O Jardim "Comunista" da Madeira

O Alberto João sabe-a toda. Quer que a Constituição afaste uma parte dos Portugueses. Os que votam no Partido Comunista Portugues. Claro que isto não é mais que uma maneira de nos pôr a falar dele, Jardim.

Mas é curioso que o “centralismo democrático” Madeirense personificado no Alberto João seja a coisa mais parecida com a ideologia do PCP. Para o Alberto João toda a gente é ignorante, todos lhe estão a dever alguma coisa, só os “dele” é que merecem o quer que seja, paga com dinheiros públicos um jornal que  distribui pela população com as notícias que lhe interessam, controla tudo e todos…

Porque quer ele acabar com uma ideologia que o mantem há tanto tempo no poder ?

O Alberto João vai dizer-nos nos próximos dias, mas cheira-me que tem a ver com aquela “coisa” da revisão constituicional…

O Tribunal de Contas chumba os contentores

O Mário “jamais” Lino diz que não houve concurso para o Estado poder fazer o melhor contrato possível. O Presidente do Tribunal de Contas vem dizer que o contrato só contempla os interesses da empresa privada, que é a Liscount da Mota/Engil do Jorge Coelho!

Como somos todos burros, só agora é que percebemos que aquele famoso negócio, zurzido por todos os que ainda acreditam que a transparência vale a pena, é afinal o que melhor acautela os interesses do Estado. Sem concurso, sem concorrência, dado de mão beijada. Mas como ainda há gente independente, o Tribunal de Contas diz que aquilo é tudo ilegal!

Este Governo perdeu completamente a credibilidade, ultrapassa e ignora os procedimentos habituais das boas práticas e legais. A Secretária de Estado, na altura da discussão, veio dizer que mais nenhuma empresa se tinha mostrado interessada no concurso, o que foi de imediato desmentido por uma empresa concorrente.

É ponto assente, que este negócio envolve muitos milhões de Euros, que o Estado tem de fazer avultados investimentos para que a empresa privada se interesse pelo projecto, que a sua localização é altamente discutível, que é ambientalmente, uma malformação.

Enfim, sabemos agora pela voz autorizada do Presidente do Tribunal de Contas que é mais uma negociata de que resultam enormes prejuízos para todos nós os contribuintes.

Este governo não aprende e tem raiva a quem não gosta de ser roubado.

FALANDO SOBRE TRANSPORTES. AS FALÁCIAS DO MOPTC (3ª PARTE) – V

A renovação de um contrato baseada num projecto virtual

Fechando este parêntesis e prosseguindo com a leitura do impresso fica-se a saber que, através da linha de Cintura, a seguir à Gare do Oriente, será possível assegurar as futuras ligações à Rede de Alta Velocidade e, também, ao Novo Aeroporto de Alcochete.

No que se refere a este último, permitam-me uns breves comentários:

Por estrada ou, então, por caminho de ferro, o Novo Aeroporto ficará localizado a 48 Km de Lisboa (pela Ponte Vasco da Gama serão 68 KM). Isto significa que, para a grande maioria dos utentes, o acesso à Gare atingirá os 100 Km terrestres, numa viagem de ida e volta, ou seja, cerca de 1/3 do percurso Lisboa / Porto  feito de avião. Com os inconvenientes que se conhecem no que se refere aos gastos de combustível e, longe vá o agouro, ao aumento das possibilidades de desastre.

Acrescento que, com base num bom desempenho dos caminhos de ferro no percurso  Porto / Aveiro / Coimbra / Leiria/ Lisboa, é por demais evidente que uma boa parte dos passageiros irá privilegiar este em detrimento do automóvel ou do avião.

Numa outra perspectiva, se estamos a pensar num aeroporto com funções predominantemente “hub” – aeroporto principal que concentra as partidas e chegadas de aviões com capacidades diferentes e, assim, fazer corresponder os voos curtos e médios com os de longa duração – então, parece.-me que tanto faz Alcochete, como Coimbra ou, porque não, o Porto.

Antes de se pensar na privatização da ANA a 51% – um erro de consequências muito graves para o país – haveria que elaborar um Plano Estratégico para o Desenvolvimento dos Aeroportos nacionais.

Como é sabido Alcochete irá ficar situado, em boa parte, sobre a mais importante reserva aquífera subterrânea do país, com as más consequências bem previsíveis para todos nós (incluindo o Ministério do Ambiente ?). Tanto mais que haverá ainda que utilizar uns 400 há de terrenos destinados à cidade aeroportuária, concentrada ou dispersa. Reserva essa já em parte “comida” pela plataforma logística do Poceirão e, a Norte do rio Tejo, pela Castanheira do Ribatejo.

Já agora, em maré de palpites – pela minha parte pouco fundamentados à míngua de dados credíveis, indispensáveis – porque não ensaiar a localização em Sta. Cruz, cerca de 45km a Norte de Lisboa? Com boas áreas disponíveis entre A-dos-Cunhados / Bombardeira / Sta Cruz / Ponte do Rol e muito perto de Torres Vedras? Quem sabe? Talvez que esta escolha permitisse, finalmente, a modernização tão desejada da linha do Oeste, muito fácil de melhorar no seu traçado, dadas as boas características do terreno e, assim, aliviar um pouco mais a linha Norte /Sul.

Sócrates será candidato a Primeiro Ministro?

A Helena e o Zé só me enganaram uma vez. Vi, neles, o crescimento de movimentos e candidatos independentes às autarquias, um primeiro passo para o advento de candidaturas independentes dos partidos às eleições nacionais.

Um e outro na primeira oportunidade trocaram essa mensagem de esperança e de abertura de horizontes, pela tacanhez de um lugarzinho numa lista partidária. Com emprego assegurado.

Mas isto seria pouco. Ambos estão a juntar-se a Costa quando ambos foram ostracizados por Sócrates. Esta leitura faz a diferença toda vinda de políticos profissionais. A Câmara de Lisboa é um trampolim para vôos mais largos, neste caso de cenários político-partidários, mais concretamente dentro do PS.

Diz-se à boca pequena que se está a preparar, tendo como cenário a Câmara de Lisboa, o pós- Socratismo, com a eventual candidatura de Alegre a Presidente da República a troco do seu apoio, aqui em Lisboa, ao PS sem Sócrates.

Isto é uma fuga de gigante para a frente, face a cenários negros que mal adivinhamos. Costa bombardeia ministros e Sócrates já não os defende. Atado de pés e mãos, Sócrates não diz o que quer. Qual é o PS que vai deixar cair? Junta-se a quem? Num caso ou noutro só tem a perder e, pelos vistos, a cama está a ser feita dentro da sua própria casa.

Cavaco recebe recados de gente próxima na eminência de não haver maiorias, no sentido de influenciar o próximo governo. Manuela Ferreira Leite já disse que sim a uma coligação PSD/CDS.

O tempo corre contra Sócrates. Quem diria que o “animal feroz” seria abandonado e sujeito a estes cenários em que é protagonista menor?

Só falta saber que “visão”, se é que a têm, propõem ao país. A de Sócrates não é nenhuma e a sua credibilidade é nula para vir apresentar “visões” que desbaratou em quatro anos de maioria absoluta!

Alguem acredita que o PCP ou o BE se juntam a Sócrates sem que este dê por mau tudo ou quase tudo o que fez até hoje? Mas isso seria a derrota certa. À esquerda o cenário é a maioria absoluta com Sócrates (impensável) ou uma coligação sem Sócrates.

E se Sócrates não tivesse condições para ser candidato a Primeiro Ministro em Setembro?

As autárquicas

Apesar de estarmos a 3 meses das eleições, as autárquicas já mexem um pouco por todo o lado.

Vem isto a propósito do aproveitamento político que Elisa Ferreira está a fazer da luta que Jorge Nuno Pinto da Costa tem com Rui Rio, por causa do futebol.

Sendo portista clubisticamente falando, estou de acordo com as atitudes de Rui Rio em relação ao clube.

Há que separar as águas, nesta como em outras áreas.

O facto de Pinto da Costa apoiar Elisa Ferreira não me afecta, porque, como já devem ter percebido, o meu sentido de voto há muito que está decidido.

Mas será que este apoio terá algum tipo de influência no resto da população do Porto?

Eu sinceramente espero que não.

Mas cada um sabe de si.

Será que queremos uma presidente da Câmara com um pé na Avenida dos Aliados e outro em Bruxelas?

Ou alguém que já conhecemos?

É uma reflexão que deixo aos portuenses.

Pedro Abrunhosa – Outros #1

abrunhosaOntem à noite assisti a um concerto intimista fabuloso de Pedro Abrunhosa no Teatro Nacional de S. João.
Como ainda estou a ressacar do concerto e, sobretudo, do pós-concerto, guardo para breve umas palavras sobre este grande momento, as tiradas sobre o Rio Rio e o estado do Teatro Nacional S. João.

(Info: Aqui)

Quantos votos vale um Laboratório de Nanotecnologia?

Na inauguração do Laboratório Ibérico de Nanotecnologia:

Pergunta a jornalista da SIC: “Este agendamento não tem nada a ver com a proximidade das eleições legislativas?”

Reponde o ministro da Ciência, Mariano Gago: “Pelo amor de Deus, isto estava marcado desde 2005”.

Aqui, o que está mal não é a resposta, é a pergunta. Quantos votos é que a jornalista da SIC acha que rende ao Governo a abertura ou apresentação do Laboratório Ibérico de Nanotecnologia?

Quantas portugueses estarão genuinamente atentos e atribuem importância ao Laboratório Ibérico de Nanotecnologia? Uns mil, dois mil?

Já é tempo de deixarmos de atribuir uma única componente eleitoralista a todo o que se faz a três meses das eleições.

Por terras de Sua Majestade (V – Liverpool: Cavern Club)

Mordam-se de inveja! Esbracejem, rebolem-se, gritem!
Eu ontem estive no covil onde tudo comecou.
Saí do hotel à noite, sob chuva, à procura da Liverpool dos bares e dos bairros junto ao mar. Dez minutos passados, boa música, malta na rua sem medo da chuva. Já lá estava. O lugar mítico. As paredes exteriores cheias de nomes de músicos conhecidos, um lanço de escada a desaguar num pequeno bar de 15 metros quadrados, um minúsculo estrado, vitrines cheias de instrumentos musicais.
Escusado será dizer que aquilo tem tudo menos condições para se tocar e ouvir música. Mas quando o génio existe, se liberta, não é por isso que não se conquista o mundo.
Por ali fiquei a ouvir histórias e a beber uns copos, com amigos de ocasião, irmanados na mesma admiração por uma música que iniciou toda uma epoca.
Claro que também há na cidade belos edifícios, restos de uma cidade destruida pela guerra, um belo porto de mar, cheio de grandes navios…

Falando de democracia: Espanha, ontem e hoje

Hoje, 18 de Julho, faz 73 anos que eclodiu a Guerra Civil de Espanha. Estava-se em 1936. O conflito só terminaria quase três anos depois, em 1 de Abril de 1939. Morreu cerca de meio milhão de pessoas. 73 anos na escala humana anos são uma vida, são muito tempo. Porém, à escala da História, não são nada. A Guerra Civil de Espanha foi ontem. Aproveito para uma reflexão sobre quanto, desde ontem para hoje, a direita (tal como a esquerda) mudou. Em Espanha e não só. O vídeo é anódino, meramente informativo. No youtube encontram-se outros mais impressivos, mais dramáticos, e também, de uma forma geral, mais parciais.

Não vos vou contar a História recente de Espanha. Por certo, muitos de vós a conhecerão melhor do que eu. Lembro apenas que em 16 de Fevereiro de 1936, em eleições livres e democráticas, uma frente de esquerda, resultante da aliança dos anarquistas com os partidos republicanos, a chamada Frente Popular, venceu, proclamando-se a II República (a I República vigorara entre 11 de Fevereiro de 1873 e 29 de Dezembro de 1874). A direita militar espanhola, as classes possidentes, a Igreja católica, suportaram mal o clima de controvérsia dos primeiros passos do jovem regime. Clima que adensaram com provocações e actos insensatos (que os houve de ambos os lados), mas vitimizando-se sempre a direita, cometendo dislates e crimes, mas comportando-se sempre com o tom pudicamente ofendido de uma virgem num bordel. Em suma, todas as forças reaccionárias, aproveitando como pretexto os erros das esquerdas se mancomunaram para derrubar a República. Os pormenores históricos estão ao dispor, em livros, em filmes, não os vou repetir. Direi só que os generais golpistas de 18 de Julho de 1936 deram corpo a tudo o que de mais sinistro existia no substrato daquilo a que se chama a «alma espanhola» e que mais não é do que um crisol onde se misturam sentimentos e interesses contraditórios, nacionalidades sufocadas, quezílias seculares mal resolvidas; em suma, a «alma espanhola» é um cliché e como a maioria dos clichés não passa de uma treta. Três anos e quase 500 mil mortos depois a guerra terminou com a vitória da direita. As trevas da repressão abateram-se sobre Espanha – foram quase quarenta anos de ditadura de uma direita reaccionária, ressabiada, raivosa. Estúpida como só as ditaduras (as ditas de esquerda também) sabem ser.

Embora os objectivos continuem a ser os mesmos – conservação de valores considerados intemporais, tais como os privilégios de classe, prevalência da religião como cimento dum edifício mais torto do que a torre de Pisa – o estilo mudou. Um derradeiro assomo deste estilo arruaceiro no estado espanhol foi o assalto golpista ao Congresso, em 23 de Fevereiro de 1981, por forças da Guarda Civil comandadas pelo tenente-coronel Tejero. Rajadas de pistola-metralhadora e gritos de «Quieto todo el mundo! Al suelo! Al suelo!». Don Juan Carlos fez a sua rábula de democrata (coisa que podia e deveria ter feito dez ou vinte anos antes, durante o reinado de Franco). A própria direita condenou o acto e, pronto, tudo acabou em bem.

Hoje as coisas não são tão visíveis, tão claras como eram há setenta anos. A direita descobriu o seu nicho ecológico no seio da democracia. Não sei se já repararam que todos, ou quase todo, os partidos de direita fazem questão de incluir na sua sigla a palavra «democrata», «democracia»… A nova direita adaptou-se à democracia; mais – não saberia já viver noutro sistema. Mas…

A ideia da extinção dos conceitos de direita e de esquerda já não se justificarem no pós-modernismo é uma ideia de direita; ouvia-a, já há muitos anos, defendida pela primeira vez em Portugal, falando de pessoas conhecidas, pelo Professor Freitas do Amaral num debate televisivo. Porém, já ouvira a afirmação, feita com menor consistência e autoridade, a pessoas comuns, com aquele ar com que se fala de coisas ultrapassadas. Porque a direita actual tem vergonha da direita de ontem, tal como aqueles filhos licenciados que se envergonham dos pais analfabetos os quais, em todo o caso, lhes punham todos os dias a comidinha na mesa. Mussolini, Hitler, Salazar, Franco, Auschwitz, Tarrafal, Guernica, Gestapo, Pide, tortura… «Ih, que nojo!».
A designação até pode vir a cair em desuso. O que esse desuso não extinguirá é a realidade subjacente à classificação. E aqui sou forçado a emitir uma definição pessoal. Para mim, a distinção entre direita e esquerda pressupõe uma clivagem, entre os que querem conservar valores que implicam a manutenção das desigualdades sociais e os que, sem se importarem com esses valores, querem transformar a sociedade e promover uma igualdade absoluta dos cidadãos perante a lei, bem como o acesso de todos, de modo igual, aos bens que a comunidade, no seu conjunto, puder produzir. Quando a direita aceitar isto sem reservas, deixará de ser direita e, então sim, deixará de se justificar a distinção.

Quando Manuela Ferreira Leite, comentando reformas do Governo perguntou, há meses atrás, se «não seria bom haver seis meses sem democracia para pôr tudo na ordem» obviamente que não está a pensar em instaurar uma ditadura no estilo das do século passado. Mas esqueceu-se de dizer como seria governado o país durante esse semestre – por ela? Pelo seu partido? O que significa «pôr tudo na ordem?» – acabar com os protestos dos professores? Silenciar os sindicatos? Não quero dar demasiada ênfase a uma frase dita durante um almoço, apenas me parece que esta afirmação (que até pode ter sido um raro assomo de ironia da sisuda senhora) revela o chamado «acto falhado», a involuntária verbalização de uma nostalgia do tempo em que «tudo estava na ordem». Passou o tempo dos ogres fascistas. Como um rottweiler domesticado, a direita apresenta-se civilizada e, sobretudo, muito democrática.
Mas a dentição e o apetite continuam lá.

A Guerra Civil de Espanha começou faz hoje 73 anos. Foi há muito tempo. Foi ainda ontem.

e darling

tenho ainda mais destas e ainda nem abri a ultima embalagem que o estafeta da cia  perdeu cá em casa. darling em silício como é que é? escreve-se com c ou com s?

bom dia para vocês também.