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Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
“Não temos água, não temos electricidade, não temos televisão, não temos internet, mas também não temos os russos.”
Cidadão de Xerçon em entrevista divulgada na CNN ontem.
Lembro-me dos tempos em que debatia quando surgiu a nação em Portugal e, ainda hoje não temos, nem precisamos de uma resposta, porque é algo que se vai assimilando e incorporando no tempo, mas este senhor define, na sua simplicidade, o seu sentimento de pertença a uma nação, no caso, a da Ucrânia.
Quando abalam esse sentimento de pertença ao grupo que faz parte da nossa identidade, dói-nos e reagimos na defesa dele, mesmo colocando a vida em risco. A essência social humana e a de muitos outros animais, diga-se, é essa, a de pertença a um grupo com características naturais, econômicas, sociais, culturais e um território. Foi esse o salto civilizacional da família para a sociedade, grupo de famílias e indivíduos que partilham a mesma identidade [Read more…]
A leitura de uma entrevista ao historiador escocês Neill Lochery a propósito do seu novo livro “Porto, a entrada para o Mundo”, provocou-me uma enorme dúvida, daquelas que ficarão eternas porque assentam no pressuposto “e se…”.
[Read more…]“A nossa condição humana impõe que não nos deixemos narcisar somente pelo que se diz de bom nos Lusíadas, mas que sintamos sentimentos de indignação e revolta e repudiemos tudo o que cheire a indignidade nacional! Todos sentem, mesmo quando é a seu favor, que a justiça não é imparcial e se deixa influenciar por causas estranhas, que às vezes são bem do nosso conhecimento, por estarmos dentro da conjura… e isto arrepia e revolta!”
Ao longo desta série de oito textos, guiei-me por uma perspectiva de contemporaneidade do passado. Pela inexorável repetição dos erros que o nosso país tem cometido, que nos trouxe ao momento que vivemos. Findando esta série, sobre o estado da Justiça. Porque o estado em que se encontra, sintetiza as razões do que ora vivemos. E para demonstrar a contemporaneidade do que vivemos, encima este texto uma citação. É da autoria de Christiano Morais e está no seu livro “Código da Honra – A Justiça e a Nação”, de 1953, pág. 91. Uma edição de autor que em pouco tempo a censura tratou de retirar das prateleiras das livrarias. Um livro escrito por um médico, que faz a autópsia do estado da Justiça em Portugal. E o que mais espanta – ou nem por isso… – é a actualidade, não de tudo, mas de tanta coisa que nele está escrita. Um inegável registo documental, a par de tantos outros, para se demonstrar a constante repetição de erros e de vícios com que nos temos desgastado enquanto povo e nação. E que melhor tema para tal, do que a Justiça? Pois que não existe sinal crítico mais grave, do que quando a Justiça reproduz todas as fraquezas e soberbas de uma país. E o que nos trouxe à actual descredibilização da Justiça, foram e são erráticas opções legislativas, inquinadas conduções de investigação criminal e sucessivos episódios judiciais de crimes sem castigo. Foram e são as manobras, tantas vezes demagógicas, que consecutivamente se operaram nas regras processuais – civis ou penais -, de molde a se servirem propósitos estranhos aos que devem ser prosseguidos pela Justiça. Como é o caso da actual alteração ao Código de Processo Civil que faz das partes e seus mandatários os culpados pelas demoras na Justiça. Ao ponto de, por exemplo, se ter de pagar para que seja corrigido um erro constante de uma decisão judicial, como agora decorre do Regulamento das Custas Procesuais. Porque pagar é preciso. Cobrar é urgente. Julgar bem… logo se verá quando se tornará importante. Não será para já, como não foi no passado. Mas haverá de ser, um dia. Quando se começar a fazer o que ainda não foi feito. Como canta Pedro Abrunhosa.
(corrigido após publicação)
“Portugal está no bom caminho”, diz líder parlamentar alemã
Muitos milhares de pessoas em manifestação de rua, exigindo “A Nação Galega”
No dia nacional da Galiza, o estrolabio saúda os irmãos Galegos – Viva a Galiza livre e independente!
PS: Adiro pessoalmente à saudação, pois não sei o sentir dos meus companheiros do Aventar.
UMA LÍNGUA FALADA POR DUZENTOS MILHÕES DE PESSOAS.
UMA NAÇÃO COM QUINZE MILHÕES DE GENTE AMBICIOSA E TRABALHADORA.
UM PAÍS SUBDESENVOLVIDO
Estão na moda os jogos de computadores. Há-os de todos os géneros.
Em alguns, é até possível construir uma vila, uma cidade, um país ou uma vida, virtuais e paralelos aos existentes.
Assim, comecei a imaginar, sem jogo nem computador, o meu país de sonho, com as minhas cidades de sonho, e que vida aí poderia ter.
Comecei devagar, delineando a situação geográfica e climática. Poderia ficar situado no hemisfério norte e com um clima temperado. Isto do clima é importante porque ninguém gosta de extremos e eu muito menos. Temperaturas nem altas de mais, nem baixas de mais, nem muita chuva nem chuva a menos. Temperaturas negativas só mesmo nas terras mais altas, que eu queria que tivesse, onde a neve caísse e eu pudesse brincar com ela. Temperaturas altas também, mas sem passar os trinta e poucos no pico do verão para poder ir a banhos, à praia ou à piscina. Para isso seria preciso, ter montanha, uma serra pelo menos, ou duas, razoavelmente altas para ter neve, e outras mais baixas para fazer montanhismo que é coisa que gosto muito, e mar, muito mar com praias de areia. Não queria ter a temperatura da água do mar muito baixa, mínimo de quinze ou dezasseis graus, nem muito alta, aí até aos vinte e dois, que tomar banho em sopa não gosto muito. Já agora colocava de onde a onde, rios, riachos, ribeiros, lagoas, albufeiras, rias, e mais que fosse com água, nas mais diversas situações de terreno, desde planícies até gargantas fundas entre montanhas. Colocava serras e montes das mais variadas configurações, com vertentes viradas para todos os pontos cardeais, grandes planícies e planaltos diversos. Fazia com que o meu país, fosse diminuindo de altitude até acabar à altura do mar, com alguns pontos altos, promontórios, com o mar a bater lá em baixo para que a costa fosse menos monótona e ganhasse encanto. Não queria um país muito grande, aí uma coisa com cerca de cem mil metros quadrados e com menos de dois mil quilómetros de costa marítima. Aproveitava também para colocar umas quantas ilhas, de diversos tamanhos e características, onde as pessoas pudessem viver de forma diferente umas das outras, e até melhor, se assim o entendessem.
Acabado de construir a parte física do meu país, colocava-lhe gente afável, acolhedora, algo ambiciosa, com um bom ambiente social, com um nível de segurança elevado, não esqueçamos que seja onde for a criminalidade aparece, por todo o lado gente inteligente, trabalhadora e competente. Para aí uns quinze milhões de pessoas, sendo que um terço delas trabalharia e viveria fora do país, para que de uma maneira ou de outra, ajudassem os que aqui ficam, com dinheiro, conhecimentos externos, novas vivências etc.. Para completar, fazia-os falar uma língua que mais uns duzentos milhões de pessoas também falassem no mundo inteiro, para que pudessem estar bem acompanhados nas relações internacionais.
Como o país tem um clima maravilhoso de contrastes temperados, a agricultura seria pujante. Seríamos auto-suficientes na carne, nos legumes, no vinho, na água, no leite, no azeite, e em todos os outros arigos necessários à sobrevivência. Com uma costa tão grande seria impensável que não tivéssemos uma frota pesqueira à altura, pelo que também de peixe e seus derivados, estaríamos bem servidos.
A nossa economia seria florescente, pois que com esta capacidade produtiva o comércio e a industria estariam em alta, com uma estrutura productiva de primeira água. As exportações para outros países seriam uma constante. Como temos uma costa marítima tão grande, a nossa frota mercantil seria uma das maiores, sendo os nossos portos centros nevrálgicos de saída e entrada de mercadorias de e para todo o mundo. Por via disso, os transportes e comunicações ferroviários e terrestres, seriam rápidos, seguros, modernos e eficazes.
Já agora que estou nesta construção virtual, dava ao meu país uma história cultural com muitos séculos, e um património em conformidade com esse tempo todo.
As cidades, as vilas e as aldeias, seriam bonitas, arejadas, com um nível de qualidade de vida superior, e governadas por pessoas dedicadas à coisa pública. A vontade de bem servir seria apanágio de todos os dirigentes e governantes. A seriedade nas relações, a educação esmerada, e as poucas diferenças sociais, fariam com que a corrupção não existisse. O governo geral, trabalharia para o bem do país, no seu todo, e não para só para o bem de alguns.
As pessoas viveriam felizes …
Aqui parei. Afinal estava a falar do meu País, já construído, já feito, já existente.
A grande diferença para o que eu construí, estava só nas pessoas que dirigem e governam, o resto era tudo igual.
As pessoas do meu País real, são da mesma forma trabalhadeiras, acolhedoras, inteligentes, ambiciosas e pacíficas. Mas as pessoas que nos governam e nos dirigem, e mandam, são incultas, incapazes e com características autistas, asfixiam a economia, destruíram a agricultura salvando-se por pouco a vitivinicultura, acabaram com as pescas o que é uma vergonha para um País que com a costa que tem deveria estar virado para o mar, não têm objectivos estratégicos, deixaram que a estrutura productiva ficasse velha e caduca, permitiram que o turismo, continuasse sazonal e fraco apesar das enormes potencialidades do nosso território. As pessoas que nos governam e nos dirigem tentam transformar-nos em cidadãos quase medíocres, e nós vamos deixando.
Poderíamos ser um dos países mais ricos do mundo, aproveitar a força trabalhadora dos quinze milhões da nossa nação, e a classe dirigente transformou-nos em subsídio dependentes e nos coitadinhos da Europa. Somos um País sub-desenvolvido, onde os interesses, a corrupção e o compadrio fazem parte do dia-a-dia. Os nossos emigrantes, um terço da nação, quase esqueceram o seu país de origem, e são altamente produtivos e bem considerados nos seus países de acolhimento, e as segundas gerações quase não sabem quem nós somos. O País abandonou-os.
Podíamos ser um dos países mais ricos e evoluídos do mundo, como no meu sonho virtual, mas não somos, e a culpa é só nossa, que nos deixamos levar e governar assim.
Aproveitei a pausa de almoço para ir às clementinas numa das poucas mercearias que por aqui resistem. Ao meu lado, entre os caixotes da fruta, uma mulher ia consultando a estátua maciça que a esperava à porta. ––Queres bananas, Zé? A estátua não se moveu. Silêncio absoluto. Ela escolheu um cacho e pô-lo no […]
Autoria da foto (e os meus agradecimentos): http://permanentereencontro.blogspot.com/2012/12/amores-de-perdicao.html
A propósito desta notícia de hoje.
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
«André Coelho Lima elogia acordo com PAN e defende que PSD é um “partido progressista”».
Ontem, Mário Cláudio falava acerca da “objectificação da mulher“. Hoje, o Presidente da República diz: «Mas a filha ainda apanha uma gripe! Já a viu bem com o decote?».
Pois eram. Ilda Figueiredo, “uma das 37 signatárias da petição que pede a remoção da obra, voltou atrás“.
saberia que aquela mulher não é Ana Plácido: “aquela mulher é simbólica – representa a mulher na obra do Camilo, no Amor de Perdição. Não é, nunca quis ser, um retrato de Ana Plácido“.
Direitos das crianças? É relativo. Para haver direitos tem de haver deveres, e as crianças não têm deveres. Enquanto Deus entender que a pedofilia na Igreja tem um benefício para a sociedade, irá continuar a existir.
A notícia é a reacção de Pinto da Costa ao acontecimento que o Porto Canal não noticiou. Uma tristeza. Siga.
(porque é um canal de fretes, apesar de o FC Porto não ser o clube da cidade do Porto), não transmite esta notícia. Porquê?
sem espinhas, no Expresso.
Já que na terra dele o ignoram (lembrei-me logo da “pátria que vos foi ingrata“, de Vieira), aproveite-o Lisboa, depois da nega do 17.º Patriarca.
“Feijóo quer reunir-se com Sánchez para que viabilize o seu Governo em Espanha“. Assim, não: “Durão Barroso vai casar em jJulho“.
uma política externa digna de um regime totalitário não é suficiente. Netanyahu e os seus extermistas querem acabar com a separação dos poderes. E estão a consegui-lo.
CH obrigado a reintegrar José Dias, militante e fundador do partido, expulso por invocar o santo nome do Bolsonaro da Wish em vão.
“O STOP e a cidade que queremos construir“, artigo aberto, no Público.
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