Coligação à esquerda -Sócrates é o problema

O PCP já veio dizer o que em boa verdade já todos adivinhavamos. Não há coligação com o PS! Com este PS, com qualquer PS? E com um PS sem Sócrates?

E quanto ao Bloco? Tambem não aceita coligações com este PS. E sem Sócrates poderá dizer não?

A questão está na ordem do dia, pois desde que o Manuel Alegre se apresentou a votos e arrebanhou um milhão de votos, contra o candidato oficial do partido, que a questão estará sempre em cima da mesa, embora Sócrates faça tudo para a esquecer. E com a não aceitação de Alegre integrar a lista a deputados, mais a questão se acentuou, embora todos assobiem para o ar.

O que poderá estar em jogo?

Aquele milhão de votos volta ao PS se este for aceite à esquerda numa coligação, seja de pendor governativo os parlamentar? Grande parte volta se isso for garantia de maioria absoluta no Parlamento. Não quer dizer que volte ao PS mas pode “regressar” à esquerda, reforçando o PCP e o BE.

A primeira consequência seria a maioria parlamentar e um governo com um programa bem diferente do actual programa apresentado pelo PS. Privatizações nem pensar o que aumentaria a dificuldade de ” equilibrar as contas públicas”, os Megainvestimentos seriam empurrados para a frente e subsídios sociais reforçados. A “escola pública” a “Justiça” e a reforma da “Administração Pública” esperariam por melhores dias. Grande parte do esforço fiscal seria dirigido aos ganhos e mais-valias de capital. Com que consequências? Fuga de capitais!

E quanto ao tecido empresarial das PMEs que criam emprego e produzem bens transaccionáveis e alimentam as exportações? Sem um tecido empresarial sólido, que capte investimento privado, nacional e estrangeiro, Portugal está destinado a empobrecer. O PCP e o BE estão pelos ajustes?

Não, se à custa do recuo do intervencionismo do Estado, o que inviabiliza em boa medida as políticas necessárias.

E se o PS com Sócrates se junta ao CDS e fazem maioria parlamentar? Os Megainvestimentos avançam desde já, os apoios sociais recuam e o tecido empresarial poderá fortalecer. Mas para se chegar às PMEs é preciso, dar a volta à Justiça, à Administração Pública e ao Fisco. E aqui vamos ter uma revolta generalizada de sindicatos e corporações.

E se o PSD fizer maioria parlamentar com o CDS? O governo recua no intervencionismo na economia, avançam privatizações que vão aligeirar as contas públicas, abranda a fiscalidade nas empresas. Mas tudo isso obriga a recuar nos apoios sociais e nos investimentos públicos. O risco de implosão social é muito elevado.

Como há muito se sabe só se sai desta “quadratura” criando riqueza que substitua importações e que se dirija à exportação. Para isso é necessário uma Justiça célere, uma administração eficaz e uma Fiscalidade competitiva. Que atraia investimento duradouro, inovador e tecnológico, a par do empenho nos “clusteres” tradicionais onde somos competitivos.

A única coisa que nós eleitores podemos fazer é deixar estas questões muito bem explicadas aos nossos políticos com o nosso voto. Já demos uma ideia com a abstenção nas Europeias podemos continuar com votos nulos agora em Setembro.

E aqui no Aventar há uma petição para assinar.

Comments


  1. Meu caro, essa é a minha teoria… desde Abril: http://aventar.eu/2009/04/29/as-eleicoes-hoje-resumem-se-a-isto-be-e-os-outros/E cada vez mais corremos para essa solução – a lista de deputados do PSD foi uma excelente ajuda para esta “iniciativa”: matou a única marca que MFL tinha de vantagem em relação a Sócrates.

  2. maria monteiro says:

    JP, em Abril parecia um sonho mas agora cada vez mais acredito que vai ser essa a realidade…. : -)Nem com as estratégias de intrevenção da Igreja nas proximas eleições o PSD vai lá chegar…