Elisabete Figueiredo
‘Ma… lei è a Palermo per fare la rivoluzione?’*
Em vez de ir a Marsala ou a Cefalú decido ficar em Palermo. Afinal há ainda muitas ruas a percorrer, muitos sítios onde ir. No mapa tinha visto a Piazza Rivoluzione. Interessa-me, penso. E lá vou hoje. Começo pela Via Maqueda, Piazza Quattro Canti, desço um pouco da Via Vittorio Emanuele e a sinistra a via Roma e a dritto a Piazza San Domenico. Não está calor, aliás o céu alterna continuamente entre o cinzento e o azul, faz vento, é domingo, as ruas estão mais ou menos desertas. Uma cidade muito diferente de ontem, esta de hoje. Na Piazza San Domenico resolvo inovar e em vez de voltar para trás e percorrer a Via Roma até perto da estação, onde fica a Piazza Rivoluzione, não. Meto por uns becos. Perco-me numas ruas logo a seguir, claro está, mas continuo. Entro numa zona estranha, com prédios bastante degradados, ruas cheias de lixo, garrafas, caixas, sacos de plástico cheios. Chego a uma praça bastante estranha e penso que podia ser a Piazza Rivoluzione, tal é a quantidade de graffitis com mensagens de protesto, tal é a degradação dos prédios, como se acabassem de ser bombardeados. Não me assusto, afinal, não há quase ninguém na rua. Não me assusto e começo a tirar fotografias aos edifícios cheios de mensagens políticas. Que estranho sítio ou então sou eu que acordei com mais disposição militante que o costume. Ou talvez seja apenas a ideia de ir à Piazza Rivoluzione que me põe mais atenta. [Read more…]
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