Hélder Rosalino assumiu ontem que é intenção do governo despedir funcionários públicos. Creio que no fim da reunião com os representantes das estruturas sindicais da Função Pública.
À noite, o Governo vem dizer algo diferente:
este secretário de Estado nunca admitiu esta hipótese nem de forma explícita nem de forma implícita
Complicado? Nem por isso – um disse a verdade, mas que sendo inconveniente…
Eis a citação das palavras do Governante que abriu demasiado a boca:
“eu não assumiria isso (despedimento) como uma crítica, mas como uma realidade objectiva”
Ora, em 600 mil funcionários públicos, cerca de 1/6 são docentes, logo, um em cada seis funcionários públicos que vier a ser despedido poderá ser um professor.
E não há mais vida, no MEC, para além desta ideia, bem simples, por sinal: despedir professores. Da parte de Nuno Crato, tirando os exames da sua (dele, Ministro) saudade, tudo o que tem vindo a ser feito resulta sempre numa dimensão que conduz a menos professores.
E, não vale a pena ter ilusões: não se faz mais com menos quando se trata de escola.
Se tinha 24 alunos dentro da sala e agora tenho 30, tenho que dividir a minha atenção por mais 25% de alunos, ou seja, um quarto da minha aula de noventa minutos será para esses alunos e não para os outros 24.
Sabe quem fica a perder? Os alunos, porque, para mim, assalariado, tanto dá. Como Profissional, como Professor, obviamente fico a perder também porque o meu trabalho vai ter piores resultados.
Pois, para si, caro leitor, que até bate palmas ao despedimento de funcionários públicos, pense nisto – é o seu filho que vai pagar parte do seu sorriso!
Exemplar:
“… é o seu filho que vai pagar parte do seu sorriso”.
À bon entendeur…
Mais te valia estar calado…poupa-nos !
Desculpa? Refere-se ao post? Será que uma opinião incomoda assim tanto? Ou será pela dureza da verdade?
E ainda respondes João Paulo? Achas mesmo que vale a pena?
A escola está tão destruída, tão moribunda, que ainda assim a esmagadora maioria de profs, alunos, pais, e nós povo, ainda não percebeu o que se passa. Se calhar com desenhos as pessoas vão entender, mas não é fácil. A destruição foi feita ao longo de 37 anos assim aos bocadinhos, pela calada da noite, e os profs não lhes rebentaram as fuças e como os governos têm dividido a população para poderem reinar em paz, muito mais difícil é.
Pois, não tinha entendido o teu comentário. Foi uma espécie de pedido de esclarecimento. Acho que partilho a tua reflexão,
JP
O que escreveste é uma continuação do que tens vindo a escrever. Ainda bem que partilhas. Mas infelizmente não será fácil desencadear uma revolta, e uma união entre todos os profs em funções e aqueles que foram despedidos. É utópico, pensar que isso pode acontecer, não houve paralisação total aos exames, portanto, mesmo com os próximos despedimentos e com o acentuar das medidas nazis do governo não irá mudar nada, o que é muito mau.