Ao cuidado da revista Sábado

Porquê usar a fotografia de um centro de emprego português numa peça sobre o aumento de pedidos de subsídio de desemprego nos EUA? Isso é um bocado desonesto da vossa parte, não é?

Que Natal?


Ontem cansei-me de prazer, do meio da tarde até ao começo da noite, caminhando pelas ruas do meu Porto. De comboio até São Bento, depois subindo a 31 de Janeiro, com uma cena de ‘civismo’ a empatar o percurso do eléctrico, Santa Catarina, Aliados, Mousinho, Ribeira, e, para findar, travessia da Luíz I para o lado de lá, Gaia, que, na verdade é o meu lado de cá, onde um autocarro veio mesmo a jeito. Éramos seis. Filhas, esposa, irmã mais nova, sobrinho. Especámos a olhar para as montras das lojas mais tradicionais no Bolhão, os queijos, os Barca Velha, os frutos secos, os enchidos, um olhar à Charles Dickens. Não me foi pago o subsídio de desemprego, não há Natal.

Da série ai aguenta, aguenta (10)

Perto de 375 mil pessoas com subsídio de desemprego em Outubro, mais 81 mil que em 2011

Da série ai aguenta, aguenta (8)

Apoios vão ser ainda menores: Pensão de sobrevivência, Pensão de invalidez, Pensão de Velhice, Subsídio familiar por doença, Rendimento Social de Inserção, Subsídio de desemprego.

A lambreta do Pedrinho

Parece que tem marcha atrás.

Altruísmo em altitude: Governo baixa o subsídio de desemprego

É só uma proposta, diz a Teresa Caeiro, mas não deixa de ser um grande exemplo.

A tal proposta é uma  atitude muito altruísta da parte do governo, em especial de Homens de grande estatura como o Pedro Mota Soares e o Marco António Costa. Julgo mesmo que se trata de um comportamento exemplar que fará escola, na área das políticas de antecipação.

Políticas de antecipação são aquelas que acontecem antes do tempo.

Brilhante explicação terá pensado o leitor que chegou a este ponto do post. Calma. Eu explico a estupidez em forma de explicação acima apresentada.

Políticas de antecipação são aquelas em que o político, enquanto responsável governamental, trata da vidinha dele para depois, de volta ao activo, não ter grandes problemas de adaptação.

É aqui que entram os dois exemplos de grande altura política: o Pedrinho e o Marquinho.

Ao baixar o subsídio de desemprego estão a preparar o terreno para que, no regresso à vida activa depois de deixarem o governo, não sintam grandes dificuldades.

377. [Read more…]

Prendas de Natal de Coelho e de Portas

A política de saúde de Coelho, a despeito do simulacro de consulta pública da ‘Reforma Hospitalar’, tem estado activa através de obscenos aumentos de taxas moderadoras. Contudo, o ministro-contabilista Macedo ainda se atreve a declarar:

Gostaria que em 2012 todos os portugueses tivessem acesso a um Serviço Nacional de Saúde (SNS) universal e com qualidade.

Discurso hipócrita, falso. Eu e muitos doentes crónicos, de cardiologia, não tivemos possibilidades de aceder a consultas em S.Francisco de Xavier, Lisboa, desde Junho  até final deste ano. Naturalmente, que as palavras de Macedo ainda mais revoltados nos deixam.

Mas há mais. Curioso que, graças a Joaquim de Oliveira, da Olivedesportos, os hospitais públicos vão ter o serviço da SPORT TV gratuito. Ou seja, faltam consultas e cuidados de saúde, mas temos futebol e Paulo Macedo, desta feita eufórico, afirmou:

[A Sport TV] Vai tornar melhor a estadia dos doentes nos hospitais, proporcionando-lhes momentos lúdicos e até de distracção.

Eu, experiente em internamentos, estou a imaginar um doente entubado, com a agulha do soro no braço e de algália, a saltar na cama e gritar de alegria com o golo do Benfica, do F.C.Porto ou do Sporting. Assim, já vale a pena pagar taxas mais altas. E a produtividade de enfermeiros e assistentes operacionais vai disparar. [Read more…]

Quem quer destruir o Estado social?

    
Em 2003, numa altura em que a taxa de desemprego rondava os 6%, o Governo PSD de Durão Barroso diminuiu para 270 dias o prazo de garantia dos candidatos ao subsídio de desemprego, isto é, um beneficiário teria direito ao subsídio se tivesse trabalhado 270 dias nos últimos dois anos.
Em 2010, no auge de uma crise económica que já atirou a taxa de desemprego para valores históricos, acima dos 11%, o Governo PS de José Sócrates aumentou para 450 dias esse mesmo prazo de garantia, retirando a milhares de trabalhadores o direito de aceder a uma prestação social para a qual contribuiram com os seus impostos.
Quem é que quer destruir o Estado social?

PEC: Bagão Félix à Esquerda de Sócrates

Ouvi hoje Bagão Félix na rádio e é impossível não concluir que um ex-governante do CDS consegue estar à Esquerda de um primeiro-ministro do PS, Partido dito Socialista. Não é primeira vez que Bagão consegue estar à Esquerda de Sócrates – já se viu o mesmo aquando da aprovação do Código do Trabalho.
A propósito do PEC e das medidas para diminuir o défice, Bagão apontou duas medidas: aumento dos impostos sobre transacções de bens de luxo e cancelamento do 13.º mês para os ricos. Medidas justíssimas, porque afectariam apenas as pessoas com elevados rendimentos.
A estas duas, acrescentaria eu uma outra, tão justa como as anteriores: o aumento dos impostos à Banca, que em média paga metade do IRC das restantes empresas. Um dos maiores escândalos do Portugal pós-25 de Abril, sendo curioso verificar, para quem tiver memória, que foi Manuela Ferreira Leite, ao contrário do actual Governo, quem teve a coragem de aumentar, ligeiramente, é certo, a tributação dos Bancos no offshore da Madeira.
Eu tinha vergonha, muita vergonha mesmo, de me considerar de Esquerda e, ao mesmo tempo, defender um Governo que mantém os escandalosos benefícios fiscais dos Bancos ao mesmo tempo que diminui o subsídio de desemprego.