diz é instrumental. O ministério que dirige (o dos Assuntos Parlamentares) não existe: é um eufemismo para o cargo de comissário político. O tipo de agressividade que é costume encontrar-se neste papel resulta de uma fuga para a frente, porque o intelectual de aparelho sabe que o que diz não corresponde necessariamente à verdade (o intelectual não cai na volúpia de acreditar mesmo – numa política, numa missão, etc. – ao contrário do político). A única forma de lidar com a contradição é fazer uma fuga para a frente, carregar de emoções a prática política, resvalar para o modo trauliteiro. O grão-vizir é quase sempre mais assustador que o sultão, o capataz mais do que o patrão, o papista mais do que o papa.

Zelaya já está nas Honduras

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O Presidente eleito das Honduras já atravessou a fronteira do seu país.

Ver em directo na teleSur

Cartaz do PS: Agora percebo por que ri a moça verde

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Rotunda do Restaurante Rabelo, em Cinfães, com Escola E B 2 3 ao fundo

A minha cura de desintoxicação

No dia 21 de Junho, um Domingo, comuniquei que ia parar por uns dias, não sabia quantos. Devido a problemas, disse na altura. Resolvidos que estão, cá estou eu de novo. Só tenho de agradecer as mensagens públicas e privadas que me deixaram e, em especial, ao José Freitas e ao Luis Moreira por terem «aguentado o barco» (desculpem a frase azeiteira, mas ainda estou muito sensível).
Foram dias difíceis, como sabem todos aqueles que já estiveram a ressacar durante uma cura de desintoxicação. Hesitei antes de escrever este «post» porque, no fundo, estou a expor a minha vida privada. Mas no fundo, um blogue é um diário e a minha experiência pessoal, se calhar, vai ajudar muitos outros.
Pois bem, desde o dia 21 de Junho, e apesar de algumas aparições pontuais, estive a fazer uma cura de desintoxicação da blogosfera. Custou-me muito, sobretudo nos primeiros dias. Doía-me o corpo todo, parecia que enlouquecia com dores de cabeça e só queria bater com ela nas paredes. Como eu estive a ressacar por esses dias!
O pior momento terá sido no dia 24 de Junho de manhã, uma quarta-feira que, por acaso, foi feriado no Porto. Parecia que tinha levado centenas de marteladas na cabeça durante a noite anterior. Foi muito estranho!
O método que utilizei chama-se «Blog Desintoxication». «Blog Desintoxication» é o processo empreendido para livrar o corpo das toxinas acumuladas devido à leitura e redacção de blogues. Existem muitos métodos diferentes para o tratamento deste problema.
A retirada é um dos primeiros passos da «Blog Desintoxication». Uma fase que pode ser melhor descrita como o reajuste fisiológico e mental que resulta da interrupção do uso de quaisquer substâncias viciantes.
A natureza e a gravidade deste vício varia muito e depende da natureza do medicamento utilizado e do nível de dependência relativamente ao mesmo. Um tratamento ideal abrange todos os aspectos de um indivíduo e garante a retirada e completa purificação dos efeitos nocivos dos blogues. O objectivo central é a eliminação de resíduos de blogues dentro do corpo humano.
Se os resíduos não forem completamente removidos, eles podem crescer no corpo e serem potenciados pouco tempo depois.
A mim, o meu médico aconselhou-me a pensar no dia-a-dia. Ou seja, o meu objectivo não devia ser «nunca mais vou escrever em blogues na vida», mas sim «hoje não vou escrever em blogues». Naquele dia, não escreveria, e cada dia seria uma vitória.
Assim sendo, obtive várias pequenas vitórias ao longo de duas semanas. Mas ninguém pense que foi fácil. Por estar em regime livre, ou se calhar por isso, a tentação era mais que muita e, em algumas vezes, soçobrei.
Na última semana, pensei que tinha conseguido. Mas quando dera a vitória por garantida, o Dalby desinquietou-me e lá se foi mais um «record». Hoje, depois de ouvir o noticiário acerca dos candidatos nas listas do PS, decidi: Vou só ao blogue fazer um MVA e depois é que é.
Não consigo. Cheguei à conclusão de que sou viciado em blogues e de que a tentação é mais forte do que eu. Vou ficar por aqui. Agora em pleno, não vos abandono mais, amigos aventadores e caros leitores. Bem, tenho de voltar ao MVA, que ainda há umas pérolas por descobrir.

P. S. – Já me esquecia. Não queiram saber qual o meu espanto quando cheguei ao programa de desintoxicação e encontrei o Luís Rainha. Desesperado, tentava abandonar de vez o «5 Dias», viciado que estava nesse grande blogue. Ao fim de duas semanas, não voltei a vê-lo. Parece-me que também não chegou ao fim do programa.

Ah, e como podem ver, a minha cura de desintoxicação de blogues falhou rotundamente. É por isso que cá estou de novo. Não há volta a dar-lhe: sou mesmo um viciado em blogues…

“Sei como posso fazer mais com menos”

“Sei como posso fazer mais com menos”. Sabe que disse isto?

Quem disse esta frase é candidato. Quem disse esta frase aposta num programa minimalista, de contenção, de rigor e tem a sincera convicção de que pode fazer um trabalho decente, bem feito utilizando parcos recursos.

Sabe quem é o (a) autor(a) desta frase? Se souber, óptimo. Se não souber regresse a este blogue amanhã, que dou a resposta.

FALANDO SOBRE TRANSPORTES. AS FALÁCIAS DO MOPTC (3ª PARTE) – VII

A renovação de um contrato baseada num projecto virtual

A solução que preconizo em substituição das grandes obras anunciadas pelo MOPTC é muito simples, eficaz e incomparavelmente mais barata do que a que está prevista; e com um tempo de execução – e os transtornos inevitáveis – também muito reduzidos.

Para isso, terá de ser posto de parte o enterramento das linhas da c.f. ( o velho complexo da estrada-raínha ainda perdura) e inverter as prioridades, ou melhor, a sobreposição das vias (estradas / caminhos de ferro), sabendo-se que é muitíssimo  mais fácil “mexer” nas primeiras do que nas segundas, dado estas exigirem uma topografia “mais fina” – inclinações dos troços e raio das curvas; estou certo que os técnicos, pelo menos, compreenderão esta linguagem.

Com isto quero dizer que se deverão manter as linhas de c.f. aos níveis actuais (eventualmente um pouco mais baixas) e os atravessamentos das rodovias feitos `*a custa de passagens superiores (pontes de b.a. e ferro, por exemplo).

No caso vertente haveria que considerar, no sentido Lisboa / Cascais, duas passagens superiores à linha de c.f. que liga Alcântara-Mar a Alcântara-Terra, respectivamente na Av. Da índia e na de Brasília; e uma outra em F. da Silveira / Av. 24 de Julho. Tão simples, como isso, e este problema fica resolvido.

Lembro a existência. À saída de Alcântara – Mar, de duas pontes provisórias … construídas há muitos anos mas que ainda perduram apesar do tráfego intenso que as procura.

Estou certo que os arquitectos da C.M.L. e os da APL serão capazes de “arrancar” uma bela solução arquitectónica para o nó de Alcântara, provavelmente a calcular pelos seus colegas engenheiros que aí trabalham com toda a competência.

Talvez com algum desgosto do Senhor Ministro e da SET que, eventualmente, terão de encontrar outras obras de espavento para justificarem o seu reinado.

Quanto á Mota-Engil, cuja actividade conheço há muitos anos, como bons empreiteiros que são, dirão que isto são contingências da vida … e há mais vida para lá de Alcântara.

Claro está, a estação de Alcântara – Terra deverá continuar à superfície e, no cais de contentores de Alcântara, nada obsta a que procedam às demolições previstas de alguns edifícios mais ou menos subaproveitados, desde que não destruam os painéis do Almada Negreiros.

Concordo com o Sr. Primeiro Ministro quando diz que há imenso que fazer em Portugal, o que significa despesas muito elevadas, a pagar com o nosso dinheiro; pelo que se exige ponderação e perseverança.

Esta é uma característica apreciável desde que isso signifique teimosia ou inflexibilidade; o que poderia ser encarado como reflexo de surdez psíquica, deficiência esta grave, congénita e sem cura.

«Cara Universidade, A partir de agora serás cada vez mais uma prestadora de serviços, funcionando segundo uma lógica mercantil, utilitarista, instrumental, gerida segundo critérios de produtividade típicos de uma empresa. Serás ainda menos democrá

Cara Universidade,
Acabaste. E nós “acabámos”. A partir de agora serás cada vez mais uma prestadora de serviços, funcionando segundo uma lógica mercantil, utilitarista, instrumental, gerida segundo critérios de produtividade típicos de uma empresa. Serás ainda menos democrática no funcionamento, mais fechada à inclusão dos alunos de camadas menos favorecidas, e ainda mais burocrática (substituindo a velha e horrível burocracia do estado por uma burocracia empresarial fetichizada – venha o diabo e escolha) . Definir-te-ás cada vez mais como algo que não é um serviço público, serás cada vez mais avessa ao pensamento crítico e à criatividade e, em última instância, acabarás odiando a própria ideia de ciência, substituída pela instrumentalidade técnica de curto alcance, imediatista, flutuando ao sabor da “demanda” empresarial, das encomendas governamentais e da demagogia da oferta imediata de saídas profissionais (que resultarão em pessoas desempregadas 5 anos depois, quando as skills hiper-especializadas morrerem no mercado com os respectivos produtos…). Não admira que quem se vá dar bem contigo seja um certo tipo de gestão e economia, e um certo tipo de sociologia. Acabaste. Agora és outra coisa, que te chamem outra coisa, porra, sei lá, direcção-geral das políticas públicas e dos potenciais secretários de estado de governos socialistas, ou Sociedade Anónima (ou anómica?). Acabaste. E acabaste com Bolonha e com o novo Regime Jurídico do Ensino Superior e com as Fundações e, na investigação, com o triunfo da audit culture científica. Acabarás certamente ainda mais com o novo Estatuto da Carreira Docente do Ensino Superior, propositadamente deixado para o fim neste processo de reinvenção total, este extreme makeover em que gulosamente te meteste. Acabaste, pronto. Ponto.
Eu cá por mim, sabes, vou continuar a dar o meu máximo e o meu melhor no trabalho com os alunos, nas aulas e nas orientações; vou fazer a minha pesquisa de forma ainda mais autónoma e o menos financiada possível; e é claro que vou continuar a meter-me em iniciativas – só que o mais autónomas possível, quanto mais fora dos teus muros melhor. Aí não vou perder entusiasmo, porque gosto da coisa, é como escrever, pintar, namorar, conviver. Mas lá dentro dos teus muros, agora de empresa, cumprirei os mínimos exigidos pela minha situação de assalariado. Acabou qualquer voluntarismo, espírito associativo, cooperativo, de serviço, de participação. Se é empresa que queres ser, comportar-me-ei como assalariado – e não tenho inclinação para a “cultura de empresa”, para o espírito de corpo, para “vestir a camisola” ou baboseiras tipo campo de férias para empregados. Ou para a treta palaciana e macholas da carreira e do poderzito. Acabou. Acabaste. “Acabámos”. Aqui se separam os nossos caminhos. Votos de grandes lucros e sucessos carreirísticos.
Com os melhores cumprimentos…

«O Senador Mário Soares falou. Falou com aquela leviandade, aquele da-boca-pra-fora, que infelizmente o caracteriza demasiadas vezes» (Miguel Vale de Almeida, 22/01/09)

O Senador Mário Soares falou. Falou com aquela leviandade, aquele da-boca-pra-fora, que infelizmente o caracteriza demasiadas vezes. O Senador falou e logo a SIC Notícias faz um “Opinião Pública”. Sobre o casamento? Não: sobre se o casamento é uma prioridade, seguindo a deixa do Senador. Ora, discutir se algo é uma prioridade, quando esse algo não precisa nem da mobilização de recursos nem de alterações que afectem outrem que não os que passam a aceder a direitos iguais, é participar de um absurdo. Alguém discute se são prioritárias centenas de outras propostas legislativas – a maior parte das quais implicando alocação de recursos ou decisões políticas que mexem com a democracia? Párem já toda a legislação e discussão política que não seja sobre a crise!

Mas o Senador perturba-me da mesma maneira que me perturbam muitos comentários que correm nos blogs e nos sites. Perturba-me que não sinta a revolta moral sobre a desigualdade. Aquela revolta que se sente algures entre o estômago e a garganta, aquela revolta que se sente quando se acha inaceitável a desigualdade e o preconceito e o adiamento das medidas que podem estabelecer o princípio do fim desses problemas. Aquela revolta que deveria levá-lo a dizer que esta questão já devia estar resolvida – em vez de dizer que não deverá sê-lo já. A revolta moral que ele certamente sente em relação ao racismo, por exemplo. Não percebo, sinceramente. A não ser, claro, que se possa identificar aqui uma falha moral.

«Sem tibiezas, sem meias soluções», disse José Sócrates sobre a igualdade no acesso ao casamento. Dias depois vimos que afinal havia mesmo tibieza» (Miguel Vale de Almeida, 21/01/09)

«Sem tibiezas, sem meias soluções», disse José Sócrates sobre a igualdade no acesso ao casamento. Dias depois vimos que afinal havia mesmo tibieza.»

«Excitação (e ejaculação precoce?)» (Miguel Vale de Almeida, 14.01.09)

«Como o DN já noticiou, José Sócrates garantirá para a próxima legislatura (2009-2013) um compromisso claro do PS no sentido de legalizar a possibilidade de duas pessoas do mesmo sexo se casarem. Contudo, ao que o DN apurou, a proposta não irá ao ponto de admitir também que casais homossexuais possam adoptar crianças. “Uma coisa de cada vez”, explicou um dos militantes que participou no grupo, liderado por António Costa (presidente da câmara de Lisboa e número dois do PS), que redigiu a moção na qual Sócrates sustentará a sua recandidatura a mais um mandato à frente do partido. Segundo o mesmo interlocutor, abrir um debate sobre a adopção gay poderia envenenar a discussão sobre o casamento homossexual.» (DN)

«A versão entregue não era, porém, um texto fechado. Havia casos e sita-ções em que foram preparadas várias formulações escritas que davam a Sócrates a decisão final. Neste caso estava, por exemplo, o que a moção de estratégia dirá sobre o casamento entre homossexuais. Ainda que a expressão casamento civil não apareça na versão final, a ideia é que fique bem explícito o reconhecimento do princípio, mas a decisão sobre como fazê-lo foi deixada ao veredicto do secretário-geral.» (Público)

«Pergunte-se ao capataz [Santos Silva], não ao patrão» (Miguel Vale de Almeida, 14.01.09)

«A moção apresentada pelo secretário-geral do PS contempla a remoção das barreiras jurídicas à celebração de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Não propõe mais nada. Se o congresso aprovar a moção, a posição do PS continuará a ser contrária à adopção de crianças por parte de casais formados por pessoas do mesmo sexo» (Augusto Santos Silva)

Começou, claro, a exegese da letra pequena, o “sim, mas”, o recuo, o pau e a cenoura. Para esclarecer uma coisa não há como perguntar ao grão-vizir, não ao califa. Ou ao capataz, em vez do patrão.

PS: dantes havia o rei-filósofo; agora há o rei-sociólogo.

«Numa democracia que se preze o primeiro-ministro já teria dado ordens explícitas para não se repetir tal coisa» (Miguel Vale de Almeida, 12/01/09)

«Deve ser um efeito de tanto convívio com o Chávez»
(acerca dos discursos de José Sócrates nos concursos do IEFP)

«Estive a ler atentamente este texto do Daniel Oliveira e, ao contrário da opinião do João Pinto e Castro, achei-o excelente e subscrevo-o» (Miguel Vale de Almeida, 17/11/08)

Sócrates mostra a sua autoridade alimentando o ressentimento que está sempre presente em sociedades desiguais e injustas. É uma autoridade destrutiva. Primeiro foi com os funcionários públicos, agora é com os professores, depois será, provavelmente, com os profissionais de saúde. Desde que chegou a São Bento a sua estratégia é sempre a mesma: atacar os trabalhadores do Estado, fazendo passar a ideia de que são eles, e não os governos, os responsáveis pelas debilidades dos serviços públicos. Grande parte da população, maltratada pelos poderes públicos, compra facilmente este discurso. Ele corresponde à estratégia de qualquer populista.
Pintar os professores do ensino público como privilegiados ultrapassa todos os limites da razoabilidade. Num pais que mudou radicalmente nos últimos trinta anos é, pelo contrário, justo dizer que os professores foram uma das classes que mais sentiu, no seu trabalho, a mudança. Com a massificação da Escola Pública, com o novo papel tardiamente conquistado pelas mulheres na sociedade, com um modelo de família que mudou radicalmente e muito depressa, são exigidas ao professor novas funções: ele é assistente social, psicólogo, pedagogo, animador cultural, mediador… E tudo isto teve de ser feito em pouco tempo, com um reforço acelerado do contingente de docentes, muitos deles sem vontade de cumprir estas funções.
Mas nada disto interessa a José Sócrates. O primeiro-ministro está filiado na velha escola latina, de que Cavaco foi outro excelente representante, que usa a autoridade não como um exemplo mas como uma forma de impor à força o que não consegue conquistar pela razão. Que esmaga a criatividade e alimenta a veneração do chefe.
Olhando para os últimos três anos, e depois de tantas promessas de reforma, de tantos conflitos com sindicatos e classes profissionais, podemos dizer que estamos melhor? Não. Porque as demonstrações de força não passaram de encenações inúteis que apostaram no ressentimento para segurar o poder. Alguém acredita que depois de tudo o que aconteceu entre a ministra Lurdes Rodrigues e os professores a Escola Pública ficará melhor? E não era esse o objectivo? Não, não era. O objectivo era ter uma parte significativa da população contra os professores e, por isso, do lado de Sócrates. Só há um pequeno problema: à medida das que se somam os bodes expiatórios do regime sobra menos gente do outro lado.

«Não sou um partidário de José Socrates» (Miguel Vale de Almeida, 06/04/2009)

E agora, já és?

Como votará Miguel Vale de Almeida se, na próxima legislatura, o Bloco de Esquerda voltar a avançar com legislação sobre o casamento «gay»?

Pois…

O Governo e as contas escondidas

O Governo não quer mostrar as contas. Não mostro, são minhas, muito minhas e ninguem tem nada de andar para aqui a espreitar.

Acontece que há sobejas razões para se desconfiar deste amor súbito pelas contas a ponto de as querer esconder.

Existe um grupo técnico de apoio na AR que tem como função analisar as contas públicas. Só o pode fazer se as contas (públicas) forem tornadas públicas, como parece óbvio, e por maioria de razões entregá-las na AR.

Mas não, não é preciso, basta a palavra do Governo de que as contas (públicas) estão bem e recomendam-se. Mas do pouco que se sabe não será bem assim. Diz Sócrates, com aquela genética capacidade de nunca dizer a verdade que o nosso déficit vai ser de 5.9 e que está na média dos países europeus. Bem, isto é como dizer que o déficit do Joe Berardo sendo igual ao meu em percentagem, tem o mesmo significado. Eu para pagar o meu déficit vou deixar de ir ao médico, o Joe para pagar o dele vai deixar de comprar mais um quadro do Picasso. É a mesma coisa. Deve ser do curso técnico na Independente.

Sabe-se agora que apenas 13% da despesa de apoio aos agentes económicos para enfrentar a crise é que foi utilizada, isto apesar de todas as promessas diárias de apoio com que nos bombardeiam o tutano. Começa a perceber-se para onde foi a massa (nos bancos e que a guardaram) e porque o desemprego não deixa de aumentar. E as falências é um ver se te avias. A tal economia real que o PS acha que anda à volta da Mota/Engil dos contentores de Alcântara. Que é um caso evidente de polícia!

Mas o que realmente não se percebe é que as contas (públicas) estejam sequestradas pelo Governo ! Se está tudo bem porque não as libertam, a elas, as contas?

As contas em Lisboa

O PS apresentou a lista de candidatos aqui em Lisboa. Entra a Inês de Medeiros que, por acaso, mora em Paris e o Miguel V de Almeida que, por acaso, transitou pela Jugular e agora está no Simplex. Tudo acasos e independências…

A sondagem mais recente dá vantagem para António Costa (46.4%) contra Santana (37.8%), o que é bem diferente da anterior que dava empate técnico. O BE vem a seguir à frente da CDU.

Isto já tem a ver com a integração da Helena Roseta? Parece cedo até porque a negociação foi tornada pública a semana passada. Uma coisa é certa, Costa está a alargar o poder de atracção do PS enquanto Sócrates o está a diminuir.

Tambem é certo, como já aqui escrevi, que nas legislativas não haverá maioria absoluta pelo que a próxima legislatura corre o risco de ser muito curta. Aí entra nas contas António Costa para Primeiro Ministro. Sócrates bem pode dizer que é o melhor PM que de pouco lhe serve. É carta fora do baralho.

Quanto a Santana perdendo Lisboa resta-lhe ser vereador. E tem sempre o escritório de advocacia para onde voltará e não lhe vão faltar clientes.

O principio para Costa e o fim para Santana se se confirmarem estes resultados.

Alice

já não falta tanto para espreitarmos o outro lado do espelho…

O ÚLTIMO, POR FAVOR, APAGUE A LUZ!

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JÁ FALTOU MAIS, TAMBÉM POSSO IR?
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.O cansaço assalta quase toda a gente trabalhadora. O fluxo de gente que entrava em Portugal, vinda de quase todo o ano, começa a abrandar e agora são de novo, mais os que saem que os que entram. E muitos dos que entraram, desistiram e já se foram embora. Dá vontade de ir também!
O nosso nível de vida tem vindo a descer. O desemprego tem vindo a aumentar. As empresas continuam a falir. O investimento quase desapareceu. O governo atira-nos diariamente com areia aos olhos, na vã tentativa de nos cegar e impedir que votemos noutros que não neles. A crise veio para ficar e não dá mostras de abrandar, muito embora o ministro responsável por estas coisas não se canse de dizer que estamos melhor que nunca. O outro, o ainda nosso Primeiro, afirma a pés juntos que ele é o melhor Primeiro que Portugal alguma vez teve, com a desfaçatez que lhe vem da lata e da cara de pau que todos lhe conhecemos.
O certo é que já ninguém quer vir para cá. E os nossos, querem é pôr-se daqui para fora, e depressinha. E não estou a falar dos que, apanhados agora nas malhas da justiça, depois de vidas faustosas e fáceis, a defraudar os que neles acreditaram, gostariam de ter emigrado há dois ou três anos, uma vez que agora, descobertas as maroscas que fizeram nos bancos e nas empresas que representavam, lhes é impossível fazê-lo. Falo do cidadão comum. Do cidadão que sofre na pele as dificuldades do dia a dia, e as incapacidades de quem nos governa para melhorar a vida de cada um.
Cada vez mais apetece dizer que, já agora, também posso ir?

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O arroz de marisco do Vasco

Mora entre o bairro Alto e São Bento numa casa imensa, com inúmeras divisões, cheia de mobiliário antigo, fotografias da família de quatro gerações (três para trás e uma para a frente).

Só o plasma é que está ali deslocado, o resto faz coro com o ambiente e com o dono. O Vasco mora só, os filhos têm já a sua vida, divorciado da mãe dos filhos, namora com uma amiga minha de infância. Entendem-se, cada um no seu canto. Ela mora aqui para a Alameda. Assim é que é bom, encontram-se quando querem e a mais não são obrigados.

Mas estes homens, como o Vasco, têm uma particularidade muito marcada. Sabem fazer tudo, cozinham maravilhosamente. É o caso. O jantar feito por ele é uma maravilha em qualquer canto do Universo.

Um arroz de marisco como nunca me tinha passado pelo estreito, o arroz no ponto, o marisco fresco e em generosa quantidade e, lá atrás, no palato, um travo de ervas aromáticas a cantar.

Tudo acompanhado por um branco de Tormes ( à altura da escrita do Eça) frio mas sem lhe tirar o caracter, aromático e redondo quanto baste. Enfim, o paraíso !

Mas o Vasco, engenheiro reformado, até tem em casa uma oficina onde trata de pôr a funcionar maquinaria de que só ele conhece os segredos.

Eu, por mim, já lhe disse, mesmo que tenha de ver e ouvir o motor do barco, não perco o arroz de marisco!