Ela precisa da nossa ajuda:

Libertem a empregada da Carolina Patrocínio

A vida nem sempre é simples

O sr. Porfírio Silva manda umas piadas ao Paulo Guinote, porque este sugeriu ao PSD

Revisão do estatuto da carreira docente no sentido de eliminar a divisão da carreira entre professores e professores titulares, ou seja, o restabelecimento da carreira única do professor.

Não deve ter lido no último Expresso o que escrveu Marcos Perestrello:

Mas essa imaginação transformou-se em rigidez quando foi necessário ultrapassar as dificuldades encontradas no sistema de avaliação dos professores, corrigir as incongruências do sistema de gestão ou contornar as barreiras à mobilidade anual dos colocados a centenas de quilómetros das suas residências. E a determinação transformou-se em obstinação quando foi precisa coragem para voltar atrás na divisão da carreira em titulares e não titulares ou resolver os problemas decorrentes da falta de pessoal não docente.

Marcos Perestrello parece-me que ocupa uns cargos no PS, é candidato a uma câmara e de certeza absoluta um perigoso infiltrado, um espião, ou pior que tudo: um professoreco disfarçado. A vida às vezes é uma chatice, e nem sempre é simples, muito menos simplex.

Uribe adere ao Chavismo

Aquando do golpe de estado nas Honduras vieram os anti-chavistas mais primários vociferar que o presidente Zelaya queria era permanecer no poder, à imagem de Chavez, e que o golpe não passaria da reposição da legalidade, democrática e tudo. Uma perfeita patetice já que essa recandidatura seria de todo impossível.

O Senado colombiano aprovou por maioria um projecto-lei para que se realize um referendo a perguntar ao eleitorado se deseja modificar a Constituição e permitir assim que o Presidente Álvaro Uribe Vélez, de 57 anos, se candidate em 2010 a um terceiro mandato.

Agora que a moda, contrária aos mais elementares princípios do republicanismo, pegou para os lados da Colômbia, onde muita gente só vê as FARC e não olha para o terrorismo do próprio estado e suas milícias, espera-se a mesma veemência contra o grande aliado do vizinho do norte. E já agora um golpe de estado para evitar a revisão constitucional.

A vergonha deste governo: Para memória futura

Sim é possível e as novas oportunidades.

Teresa Lopes (1969 – 2009) e a paixão pelos animais

Se um blogue é (também) um diário de vivências pessoais, permitam-me esta pequena evocação.
Teresa Lopes era uma apaixonada pelos animais e a actual Presidente da Direcção da VivAnimal, uma associação de defesa de animais de Rio Tinto. Morreu ontem, subitamente, com 40 anos de idade.
Nesta lufa-lufa do dia-a-dia, não cheguei a conhecê-la pessoalmente. E no entanto, partilhávamos a mesma paixão pelos animais, pertencíamos à mesma associação (ela Presidente, eu voluntário pouco assíduo) e éramos vizinhos.
Todos os dias, perdemos tempo com o que não interessa e com quem não interessa e perdemos de vista o que é realmente importante. Teresa Lopes era daquelas pessoas que interessa conhecer. Dona de uma saúde frágil, não hesitou em consagrar o melhor da sua vida aos animais. Sem recompensas que não o bem-estar dos seus amigos, que ia recolhendo aqui e ali por nunca ter coragem de dizer não a uma situação difícil.
Seria inocente não pensar que a sua morte está muito relacionada com a defesa dos animais. Como refere Manuela Gomes no blogue da associação, «o abandono e maus-tratos de animais está relacionado com o falecimento da Teresa Lopes: o desprezo, de outros, pelo bem-estar dos animais, levou ao cuidar dos animais, pela Teresa Lopes; a falta de carinho, de outros, pelos animais, levou a que a Teresa Lopes preenchesse tanto o seu coração e a sua mente que, talvez, isso não lhe tenha deixado tempo ou atenção para cuidar de si mesma; a irresponsabilidade de outros, levou a que a Teresa se responsabilizasse demasiado pelos animais que necessitavam de ajuda. Por isso, para mim, a morte da Teresa Lopes é um crime. E os culpados são todos os cobardes, insensíveis, cidadãos vulgares ou políticos que não agem correctamente e tomam as medidas necessárias, para que pessoas como a Teresa Lopes não sintam necessidade de se envolver tão sofridamente na protecção animal. Os animais são inocentes, as pessoas são culpadas e a Teresa Lopes foi – É – uma santa.»
Teresa Lopes deixa um filho de 9 anos. Que saibamos acarinhar uma criança que perdeu a mãe em tão tenra idade. E que alguém saiba amar os animais que um dia a Teresa conseguiu salvar.

Insucesso escolar: Assim também eu!

Obrigando os professores, através da legislação, a passar os alunos com 8 ou 9 negativas, e proclamando aos quatro ventos que é injusto e prejudicial reprovar um aluno, é fácil diminuir drasticamente o insucesso escolar. Assim também eu!
Se tivesse vergonha na cara, a Ministra da Educação assumiria que nada mais fez em quatro anos que não trabalhar para as estatísticas. Se tivesse vergonha na cara, assumiria que os alunos sabem menos, muito menos, e passam mais, muito mais.
O único que rejubila com tais números, pelos vistos, é o sempre pândego Presidente da Confap. É mais um que vive dos subsídios do Ministério da Educação, ou seja, que é pago para dizer bem da respectiva Ministra. É alguém que tirou os filhos do ensino público. É alguém que, se tivesse vergonha na cara, também estava calado. Para sempre.

A ARTE (5)

A ARTE (5)

Socializando um pouco este pensamento, podemos dizer que existe um divórcio cada vez maior entre a vida da sociedade e a vida da Arte. Não há uma formação humanista autêntica da sociedade. A ausência de tempo e espaço para a cultura, a falta de sensibilidade poética, a falta de vivência da verdadeira liberdade, a escravidão dos horários de trabalho, as dificuldades e incompreensões da vida levam a esquecer que a sensibilidade de um povo é a sua força e um perigo para os poderosos. O público menos culto e menos tocado pelos conceitos da estética moderna e contemporânea procura num quadro uma imagem da realidade e vai julgá-lo tanto mais hábil e perfeito quanto mais ele se aproximar do modelo. O que representa este quadro? O que quer isto dizer? Considera assim a obra tanto mais imperfeita quanto mais se afasta do real, suspeitando sempre que esse afastamento resulta de uma incapacidade do autor para o atingir. Mas por outro lado tem a noção de que há algo que lhe escapa, algo que não percebe e o faz confessar sistematicamente não ser entendido no assunto. Apesar de já na Arte antiga haver um esforço para superar o real e edificar, para além da aparência, leis que residissem mais no pensamento do que nas coisas, e apesar do grande salto da Arte Moderna e da Arte Contemporânea, o conceito de imitação ainda permanece nas camadas menos esclarecidas e menos habituadas à expressão artística. Todavia, sem nos precipitarmos no sectarismo de que a representação do real é incompatível com a Arte, vamos tentar entender que a Arte se situa numa região que não é possível confundir com a realidade aparente. (Continua).

                      (adão cruz)

(adão cruz)

CARTA ABERTA A BARACK OBAMA (5)

CARTA ABERTA A BARACK OBAMA (5)

O Afeganistão é um alvo preferencial do imperialismo, pela sua posição geo-estratégica e por muitos outros interesses, nomeadamente petróleo. Sempre pensei que o Senhor não fosse tentado a pisar o mesmo terreno dos seus antecessores, sempre pensei que o Senhor desse meia volta e soubesse que o Afeganistão tem uma riquíssima história e que não é pelo povo afegão que os senhores e os vossos “aliados” lacaios lá se encontram. Sempre pensei que o Senhor fosse suficientemente inteligente para reconhecer que o conceito de “talibãs”, a despeito do muito que tem de negativo, é muito nebuloso e está profundamente instrumentalizado. Do que se trata, ao fim e ao cabo, é da resistência de um povo a uma escandalosa invasão, verdadeiro tsunami de predadores e falsos moralistas. Sempre pensei que o Senhor reconhecesse a farsa monumental e o montão de fraudes maciças que foi a eleição de karzai, um vendido bem curriculado na CIA. Temo estar a ver claros indícios de que a política militarista desta América a que eu gostaria que o Senhor não pertencesse, vai prosseguir e talvez intensificar-se, em moldes mais requintados, como parece mostrar o tal “Smart Power” (Poder Inteligente), isto é, o uso das forças militares combinado com a diplomacia, operações psicológicas e métodos políticos de penetração na população! Brrr…Cheira mesmo a esturro tal estratégia!
Caro Presidente, não deixe que a lágrima vertida na sua eleição perca o perfume da promessa de uma nova e autêntica liberdade. (Continua).

                            (adão cruz)

(adão cruz)

POEMAS DO LUSCO-FUSCO

Alguém tem de me dizer a saída
da noite sem regresso.
Não pode haver quem não saiba o caminho
da derradeira fome
da sede da última gota
do calor do resto de lume
do fogo do último verso.

                        (adão cruz)

(adão cruz)

QUADRA DO DIA

Não tenhas contemplação
Com toda esta ladroeira
Ó meu rico S. João
Manda-os todos prá fogueira.

Antologia de pequenos contos insólitos: Crimes exemplares

Hoje trazemos até vós um autor pouco conhecido em Portugal, o escritor espanhol Max Aub, com alguns dos seus CRIMES EXEMPLARES.
Max Aub, escritor nascido em 1903, em Paris. Filho de uma francesa e de um judeu alemão, emigrou com a família em 1914 para Valência, vindo a adoptar a nacionalidade espanhola. Durante a Guerra Civil, combateu no Exército republicano, exilando-se, em 1942, no México. Autor de uma obra vasta, entre a qual se destacam o romance «Las buenas intenciones» (1954) e os seis volumes de «El laberinto mágico» (1943-1968). Morreu na cidade do México em 1972.
Esta selecção de micro-contos foi extraída de «Crímenes ejemplares» (1956). Segundo o autor diz no prefácio da primeira edição, este é material que «passou da boca ao papel, aflorando o ouvido» – confissões de crimes recolhidas em Espanha, em França e no México. Vamos deixar que aflorem aos vossos olhos, ressoando depois aos ouvidos da vossa imaginação. Meus amigos – Max Aub:
max aub
« – Antes morta! – disse-me. E eu só quis fazer-lhe a vontade!»

«Sou barbeiro. É uma coisa que pode acontecer a qualquer um. Até me atrevo a dizer que sou um bom barbeiro. Cada um tem as suas manias. A mim, incomodam-me as borbulhas.
Foi assim: comecei a barbeá-lo calmamente, ensaboei-lhe o rosto com destreza, afiei a navalha no assentador, experimentei a suavidade do fio na palma da minha mão. Sou um bom barbeiro! Nunca desiludi ninguém. Além disso, aquele homem não tinha a barba muito cerrada. Mas tinha borbulhas. Reconheço que aquelas espinhazitas nada tinham de especial. Mas incomodam-me, põem-me nervoso, revolvem-me o sangue. Fiz a primeira passagem, sem problemas; na segunda sangrou um pouco. Não sei o que então me deu, mas acho que foi uma coisa natural, aumentei a ferida e depois, não pude resistir e, de um golpe, decepei-lhe a cabeça.»

«Começou a mexer o café com leite com a colherzinha. O líquido aflorava o bordo do copo, levado pela acção violenta do utensílio de alumínio. (O copo era ordinário, o lugar barato, a colherzinha gasta, roída de tanto utilizada.) Ouvia-se o ruído do metal contra o vidro. Riz, riz, riz, riz. E o café com leite dando voltas e mais voltas, com uma concavidade no centro. Maelstrom. Turbilhão. Eu estava sentado na sua frente. O café estava cheio. O homem continuava a mexer e a remexer, imóvel, sorridente, olhando-me. Algo crescia dentro de mim. Olhei-o de tal maneira que se sentiu na obrigação de explicar:
– O açúcar ainda não se dissolveu.
Para mo provar, deu umas pancadinhas no fundo do copo. Voltou depois com energia redobrada a mexer metodicamente a beberagem. Voltas e mais voltas, sem descanso, e o ruído da colher no bordo do vidro. Raz, raz, raz. Sempre, sempre, sempre sem parar, eternamente. Volta e revolta e volta. Olhava-me sorrindo. Então, puxei da pistola e disparei.»

«Abri-a de alto a baixo, como se fosse uma rês, pois olhava indiferente o tecto enquanto fazíamos amor».

«Íamos como sardinhas em lata e aquele homem era um porco. Cheirava mal. Todo ele cheirava mal, sobretudo os pés. Garanto-lhe que não se podia suportar. Além disso tinha o colarinho da camisa negro de sujidade e o pescoço ensebado. E olhava-me. Uma coisa asquerosa. Ainda quis mudar de lugar. Pode não acreditar, mas aquele indivíduo seguiu-me. Era um cheiro a demónios e pareceu-me ver sair bichos da sua boca. Talvez o tenha empurrado com um pouco de força a mais. Agora não me culpem pelas rodas do autocarro lhe terem passado por cima!»

«Matei-o porque julguei que ninguém estava a ver.»

«Era tão feio, o pobre tipo que, cada vez que o encontrava, era como que um insulto. E tudo tem um limite.»
«Você nunca matou ninguém por tédio, por não saber o que fazer? É divertido.»

«Matei-o porque me doía a cabeça. E ele, zás, falava sem parar, sem descanso, sobre coisas que nada me interessavam. E mesmo que me interessassem. Ainda olhei seis vezes ostensivamente para o relógio: não fez caso. Creio que é um atenuante a tomar em consideração.»

«Era mais inteligente do que eu, mais rico do que eu, mais desenvolto do que eu; era mais alto do que eu, mais bonito, mais esperto; vestia melhor, falava melhor; se os senhores julgam que isto não são atenuantes, é porque sois tontos. Pensei sempre na maneira de me desfazer dele. Fiz mal em tê-lo envenenado: sofreu demasiado. Isso, lamento. Queria que morresse depressa.»

«Se o golo estava feito! Era só empurrar a bola para dentro da baliza, o guarda-redes estava batido… Chutou-a por cima do travessão! E aquele golo era decisivo! Aviávamos os sacanas do Nopalera. Se devido ao pontapé que lhe dei foi parar ao outro mundo, talvez lá aprenda a chutar como mandam as regras.»

«Era a sétima vez que me mandava copiar aquela carta. Tenho o meu diploma, sou uma dactilógrafa de primeira. E uma vez por um ponto final, que ele disse que devia ser ponto parágrafo, outra vez porque mudou um «talvez» por um «quiçá», outra porque trocou um b por um v, outra porque se lembrou de acrescentar um novo parágrafo, outras não sei porquê, o facto é que tive de a escrever sete vezes. E quando a levei, olhou-me com aqueles olhos hipócritas de chefe de administração: “Olhe, menina…”. Não o deixei acabar. Há que ter mais respeito pelos trabalhadores.»

«Matei-o porque não pensava como eu.»

«Matei-o porque me doía o estômago.»

«Matei-o porque lhe doía o estômago.»

«Tinha jurado fazê-lo ao próximo que voltasse a passar-me uma cautela da lotaria pela corcunda».

«Negou que eu lhe tivesse emprestado aquele quarto volume… E o buraco na prateleira da estante, como um nicho…»

«De mim ninguém se ri. Pelo menos esse, já não volta a rir-se.»

«Matei-o porque bebi o suficiente para o fazer.»

«Penso, logo existo, disse o tal homem famoso. As árvores do meu jardim existem, mas não creio que pensem, pelo que fica demonstrado que o senhor René não estava bom do juízo e que o mesmo acontece com outros seres: o meu sogro, por exemplo – existe, mas não pensa. Ou o meu editor, que pensa, mas não existe. E se pomos isto ao contrário, também não fica certo. Não existo porque penso ou penso porque existo. Pensar, pensa-se, existir é um mito. Eu não existo, sobrevivo, porque viver – aquilo a que se chama viver – só os que não pensam. Os que se metem a pensar, não vivem. A injustiça é por demais evidente. Bastaria que pensássemos para nos suicidarmos. Não; senhor Descartes: vivo, logo não penso, se pensasse não vivia, se vivesse não pensava, senhor… etc., etc. Se para viver fosse necessário pensar, estaríamos lúcidos. Mas, enfim, se os senhores estão convencidos de que assim é, estou inocente, completamente inocente, pois não penso nem quero pensar. Logo, se não penso não existo e, se não existo, como diabo posso ser responsável por essa morte?»

(Traduções de Carlos Loures, feitas a partir da edição da Espasa Calpe, Madrid, 1999.)

Brincar com coisas sérias

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Em tempos deixei o Diário de um Professor porque a propaganda vergonhosa do PS, de Sócrates e de Maria de Lurdes vieram mostrar ao mundo a mentira dos resultados dos exames.
Apesar de ser um enorme adepto e praticante do BOM HUMOR não gosto de brincar com coisas sérias. O trabalho dos meus alunos é uma coisa muito séria.
Para primeiro comentário da vergonha socialista de ontem vou deixar um pequeno relato, real ou não, caro leitor decida:
– o Joãozinho é um jovem com 15 anos que frequenta o 6º ano pela segunda vez depois de reprovar também no 5º e ainda no primeiro ciclo. Será certamente mais um chumbo agora no fim do 2ºciclo. Lá na escola abrem um CEF (curso de educação e formação de dois anos que dá equivalência ao 9º… sim… fazem 3 em 2) de informática. Na reunião de professores do 6º ano todos decidem passar o jovem porque assim ficam “livres” dele e resolvem um enorme problema que é repetir uma reprovação. A verdade é que ele nada sabe, falta, é mal educado, não traz material… É uma espécie de inginheirú – não tem nada que se recomende.
Mas, ele passou e anda agora no tal CEF… se for às aulas, está feito. Existe até uma expressão – no primeiro ano de um CEF só queremos que eles se consigam manter sentados… E está feito, ao fim de dois anos – é só deixar passar o tempo – temos o Joãozinho com o 9º ano concluído a caminho do secundário.

Isto não seria mau, não fosse a brincadeira.

Cartazes das Autárquicas (Castelo de Vide)

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Rui Miranda, PS, Castelo de Vide (enviado pela nossa leitora Maria Monteiro)

Novas Hilariedades

Uma opinião que não é partilhada por Lucília Salgado, professora da Escola Superior de Educação de Coimbra e especialista em abandono escolar, para quem a formação dos professores do ensino básico e a aposta em formação profissional foram as principais “alavancas do sucesso“. “Não há facilitismo, há uma forma nova de trabalhar que mudou práticas”, explica Lucília Salgado.
Por outro lado, a professora destaca a importância para as famílias do programa Novas Oportunidades. “Muitos pais voltaram a estudar e sentem-se mais capazes de acompanhar e motivar os filhos”, exemplifica Lucília Salgado, que está a conduzir um estudo sobre este tema.

Público

Vamos por partes: nos processos de RVCC os pais até podem voltar a estudar (por conta própria) mas os conteúdos não têm qualquer relação com os do ensino regular. É assim por definição. Se o filho pedir auxílio ao pai numa questão de português, por exemplo, o pai responder-lhe-á que está a fazer um trabalho sobre a importância económica da lingua portuguesa no mundo, e ninguém o mandou pensar em verbos.

Já a inversa é verdadeira: trabalhos de RVCC  feitos com o auxílio dos filhos (o que até acho muito bem) ou pelos filhos (a alternativa familiar e económica à fraude corrrente) são situações banais.

Finalmente o que Lucília Salgado tenta é vender a formação nas ESE de professores treinados para o sucesso escolar, o que se compreende já que é de verdadeiros analfabetos habilitados para o ensino que estamos a falar, razão pela qual defendo uma prova pública de acesso à carreira docente: não só nivela as médias de curso a nível nacional (com disparidades imensas), como talvez nos salve das gentes provenientes dos estabelecimentos como o da Sra. Salgado, que está a conduzir um estudo mas pela amostra duvido imenso que tenha carta de condução.

Santarém, Capital do Gótico (IV)

(primeira parte e explicação do «bodo aos pobres» aqui)

SCALLABIS, A ESCADA DE HABIS

A diversidade geográfica de Santarém e as suas características geo-morfológicas contribuíram largamente para a fixação populacional em tempos remotos. O rio permitia a navegabilidade e os contactos comerciais e culturais com outros povos; o planalto sobranceiro ao Tejo, a cerca de cem metros de altitude, permitia a protecção das terras agrícolas e o controle militar de uma vasta região, tornando o povoado quase inexpugnável. Daí o povoamento muito precoce de toda esta área.
«Esse desejo de viver próximo da atmosfera (não tanto nos vales ou nas margens ribeirinhas) foi uma conquista assente no desejo de domínio e de controlo do território, mas também numa outra conquista resultante da procura de um lugar salubre. Razões climáticas de melhor exposição ao vento, uma posição sanitária defendida – face aos terrenos de aluvião facilmente inundáveis, criadores de pauis nas terras mais baixas dos campos e lezírias adjacentes – são aspectos referidos nos textos. Estes factos formaram o carácter dos scalabitanos, ciosos de autonomia e liberdade, gizaram a sua personalidade criadora, formados pela grandeza da atmosfera que observavam e que pretenderam reproduzir nos momentos chave da sua vida colectiva e individual.» (Jorge Custódio)
Ao longo dos séculos, diferentes povos ocuparam sucessivamente Santarém sem quaisquer interrupções. Os primeiros vestígios de presença humana na região remontam ao Paleolítico Inferior, no concelho de Alpiarça. A arqueologia, futuramente, decerto que confirmará os mesmos indícios em relação a Santarém. Quanto ao território do actual concelho, os vestígios arqueológicos mais antigos datam do século VIII a. C., pese embora o seu povoamento deva ser anterior.
A escolha de Santarém como sítio para viver pode ter sido feita através da fixação de populações vindas de outro lugar, onde já não haveria recursos alimentares suficientes – ou o nomadismo tão característico e usual nas populações pré-históricas. A presença da água poderá ter sido uma das razões fundamentais para que tal acontecesse.
Aliás, uma lenda popular relativa a este assunto tenta explicar a origem de Santarém. Diz o povo de Vila Nova de S. Pedro, aldeia do concelho da Azambuja, que os seus primeiros povos, que já registavam um estado civilizacional relativamente avançado, certo dia abandonaram a sua fortificação e fixaram-se noutro local. Esse segundo local viria a ser a cidade de Santarém.
Todos os elementos essenciais à vida estavam ali presentes. Junto ao rio, havia a possibilidade de praticar a pesca e o comércio fluvial. Do planalto, onde se viria a edificar a Alcáçova, tinha-se uma visão excelente de todas as terras em redor.
Os montes, obviamente, foram os primeiros locais a ser habitados, sobretudo por razões defensivas: o monte da Alcáçova, mas também a Senhora do Monte ou o monte de S. Bento. Destes, naturalmente que a Alcáçova acima de todos, pois o seu povoamento está muito bem documentado desde a pré-história até à actualidade sem qualquer interrupção.
Aqui terá existido uma cidade-estado fundada por povos mediterrânicos, até porque a morfologia do local assemelha-se em muito às características de uma acrópole. «Que melhor local do que o monte da Alcáçova para o nascimento de Scallabis, um nome, um topónimo que parece interpretar a relação harmónica entre a unidade paisagística, a plástica e a mitológica – Escada de Habis.» (José Augusto Rodrigues)
Terminamos este capítulo com uma breve referência a uma das mais conhecidas lendas relativas à fundação de Santarém. A mitologia é responsável, em grande parte, pelas questões relacionadas com a fundação da cidade e com o «baptismo» da povoação. Neste caso, a mitologia greco-romana. Mais à frente, abordaremos a mitologia cristã, nesse caso a lenda de Santa Iria. No primeiro caso, o herói clássico Habis ou Abidis. No segundo caso, a mártir Santa Iria. De Abis, Scallabis. De Santa Iria, Santarém.
A lenda de Abidis entronca, no fim de contas, num mito peninsular, cuja primeira referência escrita se refere à fundação do mítico reino de Tartessos.
Diz a lenda, que não passa disso mesmo, que em 1215 a. C. Ulisses chegou à foz do Tejo e aqui aportou, descansando antes do regresso à Grécia. Conheceu então Calipso, filha de Gargoris, o melícola, rei dos Cunetas e príncipe da Lusitânia. Dessa união nasceu um filho, Abidis.
Se Ulisses teve de fugir para escapar à fúria de Gargoris, a criança teve pior sorte e foi lançada ao rio dentro de um cesto. No entanto, a corrente levou-o para uma cerva, que o amamentou. A criança salvou-se e ali viveu até aos vinte anos, altura em que foi descoberto pela mãe.
Emocionado pela resistência do neto, foi o próprio avô que o propôs para seu sucessor. Abidis, em homenagem ao local onde passou os primeiros anos, ali fundou uma cidade – Esca-Abidis (o manjar de Abidis), ou seja, Scallabis – Santarém.
Muito mais tarde, já nos séculos XVII e XVIII, associou-se o topónimo às condições topográficas do território. A partícula «scala» significaria escada, ou seja, a escada de Abis. «No plural escadaria, situação geográfica nada estranha à forma dos montes, onde se instalaram as comunidades pré-romanas da Idade do Ferro, formando como que uma autêntica escadaria topográfica, com cotas de nível escalonadas marcantes e bem visíveis, dando a impressão de patamares de escada, como hoje ainda é possível observar.» (Jorge Custódio)
Há ainda uma outra teoria que importa reter, a de José Henriques Barata. Para ele, o primitivo topónimo de Santarém estava associado às «Scalae Gemoniae» do fórum de Roma, uma escadaria perto da prisão onde eram expostos os cadáveres daqueles que tinham sido martirizados e que seriam, posteriormente, lançados ao rio Tibre. Segundo aquele autor, a topografia local indicia isso mesmo, com os declives abruptos em várias direcções, tal qual a referida escadaria.

As fisgas, as bicicletas e os jipes

Há muito se sabe que Presidente da República e o primeiro-ministro andam de candeias às avessas. Como dois miúdos andam às alfinetadas um ao outro. Um pena nas fisgas e envia uma pedra ao traseiro do outro, que responde utilizando um prego para furar o pneu da bicicleta do primeiro.

O país assiste. Como o povo é sereno, estes arrufos não significam muito para uma população que anda a banhos, preocupada com o regresso das aulas e com o que pode acontecer se a gripe A desata a afectar toda a gente.

Agora, Cavaco Silva chumbou a nova lei das uniões de facto. Diz que falta um debate profundo e que é inoportuno. Debate sobre esta matéria é o que não tem faltado, logo Cavaco Silva deve andar distraído ou decidiu apresentar este argumento como poderia apresentar qualquer outro. Ser ou não oportuno tem mais a ver com o tema que com o momento. O Presidente é conservador e não lhe agradam estas modernices. O melhor seria aproveitar estes momentos pré-eleitorais para legislar sobre jipes.

Ana – A minha noite escaldante de sexo com Mickael Carreira


Já enviei um texto para este blogue durante a Semana Aberta, e pelo que vi foi um sucesso. Volto a enviar um, mas se não publicarem, compreendo perfeitamente. Se publicarem, agradeço que juntem as fotografias que envio em anexo.
Tudo aconteceu no princípio de Agosto em Santa Comba, perto de Foz Côa, onde estava a passar férias em casa de familiares. O Mickael Carreira foi lá cantar e, maluca como sou por um rapaz bonito, fui ao concerto e, no final, consegui tirar-lhe uma fotografia.
De repente, ele pediu-me para ver como tinha ficado a foto e encostou a cara à minha. O bafo quente do rapaz pôs-me maluquinha. Não sei o que me deu, mas convidei-o logo para ir para o meu quarto. Surpreendentemente, ele aceitou.
Toda nervosa, a suar por todos os lados, conduzi-o o mais rápida que pude até ao meu leito. E num ápice, sozinhos no meu quarto, despi-o todo. Todo nu, aquele armário de dois metros, lindo, à minha frente! Só me lembro de pensar: isto não é um homem, isto é um touro de cobrição!
De repente, acordei. Tudo aquilo não passara de um sonho. Ou mehor, conseguira tirar a fotografia ao Mickael Carreira e nada mais. Imaginara tudo o resto! Como é lógico, não consegui dormir de noite. Ai, que calor!
carreira
Nota: Como os nossos leitores sabem, o Aventar é um blogue aberto. Em princípio, publicaremos – sem tabus – tudo o que nos enviarem. Eis a razão pela qual, apesar das hesitações, decidimos publicar este «post» da nossa leitora Ana.