O que se está a passar com gente do PS ao nível da corrupção mostra que exercer o poder sem escrutínio e por um longo período de tempo pode ser legítimo, se ancorado na vontade popular, mas está longe de ser salutar.
As pedras estão distribuídas nos postos e funções chave, sedimentam-se as amizades ao abrigo de interesses comuns, alarga-se a rede de contactos e o húmus da corrupção e do compadrio estão instalados.
O PS está em toda a parte, no governo, na alta administração, nas empresas públicas, tendo como sócios os grandes grupos económicos, está na banca de braço dado com os que enriquecem a fazer negócios com o Estado.
As marés que renovam todos os dias as águas dos estuários são responsáveis pela vida
que sobrevive ao lodo e à falta de oxigénio de que as águas paradas são responsáveis. No aparelho de Estado, a Democracia, de quatro em quatro anos tem essa capacidade de renovação, de limpeza. O PS está há 12 anos no Estado nos últimos 14 anos, a impunidade já leva responsáveis públicos a pensarem que podem usar o telefone para fazer negócios escuros.
Apesar de tudo há aqui, na Face Oculta, uma novidade. Há funcionários das estruturas intermédias acusados, esse polvo que vive à nossa custa, que faz os pareceres técnicos sobre os seus próprios trabalhos que vendem às empresas concorrentes aos concursos públicos, e que durante anos e anos foram passando informações aos jornalistas, ocultando sempre as responsabilidades dessas estruturas e centrais de interesses há muito instaladas.
São estes interesses que têm como único objectivo lançar as obras públicas, depressa e irreversivelmente, alimentar essa teia de interesses com catorze anos de poder absoluto. antes que sejam varridos pela vontade popular.
Não se espere mais nada deste governo que não seja alimentar a máquina insaciável!
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