Ouça o Sócrates, espere o contrário

Com os primeiros sinais de abrandamento da crise duas posições se consolidaram. As dos que não têm qualquer ideia para sair dela e as dos que sabem muito bem o que têm pela frente e respondem em sintonia.
Ângela Merkel vem dizer que ninguem de bom senso pode ver nestes brandos sinais o fim da crise. Sócrates decreta o fim da crise.
Entretanto, para além das preocupações com o aumento do desemprego, outras preocupações se revelam. Todas as instituições financeiras internacionais apontam para um desemprego, em Portugal, superior a 10%. Como não podia deixar de ser o nosso governo aponta para valores mais baixos. Uma preocupação, muita portuguesa, tem que ver com quem já esgotou o direito de receber apoio no desemprego. Como este subsídio corresponde ao tempo de descontos, quer dizer que temos os jovens sem emprego e sem subsídio.
Voltam a casa dos pais desempregados? Emigram ? Recorrem à violência?
Outra questão que passa ao lado do discurso político é que a margem de retoma das economias é muito frágil, tanto do lado da oferta como da procura. Podemos entrar em estagnação por muito tempo como aconteceu com o Japão, nos anos 90.
Portugal se não apostar na criação de riqueza , na produçõa de bens e serviços transaccionáveis e dirigidos para a exportação, vai entrar num período de empobrecimento. Não são os lucros dos bancos, nem das empresas públicas, dirigidas para o mercado interno que darão a volta ao problema. Como só não vê quem não quer. Foi sempre a política económica dos últimos cinquenta anos e que nos arrastou para este beco. Não são os megainvestimentos.
É a produtividade, a inovação, a exportação. Mas para isso é preciso ser muito bom, ser determinado, não ter medo dos senhores do dinheiro. É preciso a reforma da Justiça, da Administração Pública, da Fiscalidade!
É tudo muito dificil mas é o único caminho! Leiam o programa do PS e não se encontra lá nada que não tivesse sido experimentado nos últimos cinquenta anos!
Que a coragem comece por quem vota!

Apontamentos & desapontamentos: A televisão é para estúpidos (sobre a tele-dependência)

televisão
A frase é do escritor e editor Luiz Pacheco (1925-2008) numa entrevista conduzida por João Paulo Cotrim, quando este lhe perguntou se «a televisão está a matar a literatura – «A televisão não mata nada! A televisão é para estúpidos!», confessando depois, no entanto, que tendo recusado ter televisor até pouco tempo antes, fora «apanhado pelo fascínio do pequeno ecrã» e via tudo (de tudo dizendo mal) – telenovelas, séries, concursos… Groucho Marx (1890-1977), numa frase que já aqui citei, costumava dizer: «Acho a televisão muito educativa – logo que alguém a liga vou para outra sala ler um livro. No fundo, as duas frases dizem a mesma coisa, por palavras e com intensidades diferentes. Ray Bradbury (1920), numa entrevista dada em 25 de Julho ao El País, coloca a mesma questão, da sobrevivência do livro face à concorrência da televisão e, sobretudo, desde há uma década, da Internet e das novas tecnologias da informação em geral. Vamos então tentar saber se, de facto, como disse, com frontal brutalidade, o Pacheco, «a televisão é para estúpidos».
É óbvio que Luiz Pacheco se referia à dependência da televisão que afecta muitas pessoas e não ao meio televisivo em si, um invento notável que, bem utilizado, poderia ser um poderoso instrumento de difusão cultural. Só não o é porque tem sido posto ao serviço de ideologias e de interesses económicos, criando dependências perversas (como todas as dependências) – a Internet, outro meio potencialmente disseminador de cultura e possível eixo estruturante da aprendizagem e do saber acumulado, tem vindo a ser utilizado também para fins criminosos – redes de pedofilia, incluídas – sem que se possa negar os seus benefícios. Sempre que se abre um caminho, seja uma rota marítima ou aérea, seja uma estrada, há sempre piratas e salteadores que saem ao caminho dos viajantes. Não vamos, por esse motivo, deixar de abrir caminhos.
Ficar um dia em frente do televisor, vendo séries, telenovelas, concursos, é, de facto uma estupidez, um atentado contra a vida. A televisão é usada como meio de estupidificação, de criação de uma «ideologia de massas» consonante com os interesses de uma minoria. Um grande exército de agentes está na base dessa «ideologia» – desde os criadores de programas aos criativos das agências de publicidade, por exemplo. As estatísticas que nos informam do tempo que crianças e adultos de diversas faixas etárias passam diariamente em frente dos televisores, são aterradoras. Um inquérito feito em São Paulo, revela que 87% das pessoas com mais de 60 anos vêem televisão durante todo o dia. Uma pesquisa levada a cabo pelo Center for Media Education, dos Estados Unidos, mostra que as crianças de todo o mundo, vêem de três a quatro horas de televisão diária. Para a maioria de crianças e adolescentes (entre os três e os 17 anos) a principal actividade é a televisão. Principalmente para os idosos, a televisão é uma forma de suprir carências afectivas, a solidão provocada pela viuvez, pela morte dos amigos e familiares, causando uma desertificação da sua vida social, etc.
Por outro lado, ao não exigir qualquer esforço das funções cognitivas, limita a imaginação, o que se torna particularmente grave entre os jovens. Nos telespectadores assíduos, reduz a capacidade e a velocidade da leitura, provoca a obesidade, prejudica a postura, tem influência no desempenho sexual (piorando-o), altera o sono, afecta as relações sociais… Resumindo, a tele-dependência é uma patologia com consequências colaterais graves se não for tratada. E não adianta emitir conceitos morais – a televisão, até ser substituída por outro suporte mais apelativo, vai continuar a absorver as atenções de todos, crianças e adultos. È um mal iniludível. Transformar um mal numa coisa boa nem sempre é impossível. Neste caso, tratava-se de aproveitar o sortilégio da TV para educar, ensinar e divertir, claro. Não deixando de incentivar os telespectadores a viverem a vida que acontece para lá da janela do pequeno ecrã.
Contudo, o objectivo de quem controla esse e outros meios não é criar programas de boa qualidade – é engendrar programas «apelativos» – redes que apanhem os otários distraídos. Como, há alguns anos, me disse ironicamente Mr. Hugh House, alto responsável da BBC, queixando-me eu da má qualidade da televisão em Portugal, a função da televisão é, precisamente, não ter qualidade. Quando João Paulo Cotrim pergunta a Pacheco se a Televisão não matará o livro, está a citar a frase de Victor Hugo a que já aludi noutra crónica – «ceci tuera cela» – isto matará aquilo – referindo-se ao livro impresso, ao invento de Gutenberg, que mataria a arte gótica, a arquitectura, a escultura, a iluminura, a glosa medieval, como forma de comunicar com as massas. Foi uma preocupação do final do século XV que, como se viu, era infundada – o livro, a arquitectura, a escultura, conviveram pacificamente até hoje.
Numa entrevista ao El País que já aqui referi, Ray Bradbury, foi aos arames quando lhe falaram no Kindle – «Isso não são livros. Os livros apenas têm dois cheiros: o cheiro a novo, que é bom, e o cheiro a livro usado, que é ainda melhor.» Como muitos de vós sabeis, o Kindle é um pequeno equipamento criado pela Amazon, uma empresa norte-americana, com a função principal de ler livros digitais ( e-books), podendo armazenar cerca de 1500 livros, podendo arquivar música (no formato MP3), actualizar páginas da Internet, entre outras funções. Isto sem que se possa aduzir o velho argumento (a favor da sobrevivência do livro) de que «não se pode levar um computador para a cama» – o Kindle tem um tamanho semelhante ao de um livro e um peso também equivalente. Recentemente, em Maio deste ano, foi lançado o Kindle DX, com um display de 24,6 cm na diagonal, uma vez e meia maior do que a versão standard, e que permite ler jornais e aceder aos formatos PDF, MP3 e TXT. Eu não seria tão radical quanto Bradbury na recusa liminar desta inovação. Também pertenço a uma geração que tem uma forte relação afectiva com o livro tradicional – o cheiro do papel novo, da tinta acabada de secar, a volúpia com que se examina a textura mais rugosa ou mais calandrada das páginas, o vício de tentar avaliar a gramagem, esfregando a folha entre o polegar e o indicador, a análise atenta do grafismo, a busca das gralhas, o odor dos livros usados… Não se pode, à partida, no entanto, recusar uma invenção que evitaria o derrube de florestas inteiras e permitiria sem ocupação de espaço aceder a enormes bibliotecas. Sobretudo para obras de referência, para livros de estudo. O Kindle, e os suportes que lhe sucederem, não matarão o livro – antes o perpetuarão com outra forma. Não haverá tão cedo Kindle que possa substituir o requinte de, por exemplo, uma edição de arte. Haverá sempre quem não dispense os livros em papel alinhados em estantes – os «loucos dos livros», de que, há 500 anos, nos falava o alsaciano Sebastian Brant na sua «Stultifera navis».
A televisão não é para estúpidos. A televisão foi um invento brilhante, mas é, muitas vezes, controlada por estúpidos, por sua vez manipulados por bandalhos espertos e codiciosos que nos querem estupidificar (e, segundo as estatísticas, estão a conseguir). O inteligente escritor e editor Luiz Pacheco era isto que, por certo, queria dizer.

Borradinho de medo

Tem algum sentido que não haja um ciclo de debates entre, no mínimo, os dirigentes dos partidos parlamentares?  Que numa campanha eleitoral Sócrates se confronte uma única vez com os seus principais adversários, num debate a cinco que todos já sabemos ser mais ruído que debate?

Tem:

José Sócrates aceita participar em três debates televisivos: dois frente-a-frente com a líder do PSD, Manuel Ferreira Leite, e um debate alargado com os presidentes dos cinco partidos com representação parlamentar, anunciou hoje fonte socialista.

Quando se está borradinho de medo pela ameaça de ter de enfrentar os adversários em debates a dois. Quando se tenta fazer passar a mensagem de que em Portugal só dois partidos é que contam. Quando se sabe que debates com Manuela Ferreira Leite até podiam ser à dúzia porque nesses joga em casa.

É o rotativismo no seu pior.

Sobremesa: Carolina Patrocínio

Os anseios de Carolina Patrocínio

Prato do dia: hoje há comunas, ontem havia parceiros

Como é possível que alguém, que manifesta uma tal alergia ao comunismo e a alguns dos seus supostos continuadores, seja capaz de ter participado numa coligação com comunistas “a sério”.
Assim, ou Tomás Vasques participava, debaixo da capa de um anti-comunismo militante, na “sovietização” da cidade de Lisboa ou de forma encapotava contribuía para a ruptura daquela aliança, tudo fazendo para que João Soares perdesse as eleições para Santana Lopes, como de facto aconteceu ou, a hipótese mais verosímil, andava a fazer pela vida, ele e a sua mulher, vereadora do urbanismo de João Soares, como alguns zunzuns que na altura foram publicados na imprensa deixavam antever (ver aqui, aqui e aqui).

Jorge Nascimento Fernandes no Trix-Nitrix, sublinhados da casa.

Sopa do Dia: conceptualizar algo

Quanto aos abusos da Casterman, não sei, não são do “Alerta Laranja” e o SIMpleX é um “medley” de muitas mentes.
Sei, que como art-director, pago os direitos de imagem(e paguei pela laranja) para a poder utilizar.
Tenho o cuidado de não ser vulgar, não pretendo ter graça, apenas conceptualizar algo.
E por mais que ache estranho, não sou, nem vou votar PS…
Abraços

Comentário de João Coisas, pelos vistos art director do Alerta Laranja e mente participante nesse medley que é o Simplex,  no Cinco Dias

Apontamentos & desapontamentos: Tele-disparates


Konrad Lorenz, o grande naturalista austríaco (1903-1989), prémio Nobel para a Medicina em 1973, criou o conceito do imprinting, que em castelhano se traduziu por «impronta», mas que entre nós se tem preferido deixar em inglês, já que uma tradução literal – estampagem, cunhagem, gravação – podia dar lugar a uma distorção do conceito científico. O que é o imprinting? Estudando o comportamento dos gansos recém-saídos da casca, Lorenz verificou que eles aprendem a seguir a mãe, mesmo que seja uma falsa mãe, um ser humano, outro animal ou mesmo um objecto, copiando-lhe o comportamento. Sugiro que o amigo Adão Cruz, com a experiência clínica e a bagagem científica de que dispõe, um dia destes, nos dê uma lição de Etologia, até porque, segundo julgo saber, a disciplina procura sobretudo explicar a raiz da agressividade. Num tempo de agressividades múltiplas e de agressivos fundamentalismos, seria útil compreendermos os mecanismos desse comportamento que, à primeira vista, é, do ponto de vista humano, irracional e autodestrutivo. Deixo a sugestão e volto ao tema inicial. Saído da casca, o meu primeiro emprego «a sério» foi na RTP. Por isso, talvez, à luz do conceito etológico do Lorenz, me tenha ficado dos longínquos dois anos em que lá trabalhei o hábito de preferir o canal de serviço público aos outros dois que surgiram muito posteriormente. Confesso que raramente ligo para a SIC (embora o canal de Notícias, não seja mau) e, por razões que me dispenso de explicar, quase nunca para a TVI. Vejo diariamente os serviços informativos da RTP, o «Jornal da Tarde» emitido do Porto e o «Telejornal». Imprinting? Talvez. Na realidade, não sendo grande consumidor de televisão, mesmo quando não presta e me desaponta – ou seja, quase sempre – a RTP é o «meu canal». Vou dar-vos conta de alguns dos meus desapontamentos.

Vou apenas abordar pormenores. As coisas transcendentes não são para aqui chamadas, Um amigo que leu um desses meus textos sobre a democracia, disse-me uma coisa muito sábia – entre o que se tem e o que se idealiza é preciso criar degraus, porque se deixamos um abismo intransponível entre realidade e sonho nem as asas da imaginação de quem lê o consegue por vezes transpor. E as pernas da realidade muito menos. Mutatis mutandis, entre o canal de serviço público que temos e o que gostávamos de ter, a diferença é abismal. Por isso, vou falar de pormenores, ou seja de alguns dos modestos degraus que poderiam conduzir a RTP ao patamar satisfatório que merecíamos ter, se o soubéssemos exigir, num serviço público de televisão.

Por exemplo, no que se refere ao «Jornal da Tarde», lamento os critérios de um alinhamento que muitas vezes privilegia notícias regionais sem grande relevância, deixando para o fim acontecimentos mais importantes da actualidade nacional ou internacional. Não seria preferível a RTP ter mais dois ou três canais regionais onde se desse uma informação local completa e minuciosa (como o da Madeira e o dos Açores e como acontece com a descentralizada TVE)? Assim, embora se compreenda perfeitamente a necessidade de dar, num palco com audiência nacional, protagonismo à região Norte, esse desiderato resulta muitas vezes em mau jornalismo – o que diríamos de um jornal que trouxesse na primeira página um vulgar acidente de viação ocorrido na cidade onde o periódico se edite e nas páginas interiores a notícia de um terramoto na China, ou de um descarrilamento na Índia, com centenas de mortos? Outra deficiência, esta comum a todos os serviços informativos da RTP, é a sua exagerada extensão, incluindo numerosas peças temáticas, com maior ou menor interesse, mas que não têm a ver com o tipo de informação que se espera. Os serviços da RAI, por exemplo, são modelares, pois em meia hora dizem tudo o que de importante se passou no mundo e no país. Na RTP (e nos outros canais generalistas) existe a peregrina ideia de que um serviço informativo é «uma espécie de magazine».

Dá-se demasiada importância ao futebol. Não é invulgar os serviços abrirem com um flash de um jogo o que me leva logo a pensar: «hoje não aconteceu nada de importante». E às vezes nem é verdade. Outra coisa que não percebo é a razão por que se gasta tanto dinheiro em tele-tontice, pagando a «cantores populares» que nos despejam em cima o seu analfabetismo e a sua mentalidade pornográfica servidos sob uma suposta forma musical. É puro lixo, que serve para preencher programas como a Praça da Alegria, Portugal no Coração, e quejandos, verdadeiros hinos à imbecilidade (salvo uma ou outra entrevista que teria interesse se o Jorge Gabriel e a Sónia Araújo fossem capazes de as fazer). Se tiverem paciência, deliciem-se com o vídeo de cima, apreciem a subtileza do poema e a qualidade da frase melódica repetida até à exaustão…

É nestas indescritíveis porcarias que o dinheiro dos nossos impostos é gasto?

Registo aqui também aquele tique anedótico dos jovens profissionais que, depois de termos escutado uma personalidade discorrer sobre qualquer assunto da sua área de actividade, nos «explicam», como se estivessem a fazer uma tradução do chinês, as mais das vezes em linguagem confusa e demorada, aquilo que, por vezes, a pessoa disse de forma escorreita e ágil. Como fazem todos os mesmo, penso que será lição (mal) aprendida nos cursos de jornalismo onde lhes devem ter dito para encerrar cada entrevista com uma breve síntese do que o entrevistado disse.

Claro, eu disse atrás que não percebia porque é que se gastava o dinheiro dos contribuintes em lixo, mas até percebo perfeitamente. A RTP está na guerra das audiências com a TVI e com a SIC e para isso precisa de ir abastecendo o seu tele-contentor. O serviço público de televisão não deveria entrar nessa competição, nem deveria passar publicidade. Em suma, não deveria competir em nada com os outros canais generalistas. Informar, formar, divertir educando… Mesmo correndo o risco de perder telespectadores. Mantê-los servindo-lhes programas que competem em estupidez com a «concorrência», não é prestar um serviço público. Era preciso mudar totalmente a filosofia da estação. Mas isso é entrar no campo das coisas impossíveis, dos sonhos, das transformações megalómanas e eu hoje só vim falar de pormenores. É abrir o tal abismo intransponível entre o que existe e o que deveria existir.

Uma última nota, agora para outra secção – a das tele-calinadas. José Rodrigues dos Santos, além de um bom profissional, é um escritor de sucesso, professor da Universidade Nova de Lisboa e um dos pilares da informação do serviço público de televisão. Tem uma responsabilidade intelectual tripla de, tanto quanto lhe seja possível, respeitar a língua portuguesa. Os seus erros de português não são aceitáveis. Tanto mais que, estou convencido de que os comete por teimosia. Quando digo teimosia é isso mesmo que quero dizer. Teimosia e arrogância, pois não acredito que nunca lhe tenham chamado a atenção para dois erros que repete há anos como se estivesse acima das regras que regem a língua portuguesa. Diz Ter a haver quando o que pretende dizer é ter a ver. Outra calinada do Zé: Ir de encontro, quando o que quer dizer é ir ao encontro. Dispenso-vos da lição de português. Todos sabemos o que cada uma destas quatro expressões significam. E não creio que Rodrigues dos Santos o não saiba. Outro erro que comete, imperdoável para quem estudou em Londres e foi correspondente da CNN, é a sua pronúncia da palavra rugby – ele diz
r
eigbi. Bem sei que muita gente diz assim, incluindo alguns dos jogadores da selecção de râguebi. Mas isso não é desculpa. Porém, apesar do ter a haver, do ir de encontro e do reigbi, o José Rodrigues dos Santos é um dos grandes profissionais da minha RTP.

Paquete de Oliveira, provedor do telespectador, continua no seu estilo tímido e soletrante, a dar vazão a alguns reparos que lhe chegam sobre a programação do serviço público de televisão. Já tenho ouvido críticas, dúvidas ou sugestões pertinentes, mas nunca dei conta de o caminho da RTP ter sido alterado num milímetro que fosse em função desses reparos. Talvez a ideia seja mesmo essa – dar espaço às pessoas para protestarem, mas não ligar a mínima importância ao que dizem – uma espécie de «deixa-os lá falar!».

A Zezinha vai sair a gritar

A Maria José Nogueira Pinto é um caso sério de coerência. Está pronta
a trabalhar com quem lhe dá trabalho e quem é que a pode levar a mal?
Já passou por tudo quanto é sítio de nomeação, pela mão do CDS, do
PSD, do PS! Agora, apoia o PS na pessoas do António Costa e consta nas
listas do PSD. Tudo claro como a água doce, embora não se perceba
porque sai sempre dos lugares (de nomeação) aos gritos com tudo e
todos!

Ou não lhe reconhecem capacidades e demitem-na, ou não lhe renovam os
mandatos, mas a verdade é que sai sempre zangada com toda a gente. Mas
isso dura no máximo 3 mesitos que é o tempo necessário para recuperar
energias e dar uns passeios retemperadores. Com uns textos nos
jornais, uns convites para faladuras na rádio e nas Tvs, a Zézinha
volta na maior.

E aí a temos novamente. Há sempre gente capaz de se sacrificar pelo
serviço público!

Finalmente explicada a história do filho da puta, ou o professor e o aluno

«João Constâncio, um malabarista do malsão equilíbrio Maçonaria/Opus Dei, que gangrenou a Universidade Nova, e que lá está por ser filho de quem é, lá terá de dar o doutoramento ao Sr. Galamba, CNO, ou afim. Parece que o preço foi chamar “filho da puta” ao outro. Cosa poca…» (Arrebenta)
Que é como quem diz, o aluno João Galamba chama filho da puta a quem se atreve a criticar o seu orientador João Constâncio. E nós a pensarmos que era por pura amizade…
E já agora, alguém me diz se o João Galamba que aparece a defender a Juventude Comunista da República Checa aqui é o nosso João Galamba?
Há coisas fantásticas, não há?