O Porto e o erro de Elisa

O Porto e o erro de Elisa:

A sondagem do Jornal de Notícias (JN, RTP, DN e TSF) para a Câmara do Porto não deixa grande margem para dúvidas.

A vitória de Rui Rio é clara e esmagadora. Desta forma, Rio avança para um último mandato com uma clara maioria absoluta podendo, se esse for o seu desejo, preparar o caminho para o sucessor. Algo que costuma dar asneira, mas essa é outra conversa.
A candidata do Partido Socialista, Elisa Ferreira, cometeu um erro crasso e pelo qual está a pagar bem caro. O Porto e os Portuenses não gostam de ser segunda escolha. Já provaram no passado, com Fernando Gomes, que não perdoam este tipo de tácticas. Eu pensava que o PS do Porto tinha aprendido a lição mas verifico, ao assistir à repetição do erro, que não aprenderam nada. O que, sinceramente, lamento profundamente. O Porto precisa de uma alternativa forte que obrigue a pensar a cidade. Uma outra cidade.

Adaptando uma afirmação que ouvi recentemente a um padre, o Porto pode ser pensado de duas formas distintas: ou acreditamos num Porto grande ou preferimos um Porto pequeno. Tal como ele, eu prefiro a primeira hipótese.

Onde escreves os teus «posts»?

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No dia em que completamos três meses de vida, lancei o desafio aos outros aventadores: onde escreves os teus «posts»?
Pois bem, durante a maior parte do ano, eu escrevi os meus «posts» no Café Poeta, em Cinfães, terrinha simpática onde estive a dar aulas durante este ano. Café à moda antiga, onde sobressaem dois painéis com fotografias que estiveram durante todo o ano à frente dos meus olhos: num, Florbela Espanca, Camões e Pessoa; no outro, Sophia, Bocage e outro de que não me lembro.
Apesar de ser sede do concelho, o Poeta era o único lugar da vila em que havia internet. Numa máquina que funcionava com moedinhas, podíamos ir metendo moedas de 1 euro (que davam para 45 minutos) e ficar a navegar até às 2 da manhã num confortável cadeirão de couro preto onde, em dias de alguma cerveja, cheguei a dormir umas belas sonecas. 2 da manhã ou mais, que o Vítor, o empregado, era gente boa e deixava-nos ficar mais tempo.
Tudo isto, claro, depois de jantar. Até à hora do jantar, tinha a internet da escola. Que agora não é a brincar, o que pensam? Agora, é a escola a tempo inteiro.
E tu, onde escreves os teus «posts»?

ATÉ QUE ENFIM!

UM JORNAL REGIONALISTA DO PORTO
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Tardou mas vai chegar dentro de três dias.
No próximo dia 3 de Julho, o “GRANDE PORTO” sai para as bancas.
Feito no Porto e apostando na regionalização, é um semanário. Terá entre 40 e 64 páginas e todas serão a cores.
É de esperar que os defensores do regionalismo, em especial os do norte, ajudem este novo jornal a vingar, comprando-o.
Bem vindo, Grande Porto, desejo-te as maiores venturas.

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Carlos Narciso

Apesar de ter seguido História, sempre fui um apaixonado por Jornalismo. E continuo a sê-lo, considerando os jornalistas dos profissionais mais sérios que andam por aí (embora não possa dizer o mesmo das suas chefias).
É por isso que tenho o enorme prazer de vos apresentar no terceiro mês de vida do Aventar, que hoje se completa, o novo elemento do nosso blogue: o jornalista Carlos Narciso. Trata-se simplesmente de um dos melhores repórteres que Portugal conheceu nos últimos anos, com obra feita em órgãos de comunicação como a SIC ou a TSF. Foi assessor do Ministro Augusto Santos Silva, no actual Governo, e é autor do blogue «Escrita em Dia».
Que seja feliz por aqui!

Pelo menos sabemos fazer manifestos

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Há um dias foi um grupo de não sei quantos economistas a abordarem as grandes obras públicas. Há uns anitos houve um tal de “Compromisso Portugal”. Se a memória não me traí, já foram feitos mais uns documentos do género nos últimos anos. Há cerca de um mês foi lançado o movimento pelo casamento homossexual sob a forma de manifesto. Agora chegou um “Manifesto de 51 economistas e cientistas sociais”.

O manifesto, que abaixo se apresenta, visa, acima de tudo, a defesa do emprego. Ou, dito por outro prisma, “o combate ao desemprego tem de ser o objectivo central da política económica”. Lido e relido o documento, creio que o seu conteúdo é algo que a maioria da população defenderá sem reservas. Por isso, estranho que só 51 economistas e cientistas sociais o tenham assinado. Não há, em Portugal, mais economistas e cientistas sociais?

Este é, pois, mais um dos diversos manifestos que surgem em momentos politicamente delicados. Há para todos os gostos e fazem-se bem e depressa. Não há qualquer problema. Devem ser sempre feitos. Para isso, temos jeito. Por curiosidade gostava de saber qual foi o salto de produtividade da economia nacional, de manifesto para manifesto. Deve ser alto, não?

E, já agora, depois de o burilar, de o fazer subscrever e divulgar, que tal se fossemos todos procurar cumprir o teor do manifesto? Que tal se fossemos criar empregos?

Manifesto de 51 economistas e cientistas sociais

O debate deve ser centrado em prioridades: só com emprego se pode reconstruir a economia

Estamos a atravessar uma das mais severas crises económicas globais de sempre. Na sua origem está uma combinação letal de desigualdades, de especulação financeira, de mercados mal regulados e de escassa capacidade política. A contracção da procura é agora geral e o que parece racional para cada agente económico privado – como seja adiar investimentos porque o futuro é incerto, ou dificultar o acesso ao crédito, porque a confiança escasseia – tende a gerar um resultado global desastroso.

É por isso imprescindível definir claramente as prioridades. Em Portugal, como aliás por toda a Europa e por todo o mundo, o combate ao desemprego tem de ser o objectivo central da política económica. Uma taxa de desemprego de 10% é o sinal de uma economia falhada, que custa a Portugal cerca de 21 mil milhões de euros por ano – a capacidade de produção que é desperdiçada, mais a despesa em custos de protecção social. Em cada ano, perde-se assim mais do que o total das despesas previstas para todas as grandes obras públicas nos próximos quinze anos. O desemprego é o problema. Esquecer esta dimensão é obscurecer o essencial e subestimar gravemente os riscos de uma crise social dramática.

A crise global exige responsabilidade a todos os que intervêm na esfera pública. Assim, respondemos a esta ameaça de deflação e de depressão propondo um vigoroso estímulo contracíclico, coordenado à escala europeia e global, que só pode partir dos poderes públicos. Recusamos qualquer política de facilidade ou qualquer repetição dos erros anteriores. É necessária uma nova política económica e financeira.

Nesse sentido, para além da intervenção reguladora no sistema financeiro, a estratégia pública mais eficaz assenta numa política orçamental que assuma o papel positivo da despesa e sobretudo do investimento, única forma de garantir que a procura é dinamizada e que os impactos sociais desfavoráveis da crise são minimizados. Os recursos públicos devem ser prioritariamente canalizados para projectos com impactos favoráveis no emprego, no ambiente e no reforço da coesão territorial e social: reabilitação do parque habitacional, expansão da utilização de energias renováveis, modernização da rede eléctrica, projectos de investimento em infra-estruturas de transporte úteis, com destaque para a rede ferroviária, investimentos na protecção social que combatam a pobreza e que promovam a melhoria dos serviços públicos essenciais como saúde, justiça e educação.

Desta forma, os recursos públicos servirão não só para contrariar a quebra conjuntural da procura privada, mas também abrirão um caminho para o futuro: melhores infra-estruturas e capacidades humanas, um território mais coeso e competitivo, capaz de suportar iniciativas inovadoras na área da produção de bens transaccionáveis.

Dizemo-lo com clareza porque sabemos que as dúvidas, pertinentes ou não, acerca de alguns grandes projectos podem ser instrumentalizadas para defender que o investimento público nunca é mais do que um fardo incomportável que irá recair sobre as gerações vindouras. Trata-se naturalmente de uma opinião contestável e que reflecte uma escolha político-ideológica que ganharia em ser assumida como tal, em vez de se apresentar como uma sobranceira visão definitiva, destinada a impor à sociedade uma noção unilateral e pretensamente científica.

Ao contrário dos que pretendem limitar as opções, e em nome do direito ao debate e à expressão do contraditório, parece-nos claro que as economias não podem sair espontaneamente da crise sem causar devastação económica e sofrimento social evitáveis e um lastro negativo de destruição das capacidades humanas, por via do desemprego e da fragmentação social. Consideramos que é precisamente em nome das gerações vindouras que temos de exigir um esforço internacional para sair da crise e desenvolver uma política de pleno emprego. Uma economia e uma sociedade estagnadas não serão, certamente, fonte de oportunidades futuras.

A pretexto dos desequilíbrios externos da economia portuguesa, dizem-nos que devemos esperar que a retoma venha de fora através de um aumento da procura dirigida às exportações. Propõe-se assim uma atitude passiva que corre o risco de se generalizar entre os governos, prolongando o colapso em curso das relações económicas internacionais, e mantendo em todo o caso a posição periférica da economia portuguesa.

Ora, é preciso não esquecer que as exportações de uns são sempre importações de outros. Por isso, temos de pensar sobre os nossos problemas no quadro europeu e global onde nos inserimos. A competitividade futura da economia portuguesa depende também da adopção, pelo menos à escala europeia, de mecanismos de correcção dos desequilíbrios comerciais sistemáticos de que temos sido vítimas.

Julgamos que não é possível neste momento enfrentar os problemas da economia portuguesa sem dar prioridade à resposta às dinâmicas recessivas de destruição de emprego. Esta intervenção, que passa pelo investimento público económica e socialmente útil, tem de se inscrever num movimento mais vasto de mudança das estruturas económicas que geraram a actual crise. Para isso, é indispensável uma nova abordagem da restrição orçamental europeia que seja contracíclica e que promova a convergência regional.

O governo português deve então exigir uma resposta muito mais coordenada por parte da União Europeia e dar mostras de disponibilidade para participar no esforço colectivo. Isto vale tanto para as políticas destinadas a debelar a crise como para o esforço de regulação dos fluxos económicos que é imprescindível para que ela não se repita. Precisamos de mais Europa e menos passividade no combate à crise.

Por isso, como cidadãos de diversas sensibilidades, apelamos à opinião pública para que seja exigente na escolha de respostas a esta recessão, para evitar que o sofrimento social se prolongue.

Publiquem nos vossos vossos blogues. No link em baixo os subscritores

Manuel Brandão Alves, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Carlos Bastien, Economista, Professor Associado, ISEG;
Jorge Bateira, Economista, doutorando, Universidade de Manchester;
Manuel Branco, Economista, Professor Associado, Universidade de Évora;
João Castro Caldas, Engenheiro Agrónomo, Professor Catedrático, Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural do Instituto Superior de Agronomia;
José Castro Caldas, Economista, Investigador, Centro de Estudos Sociais;
Luis Francisco Carvalho, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
João Pinto e Castro, Economista e Gestor;
Ana Narciso Costa, Economista, Professora Auxiliar, ISCTE-IUL;
Pedro Costa, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Artur Cristóvão, Professor Catedrático, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro;
Álvaro Domingues, Geógrafo, Professor Associado, Faculdade da Arquitectura da Universidade do Porto;
Paulo Areosa Feio, Geógrafo, Dirigente da Administração Pública;
Fátima Ferreiro, Professora Auxiliar, Departamento de Economia, ISCTE-IUL;
Carlos Figueiredo, Economista; Carlos Fortuna, Sociólogo, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
André Freire, Politólogo, Professor Auxiliar, ISCTE;
João Galamba, Economista, doutorando em filosofia, FCSH-UNL;
Jorge Gaspar, Geógrafo, Professor Catedrático, Universidade de Lisboa;
Isabel Carvalho Guerra, Socióloga, Professora Catedrática;
João Guerreiro, Economista, Professor Catedrático, Universidade do Algarve;
José Manuel Henriques, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Pedro Hespanha, Sociólogo, Professor Associado, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
João Leão, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
António Simões Lopes, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Margarida Chagas Lopes, Economista, Professora Auxiliar, ISEG;
Raul Lopes, Economista, Professor Associado, ISCTE-IUL;
Francisco Louçã, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Ricardo Paes Mamede, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Tiago Mata, Historiador e Economista, Universidade de Amesterdão;
Manuel Belo Moreira, Engenheiro Agrónomo, Professor Catedrático, Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural, Instituto Superior de Agronomia;
Mário Murteira, Economista, Professor Emérito, ISCTE- IUL;
Vitor Neves, Economista, Professor Auxiliar, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
José Penedos, Gestor; Tiago Santos Pereira, Investigador, Centro de Estudos Sociais;
Adriano Pimpão, Economista, Professor Catedrático, Universidade do Algarve;
Alexandre Azevedo Pinto, Economista, Investigador, Faculdade de Economia da Universidade do Porto;
Margarida Proença, Economista, Professora Catedrática, Escola de Economia e Gestão, Universidade do Minho;
José Reis, Economista, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
João Rodrigues, Economista, doutorando, Universidade de Manchester;
José Manuel Rolo, Economista, Investigador, Instituto de Ciências Sociais;
António Romão, Economista, Professor Catedrático, ISEG-UTL;
Ana Cordeiro Santos, Economista, Investigadora, Centro de Estudos Sociais;
Boaventura de Sousa Santos, Sociólogo, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Carlos Santos, Economista, Professor Auxiliar, Universidade Católica Portuguesa;
Pedro Nuno Santos, Economista;
Mário Rui Silva, Economista, Professor Associado, Faculdade de Economia do Porto;
Pedro Adão e Silva, Politólogo, ISCTE;
Nuno Teles, Economista, doutorando, School of Oriental and African Studies, Universidade de Londres;
João Tolda, Economista, Professor Auxiliar, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Jorge Vala, Psicólogo Social, Investigador;
Mário Vale, Geógrafo, Professor Associado, Universidade de Lisboa.

Afinal, qual é a diferença?

  

E JÁ AGORA, FARRAH FAWCETT TAMBÉM MORREU!

O ANJO DE CHARLIE QUE TODOS LEMBRAMOS
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Foi um sexy-symbol desde os anos 70 até depois dos anos 90. Na série ANJOS DE CHARLIE, notabilizou-se (1976 e 1977), e a partir daí, depois de uma travessia do deserto, recebeu inúmeros prémios e galardões.
A sua morte apareceu esquecida, apagada pela do cantor rock.
Ambos morreram na passada quinta-feira.
Porque não passar também nas televisões de todo o mundo, a vida e obra de Farrah, do mesmo modo que se está a passar a de Jackson?
São ambos americanos e símbolos mundiais.
Mas a vida é assim, e até para se ser reconhecido na morte, é preciso ter sorte. De qualquer forma, em vida, teve o devido reconhecimento, apesar dos altos e baixos da sua carreira.
Só tinha 62 anos, e o cancro veio reclamar-lhe a vida.
Descansa em paz.

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Jornalista detida nas Honduras

Adriana Sivore, jornalista da Telesure, acaba de ser detida nas Honduras pelos militares. Os embaixadores da Venezeuela, Cuba e Nicarágua foram raptados.
Deve ser esta a reposição da democracia que certos e certas Ayatholas da blogosfera portuguesa aplaudiram de forma entusiástica.
Será que estão em delírio?

Quem estaciona em cima do passeio é uma besta!

 
Hoje em dia, há pessoas que estacionam tão facilmente em cima do passeio como num lugar de estacionamento livre. O à-vontade é o mesmo, tanto na forma como se ocupa o passeio como no tempo que se demora a retirar o automóvel (muitas vezes só no dia seguinte para ir trabalhar).
Porque urge acabar com isso, Passeio Livre está a promover uma votação para escolher um autocolante a ser afixado pelos peões nos vidros dos carros abusadores. Lá, escolhi a proposta C ou D, as mesmas que dou à estampa aqui.
Porque, justifiquei, não podem ser mensagens muito complexas. Devem ser de fácil leitura, o mais directas possível. Todos sabemos que quem estaciona em cima do passeio não tem assim muita coisa lá dentro.

Bernard Madoff com 150 anos

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Bernard Madoff teve a sentença que se esperava. Foi condenado. E recebeu a sentença de 150 anos de prisão por ter cometido aquela que é considerada a maior fraude financeira da história. Milhares de pessoas, investidores gananciosos, claro, sairam a perder numa fraude de 65 mil milhões de euros, segundo o New York Times. Um balúrdio.

Mas por entre esses investidores gananciosos estavam algumas pessoas que tinham confiado no financeiro de sucesso para multiplicar as suas economias. Correu mal.

Madoff, que já tinha admitido os crimes de que era acusado, disse ao juiz que os seus actos não têm desculpa. Esperava 12 anos de prisão. Também aqui os seus cálculos saíram furados. Aos 71 anos, já deixou os luxos e vive agora numa cela, que será a sua casa até morrer. A mulher deixou o automóvel conduzido por um motorista profissional e viaja de metro.

Salvaguardadas as devidas diferenças, o caso Maddoff não anda assim tão longe do processo BPP. Como será em Portugal?

A linguagem técnica de Joel Santana

Joel Santana tem um excelente currículo como treinador de futebol. Quanto mais não seja por ter sido o único campeão estadual com os quatro grandes clubes cariocas: Vasco da Gama, Fluminense, Flamengo e Botafogo.

Agora, Joel Santana está a treinar a selecção da África do Sul, que recebe o Mundial do próximo ano. Para avaliar das condições de preparação, foi organizada a Taça das Confederações. O treinador brasileiro teve aqui a primeira oportunidade de testar as habilidades dos seus pupilos contra grandes selecções. E a África do Sul terminou em quarto lugar. Nada mau.

O mesmo já não se pode dizer do inglês de Joel Santana. O ‘mister’ bem se esforça para explicar o que aconteceu dentro das quatro linhas mas, na maior parte das vezes, não se sai bem…

Sivan Perwer: Iran music against the terror


Sivan Perwer é um músico iraniano e um activista político da causa curda.

O palhaço rico e o palhaço pobre

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Somos mesmo assim. Passamos a vida a queixarmo-nos da vidinha, das dificuldades, do dinheiro que não chega para nada, de que meia dúzia de coisas compradas no supermercado custam um balúrdio, do sol que faz, da chuva que veio. No entanto, somos felizes. Ou mentirosos.

O estudo “Necessidades em Portugal – Tradição e Tendências Emergentes” mostra um país socialmente muito frágil, pouco capaz de se mobilizar individual e socialmente. Mas com altos níveis de satisfação e felicidade.

Portanto, ficamos satisfeito com pouco e as queixas que apresentamos são apenas as necessidade de nos libertarmos de uma ou outra pequena agrura da vida. Ou somos mentirosos.

Somos assim, perfeitos na tradição dos pobretes mas alegretes. Sem ter onde cair morto mas contente por isso.

Se alguma dúvida houver, basta ver as famosas rábulas circenses do palhaço rico e do pobre. O pobre é quem tem as melhores piadas, é quem responde sempre à altura do rico, que sai dali valentemente gozado, embora, no fim, a música e a actuação final coloque os dois em pé de igualdade. É moralista mas parece ser o retrato do país. Os ricos existem e anda por ai, mas são os pobres que ficam com as piadas de qualidade e com a vida que vale a pena. Não têm dinheiro mas têm boa vida.

Nós, os portugueses, somos assim. Ficamos contentes com pouco. Ou somos mentirosos.

Um homem que é o máximo

O homem julgou que era o maior. O homem fez parte da orgulhosa brigada da mão gelada. O homem pode ter cometido ilegalidades financeiras graves, as autoridades judiciais podem ajudar neste aspecto. O homem indignou-se quando foi acusado. O homem partiu com uma reforma dourada. O homem, mesmo na reforma, mesmo no tempo da contenção de despesas, continua a usar e abusar dos meios do banco que liderou.

O homem, consta, não gosta de calças de ganga. O homem, consta, sente-se injustiçado. O homem gosta de viajar à custa dos accionistas e clientes do banco. O homem é assim, gostem ou não.

Até pode ser que venha a ter direito a estátuas e a condecorações.

Porque não enfia-las numa redoma?

Admito que ainda sou do tempo em que menino e moço, podia brincar nas ruas à vontade. Hoje os tempos são outros. As crianças não brincam nas ruas. Aliás, já quase não brincam. Pelo menos a sério. Vá lá, aquela coisa de passar horas agarrados a uma consola de jogos não é brincar, pois não?

De ano para ano crescem os limites da fronteira até onde as crianças podem ir. Não podem brincar na rua, não podem brincar com brinquedos que não tenham passados três milhões de testes, não podem apanhar um pouco de sol, um pouco de chuva, nada.

Agora, a Associação Para Promoção da Segurança Infantil, que se começa a assemelhar a uma entidade fundamentalista, veio alertar para os riscos das visitas das crianças às praias. Alerta para o perigo de as crianças "correrem risco de morte" só para estar algumas horas na praia. Por causa do problema da segurança rodoviária, porque pode haver acidentes, ou afogamentos.

Sim, pode acontecer tudo isso e muito mais. Como há muitas outras formas de podermos morrer quase sem dar por isso. O ser humano é, na realidade, muito frágil.

Já agora, para além dos inúmeros conselhos de como prevenir tragédias, porque é que a associação não se entretém a elaborar uns quantos, decentes, sobre como ajudar as crianças a brincar melhor.

Sempre será melhor que cresçam como crianças do que como seres superprotegidos e envolvidos numa permanente redoma que os protege de tudo, até da própria vida.

Carlos Fonseca – Mr. Pescanova

Num blogue colectivo, como numa equipa de futebol, o plantel não é imutável. Há entradas e saídas, contratações (às vezes milionárias), dispensas e rescisões voluntárias. Carlos Fonseca enquadra-se nestes último caso – decidiu abandonar voluntariamente o Aventar. Vamos tratar de imediato da sua substituição, já que ocupava um lugar importante no plantel. Enquanto isso não acontece, aqui fica, em jeito de despedida e de agradecimento, um dos seus últimos «posts». Para ti, Carlos, as portas do Aventar estarão sempre abertas.
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O Zezinho há tempos participara num ‘casting’, realizado por agência de publicidade de projecção internacional. Mais tarde, foi informado que tinha sido o candidato seleccionado, assim como do objectivo do filme: inaugurar uma unidade de aquicultura da Pescanova em Mira.
Ontem, chegou o ambicionado dia da inauguração. O Zezinho lá se apresentou com vários companheiros de brincadeira, entre os quais o inigualável Manel, personagem que não dispensa uma oportunidade que seja de lançar a bronca da ordem: – os economistas fazem sempre confusão, quando falam de investimento – asseverou. O Manel, também economista em acumulação com o papel de comediante, largou ‘tal bernarda’ e disse para si próprio: – é preciso que o povo saiba que aqueles 28 gajos sofrem todos de insanidade e só produzem confusão. Loucos e ignorantes!
Mas regressemos ao Zezinho. Ele vestiu-se a rigor e com estilo à altura da elevada responsabilidade do acto publicitário. Camisinha branca muito, muito, leve, metáfora da espuma marinha, e gravatinha do vermelho igual ao do logótipo da Pescanova. Alegoria perfeita. Entre os amigos, houve logo quem afirmasse: – O nosso Zé está um autêntico Mr. Pescanova. E quando ele extraiu da água o pregado, com mãozinhas delicadas para não magoar o peixinho e evitar molhar os punhos da camisa, foi o delírio. Toda aquela gente tributou ao herói entusiástica salva de palmas, sorrindo de felicidade. O Manel e o Jaime foram dos mais satisfeitos, no meio dos presentes, rodeados de tanques e pregados por todos os lados.
Agora até ao final do Verão, o Zezinho tem a carteira de compromissos preenchida. De inauguração em inauguração, lá vai estar ele, vestido a preceito e em estrito respeito pelos ‘briefings’ dos criativos publicitários. Não é despicienda, antes pelo contrário, a vontade de vencer, de vencer folgadamente. Com grande foguetório, se ganhar absolutamente, porque significará ganhar por muitos e também derrotar muitos mais, de hoje e de amanhã. É a vida de um artista do género dele.

A Sinfonia da Morte, de Carlos Loures

Aventar continua hoje a apresentação de vários excertos do livro “A Sinfonia da Morte”, de Carlos Loures. Eis a sexta e última parte:

Chegaram, no final do corredor, a uma sala lugubremente iluminada por velas. Sentado a uma mesa estava um homem encapuchado. Fez um gesto com as mãos. Os raptores deixaram-nos sós. Era um sujeito aparentemente alto e forte e que, quando falou, revelou uma voz  de pessoa educada e habituada a comandar, utilizando uma linguagem cuidada e com boas maneiras:

– Não sei se o meu amigo conhece ou se recorda daquela fala do Hamlet em que ele diz, mais ou menos assim, salvo erro, para sua mãe, a rainha Gertrudes – «Talvez eu seja cruel, mas apenas quero ser bom» – suspirou – na vida e na política também é assim, muitas vezes, para sermos bons, temos de ser cruéis. Por isso, o trouxemos até aqui desta forma desagradável e a esta hora imprópria. Peço-lhe, desde já, imensas desculpas.

Sem saber porquê, Jorge, pareceu-lhe já ter ouvido antes aquele timbre de voz, aquela maneira de  pronunciar correcta e totalmente as palavras, ao contrário do que acontecia entre os lisboetas em que, sobretudo nas camadas populares, muitas das sílabas eram comidas e na sucessão de vogais mudas havia palavras que pareciam bizarras sequências de consoantes. Não falava também com as vogais abertas do Norte e eliminando os vês ou com a pronúncia da sua Beira, com ceceios e abundância de xis, nem com o característico português cantado do Sul. Aquele cuidadoso escandir das palavras, aquele silabar ritmado das frases, que lhe parecia já ter ouvido noutro lugar, estaria próximo de um hipotético português-padrão que alguns homens das gerações anteriores, geralmente formados em Coimbra, caprichavam em manter como traço cultural distintivo do português eivado de simplificações fonéticas e de modismos que os jovens gostavam de utilizar pelas mesmas razões: fidelidade à tribo. O seu pai falava assim também, embora não de forma tão pronunciada. Ele próprio utilizava um português filtrado em Coimbra, dificilmente identificável do ponto de vista regional, ao contrário de Luciano que gostava de exibir, de assumir com exuberância e orgulho a sua condição de beirão, falando ostensivamente axim, como diziam os alfacinhas. Mas não conseguiu lembrar-se onde ouvira já aquela tão correcta como estranha maneira de usar o idioma.

Fez um gesto de assentimento com a cabeça:

– Lembro-me bastante bem dessa fala. E Shakespeare até, salvo erro, diz a seguir, também pela voz de Hamlet: «Isto começou muito mal, mas o pior ainda está para chegar!», qualquer coisa neste género – Jorge recuperara a serenidade e a aparente lhaneza do encapuchado pusera-o, de certo modo, mais à vontade. «Pelo menos»,  pensou tentando tranquilizar-se, «parece ter sido ultrapassada a fase das navalhas».

Uma gargalhada sonora e expontânea saiu por detrás do balandrau negro:

– Essa é boa!  Esperemos bem que não. Esperemos que o pior já tenha passado.

Após uma pausa, o mação começou por indagar sobre as suas preferências ideológicas. Jorge disse a verdade, que era um ferrenho, um convicto adepto da República embora o assassínio do rei e do herdeiro do trono tivesse sido, na sua opinião, um excesso desnecessário e cruel. O homem pareceu ficar satisfeito com a resposta. E depois de um breve silêncio,  desbobinou o seu discurso. Estava completamente ao corrente da sua relação com Margarida e sabia que ele se referira a uma reunião que tivera lugar em casa da jovem actriz e que tinha conhecimento do que se dissera nessa reunião. A bem da Revolução que estava iminente, aconselhava-o a não dar com a língua nos dentes, sob pena de ele e a rapariga virem a ter graves problemas. Até mesmo as suas vidas ficariam em perigo, pois havia questões em jogo que tornavam completamente  irrelevantes as vidas de um jovem bacharel de Celorico da Beira e de uma insignificante actrizita do teatro de revista. «Como o amigo calcula, de ambos os modelos há à venda no mercado a três o vintém!», disse tentando fazer humor para quebrar a tensão que o ambiente e as circunstâncias haviam criado, o que, obviamente, não conseguiu. Jorge esboçou um pálido sorriso, mas não achou graça nenhuma. Cogitou: «Mau, mau, lá voltamos nós novamente às ameaças».

Depois de uma breve pausa, o sujeito disse-lhe também que nunca estivera nos planos da Maçonaria matar o rei e o príncipe real. Nem tal coisa pensar! Que o alvo do atentado sempre fora o João Franco. A mudança do objectivo definido pelas instâncias superiores, fora decidida exclusivamente pelos elementos do grupo à última hora. Isto correspondia inteiramente à versão que os conspiradores tinham combinado tornar oficial. Jorge assentiu com repetidos acenos de cabeça, como se acreditasse.

– Uma surpreendente e desagradável questão de indisciplina que, de modo algum, é habitual na nossa organização. Nunca tinha acontecido uma coisa assim – concluiu, acrescentando com uma nota de dramático pesar na voz – Mas, coitados, também, na verdade, os nossos pobres companheiros pagaram com as suas vidas esse indesculpável e trágico acto de indisciplina.

Na reunião, tinham dito mais ou menos o mesmo. Só que, em vez de indisciplina tinham usado outra expressão, menos respeitosa, mas talvez mais sincera, mais objectiva: «tontice militante», era assim que tinham dito. A versão referida na reunião  da Rua do Ouro  e que ele escutara era a que ficara a valer para efeitos de consumo externo. Jorge continuava a assentir com a cabeça.

Em seguida, o polido cavalheiro ralhou-lhe pedagógica e mansamente, como quem critica uma pequena travessura infantil,  por andar envolvido com a protegida de um senhor deputado, tão respeitável e poderoso:

– Não é coisa que um rapaz decente como o senhor, com os seus princípios, com a educação familiar e a formação académica que recebeu, deva fazer. Não é nada bonito, mas eu compreendo; também já tive a sua idade. Os sentidos imperam sobre a razão, é biológico e natural – fez uma pequena pausa e prosseguiu – Mas isso está ainda no começo, é apenas um devaneio juvenil com pouco mais do que um dia de duração, é melhor terminar já, senão depois vai custar-lhe bastante mais. Digo-lho, meu amigo, por experiência própria – disse, parecendo deveras preocupado com a vida sentimental do rapaz.

Sigur Rós:

Depois deste primeiro almoço do Aventar por terras da Maia aqui fica uma prenda para todos os que não puderam ir:

“To mark the 10th anniversary of the Icelandic release of their
breakthrough album ‘Agaetis Byrjun’, Sigur Ros have made available
two exclusive live performances from the original launch party
concert at the Icelandic Opera House on the night of June 10, 1999 –
back when few people outside Reykjavik hadn’t the foggiest clue who
they were”:

http://vimeo.com/moogaloop.swf?clip_id=4608579&server=vimeo.com&show_title=1&show_byline=0&show_portrait=0&color=&fullscreen=1

nýja lagið from sigur-ros.co.uk on Vimeo.

Eleições:

O Presidente da República marcou as eleições legislativas para 27 de Setembro ficando as autárquicas para 11 de Outubro.
Imperou a sensatez.

Ainda bem.

Anúncios censurados: Quer aprender Inglês?

Carlos Medina Ribeiro – O caos e a impunidade garantida na Av. de Roma: Mais imagens a recordar no dia das eleições

publicado originalmente aqui


Desde o momento em que se decretou que os passeios da Av. de Roma são faixas de rodagem…

NOTA: a foto de cima (junto aos n.ºs 45-47) é da semana passada; a de baixo (junto aos n.ºs 23-25) é desta manhã, com repetição à tarde…

Uma imagem para hoje

aquinaohacrise

Pinóquio e o Grilo Falante

pinoquio_grilofalante

Diz-nos, hoje, o Público: “Sócrates decidiu "vetar" negócio da PT com a Media Capital, mas o PSD acusou logo o primeiro-ministro de usar a golden share apenas para defender a sua imagem. O resto da oposição fala em trapalhada”.

Segundo muito boa gente, inlcuindo a activa classe dos professores, o Pinóquio já tínhamos. Agora já há, também, o Grilo Falante.

O melhor é estarmos preparados para passar a ouvir e ler mais as entrelinhas que as linhas.

Sondagem: PSD na Frente…

Surpresa ou talvez não: Barómetro da Marktest coloca PSD na frente: ver AQUI.

Hummm..tenho dúvidas mas que o Sócrates deve estar todo “borradinho“, lá isso deve. E a TVI não pára. Hoje foram os primeiros 20 minutos do jornal da noite (fora as alfinetadas no resto do dito). Até começo a ter compaixão…

nÃO sEJAS dURO dE oUVIDO – jUNHO 09:

nÃO sEJAS dURO dE oUVIDO – Junho 2009:

Antecipando o almoço do Aventar no grande concelho da Maia, aqui fica um especial desta rubrica mensal sobre música. Prometo não escrever sobre o Michael Jackson.
Aqui vai:
1. Rodrigo Leão – A Mãe
2. Phoenix – Wolfgang Amadeus Phoenix
3. Camera Obscura – My Maudlin Career
4. The Decemberists – The Hazards of Love
5. Vários – Dark Was The Night
Em suma: o novo de Rodrigo Leão demonstra que quem sabe nunca esquece. Os Phoenix são, para mim, uma espantosa novidade. Já os Camera Obscura neste seu último trabalho conseguem manter a elevada qualidade que sempre nos apresentaram e o mesmo se diga quanto aos Decemberists.
Por último, Dark Was The Night, publicado em fevereiro deste ano é um óptimo álbum para “caloiros” nas andanças da música alternativa.
Aqui ficam os Phoenix (eu não quero que vos falte nada…):

(todos os “nÃO sEJAS dURO dE oUVIDO” podem ser vistos AQUI)

Porque é sexta-feira…

…e me esqueci de assinar o tal manifesto. Esqueço-me de tudo.
E porque todo o país anda sisudo e muito político.

Mas eu acho que vou a outro bar…

Director de Escola: Miragaia e as “ramificações” do Ministro A. Santos Silva*

Humildade não é uma palavra que se possa invocar em vão e pelo próprio. Humildade é uma virtude que só os outros a reconhecem em nós, quando somos verdadeiramente humildes.

Dá-me vontade rir ouvir Sócrates dizer que é humilde, idem Maria de Lurdes Rodrigues e Augusto Santos Silva… já Vitorino, ao hesitar e gracejar sobre a palavra, dá um sinal político!

Miragaia é uma Escola e um “agrupamento político”. Digamos que até “político sindical”… aliás, como todas as Escolas

Miragaia, Porto

Miragaia, Porto

Em 13 de Maio foi eleita a Directora, pelo CGT.
Estavam presentes TODOS os membros do CGT (21) e votaram 11 contra 10 da outra candidata.
Renhida a votação!
A Presidente do CGT afixa nos dias seguintes, nas Escolas do Agrupamento, o anúncio da nova Directora… e respirava-se de alívio.
Mas foi sol de pouca dura!
E porquê?
É que a candidata derrotada, presidente do Conselho Executivo não é qualquer uma… Tem um currículo de “renome”, com o qual apresenta candidatura, que é enaltecido no “Relatório” da Comissão de análise das Candidaturas, do CGT nos 3 primeiros itens:

“ Adjunta do Gabinete do Secretário de Estado da Administração Educativa – 10 meses (1999/00); Adjunta do Gabinete do Ministro da Educação – 10 meses com Louvor publicado em Diário da República (2000/01); Adjunta do Gabinete do Ministro da Cultura – 9 meses com Louvor publicado em Diário da República (2001/02)”.
Ora, quem é o senhor? É Augusto Santos Silva. Com quem trabalhou também Margarida Moreira, DREN, junto de A.S.S..

Ora com tanto e reconhecido “currículo” ninguém se mete! Portanto Habituem-se!

A candidata derrotada em votação secreta, por 11 membros do CGT que, pelos vistos, não se deixaram impressionar com tantos Louvores da Comissão de análise de candidaturas, não parou. E processou o Ministério da Educação! E impugnou tudo! E a DREN congelou tudo, nomeadamente a posse da candidata eleita, que estava prevista para o dia 18 de Junho.

E assim desde 13 de Maio que o ambiente no Agrupamento de Miragaia é impróprio para um estabelecimento de ensino em final de ano lectivo… Todos aguardam o “veredicto” da DREN!

Desde o dia 13 de Maio, há mais de um mês. Não faz parte dos actos da PCE (cujo mandato terminou a 31 de Maio, mas continua a mandar), a “humildade democrática” com que Vitorino brinca. Apresentou candidatura a este CGT, submeteu-se a uma entrevista à Comissão, para defesa do seu Projecto de Intervenção (ficou neste item obrigatório por lei, menos classificada que a candidata que também venceu as eleições), foi a votos e perdeu! Não aceitou a derrota nas eleições. A DREN parece estar do seu lado…

Mas ainda aguardo, pacientemente, que a Directora eleita tome posse e se faça justiça. Talvez se venha a poder respirar uma lufada de Democracia, em Miragaia. A prática desta professora, efectiva do Agrupamento, indica que assim será.

26 de Junho de 2009

*Post da Autoria da Professora Florinda Albergaria (Docente do Agrupamento em causa)

Protestos na Alemanha contra o sistema de educação


Cerca de 200.000 estudantes do ensino secundário, universitários e professores fizeram uma série de manifestações conjuntas em 70 cidades ao redor da Alemanha para protestar contra a ruína do sistema educacional do país. As manifestações de massa na quarta-feira foram o ponto alto de uma semana de ações que incluíram greves isoladas e protestos em universidades individuais. Na capital alemã, estudantes ocuparam temporariamente prédios das universidades Humboldt e Free. Universidades estiveram sujeitas a cortes drásticos nos anos recentes, com muitos postos de docência vazios permanecendo não preenchidos. Os orçamentos para universidades foram reduzidos enquanto o dinheiro foi liberado para o estabelecimento de universidades mais elitistas, como a Einstein Foundation, em Berlim. Muitos dos cortes e deteriorações em cursos universitários ocorreram sob o Processo de Bolonha, que foi inicialmente assinado em 1999 e tinha como objetivo transformar a educação numa mercadoria.

A isso acrescenta-se a decisão da corte constitucional alemã em 2005 de permitir que governos dos estados implementem novas taxas. Muitos estados alemães introduziram ou estão introduzindo tais taxas, que podem totalizar até 500 euros por semestre. As novas taxas ameaçam muitos estudantes com a pobreza e inevitavelmente forçarão um número considerável a encerrar os estudos prematuramente.

Relatos recentes dos média fornecem o exemplo de jovens estudantes que foram forçados a trabalhar meio-período em hotéis para aguentar as propinas e pagar as taxas. Como funcionários temporários do hotel, eles devem limpar os quartos e fazer as camas por menos de 3 euros/hora.

Uma das principais exigências dos estudantes universitários na quarta-feira foi “libertar a educação para todos”, com a vasta maioria dos estudantes opondo-se vigorosamente ao desenvolvimento de um sistema educacional baseado em propinas.

Cortes financeiros e de efetivo ao redor do país resultaram em salas de aula superlotadas e uma drástica deterioração da proporção professor-estudante.

Ao mesmo tempo, novos regulamentos quanto aos cursos de bacharelato das Universidades levaram à restrições nas escolhas de matérias disponíveis aos estudantes, com cursos cada vez mais orientados às eventuais carreiras. Sob condições onde as perspectivas de emprego para os graduados estão diminuindo rapidamente, em razão da atual crise econômica e financeira, a restritiva estrutura do curso, somada às possibilidades sombrias para o futuro profissional, cria uma mistura explosiva.

Embora um punhado de faixas de sindicatos serem visíveis na manifestação em Berlim, o principal papel dos sindicatos do funcionalismo público que possuem representação entre os professores e outros efetivos da educação foi desmontar e isolar uma onda de ações de protesto e greves que está se levantando através do país. Na segunda-feira, líderes do sindicato do funcionalismo público Verdi usaram uma manifestação de 30.000 trabalhadores de assistência infantil para criar uma plataforma para políticos da situação.

Apesar dos trabalhadores da assistência infantil compartilharem muitos dos problemas — em termos de cortes financeiros e condições de trabalho deterioradas — que perseguem os estudantes e professores, os sindicatos estão a utilizar uma táctica divisionista sistemática. Eles recusaram-se a organizar uma manifestação conjunta de estudantes, professores e trabalhadores da assistência infantil.

A ruína da educação foi conduzida por governos sucessivos — em particular o da coligação Partido Social Democrata-Partido Verde (1998-2004) e a actual “grande coligação” (Partido Social Democrata-União Democrata Cristã-União Social Cristã). Em Berlim, os cortes foram implementados pelo senado da cidade, que consiste numa coligação entre o Partido Social Democrata e o Partido de Esquerda.

Muitos dos participantes das manifestações ao redor da Alemanha eram críticos quanto ao papel dos partidos da situação e dos sindicatos, e era notável que nenhum dos oradores da marcha em Berlim representava um sindicato ou oficialmente reconhecia comprometimento com algum partido político estabelecido.

Repórteres do WSWS estiveram em diversas das manifestações e entrevistaram estudantes:

Berlim

Moritz, 22, estuda ciências sociais na Universidade Humboldt, e Jona, 21, é estudante de engenharia económica na Universidade Técnica.

Moritz e Jona dissearm que uma das principais razões de sua participação na marcha de cerca de 15.000 pessoas era protestar contra a ruína das universidades em Berlim e a crescente tendência em direção a um sistema educacional de duas classes.

Moritz disse: “Estamos exigindo que o Senado invista 150 milhões de euros adicionais nas universidades de Berlim ao longo dos próximos quatro anos. Esse dinheiro é necessário meramente para manter o status quo nas universidades. Também nos opomos à neo-liberalização dos cursos universitários. Em particular, os novos cursos de bacharelato introduzidos há alguns anos são muito restritivos. A escolha de matérias foi limitada e quaisquer cursos interessantes ou socialmente críticos foram limitados.”

Moritz continuou: “As decisões em tais assuntos financeiros são sempre políticas. Estão a dizer-nos que agora não existe dinheiro para a educação por causa da crise financeira, mas o dinheiro está sendo libertado para os bancos e, aqui em Berlim, a Fundação Einstein está sendo financiada pelo senado com 40 milhões de euros. Também há planos para reconstruir a Stadtschloss por 100 milhões. O Estado deveria estar investindo em educação básica e no futuro de seus cidadãos, em vez de em projectos controversos.”

Quando questionado sobre o senado de Berlim, Moritz declarou que não possuía qualquer confiança no Partido Social Democrata ou no Partido de Esquerda. “O problema com o Partido de Esquerda é que não é de esquerda. É social-democrata e simplesmente tenta repetir as políticas que o Partido Social Democrata levou adiante na década de 1970.

“A discussão sobre 1968 está no ar após o aniversário de 40 anos desses eventos no ano passado. Mas parece-me que uma das principais diferenças entre aqueles anos e o presente é que muitos dos estudantes de 68 faziam seus protestos, mas tinham confiança de que seriam capazes de encontrar empregos num estágio mais tardio de suas carreiras. Hoje na esteira da crise financeira as coisas são muito diferentes. Estamos sendo limitados a uma carreira específica mas sob condições onde é muito questionável se seremos capazes de encontrar um trabalho razoavelmente bem pago ao final de nossos estudos.”

Relatando a situação de sua própria universidade, Jona explicou que o nível e qualidade do ensino caiu dramaticamente — 20 vagas de docência não foram preenchidas na universidade desde 2003.

Bielefeld

Em Bielefeld cerca de 4.500 jovens tomaram parte numa marcha de protesto através do centro da cidade, que terminou com um comício em frente à prefeitura da cidade. A manifestação foi integrada principalmente por estudantes secundaristas e a ausência de estudantes da universidade local e vários colégios de ensino superior era marcante.

Antes da manifestação a Corte Administrativa em Minden impediu os manifestantes de protestar na junção de tráfico central da cidade. Os jovens manifestantes ocuparam a junção mesmo assim, paralisando o tráfico suburbano por horas. “Aquela foi uma decisão política pela corte”, explicou o estudante Jannis para nosso repórter. “Na época do campeonato mundial de futebol eles disponibilizaram a junção ao público, mas quando se trata de livre expressão d
a
opinião a junção é banida!”

O nosso reporter falou com organizadores e participantes do protesto. Hendrik, um membro da equipa de organização e do conselho estudantil do distrito, fez um balanço positivo da ação e da participação substancial de secundaristas: “Também fomos apoiados por professores que estão descontentes que as actuais condições em suas escolas.” Ele foi positivo sobre o papel assumido pelos sindicatos na disputa, e anunciou novos protestos para o próximo ano escolar, para colocar “pressão sobre os políticos.” Quando questionado sobre o motivo de trabalhadores da assistência infantil não tomarem parte dos protestos ele reconheceu que as tácticas sindicais “eram inapropriadas.”

Leipzig

Cerca de 3.000 estudantes e professors participaram da manifestação em Leipzig. O protesto começou no colégio de educação superior (HTWK Leipzig) no sul da cidade e cresceu conforme progredia. Professores em greve juntaram-se à manifestação, e enquanto ela percorria o caminho através do centro da cidade estudantes da Universidade de Leipzig também a incorporaram.

Com uma gama de faixas e estandartes, os participantes deixaram claro sua posição crítica quanto ao actual estado do sistema educacional e expressaram sua raiva quanto ao fato do governo liberar centenas de bilhões para os bancos e se recusar a investir em educação e nos jovens.

Robert, que estuda ciência cultural, disse que a universidade está sujeita a sub-financiamento crónico com uma contínua redução dos postos de docência, embora o número de estudantes está aumentando. Na sua opinião é necessário repensar completamente todo o Processo de Bolonha, co-responsável pelas miseráveis condições. Quando questionado se achava que acções de protesto como a de quarta-feira poderiam ser vitoriosas, foi céptico: “Olhando para trás, a grande demonstração realizada no ano passado em Dresden não foi vitoriosa. Desde lá nada mudou. Naturalmente protestar é importante, mas não vai longe o bastante. Precisa haver mais.”

Igualmente critico foi Mohamed, estudante de ciência política e estudos árabes. Ele fazia parte da manifestação por melhores condições de estudo, melhores equipamentos nas universidades e um melhor sistema educacional como um todo. Expressou ódio quanto ao modo como as universidades se voltaram à economia privada para o financiamento. “Nos cursos de ciência política e comunicação há um professor que é financiado pelo grupo do sector de energia Vatternfall. Eu pergunto-me até que ponto um homem como esse pode nos ensinar ou em que medida suas aulas são determinadas ideologicamente pela companhia para a qual trabalha. A pior parte é que frequentemente os estudantes não conhecem o histórico do professor.”

Integrando a marcha dos estudantes secundários e universitários em Leipzig estava um professor, Birgit, que explicou: “Eu estou protestando porque as condições de trabalho em meu emprego pioraram inteiramente do mesmo modo que as condições para secundaristas e universitários.” Ela reclamou do nível de barulho do local onde trabalha, que aglomera crianças demais em cada grupo. “Há menos e menos professores empregados, embora as exigências que nos são feitas cresçam continuamente.” Ela não tinha certeza se o protesto iria ser capaz de mudar a política oficial, mas declarou que era importante “não desistir nunca”.

MNN – Movimento da Negação da Negação
http://www.transicao.org

Perguntas leva-as o vento…

Até achava Mariano Gago um homem simpático. Agora já não sei o que pensar.

Mas a esponja do microfone tinha mesmo ar de ser fofinha.

Via Blasfémias e Açores S.A.

Um novo processo de informação

O processo de informação da morte de Michael Jackson é mais um claro sinal dos novos tempos informativos. Mais uma vez não foi um órgão de informação convencional, uma televisão, um jornal, uma rádio ou uma agência noticiosa, que avançaram a notícia em primeira-mão. Foi um blogue. Em rigor, um blogue sobre celebridades, o TMZ. O curioso é que o blogue dispôs da informação da morte algumas horas antes de a publicar. Mesmo assim, foi o primeiro e manteve-se primeiro durante muito tempo.

Com a circulação da informação por todo o lado, e todos a citarem o TMZ, havia quem duvidasse e preferisse esperar por um ‘grande’ para acreditar. Mas os grandes demoraram demasiado. Tanto que o site da TMZ bloqueou por excesso de visitas. Só muito mais tarde, o Los Angeles Times confirmou a notícia da morte, seguindo-se todos os outros. Este “muito mais tarde” deve ser entendido como significando um período de cerca de duas horas. Noutros tempos não seria significativo mas, em tempos da era da internet, é muito.

Depois do caso do avião que ‘arriou’ no Hudson, em Nova Iorque, com o mundo a saber e a ver através do Twitter, este é mais um sinal dos novos tempos informativos. Mas uma vez, e já não é a primeira nem segunda e não a última, os meios tradicionais de comunicação social foram ultrapassados por um dos novos meios.

Foi ainda na internet que a informação foi consumida, assimilada e debatida, levando a um aumento significativo do tráfego.

Vamos ter de nos habituar a esta realidade.