Toda a razão!

Pessoalmente não lhe levei a mal, toda a gente tem direito a subir na vida“, by Miguel Dias no Aventar (AQUI).

É com subido prazer que vejo um “benfas” como o nosso Miguel Dias reconhecer algo absolutamente óbvio: ir para o F.C. Porto é subir na vida. É, é mesmo assim. É subir na vida, é ter bom gosto, é gostar de vencer. Ser Portista, aderir a esta grandiosa Instituição, permite a qualquer mortal atingir a cobiçada imortalidade juntando-se aos Deuses guiados pelo mitológico Dragão.

Ser Portista não é um mero estado de alma nem tão pouco simples adepto de futebol. É muito mais. É um grito de liberdade, uma escolha pelo melhor entre os melhores.

Oh, meu Porto, onde a eterna mocidade
Diz à gente o que é ser nobre e leal.
Teu pendão leva o escudo da cidade
Que na história deu o nome a Portugal.

Oh, campeão, o teu passado
É um livro de honra de vitórias sem igual
O teu brasão abençoado
Tem no teu Porto mais um arco triunfal
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto.

Quando alguém se atrever a sufocar
O grito audaz da tua ardente voz
Oh, Oh, Porto, então verás vibrar
A multidão num grito só de todos nós.

Cantemos com voz sonora a toda a hora
Pois somos Portistas e sempre bairristas
Pelo nosso Porto
Gritamos com todo o ardor o nosso amor
Levamos o estandarte e em qualquer parte
Do nosso Porto.

Porto, Porto, Porto
És a nossa glória
Dá-nos neste dia
Mais uma alegria
Mais uma vitória
Porto, Porto, Porto
És a nossa glória
Dá-nos neste dia
Mais uma alegria
Mais uma vitória.

É tão nobre a tua história a tua memória
Gritemos sem cessar p’ra te ajudar
Ai  nosso Porto
O teu passado brilhante nunca distante
Em nós está presente e eternamente

Ao nosso Porto.

Cartazes das Autárquicas (Setúbal)

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Teresa Almeida, PS, Setúbal (enviado por leitor que não quer ser identificado com o seguinte comentário: «Aqui tem a “grandeza” que o PS promete para Setúbal. Quem conhece a realidade (Setúbal, Sado e tudo) sabe que o isco é completamente manhoso. A “Paixão por Setúbal” é tão vazia quanto as imagens»).

RTP, a TV dos contribuintes…

“Entre indemnização compensatória (119,3 milhões de euros) e contribuição audiovisual (110,2 milhões de euros), o grupo RTP (que inclui a RTP televisão e a RDP rádio) irá receber do Estado, que é o mesmo que dizer dos portugueses, 229,5 milhões de euros, em 2009, mais 5,2 milhões de euros que em 2008, segundo parecer do Conselho de Opinião (CO) ao Plano de Actividades e Orçamento da estação pública para o próximo ano”…”Em oito anos (2001 a 2008), o grupo RTP recebeu em fundos públicos cerca de 1,9 mil milhões de euros. Durante este período, a empresa recebeu cerca de 900 milhões através da Indemnização Compensatória e 664 milhões em taxa de Contribuição Audiovisual. A este valor acrescentam-se dois aumentos de capital. De acordo com os números internos da RTP, a dívida da empresa será de 951,1 milhões de euros em 2009″.|

Durante o fim-de-semana li um artigo de opinião sobre o quanto nos custa a RTP. Por azar, ando desde ontem a tentar lembrar-me onde raio o li. No Blasfémias, o Gabriel escreveu sobre o tema (AQUI). Quanto mais tempo passa mais me convenço da necessidade de privatizar a RTP1, a Antena1 e a Antena3. Nada justifica a sua continuação e, pelo caminho, autorizar os privados a criar canais regionais (tal como nos países civilizados do mundo ocidental). O meu dinheiro, os meus impostos, a serem gastos desta maneira? Estão a brincar com coisas sérias!

A quem interessa semelhante desbaratar de dinheiros públicos???

ILHAS DE BRUMA

ILHAS DE BRUMA

Malas no cais
bom tempo no canal
o Pico envolto
num xaile de nuvens brancas.
O baleeiro espreita o boi do mar
a saudar a terra negra.
Vinhedos de currais
e o mar a beijar
as rugas da lava.
O sol esgueira-se
por chaminés e crateras de vulcões
a descansar em lagoas
de verde e azul.
Hortênsias abraçadas
às rocas de velha
e o mar
enlaçando os montes
em namoro eterno.
Impérios de crenças
erguidos ao mistério
Espírito Santo do medo
que passou
ou há-de vir.
Festas do bravo e da chamarrita.
Sabores a queijo
de vacas mansas
sopa de alcatra
massa sovada
e o arroz doce apetecido.
Vinho verdelho ou de cheiro
angélica e licor de amora
de terras do dragoeiro.
Furnas e fumarolas
borbulham para o ar
raiva da terra
por não ser mar.
Malas no cais
embarque e desembarque
num vaivém de espuma
nostalgia das ilhas de bruma.

EVA CRUZ
Viagem aos Açores – Agosto 2005

Texto a não perder

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Cartazes das Autárquicas – Canelas (Vila Nova de Gaia)

(explicação da iniciativa aqui)

Candidato PS, Joaquim Couto, à C.M. de Vila Nova de Gaia

Joaquim Couto (PS, Gaia)

Joaquim Couto (PS, Gaia)

Candidato PS, Vitor Canastro, à Junta de Freguesia de Canelas (Vila Nova de Gaia). É o actual Presidente

Vitor Canastro (Canelas, Gaia)

Vitor Canastro (Canelas, Gaia)

Candidata PSD / CDS-PP, Maria Adelaide, à Junta de Canelas (Vila Nova de Gaia)

Maria Adelaide, PSD / CDS

Maria Adelaide, PSD / CDS

A blogconf foi um sucesso


via A Educação do Meu Umbigo

Os meus sinceros parabéns a todos os participantes!

BlogConf

A suposta BlogConf onde a esta hora Sócrates discute com gente de alguns blogues (o Fliscorno explica a manha da coisa aqui), está muito gira. Bués. blogConf

Acho que o Sócrates é a tira quase rosa. Ou será a amarela?

A capacidade da iniciativa privada

Leiam o texto do Nicolau Santos no Expresso: “Nós e a revolução automóvel”

À volta dos carros eléctricos e das baterias de iões necessárias, das fábricas que é preciso primeiro conquistar e depois construir, do mercado que só daqui a uns anos muito largos será criado, fica-se com uma ideia do negócio que está aí a nascer.

Mas a luz vem de uma ideia extraordinária do Pedro Sena da Silva, presidente da Autosil. A criação de uma indústria de conversão dos actuais veículos automóveis em veículos eléctricos! O parque automóvel, aqui em Portugal é de cerca de sete milhões de carros, os seus proprietários não têm capacidade financeira para mudar de carro, não se vê que a troca se faça nos próximos anos. De qualquer maneira estes carros só chegarão ao mercado lá para 2011.

Ora a ideia é que a reconversão seja efectuada pela indústria nacional. E isto porque já foram desenvolvidas com sucesso no país várias experiências de transformação de veículos comuns em veículos eléctricos.

Juntando o saber português, as indústrias de componentes e o mercado de sete milhões de carros existentes, temos aí uma janela de oportunidade a todos os títulos excepcional, que poderá ter dimensão internacional.

Existem cerca de 800 milhões de automóveis em todo o Mundo ( talvez mil milhões) o que dá ideia da gigantesca tarefa que a humanidade tem à sua frente, para reconverter todos estes carros. Os actuais produtores de carros estão já a reconverter as sua fábricas para produzirem carros eléctricos, mas haverá milhões de pessoas que não terão capacidade de comprar novos carros.

É bem mais fácil para os governantes anunciarem grandes acordos de investimento, mas é bem mais dificil mas tambem muito mais importante para o país, rentabilizar as suas capacidades já instaladas!

A inovação nasce sempre de quem está próximo dos mercados, das dificuldades, que tem o conhecimentos das variáveis e que tem a determinação de juntar tudo e desenvolver valor.

Nunca veremos juntas essas capacidades em homens que passaram a vida nas Jotas, em gabinetes ministeriais e na AR!

O mundo dessa gente não é o mundo real !

AS QUESTÕES ÉTICAS NOS CUIDADOS DE SAÚDE (2)

AS QUESTÕES ÉTICAS NOS CUIDADOS DE SAÚDE (2)

Partindo do princípio, no qual acredito, de que uma boa parte de nós, médicos, está minada de vícios, enclausurada em erros, inegavelmente desviada do verdadeiro sentido da ética da relação, carente de uma autêntica competência profissional, entendendo-se por competência não só o real valor do conhecimento mas sobretudo a inteligência, a capacidade e a sabedoria da sua correcta aplicação, penso que não vamos a lado nenhum se estamos à espera da sua conversão e da renovação das mentalidades que nunca fizeram nem querem fazer qualquer esforço.
Assim sendo, e sem desprimor, confesso que este e outros textos, esta e outras iniciativas idênticas, estão fracassados à nascença. Como médicos, sabemos muito bem a escassa influência que tem na evolução da doença a medicação sintomática. A verdadeira cura da doença não está na detecção e eliminação das causas próximas mas no conhecimento e, sobretudo, no reconhecimento das causas primeiras, na sua veemente denúncia e no seu decidido combate. Os médicos estão doentes, o exercício da medicina está doente, a sociedade perde saúde.
É nos médicos que hão-de vir que reside a esperança. Pura ilusão pensarmos que a solução está nos médicos de hoje. Quando muito, e com grande esforço, poderemos deixar o fermento da mudança. Não percamos tempo se quisermos ter algum papel na memória do futuro. O primeiro passo estará, obviamente, na realização empenhada dos médicos e das instituições que se preocupam, como a Ordem dos Médicos, de reuniões, congressos, simpósios, onde sejam transparentemente analisados e denunciados os erros, as insuficiências, os desvios e os mais ou menos obscuros interesses que têm abalado a nossa reputação e ensombrado a beleza do digno exercício da nossa profissão.
Há demasiados congressos científicos, exclusivamente científicos ou pseudo-científicos, com informação redundante, puramente serial e repetitiva dentro da banalidade discursiva dominante, supérflua, desdobramento da comunicação de massas que nos arrasta para a vertigem da instantaneidade, e pouco ou nada há sobre o nosso comportamento, sobre a ética e a verdade do nosso comportamento, sobre a memória da nossa experiência, acção e dependência ou interdependência dos poderes e contrapoderes, sobre os grandes obstáculos ao exercício da medicina e da prioritária, correcta e eficaz aplicabilidade dos conhecimentos, sobre as polémicas e controvérsias que afectam a nossa relação com o doente e a sociedade, sobre a inquestionável necessidade de equacionar a defesa permanente e a garantia futura da nossa mais valiosa riqueza, a dignidade. (Continua).

            (adao cruz)

(adao cruz)

Cartazes das Autárquicas (Loures)

(explicação da iniciativa aqui)
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Paulo Piteira, CDU, Loures (enviado pela leitora Maria Monteiro)

Zeca: uma entrevista em 1984

“(…) de recusa frontal, recusa inteligente, se possível até pela insubordinação, se possível até pela subversão, do modelo de sociedade que lhes está a ser oferecido.”

Excerto de entrevista a José Afonso 1984

O Aventar em 1.º lugar entre os blogues de referência

Temos menos de quatro meses de vida. Não temos grandes estrelas (candidatos a Deputados e quejandos) e, se nos vimos afirmando, é apenas pela qualidade do nosso trabalho.
É por isso com grande prazer que anuncio hoje que o Aventar chegou ao 1.º lugar, no conjunto dos principais blogues de referência, no que diz respeito ao número de «posts» publicados nas últimas semanas. Os números, compilados pelo José Freitas, não enganam:
Aventar – 423 «posts».
Insurgente – 318 «posts».
31 da Armada – 309 «posts».
Portugal Contemporâneo – 258 «posts».
Cachimbo de Magritte – 265 «posts».
Blasfemias – 220 «posts».
5 Dias – 182 «posts».
Jugular – 154 «posts».
Se em relação à quantidade estamos conversados, no que diz respeito à qualidade também estamos numa das primeiras posições. Posso ser suspeito, mas quem conta com o rigor jornalístico do José Freitas e do Carlos Narciso, com a experiência de vida e a qualidade do Luís Moreira e do Carlos Loures, com a poesia que emana das palavras da Carla Romualdo, com a irreverência do João Paulo, o nosso menino de ouro do sindicalismo, e do Adão Cruz, com a acutilância do José Magalhães, do Miguel Dias e do Nuno Castelo Branco, com o entusiasmo e bom gosto musical / cinematográfico do Isac Caetano, do Fernando Moreira de Sá e do João Cardoso, com o humor do Antero e do Arrebenta, com as «obsessões» da De Puta Madre, com a originalidade do Vítor Silva, com a credibilidade emprestada pelo João Teixeira Lopes, pelo Ricardo Fonseca de Almeida e pelo Henrique Oliveira Sá, com a panca do Adalberto e até mesmo com os silêncios do Pedro Namora e da Ana Anes, para além de todos os outros, não pode pensar de outra maneira.
A nível da qualidade, estamos, pois, ao nível do Insurgente , do a href=”31daarmada.blogs.sapo.pt”>31 da Armada, do Portugal Contemporâneo, do Cachimbo de Magritte, do Blasfemias e do 5 Dias , todos eles excelentes blogues. Em relação aos outros, não me posso pronunciar, porque não costumo lê-los.
Estou contente com a minha gente!

Só pode ser mentira

Ainda há dois dias o Cordeiro das Farmácias (personagem sinistra )chamava traidor e mentiroso ao Primeiro Ministro. Aqui o que verdadeiramente interessa é o facto de alguem se dirigir desta forma ao Chefe do Governo. O que saberá Cordeiro para não ter medo de ser demandado criminalmente ou poder ser prejudicado na posição de favor que a vários títulos, a ANF detem?
Ontem foi Louçã que disse com todas as letras que Sócrates está a mentir no caso do convite a Joana Amaral Dias. Sabendo-se que passa pelo PS e pelo BE a possibilidade de uma maioria parlamentar para formar governo, o que leva Louçã a não deixar cair o assunto?
Oa professores elegeram esse epíteto como bandeira nas suas manifestações.
Nos casos que têm chegado à Comunicação Social há episódios mal explicados, como o relatório que não era da OCDE, mas apresentado como tal por Sócrates, as contas públicas que não se mostram à Assembleia da República, as promessas diárias que morrem como aparecem, as cadeiras na Universidade tiradas ao Domingo, o professor que aparece na Cova da Beira, o preço do apartamento…
Esta forma de estar na vida privada e pública mais tarde ou mais cedo fragiliza Sócrates, sendo pouco inteligentes aqueles que defendem que só em Tribunal o homem público pode ser acusado. Formalmente, sim, mas o crédito, o caracter da pessoa há muito que é um fardo na apreciação que o povo faz à sua pessoa.
O resultado, inesperado, das Europeias mostra bem que a população não acredita em promessas vindas de quem não tem crédito. E esta apreciação vai juntar-se ao desemprego e às dificuldades das famílias, nas próximas Legislativas.
A médio/longo prazo mentir não traz dividendos!

Joaninha avoa, avoa…

…leva a carta para Lisboa, diz o Louçã, que foi o próprio Sócrates que telefonou a Joana Amaral Dias a convidá-la, oferecendo-lhe um lugar na lista de candidatos a Coimbra, e/ou um lugar no Executivo se vier a formar governo.

O Sócrates grita que é muito feio utilizar a mentira para atacar adversários políticos, que já não vê a Joana há três anos, nem ele nem ninguem a pedido dele lhe ofereceu o quer que fosse. Esta guerra é gira, é um campo que Sócrates conhece bem, tu és mentiroso, toma…

Aí está o nível a que Manuela F. Leite não chega, anda cá há muitos anos e não se mete neste circo de mentiras, golpes baixos e sujos. Podemos assacar-lhe muitas coisas mas o baixo nível, não. Com Sócrates é uma farturinha, ainda estavamos todos a tentar perceber o mentiroso e traidor do Cordeiro das farmácias e já ele anda às voltas com outra acusação de mentir. O homem tem imensas dificuldades em ter um relacionamento estável com a verdade.

Depois como venho dizendo, com Sócrates não há lugar a pontes à esquerda, o PS fica sozinho, com o PCP nem pensar e os ódios que vai levantando entre os Bloquistas faz o resto.

Este nível rasteiro faz muito mal à Democracia, estou mesmo em crer que a falta de ética a todos os níveis e até a sua aceitação é uma das doenças que mais prejudicam a sociedade.

Vejam o que passa com os casos que estão a ser investigados, as raízes que já se conhecem, o número de arguidos, os interesses que cortam transversalmente a sociedade.

Se os tipos de cima se comportam desta maneira, esperam o quê do resto da população?

Da caixa de comentários do Blasfémias:

Toninho Saloio disse

26 Julho, 2009 às 5:46 pm

Numa das 325 farmacias do Grupo Cordeiro

O Cordeiro, entra numa das suas farmácias e repara num homem petrificado, com os olhos esbugalhados, mão na boca, encostado em uma das paredes.
Ele pergunta para ao farmaceutico estagiário:
– Que significa isto? Quem é esse sujeito encostado naquela parede?
O estagiário:
– Ah! É um doente que queria comprar remédio para tosse. Ele achou caro, então eu vendi um laxante.
O Cordeiro exclamou:
– Você ficou maluco? Desde quando laxante é bom para tosse?
O estagiário:
– É excelente. Olha só o medo que ele tem de tossir…

Juntar forças pelo Porto

Juntar forças: abrir caminhos com a diferença da diversidade que, longe de nos prejudicar, aumenta-nos. Congregar activismos de índole diversa, experiências de vida e de combate pela cidade e pela cidadania. Gerar discussão, crítica e polémica. Encontrar plataformas de entendimento, compromissos de trabalho e avançar.
Juntar forças: para além do sectarismo ou de qualquer outro fechamento, pugnando pela qualidade da democracia local, a transparência, a prestação de contas, o fim das negociatas ou da política de biombos, em que a face visível dos assuntos nunca corresponde à dimensão oculta. Querer e desejar a democracia toda e só a democracia toda, sem concessões e sem mediocridade.
Juntar forças pelos mais desfavorecidos, pelas vítimas das várias crises, optar, saber de que lado se está, definir prioridades pelo social, não esquecer que é ao nível do local e da proximidade que acontecem as mais brutais opressões, as mais abusadoras violações dos Direitos Humanos, mas também a possibilidade de envolvimento e de emancipação.
Juntar forças: saber que, numa cidade, a reabilitação urbana, as políticas sociais de habitação, os usos do solo, os serviços públicos, a sustentabilidade e a mobilidade são um todo interdependente e em permanente tensão. Da tensão pode nascer a intervenção nova à escala certa e não necessariamente a entropia. Desenvolver as tensões e as contradições, desocultá-las, não ter medo da dinâmica.
Juntar forças: em vez do bonapartismo municipal e do culto da personalidade, a acção colectiva organizada, os movimentos, os espaços públicos.
Pelo Porto: cidade de cidades; ícone e existência; punho erguido no granito; lugar onde a liberdade se reencontra.

Deus como problema ou a complexa simplicidade da evidência (4)

Deus como problema ou a complexa simplicidade da evidência (4)

“A moderna versão fundamentalista e violenta do islamismo, a palavra de ordem por excelência, todos os dias insanamente proclamada”, no dizer de Saramago, não me parece comparável “ao cristianismo nos tempos do seu apogeu imperial”, nem à moderna versão fundamentalista e violenta dos inquisidores deste lado. Até porque os chinelos que matam as “imundas baratas” de um lado são completamente diferentes dos chinelos que matam as “imundas baratas” do outro lado. Hoje, de um dos lados, chamam-se aos chinelos bombas e mísseis, que esmagam sem dó nem piedade centenas de milhares de “infiéis” enquanto o diabo esfrega um olho, em nome de Deus, a quem chamam God. Do outro lado são as próprias entranhas cheias de explosivos que em nome de Deus, mas também da raiva, do ódio, da revolta e do desespero tentam fazer rebentar a sua própria impotência. E sempre Deus como problema! De um lado os “bons” em nome de Deus, do outro lado os “maus” em nome de Deus e vice-versa. No meio uma palavra que não se sabe a quem pertence ou a quem assenta melhor: “terrorismo”. Os modernos inquisidores, em estreita colaboração e comunicação com todas as hierarquias laicas e não laicas que se dizem emissárias de Deus, têm nomes laicos e vulgares, mas detêm todo o poder necessário para enfiar, de uma rajada, vinte mil mísseis sobre uma cidade de infiéis, em obediência às decisões de um moderno Santo Ofício sem rosto, não necessitando do aval de nada nem de ninguém que, legalmente e por internacional acordo, detém os poderes de decisão. O Direito Internacional e a soberania dos povos valem o que valem, podendo escalonar-se desde o sagrado ao material descartável, conforme as circunstâncias e as ocasiões. De nada vale lembrar que há um conjunto de valores que são absolutos, e portanto não podem ser relativizados, ou que há um núcleo ético que, a não ser preservado, faz descer o Homem à escala do monstro. (Continua).

          (adao cruz)

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Nos 80 anos do nascimento de José Afonso (III)

(continuação daqui)

A. Que voz é esta?

Na nota introdutória a Cantares (1ª edição, Tomar, 1967), Manuel Simões interroga-se: «De facto, ao ouvir-se José Afonso pela primeira vez, há uma pergunta que logo nos acode: – ‘Que voz é esta, tão nova e substantiva, que imediatamente se nos torna familiar? ‘. De tal modo se identifica com as nossas aspirações que nos parece tratar-se de uma voz que sempre nos acompanhou». Escritas estas palavras, ainda antes do Maio de 68, a voz do Zeca iria acompanhar-nos ainda pelos vinte anos que se seguiram e durante os quais tantas coisas mudaram nas nossas vidas. Agora, mais de vinte anos após se ter fisicamente silenciado, ela continua a viver dentro de nós, acompanhando-nos como um imperecível eco de expectativas iludidas, de aspirações não realizadas e de persistentes injustiças. Continua sendo a nossa voz.

Infância – «uma larva branca»

Ao evocar o nascimento e a infância, Zeca refere «uma luz láctea; uma luz imanente, uma luz muito vital (…) uma larva branca». Em termos menos poéticos, digamos que nos três primeiros anos de vida, enquanto os pais vão para Angola, por uma questão de saúde, ficará em Aveiro, na casa da Fonte das Cinco Bicas, deixado ao cuidado do tio Chico (republicano e anticlerical) e da tia Gegé. Em 1933, somente com três anos e meio, vai para Angola, para onde seus pais tinham ido já em 1930. Seu pai fora colocado como Delegado do Ministério Público em Silva Porto (actual Menongue). Ficará três anos em Angola, ali iniciando a instrução primária. África surge aos seus olhos de criança como «uma coisa imensa, uma natureza inacessível que não tinha fim» (…) «as grandes trovoadas, os gafanhotos, florestas, travessias de rios em barcaças.» Em 1936 regressa a Aveiro, onde ficará ao cuidado de umas tias «afáveis», usando uma expressão do próprio Zeca. No ano seguinte, já com oito anos, irá para Moçambique: «Pouco tempo ali estou, mas é de novo o paraíso» (…) «Eu sonhava nunca mais abandonar aquela terra». Mas a itinerância continua: em 1938 volta a Portugal, ficando em casa de seu tio Filomeno, presidente da Câmara Municipal de Belmonte. Comandante da Legião e salazarista, homem que gosta muito de dançar a valsa e o tango. Em Belmonte conclui a instrução primária. Segundo o Zeca, este é o pior ano da sua vida.

B. Coimbra – das serenatas aos primeiros discos

Em 1940 vai para Coimbra ao cuidado de uma tia paterna, a tia Avrilete, matriculando-se no Liceu D.João III. Neste liceu conhecerá António Portugal e Luiz Goes, futuros companheiros de andanças musicais. Entretanto, seguindo novamente a itinerância profissional de seu pai, a família vai de Moçambique para Timor, que em 1942 é invadido e ocupado por forças japonesas. Até 1945, ano em que termina a II Guerra Mundial, Zeca ficará sem notícias dos pais e da irmã Mariazinha (João, seu irmão, viera também para Portugal). Por volta de 1945, começa a cantar serenatas. Gozando do estatuto de «bicho-cantor», não sofre os tormentos praxistas que as trupes reservam aos estudantes liceais. Não sendo demasiado aplicado, é reprovado dois anos e só em 1948, com quase 19, conclui o curso dos liceus. Nesse mesmo ano, casa com Maria Amália de Oliveira. Viaja em digressões com a Tuna Académica e pratica futebol na Associação Académica de Coimbra.

Em 1949, dispensa no exame de aptidão à Universidade, matriculando-se na Faculdade de Letras, no primeiro ano do curso de Ciências Histórico-Filosóficas. Integrado no Orfeão Académico, vai a Angola e a Moçambique. Na Universidade convive com os cantores Augusto Camacho, Fernando Machado Soares e Napoleão, com o guitarrista António Brojo e com os seus companheiros do liceu Luiz Goes e António Portugal. Contacta também duas figuras cimeiras do fado coimbrão – os guitarristas Artur Paredes (pai do grande Carlos Paredes, que virá a conhecer em Grândola, na memorável sessão da Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, em Maio de 1964) e Flávio Rodrigues, o famoso «guitarrista-barbeiro». Em 1953, nasce José Manuel, seu primeiro filho. Para sobreviver, dá explicações e faz a revisão ortográfica do Diário de Coimbra. São editados os seus dois primeiros discos (em 78 r.p.m.).

C. Militar «sem aprumo» e professor «indisciplinador» – cantautor genial

Começa a cumprir em Mafra, no C.O.M., dois anos de serviço militar obrigatório. Mobilizado para Macau, salva-se desta viagem por motivos de saúde, vindo depois a ser colocado num quartel em Coimbra. «Fui o menos classificado de todo o curso por falta de aprumo militar». Em 1954, nasce a sua filha Helena, e Zeca tem grandes dificuldades em sustentar a família. Em 1958, dadas essas dificuldades económicas, envia os dois filhos para junto dos avós, então de novo em Moçambique. Em 1956 é editado o seu primeiro LP – Fados de Coimbra. Em 4 de Dezembro de 1957, actua em Paris no Teatro «Champs Elysées», acompanhado por Fernando Rolim, pelas guitarras de António Portugal e de David Coimbra e pelas violas de Sousa Rafael e David Leandro. Ainda estudante, dá aulas num colégio particular de Mangualde e, depois, como professor-provisório da Escola Industrial e Comercial de Lagos. Em 1959, leccionará na Escola Industrial e Comercial de Faro: «A minha acção como professor era mais de carácter existencial, na medida em que queria pôr os alunos a funcionar como pessoas, incutir-lhes um espírito crítico, fazer com que exercitassem a sua imaginação à margem dos programas oficiais». Um «indisciplinador de alunos», é como Zeca se auto classifica e sintetiza a sua acção docente. É também neste ano que começa a cantar em colectividades populares. Em Faro convive com o casal de poetas Luísa Neto Jorge e António Barahona da Fonseca e ainda com António Ramos Rosa. É, em 1960, colocado por alguns dias num colégio de Aljustrel, sendo posteriormente transferido para a Escola Comercial e Industrial de Alcobaça onde permanecerá até ao final do ano lectivo. Em 1960 é editado o disco Balada de Outono (Menino de Ouro e Senhor Poeta), o quarto na discografia de Zeca. Sobre a Balada, diz: «Dominada ainda pelo velho espírito coimbrão, é o produto de um estado perpétuo de enamoramento» (…) uma espécie de revivescência tardia da juventude».

Cartazes das Autárquicas (Matosinhos)

(explicação da iniciativa aqui)
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Honório Novo, CDU, Matosinhos (referência à guerra entre os socialistas Guilherme Pinto e Narciso Miranda).

A Confederação

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A Confederação, banda sonora de um filme que não vi, é uma das minhas obras favoritas  do José Mário Branco.  É um disco de Novembro, de ressaca, do povo que vi a lutar, e agora não vejo nada e não estou a precisar de óculos.

Claro que é um LP riscado o que tinha em casa, além de não ter agulha no prato vai para anos. Acabou agora de sair do sono, e de entrar na pasta dos mp3’s. Não percam.

A quem faz este serviço público, recuperar vinil que nunca foi digitalizado, os meus agradecimentos. Em particular no que toca aos LP’s que destruí ao longo da vida dá cá um alívio auto-desculpabilizador…

QUADRA DO DIA

Se não lanças à fogueira
Esta corja de bandalhos
Qualquer dia é só loureiros
Neste país de cangalhos.

Promessas e Dívidas socráticas não cumpridas

O DN trás hoje na primeira página a toda a largura. Estado deve 102 milhões a fornecedores ! Dívidas vencidas, claro está, porque o que deve no seu conjunto é muitissimo mais.

Em vez de promessas diárias que todos sabemos não estar em condições de cumprir, bastaria pagar o que deve, que é muito e que atira muita gente para o desemprego e muitas empresas para a falência. Mas a verdade e a realidade são dificeis de entender para este governo.

Este dinheiro, que é devido, não se trata de subsídio nenhum, há que notar, íria direitinho para as tesourarias das empresas apoiando a maior dificuldade que as empresas enfrentam nesta altura. Desde o principio da crise que muita gente anda a dizer isto mas o governo não houve e tem mesmo raiva a quem diz isto. Esta coisa da tesouraria das empresas é coisa de somenos, não tem dignidade de Estado, é assunto de mercearia. Os investimentos que só darão fruto daqui a um ano ou dois, os negócios internacionais que vêm cá sacar subsídios e os contratos tipo Contentores de Alcântara, esses sim, interessam ao governo.

Mas a economia tem regras que nenhum PM, por mais único que seja, não pode mudar, o dinheiro tem que circular, tem que chegar à economia real, às pessoas, às empresas, não pode ficar nas mãos dos bancos que retraem o crédito nas situações dificeis.

Mas que seja o próprio Governo a não entender este principio tão importante e que seja ele próprio, um dos causadores da paupérrima situação em que as PMEs se encontram, é coisa que custa a entender.

Mas vêm aí mais promessas …

Vale e Almeida e a tralha do Jugular

Muitas das pessoas que estão no Jugular são, bloguisticamente falando, tralha da pior espécie. Na sua vida pessoal, serão, não sei, pessoas muito estimáveis, mas na blogosfera não passam de tralha.
Falo em especial daqueles senhores que, há meia dúzia de meses (fazendo crer, para quem olhar para os Arquivos, que foi há dois anos), abandonaram o «5 Dias». Curiosamente, quase todos eles estão desde há uns dias num novo blogue de apoio ao PS. Curioso como a tralha se junta sempre! Quanto às senhoras que fizeram o mesmo trajecto, umas não são nada tralha, como é o caso da Palmira Silva, outras tem dias. Quanto aos fantasmas que por lá andam, não sei, não os conheço.
Acabo de descobrir, no entanto, que a maior tralha de todos, nesse blogue, dá pelo nome de Vale e Almeida. Não gostou de uma série de «posts» meus com frases ditas por ele sobre o PS nos últimos meses e vai daí, toca a atacar-me no blogue dele e a insultar-me. Com esta pequena «nuance»: não cita nomes, não especifica o alvo, não diz quem é o blogue e quem é o autor desse blogue.
A isso, eu chamo cobardia.
Ainda por cima, à acusação de censura por causa da demora na aprovação de um comentário (a única forma de esse comentário ser mesmo aprovado), não responde e pede que vá em seu socorro uma senhora do blogue – uma a quem, por sinal, o pé foge demasiadas vezes para a chinela.
O mesmo aconteceu-me nesse mesmo dia no comentário a um «post» de outra tralha, João Galamba, o mesmo que, um dia, me chamou filho da puta.
É assim o Jugular. Um blogue que censura comentários só porque não lhe agrada o seu teor. Um blogue que censura comentários só porque não gosta da pessoa que os escreveu. Um blogue que faz acusações a outro blogue sem especificar o alvo. Um blogue que insulta outros «bloggers» sem dizer de quem se trata.
Quanto a Vale e Almeida, só mostrou que não é homem nem é nada. Porque um homem ataca e tem a coragem de o assumir. Porque um homem não se esconde atrás de uma mulher, mostra-se e dá a cara.
E é por isso que não tenho qualquer problema em dizer o que penso de si, Vale e Almeida: nisto de se candidatar à Assembleia da República por um Partido e por um Primeiro-Ministro do qual disse pior do que o Maomé disse do toucinho, o senhor mostrou ser um oportunista, um ganancioso, um incoerente e um vendido. Sem espinha, sem valores, sem ideais, sem vergonha. Sem nada.
As almas puritanas que me poupem. Nunca falei assim de ninguém na blogosfera e, se estou a fazê-lo agora, é porque tenho motivos. Não se fala assim de um futuro representante da Nação? Para dizer a verdade, estou-me a cagar para que Vale e Almeida venha ou não a ser um representante da Nação. Meu representante é que não será de certeza.

Cartazes das Autárquicas (Vila do Conde)

(explicação da iniciativa aqui)
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Mário Almeida (actual Presidente), PS, Vila do Conde